A organização do Festival de Veneza divulgou nessa terça-feira a seleção oficial de filmes que serão exibidos esse ano. A lista, está recheada de nomes de grandes diretores e também de filmes muito aguardados. A lista contêm também alguns nomes polêmicos, sobre os quais falaremos nos próximos parágrafos. Apesar da greve do Sindicato dos Atores, o diretor do Festival, Alberto Barbera, disse que espera que atores de filmes selecionados para exibição e que sejam filiados ao Sindicato recebam permissões temporárias para participar do Festival.
Entre os filmes competindo pelo desejado Leão de Ouro, estão: Dogman, novo filme de Luc Besson; o esperado Ferrari, de Michael Mann; The Green Border, de Agnieszka Holland; The Killer, aguardo novo filme de David Fincher; Maestro, novo filme de Bradley Cooper e considerado por muitos um dos favoritos ao Oscar do ano que vem; Pobres Criaturas, de Yorgos Lanthimos e o esperado, Priscilla, de Sofia Coppola.
Já entre as produções que serão exibidas fora de competição, o destaque vai para: Coup de chance, novo filme de Woody Allen; Hit Man, de Richard Linklater; The Caine Mutiny Court-Martial, de William Friedkin; The Palace, de Roman Polanski e o curta-metragem The Wonderful Story of Henry Sugar, de Wes Anderson.
Como dissemos em outros textos que publicamos antes, a produção italiana Comandante, de Edoardo De Angelis, que será exibida dentro da mostra competitiva, abrirá o Festival desse ano, substituindo o filme Rivais. Enquanto que a produção espanhola A Sociedade da Neve, de J. A. Bayona, que será exibida fora de competição, encerrará o Festival.
Festival de Veneza: Polêmica e greve de atores
A polêmica na divulgação da seleção oficial de Festival de Veneza, ficou por conta da exibição no Festival dos novos filmes de Woody Allen e Roman Polanski. Allen, foi acusado em 1992, de ter abusado de sua filha adotiva Dylan Farrow. A justiça, na época, investigou o caso, mas decidiu que não havia indícios suficientes para levar o caso para frente. Contudo, em 2014, a acusação voltou aos jornais.
A partir do final de 2017, Allen se tornou um dos principais alvos do movimento MeToo, que na época estava ganhando bastante destaque na mídia norte-americana. Assim, o diretor acabou por ser visto como persona non grata nos Estados Unidos e na indústria do entretenimento daquele país. Allen, que costumava lançar pelo menos um filme por ano, só lançou dois filmes desde então, ambos com distribuição limitadíssima nos Estados Unidos e em diversos outros países do mundo.
Já Polanski, é foragido da justiça norte-americana há 45 anos, desde que foi acusado (e preso) de manter relações sexuais com uma menina de 13 anos, em 1977. Desde então, o diretor está impedido de entrar nos Estados Unidos e enfrenta diversos problemas com a justiça. Ele, inclusive, está na lista de procurados da Interpol e, por esse motivo, raramente deixa a França, país onde ele tem cidadania.
Apesar disso, o diretor continua a fazer filmes e a ganhar prêmios. E, embora não possa sair da França e seja procurado nos Estados Unidos, ele chegou a ganhar o Oscar de Melhor Diretor em 2002 por seu trabalho em O Pianista. Polanski, por tudo que foi dito acima, não deve comparecer à exibição de seu filme em Veneza. Já a presença de Woody Allen é esperada na estreia de Coup de chance no Festival.
Além da polêmica com esses dois diretores, o Festival também enfrenta uma ameaça de esvaziamento devido à greve do Sindicato dos Atores de Hollywood. Contudo, Alberto Barbera, disse que existe a esperança de que o Sindicato permita que seus afiliados compareçam ao Festival. Existe ainda a esperança de que até 30 de agosto, data oficial da abertura do Festival, a greve já tenha acabado. Agora, é esperar para ver o que acontece de fato.