Imagem do Palácio do Cinema de Veneza com o Leão de Ouro à frente. Divulgação.
Imagem do Palácio do Cinema de Veneza com o Leão de Ouro à frente. Divulgação.

A organização do Festival de Veneza divulgou nessa terça-feira a seleção oficial de filmes que serão exibidos esse ano. A lista, está recheada de nomes de grandes diretores e também de filmes muito aguardados. A lista contêm também alguns nomes polêmicos, sobre os quais falaremos nos próximos parágrafos. Apesar da greve do Sindicato dos Atores, o diretor do Festival, Alberto Barbera, disse que espera que atores de filmes selecionados para exibição e que sejam filiados ao Sindicato recebam permissões temporárias para participar do Festival.

Adam Driver na pele de Enzo Ferrari em Ferrari (2023).
Adam Driver na pele de Enzo Ferrari em Ferrari (2023).

Entre os filmes competindo pelo desejado Leão de Ouro, estão: Dogman, novo filme de Luc Besson; o esperado Ferrari, de Michael Mann; The Green Border, de Agnieszka Holland; The Killer, aguardo novo filme de David Fincher; Maestro, novo filme de Bradley Cooper e considerado por muitos um dos favoritos ao Oscar do ano que vem; Pobres Criaturas, de Yorgos Lanthimos e o esperado, Priscilla, de Sofia Coppola.

Já entre as produções que serão exibidas fora de competição, o destaque vai para: Coup de chance, novo filme de Woody Allen; Hit Man, de Richard Linklater; The Caine Mutiny Court-Martial, de William Friedkin; The Palace, de Roman Polanski e o curta-metragem The Wonderful Story of Henry Sugar, de Wes Anderson.

Bradley Cooper na pele do compositor Leonard Bernstein, em Maestro.
Bradley Cooper na pele do compositor Leonard Bernstein, em Maestro.

Como dissemos em outros textos que publicamos antes, a produção italiana Comandante, de Edoardo De Angelis, que será exibida dentro da mostra competitiva, abrirá o Festival desse ano, substituindo o filme Rivais. Enquanto que a produção espanhola A Sociedade da Neve, de J. A. Bayona, que será exibida fora de competição, encerrará o Festival.

Festival de Veneza: Polêmica e greve de atores

A polêmica na divulgação da seleção oficial de Festival de Veneza, ficou por conta da exibição no Festival dos novos filmes de Woody Allen e Roman Polanski. Allen, foi acusado em 1992, de ter abusado de sua filha adotiva Dylan Farrow. A justiça, na época, investigou o caso, mas decidiu que não havia indícios suficientes para levar o caso para frente. Contudo, em 2014, a acusação voltou aos jornais.

Woody Allen durante as filmagens de Coup de chance. Divulgação.
Woody Allen durante as filmagens de Coup de chance. Divulgação.

A partir do final de 2017, Allen se tornou um dos principais alvos do movimento MeToo, que na época estava ganhando bastante destaque na mídia norte-americana. Assim, o diretor acabou por ser visto como persona non grata nos Estados Unidos e na indústria do entretenimento daquele país. Allen, que costumava lançar pelo menos um filme por ano, só lançou dois filmes desde então, ambos com distribuição limitadíssima nos Estados Unidos e em diversos outros países do mundo.

Já Polanski, é foragido da justiça norte-americana há 45 anos, desde que foi acusado (e preso) de manter relações sexuais com uma menina de 13 anos, em 1977. Desde então, o diretor está impedido de entrar nos Estados Unidos e enfrenta diversos problemas com a justiça. Ele, inclusive, está na lista de procurados da Interpol e, por esse motivo, raramente deixa a França, país onde ele tem cidadania.

Apesar disso, o diretor continua a fazer filmes e a ganhar prêmios. E, embora não possa sair da França e seja procurado nos Estados Unidos, ele chegou a ganhar o Oscar de Melhor Diretor em 2002 por seu trabalho em O Pianista. Polanski, por tudo que foi dito acima, não deve comparecer à exibição de seu filme em Veneza. Já a presença de Woody Allen é esperada na estreia de Coup de chance no Festival.

Roman Polanski durante as filmagens de The Palace. Divulgação.
Roman Polanski durante as filmagens de The Palace. Divulgação.

Além da polêmica com esses dois diretores, o Festival também enfrenta uma ameaça de esvaziamento devido à greve do Sindicato dos Atores de Hollywood. Contudo, Alberto Barbera, disse que existe a esperança de que o Sindicato permita que seus afiliados compareçam ao Festival. Existe ainda a esperança de que até 30 de agosto, data oficial da abertura do Festival, a greve já tenha acabado. Agora, é esperar para ver o que acontece de fato.

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