console Sega SG-1000
Sega SG-1000 - Imagem Evan-Amos - Wikipédia

Você conhece o primeiro console da Sega, o SG-1000? Foi o início de uma saga da empresa que se tornaria uma das maiores rivais da Nintendo nos anos 90.

Se você é fã da Sega, vale a pena conhecer um pouco mais sobre esse console pioneiro. Nesse artigo vamos trazer um pouco da história da tímida entrada da Sega no mercado de consoles domésticos, revelando as reviravoltas que ocorreram e muita informação que pouca gente sabe. Então, bora com a gente para mais uma viagem no tempo!

História do SG-1000

A história do SG-1000 parte do início da década de 1980, quando a Sega observou os indícios de uma desaceleração no mercado de arcades. Naquela época, a Sega era uma subsidiária controlada pela Gulf and Western, um conglomerado americano do ramo do entretenimento, e se mantinha como uma das maiores fabricantes de maquinas de arcades nos Estados Unidos e Japão.

Pouco tempo depois, a enorme onda de sucesso de seus arcades altamente viciantes parecia ter chegado ao fim em 1982, gerando um grande impacto financeiro para a Gulf and Western que optou por se desfazer de sua divisão de vídeo games.

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Tudo foi adquirido pela Bally Manufacturing que manteve a divisão de pesquisa e desenvolvimento americana da Sega e também a subsidiária no Japão, a Sega Enterprises. A mudança de cenário colocou a Sega em movimento, abandonando os arcades e migrando para o mercado de consoles domésticos.

O presidente japonês, um dos fundadores da Sega Enterprises, Hayao Nakayama identificou a oportunidade de iniciar uma incursão com os consoles no mercado japonês, devido a conjuntura do mercado naquela época.

No Japão, as maquinas de arcade ainda eram muito populares e os consoles domésticos de segunda geração não tinham feito tanto sucesso por lá, pertencendo a um segmento pouco explorado. Dessa forma, o cenário parecia mais favorável para uma tentativa sem muita concorrência. Então, após uma reunião com a diretoria, eles receberam autorização para avançar e dar início a essa nova fase.

O engenheiro Hideki Sato foi destacado para liderar o novo projeto, bem como já fazia nos arcades. Entretanto, dessa vez, a ideia era produzir algo compacto que levasse a experiência dos jogos eletrônicos para o conforto doméstico, assim como Atari, Magnavox e outros já estavam fazendo a alguns anos.

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Inicialmente a Sega cogitou lançar uma versão japonesa do console da Coleco, o Colecovision. Este que era conhecido por seu poderoso hardware, sendo o console mais poderoso da sua geração. Entretanto, essa ideia acabou sendo descartada, pois a diretoria acreditava que era importante criar um produto que fortalecesse a marca Sega e evitar que ela caísse no esquecimento com o fim dos arcades. Além disso, a segunda geração de consoles não tinha conseguido obter tanta aderência entre os japoneses.

Partindo dessa premissa, surgiu então o protótipo do SC-3000, que não se tratava apenas de console, ele era um computador doméstico capaz de rodar jogos e ainda servir como ferramenta de estudos. Conforme os computadores domésticos estavam se popularizando naquele período, era uma ideia válida, porém, havia um novo desafio surgindo: A notícia de que a Nintendo estava trazendo um novo console, o Famicom.

Computador Sega Sc-3000
Sega Sc-3000 – Imagem Billy – Wikipédia

Rapidamente a Sega reconheceu a necessidade de oferecer em paralelo um produto mais acessível para bater de frente com a Nintendo. E foi assim que surgiu o console SG-1000.

Explicando as siglas utilizadas pela Sega:

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SC-3000 – Sega Computer (computador doméstico)

SG-1000 – Sega Game (console de videogames)

Tanto o SC-3000, quanto o SG-1000 foram lançados dia 15 de junho de 1983, a mesma data em que a Nintendo lançou o Famicom. Mesmo tentando fazer um projeto mais barato, o console da Sega chegou custando ¥ 15.000 (¥ 300 mais caro que o Famicom).

Embora muitos acreditem que a Sega tenha lançado o SG-1000 apenas no Japão, a verdade é que o console foi lançado também em alguns países como Austrália, Nova Zelândia, Espanha e Itália, em parceria com outras empresas e trazendo algumas diferenças no nome e algumas diferenças mínimas no design. O mais curioso de tudo é que a Sega parece ter evitado lançar seu console nos maiores mercados, como Estados Unidos, Alemanha e Reino Unido. Não se sabe ao certo, mas a participação de mercado foi, de certa forma, tímida até o surgimento do Master System.

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Recepção do SG-1000

Apesar de uma entrada tímida, a recepção do SG-1000 no mercado Japonês foi satisfatória, isso em parte pela sua maior biblioteca de jogos inicial, contendo cerca de 21 jogos. A maioria eram jogos portados dos seus arcades de grande sucesso. Outro fator que deu uma certa “ajudinha” para a Sega foram os problemas iniciais do Famicon, seu principal concorrente, que sofreu com falhas de projeto e precisou até de um recall no primeiro ano de vida.

As vendas do SG-1000 chegaram a mais de 160 mil unidades, ficando muito acima das projeções da sega que eram de apenas 50 mil unidades. E essa vitória levou a outra grande mudança dentro da empresa.

SG-1000 II (Mark II)

Em 1984, após o desempenho positivo e inesperado do SC-3000 e do SG-1000, o CEO da Sega Enterprises, Hayao Nakayama, juntamente com David Rosen, um dos fundadores, se juntaram para adquirir as ações da Bally Manufacturing Corporation.

Após essa retomada, Hayao Nakayama permaneceu como CEO da Sega Enterprises no Japão, enquanto que Rosen foi para os Estados Unidos organizar a sede local, fazendo parte da diretoria.

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A partir daí a Sega continuou com grande interesse no mercado de consoles domésticos e ainda em 1984 o SG-1000 II chega ao mercado.

Exatamente um ano após o primeiro lançamento, a Sega lança uma versão refinada que trouxe otimizações importantes no design e controles reformulados.

console Sega SG-1000 II (Mark-II)
Sega SG-1000 II (Mark-II) – Imagem Evan-Amos – Wikipédia

O design do primeiro SG-1000 fora duramente criticado, sendo mencionado como “pobre e de mal gosto” e, em alguns momentos, sendo até comparado com uma lápide. Com relação a isso, o próprio Hideki Sato, engenheiro chefe, também compartilhava dessa visão e isso contribuiu muito para as mudanças de design da nova versão: A descentralizando o slot de cartuchos para o lado direito.

SG-1000 II, que também era conhecido como Mark II, vinha com dois controles redesenhados, que deixaram de se parecer com os clássicos joysticks de primeira geração e assumiram uma aparência mais próxima dos joypads modernos que iria ser visto daí em diante.

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Além disso eram controles destacáveis e podiam ser acoplados no corpo do SG-1000 II quando não estivessem em uso. Essa era uma tendência de design bem característica da segunda geração, e foi adotada em consoles como icônicos Intellivision, ColecoVision, Arcadia 2001 e até o próprio Famicom.

O novo console da Sega possuía uma porta de frontal onde era possível conectar um modulo de expansão que aumenta sua capacidade e o tornava praticamente um SC-3000.

Apesar de ser um produto melhorado, o Mark II não foi capaz de conter a dominação da Nintendo com o retorno do Famicom e seus jogos de altíssima qualidade.

A sega conseguiu vender no total mais de 1,5 milhão de unidades, isso tudo incluindo todas as versões do SG (console) e SC (computador).

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Em 1985, dando continuidade, o SG-1000 II sai de cena, sendo substituído pelo Sega Mark III, o antecessor do glorioso Sega Master System. (temos um artigo fantástico sobre o Master System, confira!)

Hardware do SG-1000 / Mark-II

Por baixo do chassi o hardware do SG-1000 era muito similar ao do Colecovision, que ficou famoso por trazer gráficos avançados para sua época. Porém, a entrada da Sega no mercado de consoles se dá na terceira geração e o até então poderoso hardware já apresentava sinais de idade.

Tanto o hardware do SG-1000 quanto do SG-1000 II são quase iguais. Foram feitos alguns upgrades de memória e, de resto, apenas algumas otimizações e pequenas implementações, que vamos estar destacando a seguir.

  • Processador

CPU NEC 780C de 8 bits (baseado no chip Zilog Z80A), rodando a 3.58 MHz.

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  • Memórias

RAM: 2 KB (aumentada para 8KB no SG-1000 II);

VRAM: 16 KB;

Memória de som: 8 KB.

  • Vídeo/Gráficos

Imagem com resolução de 256×192 pixels;

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Paleta de 16 cores simultâneas (aumentada para 64 no SG-1000 II).

  • Áudio

Chip de som de Texas Instruments SN76489 (Adicionaram o chip Yamaha YM2413 no SG-1000 II);

Suporte a três canais de áudio mono (adição de +9 canais no SG-1000II graças ao chip Yamaha).

  • Mídia

Utilizava cartuchos ROM e Sega My Card como mídia de jogo.

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  • Conexões

Saída RF para conectar à TV;

Porta de expansão para periféricos na parte traseira;

Conector lateral para um segundo controle (no SG-1000II os dois controles são destacáveis e os conectores ficam na parte de trás).

  • Alimentação

Adaptador AC (SA-150)

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Controles

  • SJ200 – O controle padrão do SG-1000. Possuia um direcional do tipo joystick e dois botões localizado nas laterais. O projeto em si tinha vários problemas como má resposta de acionamento, cabo curto, frágil e de baixa durabilidade. E o pior: era fixo ao console!
Controle (SJ-200) para SG-1000
Controle (SJ-200) – Imagem Black Squirrel – segaretro.org
  • SJ150 – Controle padrão SG-1000 II. Agora com cabo destacável, seu design mais moderno foi inspirado no controle do Famicom, substituindo o joystick por um D-Pad e trazendo os botões de ação para o painel frontal.

Esse novo controle se parecia muito mais com o que viria posteriormente nos controles da Sega e muitos de seus concorrentes.

Um detalhe legal era a pecinha que acompanhava o kit podia ser encaixada no centro do D-pad, trazendo de volta a experiência do joystick do antigo SJ-200.

Apesar da mudança considerável no projeto, uma falha inconveniente era a saída do cabo na lateral, que feria o princípio da ergonomia e causava desconforto durante a jogatina.

Joypad (SJ-150) para SG-1000
Joypad (SJ-150) – Imagem Black Squirrel – segaretrogamer.org

Jogos

A Sega é conhecida por produzir jogo icônicos no arcades. No entanto, nessa nova empreitada, ela foi relutante em abrir espaço para outras empresas desenvolverem jogos para seus consoles. Ela simplesmente não queria trabalhar ao lado das suas ex-concorrentes dos arcades. Então, a principal estratégia com o SG-1000 foi portar seus clássicos de maior sucesso nos arcades.

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Esse talvez tenha sido seu calcanhar-de-aquiles da estratégia, pois abria mão de adquirir possíveis títulos de sucesso e não inovava muito.

Trouxemos aqui alguns dos jogos mais populares do SG-1000, com destaque para o primeiro deles.

Girl’s Garden (1984) – Este jogo merece muito destaque aqui, pois, foi a estreia de Yuji Naka (para quem não sabe, foi o criador do jogo do Sonic).

No período em que Girl’s Gardon foi lançado, os jogos já possuíam detalhes gráficos e sonoros suficiente para alimentar um “lore” mais elaborado.

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Nesse jogo você controla Papri, uma garotinha do interior que suspeita que o namorado, chamado Minto, está gostando de outra menina, chamada Cocco. Então, Papri precisa reconquistar seu amor e a única maneira de conseguir isso é coletando buquês de flores para dar a ele como uma prova de seus sentimentos e gradualmente fazendo-o esquecer a outra garota. Fofinho, né!?

A mecânica do jogo envolve se mover por fases cheias de obstáculos, coletando as flores pelo caminho. Após ter coletado dez flores, Papri pode entrar na casa do namorado, completando uma rodada e avançando para a próxima, com o mesmo objetivo, mas com dificuldade aumentada.

Detalhe importante: As flores devem ser colhidas quando estão prontas. Pegá-las antes não adianta, e também coletar flores murchas fará com que Papri perca metade de seu buquê. Vale mencionar também que a perspectiva era isométrica, um conceito que era tendência e dava uma profundidade espacial na jogabilidade, já flertando com os gráficos em 3D que viriam anos depois.

Monaco GP (1983) – Um jogo de corrida inspirado no famoso circuito de Mônaco da Fórmula 1. Os jogadores assumem o controle de um carro de corrida e enfrentam desafios em pistas sinuosas e estreitas que exigem habilidade e precisão para evitar colisões. O curioso nesse jogo é que o carro pode pular, algo totalmente inusitado. Mas, em resumo, o objetivo principal é competir em várias voltas em busca do melhor tempo e da vitória final no glamouroso Grande Prêmio de Mônaco. Fez muito sucesso nos arcades e foi portado para o SG-1000 e várias plataformas nos anos seguintes.

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Congo Bongo (1983) – Um jogo clássico de plataforma arcade. Muito similar em alguns aspectos ao Donkey Kong. O jogador controla um caçador de safári que está em busca de um macaco chamado Bongo. A câmera traz uma visão isométrica e o objetivo é pular nas plataformas e chegar ao topo. Vários animais tentarão te deter, claro. Não é possível contra-atacar, dessa forma, o você deve evitar os ataques pulando até passar de fase.

Hang-On (1985) – Hang-On é um jogo de corrida de motocicletas que permite aos jogadores experimentar a emoção de pilotar uma moto esportiva em alta velocidade. É necessária certa habilidade para evitar obstáculos e curvas fechadas enquanto tenta bater recordes de tempo. Fica ainda mais legal usando o acessório Bike Handle (BH-400).

Safari Hunt (1984) – Safari Hunt é um jogo de tiro que leva os jogadores a uma emocionante caçada virtual na savana africana. O objetivo é atirar em animais selvagens para acumular os pontos, mas tomando cuidado para não atingir os animais protegidos. O cenário era um labirinto visto de cima e os gráficos eram mais simples que a média, porém, era muito competente em oferecer diversão e fez muito sucesso.

Sega-Galaga (1983) – Por último, não dava para deixar “jogo de navinha” de fora, né? Esse aqui é uma variação do clássico Galaga, em que os jogadores enfrentam ondas de naves alienígenas enquanto tentam defender a Terra. Melhore sua nave e teste suas habilidades de tiro em uma luta pela sobrevivência. Os gráficos já não eram impressionantes, mas era um gênero clássico e muito comercial que não podia ficar de fora do catálogo.

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Sega My Card

Com a chegada do Mark II a Sega trouxe um novo formato de mídia para seus jogos, o Sega My Card.

Produzido em parceria com a Mitsubishi Plastics, era um cartão de memória muito mais leve, compacto e, principalmente, mais barato que um cartucho tradicional.

Sega My Card para SG-1000
Sega My Card – Imagens Hit-Japan – Ebay

É verdade que o My Card possuía uma capacidade de armazenamento mais limitada, porém, era suficiente para a maioria dos jogos até aquela geração e a intenção, na realidade, era poder distribuir os jogos de forma mais barata no final do dia. Com esse novo formato, os jogos de SG-1000 passaram a ser distribuídos majoritariamente em cartões.

Foram criadas várias versões do Sega My Card. Uma delas era regravável, podendo até receber jogos baixados. Outra, de maior capacidade, só era compatível com Mark-II em diante e a última só era compatível com Mark-III e Master System.

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Devido às limitações da tecnologia, o Sega My Card não teve muita longevidade. Conforme os jogos foram ficando mais complexos e necessitando de mais espaço, os cartões de Mark- III e Master System não faziam mais sentido e tiveram um fim já em 1987. Inclusive, a Sega conseguiu lançar pouquíssimos jogos de Master System que coubessem no My Card.

Acessórios

A linha de dispositivos SC-3000, SG-1000 e Mark-II recebeu muitos acessórios oficiais e também desenvolvidos por terceiros. Muitos eram compatíveis com os três aparelhos. Vamos citar agora apenas alguns acessórios oficiais da Sega e com foco nos consoles.

Card-Catcher – Para utilizar o Sega My Card, era necessário um adaptador chamado Sega Card-Catcher, que servia tanto no SC-3000, quanto SG-1000 e Mark-II. Era um dispositivo simples com formato de cartucho que servia de ponte entre o My Card de jogo e o Slot de Cartucho.

Somente os consoles Mark III e o Master System possuíam entrada nativa para o Sega My Card, porém, a implementação veio tardia, visto que, a essa altura, a distribuição de jogos em Sega My Card estava se tornando inviável.

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Sega Card Catcher para SG-1000
Sega Card Catcher – Imagem tokyogamestory

Bike Handle (BH-400) – Um controle projetado para simular pilotagem de moto, ideal para jogos como Hang-On. É compatível tanto para o SG-1000, quanto SC-3000 (inclusive, compatível também com todo o hardware da Sega até a geração do Mega Drive).

Acessório Bike Handle (BH-400) para SG-1000
Acessório Bike Handle (BH-400) – Imagem Black Squirrel – segaretrogamer.org

Handle Controller (SH-400) – Um acessório em formato de volante projetado para o SG-1000 e também SC-3000 (compatível até geração Mega Drive). Ideal para jogos de corrida/”carrinho” como Monaco GP, Zippy Race e Safari Race.

Acessório Handle Control (SH-400) para SG-1000
Acessório Handle Control (SH-400) – Imagem Black Squirrel – segaretro.org

Joystick (SJ-300) – Um controle do tipo joystick alternativo para jogos de arcade. Veio como resposta às críticas negativas relacionadas a má resposta do controle padrão do SG-1000.

Joystick (SJ-300) para SG-1000
Joystick (SJ-300) – Imagem Black Squirrel – segaretro.org

Sega Graphic Board – Um tipo de “tablet” para desenho que foi lançado apenas para o público japonês em 1985. Foi projetado para ser usado junto com o software/jogo Terebi Oekaki.

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Era baseado em tecnologia resistiva. Ou seja, era necessário colocar certa pressão na caneta, muito diferente das telas de toque capacitivas que utilizamos hoje em dia.

A Graphic Board era conectada no slot de cartucho e já vinha com o Terebi Oekaki embutido. Possuía um cabo curto que praticamente obrigava o usuário a permanecer próximo ao televisor. (E assim surgiu o antigo mito popular que “TV estraga a vista”)

Sega Graphic Board para SG-1000
Sega Graphic Board – Imagem Black Squirrel – segaretro.org

Sega Keyboard (SK-1100) – Um importante modulo de expansão com formato de teclado. Desenvolvido para o console SG-1000, lançado apenas no Japão em 1984 junto com o Mark-II. Ampliava a capacidade dos consoles, transformando-os em um computador similar ao SC-3000. Ele permitia que os consoles rodassem os softwares do computador da Sega e dava suporte aos acessórios dele também. Como a impressora SP-400 e o Gravador de Cassetes SR-1000.

Sega Keyboard (SK-1100) para SG-1000
Sega Keyboard (SK-1100) – Image Black Squirrel – segaretro.org

Data Recorder (SR-1000) – Um gravador de fita cassete projetado para o computador SC-3000. Mesmo ele não sendo um acessório compatível com os consoles, vale a pena mencionar ele nessa lista.

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Gravador (SR-1000) para SC-3000
Gravador (SR-1000) – Imagem Black Squirrel – segaretro.org

Ele permitia que o sistema executasse softwares distribuídos em fita cassete. Era um dos meios de armazenamento mais populares da época, pois disquetes ainda eram uma tecnologia cara. E poucos sabem, mas houveram raríssimos jogos distribuídos também em fita cassete.

A Guerra dos Clones

Na década de 1980, existiam sistemas de videogame fabricados por empresas não licenciadas que imitavam ou emulavam os consoles mais populares do momento, como o Nintendo Entertainment System (NES) e o Atari 2600.

Esses consoles eram conhecidos como “Clones” e surgiram em várias regiões do mundo, onde eram frequentemente comercializados como alternativas mais acessíveis em relação aos consoles originais, ou até mesmo para suprir a falta de acesso a eles.

Naquela época não ainda não existia muita regulamentação e várias empresas produziam aparelhos que se aproveitavam da biblioteca de jogos e da fama dos grandes fabricantes. E isso sem pagar nenhum centavo, o que gerou uma certa “guerra dos clones”. De um lado os desenvolvedores, do outro, pequenas empresas oportunistas surgindo com seus clones baratos.

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Claro que também existiam empresas dispostas a trabalhar de forma correta e obtinham licença para produzir seus sistemas baseados em originais. Os chamados “clones oficiais”.

Algo que abre muita discussão é o dano colateral sofrido pela Sega por causa dos clones não licenciados.

Veja bem, a Nintendo havia dominado o mercado com o Famicom. E ele era um console mais poderoso que o SG-1000 e que ainda possuía uma biblioteca de jogos muitos mais atrativa. Estima-se que os clones do Famicom tenham trazido mais prejuízo para a Sega do que o próprio console original da Nintendo. O que faz total sentido, já que os clones de Famicom custavam até menos do que um SG-1000. Imagine o prejuízo…

Dina 2 in 1 (clone não licenciado) – Um console clone híbrido com capacidade de rodar os jogos SG-1000 e também do ColecoVision. Esse 2 em 1 foi possível devido ao fato de o ColecoVision e o SG-1000 possuírem hardware muito similares, conforme citamos na sessão de Hardware. Os dois consoles são equipados com a mesma CPU, chips de vídeo e de áudio.

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Foi fabricado pela Bit Corporation, uma empresa Taiwanesa de eletrônicos, e era equipado com dois slots diferentes, possuindo um design bem semelhante ao do Sega Mark-II e III.

Console Dina 2 in one clone do SG-1000
Console Dina 2 in one – Imagem Black Squirrel – segaretrogamer.org

Até mesmo o controle do Dina era inspirado no controle da Sega. E, além do controle clonado, ela trazia um teclado numérico no painel frontal, exclusivo para os jogos do Colecovision.

A construção geral era de baixa qualidade, visivelmente projetada com foco em baixo custo.

Apesar do Dina ser capaz de rodar jogos de ambos os consoles, ele não era compatível com nenhum acessório. O que inviabilizava jogar alguns jogos dependentes dos periféricos oficiais.

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Othello Multivision (clone licenciado) – Fabricado pela Tsukuda Original.

Como a ideia original da Sega para o computador SC-3000 era possibilitar que outros fabricantes licenciassem seus produtos, o Othello Multivision surgiu como um dos pouquíssimos casos. O grande objetivo da Sega era, a longo prazo, estabelecer um padrão de computadores a nível mundial.

Infelizmente, o surgimento de concorrentes muito fortes como o MSX levaram ao fracasso.

Console Othello Multivision clone do SG-1000
Console Othello Multivision – Imagem Black Squirrel – segaretro.org

O Othello Vision era compatível com cartuchos do SG-1000 e SC-3000, além de ter lançado seus próprios jogos e softwares com sua marca. Porém, não obteve grande sucesso de mercado, no final das contas.

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Legado

Hoje a Sega é uma das empresas mais icônicas da história dos videogames, mesmo não estado mais presente no mercado de consoles, ela deixou um legado com grandes nomes. O SG-1000 e o Mark II, os primeiros consoles lançados pela companhia japonesa foram apenas o início para uma onda de sucesso que perdurou até 1998, quando lançou seu último console, o DreamCast, e por fim pendurou as luvas.

Apesar disso, a Sega criou franquias que se tornaram clássicas, como Sonic, Phantasy Star, Streets of Rage e Shenmue.

O legado da Sega com o SG-1000 e o Mark II é uma parte esquecida da história dos videogames da Sega, mas que merece ser celebrada por todos os fãs. Afinal, o público brasileiro tem muitas lembranças e um carinho especial pela criadora do Sonic.

E aí, curtiu a viagem no tempo? Conta pra a gente aqui nos comentários se você já conhecia o bisavô do Master System. E não deixe de compartilhar com aquele seu amigo fã da Sega.

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