Peter Jackson é um dos mais importantes nomes da história do cinema mundial recente, com uma carreira consolidada como cineasta, estando a frente de filmes como da trilogia de O Senhor dos Anéis.
E, neste artigo, vamos mergulhar juntos na história e nos principais trabalhos de sua carreira. Acompanhe!
Fatos rápidos sobre Peter Jackson
- Nome completo – Peter Robert Jackson
- Nacionalidade – neozelandês
- Data de nascimento – 31 de outubro de 1961
- Pais – Bill Jackson e Joan Jackson
- Famoso como – cineasta
Quem é Peter Jackson?
Peter Jackson é um cineasta, produtor e roteirista neozelandês de renome internacional, famoso por dirigir os filmes das trilogias O Senhor dos Anéis e O Hobbit, além de clássicos como King Kong.
Ele é um dos diretores de cinema com maior bilheteria de todos os tempos. Para se ter uma ideia, somando apenas os faturamentos dos filmes citados acima, ele já arrecadou mais de US$ 6,5 bilhões ao redor do mundo.
Um ponto interessante é que na grande maioria de seus trabalhos, Peter Jackson exerce múltiplas funções, unindo direção, roteiro e produção, inclusive, atuando em alguns casos.
Biografia de Peter Jackson
Infância
Peter Jackson nasceu na cidade de Wellington, que é a capital da Nova Zelândia, mas foi criado em um dos seus subúrbios, o Pukerua Bay, que fica à beira-mar no extremo sul da costa de Kapiti, cidade de Poriruá, na região de Wellington. Ele é filho de dois imigrantes ingleses. Joan, sua mãe, era uma operária de fábrica, enquanto Bill, seu pai, era um funcionário assalariado.
A paixão de Peter pelo cinema nasceu ainda quando ele era bem jovem, com ele sempre assistindo a filmes e séries de TV. Assim, quando o amigo da família o deu uma câmera de cinema Super 8, ele já começou a produzir alguns curtas caseiros – um bom treinamento para o que se tornaria mais adiante.
Frequentando a escola Kāpiti College, o jovem cineasta não teve acesso a aulas voltadas para o cinema. Tudo o que ele aprendeu foi realmente através de suas tentativas e erros em seus trabalhos.
Tanto que aos 16 anos de idade Peter Jackson optou por abandonar os estudos, passando a trabalhar em período integral em um jornal de Wellington, o The Evening Post, onde exercia a função de gravador de fotos. Seu objetivo era juntar o máximo de grana possível, para que pudesse comprar os equipamentos necessários para gravar e produzir seus filmes.
Início de carreira
Como mencionado, a paixão de Peter pelo cinema começou desde muito novo, o que o fez produzir alguns curtas simples quando ainda criança e no início da adolescência.
Alguns trabalhos básicos desenvolvidos por ele foram um épico da Segunda Guerra Mundial, que ele intitulou como The Dwarf Patrol; Coldfinger, uma paródia de James Bond; e The Valley, um curta de ficção e viagem no tempo, feito quando ele tinha 15 anos de idade.
Depois que começou a trabalhar, não demorou muito para conseguir comprar uma câmera mais profissional. Assim, logo começou a produzir o filme Bad Taste, que, inicialmente, seria somente mais um de seus curtas caseiros.
Depois de quatros anos desenvolvendo o projeto, acabou que o resultado final gerou o seu primeiro longa-metragem, com cerca de 90 minutos de duração. Em Bad Taste, Peter contou com o apoio de seus amigos – da mesma forma que nas obras anteriores – mas elaborou todo o projeto praticamente sozinho, dirigindo, roteirizado, produzindo, gravando e, inclusive, atuando em diversos papéis.
Quando finalizado (Bad Taste foi lançado em 1987), um amigo acabou o convencendo a exibir o filme no Festival de Cannes, onde acabou sendo muito bem recebido pela crítica, e recebendo algumas premiações. Tudo graças a seu humor bem diferenciado e efeitos especiais exagerados.
Em resumo, o início da carreira de Peter se dá ainda bem cedo, sendo possível considerar que The Valley é quem marca essa estreia, já que foi seu primeiro curta mais bem elaborado. De todo modo, é com Bad Taste que ele realmente inicia sua carreira como um cineasta profissional, tornando-se, inclusive, um diretor reconhecido, já que o filme virou um verdadeiro clássico.
Foco como cineasta e criação da Weta Digital
Agora sendo um profissional do cinema, Peter Jackson deu continuidade aos seus trabalhos nos anos seguintes, seja como roteirista, diretor, etc. Em 1989, ele dirigiu o filme Meet the Feebles; em 1992, esteve à frente de Braindead; e em 1994, foi o diretor de Heavenly Creatures.
Um ponto interessante é que nesse período, ao contrário de outros diretores do país que conseguiram sucesso, ele optou por permanecer na Nova Zelândia, e não ir diretamente para Hollywood.
Foi justamente seu trabalho em Heavenly Creatures, que recebeu uma indicação ao Oscar de melhor roteiro original, e figurou em diversas listas dos melhores filmes do ano, que “a própria Hollywood”, por assim dizer, foi atrás do Peter.
Para a produção do filme, ele também foi levado a fundar a Weta Digital, empresa que forneceu os efeitos visuais para a obra. Posteriormente, a Weta cresceu bastante, ganhando relevância dentro do território norte-americano, onde colaborou em títulos como Wolverine (2013), A Dama e o Vagabundo (2019), dentre outros.
Chegada a Hollywood
O primeiro trabalho de grande orçamento realizado por Peter Jackson foi no filme The Frighteners (1996), estrelado pelo ator Michael J. Fox. No entanto, acabou tornando-se um fracasso comercial.
Um destaque interessante é que, apesar da ligação com a indústria norte-americana, ele recebeu autorização para gravar todo o filme em seu país natal.
Felizmente, o fracasso não impediu o diretor de dar continuidade a seus trabalhos, e já nos anos seguintes pôde consolidar de vez sua carreira, colocando seu nome como um dos mais premiados diretores de cinema.
O lançamento de O Senhor dos Anéis
Ainda em 1997, Peter conseguiu os direitos de adaptação das obras de J. R. R. Tolkien, das quais já tinha grande admiração desde jovem. Assim, após longas negociações, fechou contrato com a New Line Cinema para a produção da trilogia O Senhor dos Anéis, o grande sucesso de sua carreira. Incrivelmente, todos os três filmes da saga obtiveram enorme aclamação do público e da crítica, e lançaram o nome do cineasta ao estrelato.
O Senhor dos Anéis: A Sociedade do Anel foi lançado em 2001, faturando US$ 898,2 milhões em bilheteria e recebendo 13 indicações ao Oscar (incluindo a de melhor filme e melhor diretor, para Peter Jackson), vencendo como melhor fotografia, melhor maquiagem, melhor trilha sonora original e Melhores Efeitos Visuais.
Enquanto O Senhor dos Anéis: As Duas Torres foi lançado em 2002 e conseguiu faturar US$ 947,9 milhões, recebendo 6 indicações ao Oscar e vencendo em duas categorias (melhor edição de som e melhores efeitos visuais);
Já O Senhor dos Anéis: O Retorno do Rei, o mais aclamado, faturou US$ 1,156 bilhão e recebeu 11 indicações ao Oscar, vencendo em todas as categorias nas quais concorreu (melhor filme, melhor diretor, melhor direção de arte, melhor roteiro adaptado, melhor figurino, melhor montagem, melhor trilha sonora original, melhor canção original, melhor mixagem de som e melhores efeitos visuais).
Mais trabalhos de destaque
Após alcançar o sucesso, Peter Jackson deu continuidade a seus trabalhos em Hollywood. Um dos grandes destaques, por exemplo, é King Kong (2005), um remake do filme de 1933, que atualmente também já é um clássico do cinema.
Posteriormente, devido à pressão dos fãs, o cineasta concordou em trazer a história que antecede os acontecimentos descritos da saga O Senhor dos Anéis, O Hobbit, também do escritor J. R. R. Tolkien.
A nova franquia foi dividida em uma trilogia (lançados em 2012, 2013 e 2014), e, embora não tenha conseguido repetir o mesmo sucesso comercial que as obras anteriores, foi mais uma grande produção em sua carreira.
Projetos recentes e futuros
Já sendo um nome de grande renome na indústria, Peter Jackson teve trabalhos recentes em um fluxo muito menor que no início de sua carreira. Depois de O Hobbit, por exemplo, ele dirigiu, em 2018, o longa They Shall Not Grow Old, que celebra os 100 anos do fim da Segunda Guerra Mundial; nesse mesmo ano, escreveu e produziu o filme Mortal Engines; depois, esteve a frente da série documental The Beatles: Get Back, já em 2021, e The Beatles: Get Back – The Rooftop Concert, de 2022; e seu trabalho mais recente foi na direção da produção do videoclipe musical The Beatles: Now and Then, de 2023.
Quanto a seus projetos futuros, ele será o diretor de As Aventuras de Tintim 2: Prisioneiros do Sol, filme que ainda está em fase de produção. Vale lembrar que Peter foi um dos produtores do primeiro título, lançado em 2011.
Vida pessoal
Desde o ano de 1987, Peter Jackson é casado com a roteirista e produtora neozelandesa Dame Fran Walsh, com quem tem dois filhos. São eles: Billy, que nasceu em 1995, e Katie, que nasceu no ano de 1996. Walsh, aliás, colaborou com o cineasta em todos os seus trabalhos desde o ano de 1989, recebendo, inclusive, diversas premiações, como 3 Oscars por O Senhor dos Anéis: O Retorno do Rei (melhor filme, melhor roteiro adaptado e melhor canção original).
Outro ponto importante dentro do campo da vida pessoal do cineasta é que ele conseguiu alcançar sucesso não somente em sua carreira como diretor, mas também na área financeira.
Em 2021, Peter acabou vendendo a Weta Digital, sua empresa de efeitos visuais, para a Unity Software, fabricante de softwares para videogame, pelo montante de US$ 1,6 bilhão, tornando-se oficialmente um bilionário. Ele e sua esposa eram donos de cerca de 60% da Weta e já possuíam uma fortuna significativa, fruto dos seus trabalhos até então.
Quais são os principais trabalhos de Peter Jackson?
Peter Jackson é dono de uma filmografia extensa. No entanto, é inegável que alguns de seus trabalhos obtiveram um destaque muito mais acentuado. Foram eles:
Trilogia O Senhor dos Anéis
Sem dúvidas, o grande destaque da carreira de Peter Jackson é a trilogia O Senhor dos Anéis, onde ele esteve à frente dos três filmes (O Senhor dos Anéis: A Sociedade do Anel (2001), O Senhor dos Anéis: As Duas Torres (2002) e O Senhor dos Anéis: O Retorno do Rei (2003)).
Sendo uma das mais aclamadas sagas da história do cinema mundial, as obras faturaram juntas mais de US$ 3 bilhões, recebendo 30 indicações ao Oscar e levando 17 estatuetas para casa – é a trilogia mais premiada do mundo.
A saga é ambientada na Terra Média, e narra a história de Sauron, o Lorde das Trevas, forjador do Um Anel, que contém grande parte de seu poder, e que está em busca do artefato para que possa retomar.
O Um Anel, no entanto, acaba caindo nas mãos de Frodo Bolseiro, um jovem hobbit que agora se vê integrante da Sociedade do Anel, com a missão de chegar ao Monte da Perdição na terra de Mordor, o único local onde o artefato pode ser destruído.
Trilogia O Hobbit
O Hobbit é uma trilogia posterior a O Senhor dos Anéis, mas que, cronologicamente, antecede os seus acontecimentos. Os três filmes (O Hobbit: Uma Jornada Inesperada (2012), O Hobbit: A Desolação de Smaug (2013) e O Hobbit: A Batalha dos Cinco Exércitos (2014)), nesse caso, se passam na Terra Média, cerca de 60 anos antes.
A história segue o hobbit Bilbo Bolseiro, que acaba sendo convencido por Gandalf, o Cinzento a acompanhar um grupo de anões liderados por Thorin Oakenshield em sua missão de recuperar a Montanha Solitária, então ocupada pelo dragão Smaug.
Apesar dos custos mais elevados em sua produção, a trilogia conseguiu repetir os ótimos números de bilheteria de O Senhor dos Anéis, com algo em torno dos US$ 3 bilhões arrecadados. No entanto, obteve críticas mistas, recebendo 7 indicações ao Oscar, mas sem conseguir vencer em nenhuma categoria.
King Kong
Por fim, outra obra de destaque dentro da filmografia de Peter Jackson é o filme King Kong (2005). O épico se passa no ano de 1933, durante a Grande Depressão, e mostra Ann Darrow, uma jovem atriz que enfrenta dificuldades financeiras.
É nessa situação que ela acaba conhecendo o cineasta Carl Denham, que lhe oferece o papel principal no seu próximo filme, que será roteirizado pelo famoso Jack Driscoll. Carl, apesar de também está passando por apuros, consegue enganar a todos e guiar a equipe até a Ilha da Caveira, um lugar misterioso que abriga criaturas consideradas extintas.
Como já era bastante consagrado nessa época, Peter conseguiu reunir um elenco de peso para essa produção, com nomes como Adrien Brody, Jack Black, Naomi Watts e Kyle Chandler. Além disso, obteve um alto valor de orçamento: cerca de US$ 207 milhões.
O filme arrecadou pouco mais de US$ 550 milhões, mas foi bastante aclamado pela crítica – além de ser um clássico atualmente – recebendo 4 indicações ao Oscar e ficando com 3 estatuetas (melhores efeitos visuais, melhor edição de som e melhor mixagem de som).
Prêmios e indicações
Peter Jackson é um cineasta extremamente premiado ao longo de sua carreira, tendo, por exemplo, Oscar de Melhor Diretor, de Melhor Filme e de Melhor Roteiro Adaptado e Globo de Ouro de Melhor Filme e de Melhor Diretor por seu trabalho O Senhor dos Anéis: O Retorno do Rei (2004); um Emmy de Melhor Direção por The Beatles: Get Back (2022); um Leão de Prata do Festival de Veneza (1994); dentre outros.
E muitos dos seus filmes, é claro, contam com dezenas de indicações e prêmios nas principais cerimônias cinematográficas do planeta. Heavenly Creatures, O Senhor dos Anéis, O Hobbit, King Kong e The Lovely Bones, tem, ao todo, 43 indicações ao Oscar (com 20 estatuetas ganhas), 41 indicações ao BAFTA (com 11 estatuetas) e 13 indicações ao Globo de Ouro (com 4 estatuetas).
Por seus feitos na indústria do cinema, ele ainda recebeu nomeação de Companheiro da Ordem do Mérito da Nova Zelândia, no ano de 2002. E marcou seu nome na Calçada da Fama de Hollywood em 2014.
Considerações finais
Como foi possível observar, Peter Jackson conseguiu marcar seu nome na história do cinema recente, graças a trabalhos louváveis, principalmente em O Senhor dos Anéis – uma das sagas mais importantes já produzidas.
Além disso, o cineasta conseguiu expandir seu sucesso e relevância através de outros trabalhos, a exemplo do filme King Kong, outra obra também bastante conhecida e conceituada dentro da indústria. Não à toa, é dono de uma galeria extensa de indicações e prêmios, juntamente com suas produções.