Steam Machine voltou com cara nova, hardware parrudo e um plano claro para a sala de estar. Depois do tropeço em 2015, a Valve anunciou hoje um PC compacto com SteamOS e promessa de desempenho até seis vezes maior que o Steam Deck.
A ideia é simples: ligar na TV, abrir sua biblioteca da Steam e jogar como num console – só que com as vantagens de um PC.
O que mudou desde o primeiro Steam Machine
Sendo bem direto ao ponto, em 2015, o Steam Machine falhou por três motivos: linha confusa de modelos, compatibilidade frágil no Linux e pouca coordenação com estúdios.
Agora o cenário mudou. Primeiro, a Valve aprendeu com o sucesso do Steam Deck. Graças ao Proton, milhares de jogos Windows rodam liso no SteamOS, com atualizações frequentes.
Além disso, a empresa fala em um único “padrão” de hardware – construído pela própria Valve – o que simplifica suporte, drivers e expectativas de performance.

Outro ponto importante: o Steam Machine chega com foco claro: sala de estar. Nada de “PC travestido de console” vendido por terceiros.
Ou seja, a promessa é 4K em muitos jogos e qualidade próxima de um PS5 Pro na TV, segundo a proposta inicial. Para quem já usa o Deck no dock, faz sentido. Com mais potência, você não precisará abrir mão presets gráficos mais altos em troca de estabilidade no framerate.
Novo ecossistema
A Valve confirma SteamOS, Big Picture aprimorado e integração total com a loja. Junte isso a um chipset AMD moderno (Zen 4 + RDNA 3) e você tem base sólida.
Porém, o segredo está no ecossistema. O selo Deck Verified criou uma linguagem de compatibilidade que o público entende. Agora, o Steam Machine herda essa métrica e, portanto, reduz a frustração. Além do mais, a Valve vem preparando um sistema de “compatibilidade SteamOS” mais amplo, o que ajuda quem pensa em dispositivos além do Deck.

O pacote de hardware novo não vem sozinho. A Valve também trouxe de volta o Steam Controller – repaginado – e revelou o Steam Frame, um headset de VR. Isso reforça a visão de plataforma de controle otimizado para sofá, PC de sala e um caminho claro para VR.
Para o público, isso significa investimento contínuo e incentivos para devs testarem e ajustarem seus jogos no Linux. Afinal, a compatibilidade do Linux em games sobre foi o ponto fraco. No entanto, o jogo está definitivamente virando.
Especificações técnicas
- Processador (CPU): AMD, arquitetura Zen 4, 6 núcleos e 12 threads, semipersonalizado. Até 4,8 GHz, com potência térmica de 30 W
- Placa de vídeo (GPU): AMD, 28 unidades de computação de arquitetura RDNA3, semipersonalizado. Frequência máxima estável de 2,45 GHz, com uma TDP de 110 W. DisplayPort 1.4 e HDMI 2.0.
- Memória: 16 GB de RAM (DDR5) + 8 GB de VRAM (GDDR6)
- Armazenamento: SSD NVMe de 512 GB ou SSD NVMe de 2 TB dependendo do modelo. Além disso, ambos incluem uma entrada de cartão microSD de alta velocidade.
- Conectividade: Wi-Fi 6E 2×2, Bluetooth 5.3, porta Gigabit Ethernet, duas portas USB-A 3.2 Gen 1 na parte frontal, duas portas USB-A 2.0 de alta velocidade na parte traseira e uma porta USB-C 3.2 Gen 2 na parte traseira.
- Sistema Operacional: SteamOS 3 (baseado no Arch Linux) com área de trabalho KDE Plasma
Por que o Steam Machine tem chance real agora

Três fatores jogam a favor:
- Primeiro, maturidade técnica: Proton, drivers e anticheat funcionam melhor em 2025 do que em 2015.
- Segundo, mensagem simples: um modelo da própria Valve reduz ruído, elimina a loteria de OEMs e facilita a vida de quem compra.
- Terceiro, momento de mercado: a geração atual de consoles alongou ciclos e subiu preços (demais). Portanto, um “console-PC” com biblioteca gigante e as promoções da Steam conversa bem com o nosso bolso – e com a curiosidade – de quem já estava e olho.
Claro, existem riscos. Preço final (ainda não confirmado) e variações de configuração que podem virar ruido. Além disso, alguns jogos com anticheat ainda precisam de ajustes. No entanto, a curva é muito mais suave hoje em dia.
Steam Machine é otimizado para jogos, mas ainda é um PC e isso deve ser levado em consideração.
Vale a pena ficar de olho?
Acima de tudo, se a Valve acertar comunicação, preço, suporte regional e estoque, o Steam Machine pode virar o caminho mais óbvio e chamativo para a migração em massa dos consoles para o PC. Silencioso, compacto e, dependendo da configuração, pronto para 4K, ele acena como a plataforma ideal para a próxima geração.
Sendo assim, para quem já se cansou dos preços elevados dos jogos e assinaturas nos consoles da atual geração, pode ser a ponte perfeita: praticidade de console com a liberdade de um PC gamer. O lançamento está previsto para o primeiro semestre de 2026 e muita coisa ainda pode rolar até lá.









