Luminal Point é aquele tipo de jogo que, de cara, parece ser só um clone inspirado diretamente em Resident Evil e Silent Hill do PlayStation 1.
A câmera distante, a névoa, os corredores apertados e a sensação constante de que o próximo passo pode ser uma péssima ideia trazem de volta nossas memórias de mansões infestadas, ruas vazias de cidades amaldiçoadas e save rooms que pareciam abraço de mãe.
Aqui, porém, quem puxa esse sentimento não é uma grande publisher, e sim um projeto indie que promete resgatar exatamente essa essência perdida.
Em vez de explosões e ritmo frenético, o foco volta para o medo construído devagar, para o som do próprio passo ecoando no vazio e para o prazer de explorar cenários cheios de mistério, como se cada porta trancada guardasse uma lembrança dos velhos tempos de terror no PS1.
A proposta de Luminal Point

Em Liminal Point, jogamos como Lyra Sterling, uma ex-estrela do rock que recebe uma mensagem de voz enigmática. Depois desse chamado, ela volta para Ashen Point, uma ilha coberta por névoa, tragédia e segredos.
A missão inicial parece simples, já que você precisa descobrir o que aconteceu com Mira, colega de banda desaparecida. A partir daí, o jogo assume um tom de investigação e horror psicológico em uma cidade fantasma que parece congelada no tempo. Nesse clima, surge aquela pitadinha de Silent Hill clássico que anda em falta nos jogos de terror modernos.
Conforme Lyra avança pelos cenários, ela encontra mensagens enigmáticas, criaturas indescritíveis que desafiam qualquer lógica e um passado assombrado que se recusa a ficar enterrado. A tensão cresce de maneira constante e faz cada nova área parecer mais ameaçadora que a anterior.
A cada novo passo, o mundo ao redor fica mais surreal e distorce a noção de realidade. Dessa forma, o jogo obriga Lyra a encarar os cantos mais profundos e sombrios da própria mente.

Em vez de apostar em jumpscares, Liminal Point pretende usar a ambientação como principal arma. Além disso, o visual isométrico cria uma distância desconfortável, como se a câmera lembrasse que você observa o colapso, mas não controla tudo.
Mas, não se engane, quem está esperando apenas um clone de Resident Evil deve encontrar algo um pouco mais refinado. A proposta soa introspectiva, quase como uma sessão de terapia em forma de pesadelo jogável. Em outras palavras, é uma versão moderna da fórmula atemporal do gênero
Atmosfera e mecânicas de gameplay

Nesse quesito, Liminal Point abraça sem vergonha as raízes do survival horror old school. Você administra munição, pensa duas vezes antes de entrar em combate e aprende rápido que recuar às vezes salva mais do que atirar.
Além disso, a estrutura reforça a comparação com a trilogia clássica de Resident Evil. Exploração de áreas interligadas, backtracking calculado, puzzles ambientais e aquele sentimento constante de vulnerabilidade.

Vale mencionar que os desenvolvedores da HideWorks também bebem em fontes mais recentes, como Signalis. Para reforçar o clima opressivo com ângulos que destacam corredores longos, salas apertadas e pontos cegos.
Em que pé está o projeto?
No momento, Liminal Point segue em desenvolvimento pela HideWorks como um projeto indie focado em experiência single player. Há duas semanas o jogo recebeu seu terceiro trailer revelando estar em estágio muito avançado.
O lançamento está previsto para 2026, ainda sem dia cravado, com versões confirmadas para PC via Steam e outras lojas digitais, além de PlayStation 5 e Xbox Series X|S. A campanha de divulgação aposta em trailers que mostram exploração, combates tensos e momentos mais surreais, em que realidade e pesadelo se misturam na cabeça de Lyra.
Ainda não existe uma demo, então qualquer análise precisa se apoiar no que os desenvolvedores revelaram até agora.
Mesmo assim, o recado já ficou claro: Luminal Point quer ser o tipo de jogo que você termina em poucas sessões, porém guarda na cabeça por semanas. Nada de mundo aberto cansativo ou checklist interminável; a promessa aqui gira em torno de ritmo contido, história fechada e progressão que recompensa atenção aos detalhes.
Para quem é Liminal Point
Se você sente saudade do clima da trilogia clássica de Resident Evil, com tensão constante, inventário apertado e cada corredor virando ameaça, Liminal Point entra fácil na sua wishlist. Além disso, o jogo deve conversar bem com fãs de narrativas mais densas, focadas em personagens quebrados, investigações pessoais e simbolismos espalhados pelos cenários.
No fim das contas, se você olha para as imagens de Liminal Point e sente o mesmo frio na barriga que sentia ao colocar o primeiro Resident Evil no console, esse projeto merece sua atenção.
Agora resta acompanhar o desenvolvimento, manter as expectativas no lugar certo e torcer para que, quando finalmente o jogo for lançado, a sensação seja parecida com desligar o videogame de madrugada: luz acesa e dúvida se dormir é mesmo uma boa ideia.













