Análise | O Hobbit: Uma Jornada Inesperada

O Hobbit: Uma Jornada Inesperada
O Hobbit: Uma Jornada Inesperada/Teaser oficial - Imagem: Warner Bros. Pictures/New Line Cinema

Bilbo Bolseiro, um hobbit tranquilo e apegado à sua vida sossegada no Condado, é pego de surpresa pela visita do mago Gandalf, o Cinzento, que o envolve em uma jornada inesperada. O bolseiro é convocado para fazer parte de um grupo de treze anões comandado por Thorin Escudo de Carvalho, com a missão de recuperar o antigo reino de Erebor, que foi conquistado há muitos anos pelo temido dragão Smaug. O pequeno Hobbit, que no começo hesita, acaba aceitando o chamado e partindo em uma aventura cheia de perigos.

Durante a jornada, o grupo se depara com perigos como trolls, goblins, orcs e até gigantes de pedra. Simultaneamente, uma sombra crescente se abate sobre a Terra-média com o aparecimento do enigmático Necromante, cuja existência está corrompendo a floresta de Greenwood. Radagast, o Castanho, alerta Gandalf sobre essa ameaça, que mais tarde se revela ligada ao retorno de Sauron. Em Valfenda, os heróis recebem ajuda de Elrond, Galadriel e Saruman, embora nem todos concordem com a missão dos anões.

Bilbo se desvia do grupo durante uma fuga pelos túneis goblins e encontra a criatura Gollum. Em um jogo de enigmas, ele consegue escapar ao descobrir acidentalmente um anel mágico que proporciona invisibilidade, o Um Anel, elemento central nos acontecimentos futuros da Terra-média. Bilbo encontra os anões e, sem contar sobre o achado, salva Thorin em uma batalha contra o orc Azog, conquistando seu respeito.

Após serem salvos por águias enormes, a jornada continua, e ao chegarem a Carrock, o grupo avista a Montanha Solitária ao longe. Dentro dela, Smaug acorda, indicando que a verdadeira provação ainda está por vir.

Direção de O Hobbit: Uma Jornada Inesperada

Peter Jackson, o mesmo cineasta que dirigiu “O Senhor dos Anéis: A Sociedade do Anel”, “O Senhor dos Anéis: As Duas Torres” e “O Senhor dos Anéis: O Retorno do Rei”, retornou na direção de O Hobbit: Uma Jornada Inesperada. Jackson tem uma identidade visual única, e seu trabalhos se destacam por fazer uso magistral de efeitos de computação gráfica, como por exemplo King Kong (2005).

A princípio, Guillermo del Toro seria o diretor de O Hobbit, porém ele abandonou o projeto por conta de atrasos na produção. Ainda assim, del Toro participou do desenvolvimento visual e do roteiro antes de sua saída, sendo reconhecido como coautor do roteiro. 

Essa adaptação, adaptação nos mostra a beleza da terra média, então cores com bastante saturação estão constantes no filme. Por exemplo, no início do filme, Bilbo passeia pelo vilarejo Hobbiton. O figurino dos personagens são roupas de época, cores marrons e longas, nada extravagantes, isso torna o filme bem mais convincente, graças ao figurinista Ann Maskrey e sua equipe. 

Além disso, Jackson não apenas adaptou “O Hobbit”, como também utilizou os apêndices de O Senhor dos Anéis para incluir personagens e acontecimentos que não estavam presentes no livro. 

Apesar de O Hobbit ser uma história infantil, Jackson imprimiu um tom mais maduro, sombrio e dramático. O apelo visual que o diretor conseguiu projetar, rendeu para esse filme o prêmio BAFTA na categoria de melhores efeitos visuais. Assim, Jackson demonstrou um altíssimo nível de direção nessa adaptação.

Em que foi baseado O Hobbit: Uma Jornada Inesperada?

“O Hobbit: Uma Jornada Inesperada” (2012) teve como base o livro “O Hobbit”, de J.R.R. Tolkien e foi publicado pela primeira vez em 1937. O livro é um romance de fantasia que funciona como uma introdução ao mundo da Terra-média, que é mais desenvolvido em O Senhor dos Anéis.

Exatamente isso, diferentemente dos filmes, o livro “O Hobbit” foi publicado antes da trilogia de “O Senhor dos Aneis”. Além disso, há algumas diferenças entre o filme e os livros. Por exemplo, Tolkien escreveu O Hobbit como um presente para seus filhos. O estilo é mais leve, utilizando uma linguagem simples e até incorporando momentos de humor direto. Em outras palavras, o livro tem um tom mais leve e infantil.

Tolkien escreveu O Hobbit como uma obra voltada para o público infantil, porém, devido ao seu sucesso, a editora solicitou uma sequência. Isso o levou a criar O Senhor dos Anéis, uma obra com um tom mais sombrio, complexo e épico, que amplia e aprofunda o universo da Terra-média apresentado em O Hobbit.

Diferenças entre o filme e o livro

O Hobbit: Uma Jornada Inesperada, é uma das adaptações mais lindas da franquia de filmes. Contudo, como toda e qualquer adaptação, há diversas mudanças entre o filme e o livro. Por exemplo, no livro, Azog está morto há muito tempo antes da jornada de Bilbo começar (morto por Dáin Pé-de-Ferro). No filme, Azog é o grande antagonista, um orc implacável que persegue Thorin durante toda a trilogia. Sua presença cria uma tensão e um conflito contínuo que não existe no original. Algumas das outras mudanças são:

O Necromante: No livro, o “Necromante” é mencionado de forma breve e indireta. No filme, há cenas inteiras com Galadriel, Saruman e Gandalf discutindo a ameaça crescente de Sauron (Dol Guldur).

Radagast, o amante de cogumelos: No livro, Radagast é mencionado brevemente. No filme, tem papel ativo, aparece com coelhos gigantes, investiga Dol Guldur e interage com Gandalf, sendo um dos primeiros a alertar sobre a presença do Necromante na Terra Média.

Ancoragem para Senhor dos Anéis: O livro é uma história independente e autocontida. O filme, acrescenta vários elementos e personagens são inseridos para criar continuidade com a trilogia seguinte. Por exemplo, o encontro de Gollum e o próprio Bilbo, se Bilbo não tivesse tomado posse do anel de Sauron, Frodo não teria não haveria o início dos eventos de Senhor dos Anéis.

Há várias outras mudanças além dessas que iremos destacar nas análises sobre as sequências deste filme. Ao integrar ameaças globais e personagens conhecidos de *O Senhor dos Anéis*, o filme expande a dimensão da história original. Como resultado, temos uma versão mais épica e interligada, que converte uma aventura modesta em um vínculo fundamental na mitologia da Terra-média.

Orçamento e bilheteria do filme

O Hobbit: Uma Jornada Inesperada, teve um orçamento estimado em US$ 200 milhões, isso possibilitou, uma produção meticulosa, e caprichada. O filme se tornou um verdadeiro sucesso comercial. Essa adaptação, arrecadou  uma quantia exorbitante deUS$ 1. 017 bilhões. Se arrancarmos “O Hobbit: Uma Jornada Inesperada”, teve a segunda maior bilheteria de 2012, perdendo somente para “Os Vingadores”.

Esse sucesso destaca tanto a força da marca “Terra-média” quanto a capacidade de Peter Jackson de converter uma história clássica em um evento cinematográfico de grande escala. Mesmo diante de críticas quanto ao ritmo e à fidelidade ao material original, o filme consolidou seu lugar como um marco de bilheteria e reafirmou o apelo duradouro do universo criado por Tolkien.

Crítica

Esse filme foi muito bem recebido pelo público que em geral, apontam a qualidade visual e narrativa que o filme “O Hobbit Uma Jornada Inesperada” apresentou. Particularmente, o resgate a elementos característicos da trilogia clássica, que apela para os cenários amplos e épicos da terra média, personagens encantados como, elfos, trolls e ogros, torna esse filme uma obra prima. Em outras palavras, tudo que há de melhor nos romances de Tolkien, e na trilogia clássica de 2001-2003, está presente nessa adaptação.

De fato, esse compromisso com a essência da franquia “O Senhor dos Anéis” foi respeitado, e isso teve muita importância para conquistar a atenção do público. Em grandes portais como o Metacritics, o longa- metragem alcançou uma pontuação impressionante de 8.2/10 por parte do grande público. Além disso, no IMDB O Hobbit Uma Jornada Inesperada obteve 7.8/10 estrelas, uma pontuação acima da média para os padrões normais. Portanto, podemos concluir que essa obra conquistou a audiência, e se destaca, até hoje, como uma das melhores produções da franquia.

Trilha sonora de O Hobbit: Uma Jornada Inesperada

A trilha sonora de “O Hobbit: Uma Jornada Inespera” foi composta por Howard Shore, e se destaca pelo tom medieval e leve. Em suma, melodias de instrumentos de arco de de sopro como violinos e flautas ecoam sobre episódios fantasiosos dentro do filme. O tema dos anões/Erebor é majestoso, melancólico e heroico. 

Ele aparece em várias formas, desde o canto coral profundo (“Misty Mountains”) até variações orquestrais épicas. Além disso, a trilha usa orquestra completa e coros, especialmente em momentos grandiosos como o prólogo de Erebor ou confrontos com os orcs. O álbum desse filme, conquistou ASCAP Film and Television Music Awards, na categoria de Melhor Trilha Sonora do Ano, categoria concorrida com obras como Skyfall e Life of Pi.

Conclusão

“Saruman acredita que só um grande poder pode manter o mal sob controle. Mas não é isso que eu descobri. Eu descobri que são as pequenas coisas, os atos cotidianos de pessoas comuns, que mantêm o mal afastado. Pequenos gestos de bondade e amor”. Essas palavras, resumem a essência e a mensagem principal desse filme.

“O Hobbit: Uma Jornada Inesperada”, é um conto épico cheio de decisões criativas que dão ainda mais sentido à obra. Por fim, o conforto que as músicas causam, as situações surreais que Bilbo e os Anões se metem, as criaturas bem desenvolvidas através de CGI, tornam essa obra, uma imersão realista em um mundo que muito sonha em viver. Espero que essa análise tenha ajudado você a ter uma melhor percepção sobre a narrativa do longa. Até a próxima!

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