No dia 28 de abril, aos 80 anos faleceu Neal Adams. O lendário quadrinista foi responsável por grandes e revolucionarias mudanças da indústria dos HQ’s. Além de ilustrar, ele escreveu, editou e ajudou a criar vários personagens tanto da DC, quando da Marvel.
Leia também:
A notícia veio do jornal The Hollywood Reporter, que obteve a informação de Marilyn Adams, esposa de Adams. De acordo com as informações dadas, o artista estava em sua casa em Nova Iorque quando morreu de Sepse (infecção generalizada) no dia 28, quinta-feira. Ele deixa os filhos Josh, Jason e Joel, as filhas Kris e Zeea, os netos, Kelly, Kortney, Jade, Sebastian, Jane e Jaelyn, e seu pequeno bisneto Maximus.
Em um comunicado Josh Adams, um dos filhos do ator disse:
“Não foi até que eu me sentei em mesas em convenções ao lado das mesmas pessoas que eu via tratar meu pai com tanta reverência que eu entendi: ele era o pai deles também. A qualidade inegável era aquela que eu conhecia dele toda a minha vida: ele era um pai. Não apenas meu pai, mas um pai para todos que o conheceriam”
Neal Adams nasceu em 15 de junho de 1941 em Manhattan, cidade de Nova Iorque. Ele iniciou sua carreira ao começar a trabalhar na Archie Comics em 1959, ainda muito jovem, após terminar o ensino médio. Já que, antes disso acontecer, havia enviado uma amostra do seu trabalho para a DC que foi rejeitada. Já em 1960 ele também veio a trabalhar em Ben Casey, uma adaptação em quadrinhos de uma série médica da rede norte americana ABC. Ainda no ano de 1960, bem no finalzinho, o artista começou os seus trabalhos para a DC Comics, em títulos como Action Comics #356 e Superman’s Girlfriend, Lois Lane #79
No decorrer do seu tempo na DC, Adams acabou criando e ajudando a apresentar vários personagens da empresa, que hoje são inesquecíveis. Até então, ele ficou muito conhecido por suas ilustrações em Batman, em parceria com escritor Dennis O’Neil. Na época, ambos acabaram revitalizando o personagem, que naquele tempo, devido a série de televisão com o ator Adam West possuía um ar mais cômico. Entretanto, eles conseguiram transformar o personagem através do HQ, em um tom sombrio que hoje conhecemos como o Cavaleiro das Trevas. Adams acrescentava características realistas aos heróis, com traços bem diferentes do que era comum na época.
Durante o período que trabalhou com Batman, Neal criou muitos personagens, conhecidos e amados pelo público. Entre eles: Morcego Humano, Ra’s al Ghul e também Talia al Ghul. Mas engana-se quem acredita que ele reestruturou apenas o homem-morcego. Novamente, junto com O’Neil, eles também remodelaram tanto o Lanterna Verde quanto o Arqueiro Verde. Em Lanterna Verde #87 do ano de 1972, aparecia pela primeira vez Jon Stewart, o segundo super-herói afro-americano a aparecer na DC Comics. Sendo até hoje o Lanterna Verde favorito dos fãs.
Logo depois, no final de 1960 e início dos anos 70, Adams também trabalhou em títulos da Marvel Comics. Sendo seu primeiro trabalho da empresa, na saga X-Men com Roy Thomas. Está, por sinal estava prestes a ser cancelada mas conseguiu ser salva pelos artistas. Depois, ainda seguiu trabalhando em Os Vingadores entre outros.
Neal Adams era um homem muito a frente do seu tempo, e durante a década de 70, além de toda sua influência artística, foi um homem politicamente ativo dentro da indústria. Com o intuito de unificar a comunidade criativa, promoveu os direitos sobre a comercialização e melhoria nas condições de trabalho dos artistas. Mudando para sempre a indústria dos quadrinhos, seus esforços ajudaram a criar uma nova indústria com costumes originais e com grande aumento de ganhos ao vender originais para os grandes colecionadores.
Por fim, ajudou os criadores do Superman, Jerry Siegel e Joe Shuster que até então não haviam conquistado nenhum crédito ou remuneração pelo personagem da DC a garantir o merecido reconhecimento ganhando por décadas de trabalho acumulado. Stan Lee, também se beneficiou da ajuda de Adams, que ao criar Academy of Comic Book Arts na década de 1970. Assim, Neal Adams, acabou garantindo o posto de presidente da organização, que foi projetada para lutar pelos direitos criativos de escritores e artistas.
Novamente, seu filho Josh Adams disse:
“Meu pai era uma força, sua carreira foi definida por um talento artístico inigualável e um caráter inabalável que o levou a lutar constantemente por seus colegas e por aqueles que precisavam. Ele se tornaria conhecido na indústria de quadrinhos como um dos os criadores mais influentes de todos os tempos e defensores dos direitos sociais e dos criadores.Quando via um problema, não hesitava.”
Ao mesmo que realizada grandes feitos, Adams continuava com seu trabalho criativo. Além disso, se envolveu com assuntos do cinema enquanto ilustrava os livros da série Tarzan. Durante a onde dos quadrinhos independentes, no inicio dos anos 80, ele trabalhou com a editora Pacific Comics e algumas outras. Portanto, em 1984 ele fundou sua própria editora a Continuity Comics, uma subsidiária da Continuity Associates. Durante essa época, lançou os personagens: Bucky O’Hare, Os guerreiros Esqueletos, CyberRad e Ms. Mystic.
No conta de Twitter oficial da Marvel postou uma nota dizendo:
“A Marvel está entristecida por saber que o artista Neal Adams faleceu. O estilo fotorrealista de Neal ajudou a moldar o Universo Marvel e foi além, inspirando gerações de artistas enquanto defendeu sua mentoria e crescimento. Nossos pensamentos estão com sua família e entes queridos neste momento”
Com um legado incrível, uma carreira cheia de bons feitos e uma lição para todos nós, Neal Adams infelizmente nos deixa, mas não antes de revolucionar a indústria que tanto amava e lutava.