Recentemente, o mundo dos games foi sacudido por uma notícia sobre o Xbox que poucos esperavam – ou talvez muitos temessem.
A Microsoft anunciou a demissão de cerca de 9 mil funcionários, um corte massivo que representa aproximadamente 4% de sua força de trabalho global.
O impacto foi sentido como um terremoto na divisão de jogos. Estúdios inteiros fecharam as portas, e projetos ambiciosos foram abruptamente retirados do lineup de lançamentos futuros.
A justificativa oficial fala em uma “reestruturação estratégica” para focar em serviços, nuvem e inteligência artificial.
Parece uma jogada calculada para agradar acionistas e preparar terreno para um futuro mais conectado e automatizado. Mas, para fãs e especialistas, a decisão soa como o prenúncio de uma nova fase para o Xbox – e sejamos sinceros, não necessariamente uma melhor.
Cancelamento de Grandes Projetos
Se a notícia das demissões já era pesada, a lista de jogos cancelados foi um verdadeiro soco no estômago dos jogadores.
O revival de Perfect Dark, que prometia ressuscitar uma franquia amada, foi engavetado junto com o fechamento da The Initiative, estúdio criado especialmente para dar vida ao projeto.
Aliás, falando nesse estúdio… The Initiative nasceu com uma missão de ser o berço de grandes exclusivos para o Xbox, capazes de competir com a Sony e Nintendo.
Porém, sete anos depois, em 2 de julho de 2025, suas portas foram fechadas sem que sequer tivesse a chance de mostrar ao mundo um único jogo.
O primeiro jogo da The Initiative seria um reboot de Perfect Dark, uma franquia icônica do Nintendo 64. Mas o projeto nunca viu a luz do dia.
O estúdio, que carregava a expectativa de ser uma “super equipe de elite”, acabou se tornando um símbolo da estratégia falha da Microsoft para exclusivos.
E não parou por aí. Everwild, título misterioso da Rare que intrigava pela proposta artística, também foi descontinuado. A ZeniMax Online Studios perdeu Project Blackbird, e outros projetos menores ficaram suspensos ou foram simplesmente eliminados.
A sensação é de que a Microsoft apertou o botão de reset… só que com mais perdas do que ganhos.
Impacto nos Estúdios
A onda de cortes atingiu alguns dos estúdios mais emblemáticos da marca.
A Turn 10 Studios, conhecida por Forza Motorsport, sofreu uma redução drástica em sua equipe — quase metade foi dispensada.
Vale mencionar que rumores já questionam se o futuro da franquia automobilística está comprometido.
A Rare e a King também perderam dezenas de funcionários, enquanto divisões da Activision Blizzard recém-adquirida (como Raven e Sledgehammer) foram forçadas a enxugar equipes.
A promessa de um “super ecossistema de jogos” após a compra bilionária da Activision começa a parecer um castelo de cartas.
Phil Spencer Se Pronuncia
Phil Spencer, o líder da divisão Xbox, tentou tranquilizar o público ao afirmar que a estratégia visa tornar a empresa “mais ágil e competitiva”. – hum, será mesmo??
Mas o discurso não convenceu a todos. Para críticos, o foco crescente no Game Pass e em IA está drenando recursos de onde realmente importa: os grandes exclusivos que definem uma plataforma.
A polêmica ganhou ainda mais combustível quando, Matt Turnbull, um produtor do Xbox sugeriu que os funcionários demitidos usassem modelos de IA (tipo o Copilot da Microsoft?) como apoio emocional e ferramenta para recolocação profissional.
“Estes são tempos realmente difíceis, e se você está enfrentando uma demissão — ou até mesmo se preparando silenciosamente para uma — saiba que você não está sozinho e não precisa passar por isso sozinho.
Sei que esse tipo de ferramenta gera sentimentos fortes nas pessoas, mas seria negligente da minha parte não tentar oferecer o melhor conselho possível dadas as circunstâncias. Tenho experimentado maneiras de usar ferramentas de IA com modelos de linguagem (como o ChatGPT ou o Copilot) para ajudar a reduzir a carga emocional e cognitiva que vem com a perda de um emprego.”
Para muitos, a declaração foi vista como fria e desumana. Uma metáfora perfeita para o distanciamento da Microsoft de suas raízes criativas.
Agora, o futuro da divisão Xbox parece mais incerto do que nunca. Estúdios fechados, projetos no limbo e uma comunidade gamer dividida sobre os rumos da marca. Será que a Microsoft conseguirá reverter o cenário… ou essa é a ponta do iceberg de uma crise ainda maior?
Game Pass Seria o Culpado?
Enquanto estúdios fecham as portas, o Game Pass segue como um pilar rentável.
Segundo a Microsoft, o serviço já alcançou 35 milhões de assinantes globais e continua “lucrativo” mesmo com os exclusivos sendo disponibilizados no primeiro dia.
Mas há um detalhe importante: o Game Pass opera com um relatório financeiro separado dos jogos vendidos individualmente.
Isso significa que a queda nas vendas unitárias não impacta diretamente o serviço, o que reforça o modelo de priorizar assinaturas acima de tudo.
Veja bem, se um jogo exclusivo não vende bem porque já está incluído “de graça” no Game Pass, isso não pesa no balanço do serviço — mas pesa no balanço do estúdio que o produziu.
Muitos analistas acreditam que essa estratégia desestimula investimentos em jogos ambiciosos e prioriza títulos que “segurem o usuário na assinatura” com atualizações constantes (Games as a Service).
Esse modelo pode até parecer revolucionário, mas carrega um efeito colateral devastador: ele desincentiva a criação de jogos ousados, arriscados, únicos.
E no fim, é sempre o mesmo resultado trágico: estúdios fecham, projetos são engavetados e franquias promissoras viram pó. A The Initiative que o diga.
Será que o Game Pass, criado para democratizar o acesso aos games, não está, ironicamente, matando o núcleo criativo do Xbox?