PlayStation PC voltou aos holofotes depois que o jornalista Jez Corden afirmou em um podcast que a Sony estaria reconsiderando sua estratégia de levar grandes exclusivos ao PC.
Segundo Corden, a empresa “não vê retorno significativo” nos ports de títulos single-player e avalia que continuar liberando esses jogos para Steam e outras plataformas “não é prioridade” no momento.
“Eu estava falando sobre o PlayStation lançar jogos simultaneamente e levar títulos para o PC. Aí eu acabei desviando para a parte social do PlayStation. E o motivo de o Steam ter se tornado popular é porque, pelo menos em parte, acho eu, é mais fácil algo viralizar por lá. E você pensaria, logicamente, que o PlayStation gostaria de aproveitar isso, né? E fazer suas franquias viralizarem estando no Steam e em uma plataforma maior. […] Mas hoje eu ouvi exatamente o oposto, de uma fonte muito boa: que o PlayStation provavelmente está recuando no PC e que aqueles botões de cross-buy e a iconografia PlayStation PC vêm de builds antigas e nunca serão usados. […] Eu não investigo ativamente o que o PlayStation está fazendo, porque esse não é o meu foco.”
“Mas às vezes recebo informações sobre o PlayStation de forma acidental enquanto pesquiso coisas da Microsoft, que é o meu foco de fato. Mas parece que os jogos que o PlayStation lançou no PC não fizeram diferença (financeira) nenhuma para eles. Em parte porque foram lançados muito tarde, mas talvez eles tenham usado isso como evidência de que não devem avançar mais, que deveriam agir mais como a Nintendo e manter tudo mais exclusivo. Exceto jogos como serviço. […] Mas eu acho que esses grandes jogos single-player, como Yotei e tal, talvez simplesmente não venham para o PC, ou só cheguem anos depois”, disse Jez Corden.
Os sinais de recuo da Sony
Desde 2020, o PlayStation PC ajudou a expandir o alcance dos exclusivos que antes viviam apenas no PS4 e PS5. Títulos como God of War e Horizon Zero Dawn chegaram ao computador e encontraram um novo público. No entanto, apesar do engajamento, essa estratégia nunca representou uma fatia realmente expressiva do faturamento da Sony.
Segundo dados do site Alinea Analytics, jogos da PlayStation PC (via Steam e plataformas equivalentes) já geraram US$ 1,5 bilhão em receita bruta. Desses, aproximadamente US$ 1,2 bilhão ficaram com a Sony após a fatia da Valve/Steam.
Apesar desse bom retorno, a “divisão consoles + conteúdo tradicional” do PlayStation permanece dominante no faturamento da empresa. A geração mais recente, o PlayStation 5, por exemplo, acumulou US$ 136 bilhões em receita desde 2020 – incluindo hardware, software, acessórios e serviços.
Agora, Jez Corden sugere que a era PlayStation PC pode estar perto do fim. O jornalista aponta que muitos ports chegaram tarde demais – anos depois do lançamento original – e não trouxeram retorno financeiro compatível com o investimento. Ele observa que builds antigas, com ícones “PlayStation PC” e botões de cross-buy, estariam sendo abandonadas internamente.
A tendência de fuga em massa para o PC na próxima geração também liga sinal de alerta para a Sony. Com a chegada do novo Steam Machine e o avanço do SteamOS seria possível jogar os títulos de PlayStation PC em um Xbox. Mesmo que esses títulos jamais chegassem para o console da microsoft. Nesse cenário, a Sony teme diluir o valor de seu hardware se liberar jogos cedo demais fora do PlayStation.
Se esse recuo realmente se confirmar, grandes campanhas single-player podem voltar a ser exclusivas do PlayStation – ou receber janelas ainda mais longas antes de chegarem ao computador.
Mudança de estratégia do XBOX
Enquanto o PlayStation PC pode estar desacelerando, a Xbox segue por um caminho quase oposto. A Microsoft decidiu que seu futuro não depende mais de vender consoles, mas de criar um ecossistema onde tudo se conecta. Com o Xbox Cloud Gaming e o Game Pass, o jogador pode estar no PC, no celular, na TV ou até num navegador – e ainda assim está “no Xbox”. Isso muda completamente a forma como as pessoas se relacionam com uma marca de videogames.
O objetivo da Microsoft é simples: remover qualquer barreira entre jogador e jogo. Em vez de exigir que o público compre um hardware específico, a Xbox quer que o serviço seja o centro da experiência. Os números mostram que essa aposta vem ganhando força, já que o cloud registrou crescimento consistente no engajamento global, indicando que cada vez mais jogadores preferem flexibilidade ao invés de um console caro.
Essa estratégia cria um contraste direto com o que parece ser a nova postura da Sony. Enquanto o Xbox abraça a ideia de que tudo é Xbox, a PlayStation pode estar reforçando a visão tradicional de exclusividade, onde o console é o coração do negócio. Se o acesso fica mais limitado, o valor do hardware se mantém alto — e o lado emocional da exclusividade continua sendo um diferencial poderoso para fisgar fãs.
No final, estamos vendo duas filosofias opostas disputando a próxima década dos games: universalidade versus exclusividade. O público gamer e a economia é quem decidem qual vai vencer.
O que isso significa para o futuro do PlayStation PC
Vale lembrar que, nada disso ainda está confirmado oficialmente. A Sony ainda não se pronunciou de forma definitiva. Contudo, os rumores já reverberam forte na comunidade e, para muitos, faz total sentido.
É importante mencionar que Jez Corden é jornalista do Windows Central e um dos insiders mais conhecidos da indústria dos videogames. Mesmo que seja só especulação, pode ser que ele saiba mais do que pretendia revelar naquele bate-papo.
No entanto, se as tendências se concretizarem, jogadores de PC interessados em exclusivos da PlayStation precisarão rever expectativas, e talvez voltar a considerar ter um PlayStation 6.
Por outro lado, a disputa entre “exclusividade de console” e “acesso universal via nuvem” ganha força, deixando claro que o futuro dos games pode depender de escolhas estratégicas tão diferentes quanto o console tradicional e o streaming.
E você? Acha que a Sony deve continuar levando seus jogos ao PC ou proteger a exclusividade do PlayStation? Conta pra gente nos comentários!
