A Naughty Dog surpreendeu os fãs de The Last of Us Part II Remastered com uma atualização inesperada de seu título AAA mais icônico: o modo “Chronological Experience”.
Agora, pela primeira vez, é possível vivenciar a jornada de Ellie e Abby em ordem cronológica, do início ao fim, sem os saltos temporais e cortes narrativos que marcaram a experiência original.
Para muitos, é uma oportunidade de revisitar a trama sob uma nova perspectiva. Mas para outros, a novidade levanta uma questão delicada: será que organizar tudo de forma linear não tira a força emocional da história?
A linha do tempo como você nunca viu
Na versão original de The Last of Us Part II, a narrativa alternava entre o presente e flashbacks, construindo aos poucos o quebra-cabeça emocional de cada personagem.
O novo modo, por outro lado, reorganiza todos os eventos em uma sequência contínua. Você acompanha o passado da Ellie e Joel, a ascensão da Abby, e a queda brutal de ambos os lados… sem interrupções.
Essa abordagem oferece uma visão mais clara das motivações e consequências de cada ação.
Para quem já conhece cada detalhe da história, o modo cronológico pode até revelar conexões e sutilezas que antes passavam despercebidas.
Como por exemplo:
A dor de Joel e Ellie se torna mais palpável logo no início: No original, vemos o relacionamento entre os dois em fragmentos e flashbacks.
No modo cronológico, o impacto da queda da relação entre Joel e Ellie (após a revelação sobre os Vagalumes) vem logo após a introdução dos personagens, tornando o afastamento muito mais gradual e doloroso.
A história de Abby ganha mais peso antes do ponto de virada: Na versão linear, você acompanha a vida de Abby desde o início e entende melhor suas motivações antes do ataque a Joel.
Isso muda completamente a perspectiva do jogador: ela deixa de ser “a vilã” e se torna alguém que você compreende desde o princípio.
Paralelos entre Abby e Ellie ficam evidentes: Podemos dizer que as jornadas das duas são extremamente similares. Por exemplo, a perda, a vingança e as consequências devastadoras. No modo cronológico, esses paralelos aparecem de forma mais orgânica, com o arco de Abby ressoando como um espelho invertido do de Ellie.
A escalada de violência é mais progressiva e sufocante: Em vez de alternar entre momentos tensos e respiros emocionais, o modo cronológico coloca toda a sequência de eventos violentos numa linha direta.
Isso faz com que o peso das escolhas tanto da Ellie, quanto da Abby, pareça ainda mais avassalador.
Novo troféu e skins
Além do novo modo de jogar, o patch gratuito adiciona um novo triféu “Eu Teria Feito Tudo Igual”.
Não só isso, os jogadores foram presenteados com skins exclusivas inspiradas em Uncharted para Ellie, Joel e Tommy.
Os fãs mais atentos da Naughty Dog vão reconhecer as roupas clássicas de Nathan Drake e Sam Drake, que podem ser desbloqueadas no modo “Sem volta“.
É o tipo de detalhe que transforma um simples replay em algo colecionável. O “mimo” faz parte da comemoração de 40 anos do estúdio.
Não é para todo mundo – Literalmente
Nas redes sociais, a recepção foi mista. Muitos elogiaram a iniciativa como um presente para veteranos, enquanto outros criticam que a mudança pode estragar o impacto das revelações narrativas — que, no The Last of Us Part II original, foram cuidadosamente construídas para chocar e emocionar.
Seja como for, a atualização reacendeu o interesse no jogo e já está disponível para todos os jogadores no PlayStation 5 (Patch 2.1.0) e PC (Patch 1.5 trazendo correções de bugs e melhorias na performance).
Contudo se você ainda faz parte da enorme base de jogadores do PS4, infelizmente não poderá experimentar a nova forma de narrativa — será necessário ter a versão Remastered. – Que vacilo, Naughty Dog!