Análise | Bailarina – Do Universo de John Wick

Bailarina: Do Universo de John Wick
Bailarina: Do Universo de John Wick/Teaser oficial - Imagem: Lionsgate

“Bailarina: Do Universo de John Wick”, começa com Eve Macarro, filha de Javier, um membro da Ruska Roma, e de sua mãe, integrante de um culto enigmático, é filha de dois assassinos. Quando Eve era pequena, Javier a salvou do Culto, resultando no trágico falecimento da mãe dela e iniciando a perseguição do Culto à sua família. 

Depois de um ataque violento à sua casa, que resultou na morte de Javier, Eve consegue escapar com a ajuda dele e acaba sob a proteção de Winston Scott, do Continental de Nova York. Winston a transfere para a família Ruska Roma, onde é acolhida pela Diretora e inicia um rigoroso treinamento como bailarina e assassina.

Nos próximos doze anos, Eve evolui como uma lutadora habilidosa, encontrando ocasionalmente John Wick, que tenta persuadi-la a deixar o universo da violência. Após se graduar, ela assume seu primeiro trabalho como guarda-costas, porém sua vida sofre uma mudança drástica após ser atacada por um assassino associado ao culto. 

Proibida de buscar vingança, Eve contraria as ordens e percorre um caminho sangrento por Nova York, Praga e Hallstatt, desvendando ligações familiares surpreendentes: sua rival Lena é sua irmã gêmea, e o líder do Culto, o Chanceler, é seu avô.

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Com o culto declarando guerra aos Ruska Roma, John Wick é designado para matá-la, porém, ao perceber sua dor, ele a salva. Ele lhe concede um período para finalizar sua vingança. Eve assassina o Chanceler e salva Ela, a sobrinha dele, antes de regressar ao Continental. Agora com um novo prêmio em sua cabeça, Deve se transforma em um novo alvo do submundo, concluindo sua viagem com a garantia de que sua batalha ainda não chegou ao fim.

Direção de John Wick

Len Wiseman dirigiu “Bailarina – Do Universo de John Wick”, ele esteve à frente de grandes obras como “Anjos da Noite”, “Duro de Matar 4.0”, e “O Vingador do Futuro”. A saga John Wick ganhou uma identidade visual cada vez mais consistente e estilizada, podemos ver o ápice desse visual em “John Wick: Baba Yaga” que em geral apresenta cenários iluminados com neon, ou sempre com uma iluminação direta, realçando bem a dramaticidade do filme.

Podemos ver muitos elementos em comum em “Bailarina – Do Universo de John Wick”. Além disso, podemos ver um forte apelo na dinâmica das câmeras, como  quando Eve está prestes a virar na esquina e é atingida por outro carro. Inicialmente, a câmera captura um plano geral e aberto, e à medida que o motorista arrasta o carro de Eve a câmera se aproxima também. Essa cena é muito interessante e a partir disso podemos ver que ainda há um potencial enorme para ser explorado na cinematografia.

Vale ressaltar que Chad Stahelski foi o produtor desse Spin-Off, com certeza o cineasta contribuiu muito para preservar a identidade visual que tanto caracteriza a franquia. A direção de Len Wiseman, juntamente com a supervisão de Chad Stahelski, proporciona um trabalho que honra o patrimônio visual e narrativo da saga original, enquanto abre novas perspectivas para o universo. 

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Com sequências marcantes, uma dinâmica de câmera impecável e um ambiente repleto de estilo, o longa-metragem confirma a capacidade do universo John Wick de continuar se expandindo de maneira criativa e visualmente marcante.

Crítica

“Bailarina – Do Universo de John Wick”, mesmo com a intenção de investigar o passado trágico de Eve, que presenciou a morte do pai e cresceu em um ambiente desumano, não consegue sustentar um drama verdadeiramente tocante durante a maior parte da história. Comparando a John Wick, cujo principal motivo é a morte da esposa, a relação entre Eve e Javier (seu pai) é retratada de maneira apressada e sem a mesma intensidade emocional. Quando Javier cai na praia e morre diante dela, a cena não causa grande impacto; poderia ter sido ainda mais impactante se ele aceitasse a oferta do Chanceler e tirasse a própria vida para salvá-la.

No entanto, o filme alcança certa profundidade no último ato. A descoberta de que Lena é irmã de Eve provoca um impacto emocional legítimo, e a decisão de John de poupá-la, dando-lhe a oportunidade de vingar a família, adiciona elementos de empatia e dramaticidade. 

Em resumo, Bailarina mantém sua excelência em estética e fotografia, porém a intensidade emocional só se revela neste final. Esta falta de consistência pode justificar parte do seu desempenho aquém do esperado perante a crítica e o público. No entanto, o spin-off obteve uma classificação de 7,2/10 estrelas no IMDb, indicando que, mesmo sendo imperfeito, conquistou seu público.

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Orçamento e bilheteria de Bailarina – Do Universo de John Wick

“Bailarina – Do Universo de John Wick” custou cerca de US$ 90 milhões, o que possibilitou a criação de uma obra com tanta qualidade quanto os outros filmes. Esse Spin-Off foi lançado mundialmente entre os dias 4 e 6 de junho, até a publicação dessa análise, o filme arrecadou cerca de US$ 100 milhões. O marketing do filme não se mostrou tão amplo, e pouco se fala do filme nas grandes mídias. Outro sinal ruim sobre o desempenho desse filme é que arrecadou US$ 24 milhões nas bilheterias domésticas. Tal quantia, é abaixo do esperado para filmes de franquias bem estabelecidas.

Com esses dados, “Bailarina – Do Universo de John Wick” se depara com um contexto comercial sensível. Apesar de ter sido tecnicamente bem elaborado e visualmente coerente com a identidade da franquia, o longa ainda não teve o impacto financeiro previsto. A pequena arrecadação sugere que o público pode não ter atraído tanto quanto se esperava. Ademais, a escassa exposição na mídia e o marketing restrito limitaram sua visibilidade. 

Embora o spin-off faça parte de uma franquia estabelecida, parece que não despertou o mesmo interesse que os títulos principais. É necessário monitorar seu desempenho em plataformas online e no mercado global, onde pode encontrar uma receptividade mais positiva.

Melhores cenas de Bailarina – Do Universo de John Wick

Bailarina – Do Universo de John Wick expande o universo brutal e ornamentado da série com uma nova personagem principal. O filme apresenta performances de ação impactantes e um ambiente repleto de tensão e estética sofisticada. A obra proporciona momentos visualmente impressionantes e sequências que mesclam violência coreografada com emoção reprimida.  Alguns do momentos mais impactantes do filme são: 

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Teste final: quando Eve e outra aluna da da Ruska Roma ficam frente a frente para fazer o último teste. As duas têm um tempo limitado para montar uma arma, e a primeira que monta o revólver. Nofim, Eve, não vê outra opção a não ser disparar na cabeça de sua colega.

A chegada de Baba Yaga: Após Eve desobedecer a Diretora, e invadir a vila de Chancellor, os líderes não têm outra escolha a não ser convocar John Wick para “conter” a jovem assassina. Em um combate, o Baba Yaga tem diversas oportunidades de acabar com Eve porém exige. Curiosamente, essa é uma das cenas que mais dá profundidade emocional ao filme.

Quebra de expectativas: Em um determinado momento Eve entra em uma taverna, e logo depois é atacada pelos homens de Chancellor. Uma personagem que se destacou bastante é uma cozinheira com uma habilidade surpreendente com armas brancas. Eve e a cozinheira inesperadamente quebram pratos uma na outra durante um bom tempo. A cena é a mais inusitada pois é um alívio cômico para um obra com o tom tão sério e sombrio.

Nesta seleção, destacamos as cenas mais memoráveis do filme, aquelas que realmente se sobressaem. Seja pela construção dramática, pela execução técnica ou pelo impacto visual, tudo isso contribuiu para consolidar a identidade da série.

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Trilha sonora do filme

A dupla Tyler Bates & Joel J. compôs a trilha sonora de “Bailarina – Do Universo de John Wick”. Richard, responsável também pelas canções de todos os filmes anteriores da série John Wick. Possui aproximadamente 25 faixas e se destaca pelo uso de elementos eletrônicos vibrantes, combinação de sintetizadores e percussão. Além disso, há temas orquestrais intensos que se harmonizam com o clima tenso e estilizado do filme.

Uma faixa que resume bem o  estilo de todo o álbum é “Ballerine Code”, que apresenta batidas eletrônicas. A canção combina sintetizadores vibrantes com uma batida tensa e sedutora. Dessa forma, espelhou as influências techno presentes na trilha principal composta por Bates e Richard, que conferem urgência e vigor às sequências de ação.

Conclusão

“Bailarina – Do Universo de John Wick” tem um início bem clichê e nada cativante. Porém, o primeiro ato inteiro parece uma uma cópia de vários filmes. Por exemplo, a velha história do fraco que perdeu o pai e busca vingança anos depois, presente em filmes como “Jogos Vorazes”, “Viúva Negra”, e “Red Sparrow”. Não há problema em usar velhos contos, se incluir elementos inovadores na trama. Essa inclusão só aconteceu no fim do segundo ato, com as revelações da irmã de Eve (Lena), com a adição Pine e Ella e a relação conflituosa entre Chancellor. 

Em outras palavras, esse filme demora bastante para ficar verdadeiramente interessante. Apesar de tudo, é inegável que “Bailarina – Do Universo de John Wick” é um dos melhores filmes de 2025. A ação alucinante e a imprevisibilidade do roteiro a partir do segundo ato torna essa obra envolvente e cativante. Por fim, espero que essa análise tenha ampliado sua percepção sobre este filme. Até a próxima!

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