| Fundação: | Julho de 1917 |
| Sede | Estados Unidos |
| Fundador | Edwin Pridham e Peter L. Jensen |
| Atuais donos | Philips |
| Países que opera | Atuação Global |
| O que oferece | Fabricante de eletrônicos |
A Magnavox marcou a história ao produzir o primeiro console doméstico do mundo, o Magnavox Odyssey, além de ter lançado diversos outros produtos de forma pioneira, como o alto-falante, o Sistema de Comunicação Antirruído e monitores de plasma para computadores.
Neste artigo, você conhecerá um pouco mais sobre a história dessa empresa centenária, de grande relevância dentro do mercado eletrônico norte-americano, e de jogos no Brasil. Acompanhe!
Quando a Magnavox foi fundada?
A empresa foi fundada ainda em julho de 1917, em Napa, na Califórnia, Estados Unidos da América.
Quem são os fundadores da Magnavox?
Por trás da fundação da marca estiveram os empresários Edwin Pridham e Peter L. Jensen, famosos por terem inventado o alto-falante.
Quem são os atuais proprietários da Magnavox?
Atualmente, a Magnavox é uma subsidiária do grupo Philips, sua empresa-mãe desde o ano de 1972.
O que a Magnavox oferece?
A Magnavox é uma fabricante de eletrônicos diversos, cuja marca continua ativa atualmente, sob a Philips, produzindo TVs, alto-falantes portáteis, fones de ouvido, leitores de DVD e Blu-Ray, aquecedores, boomboxes, rádios, relógios, condicionadores de ar, baterias, carregadores, acessórios de computador, etc.
No entanto, foi como uma empresa atuante dentro do cenário gamer que ela conseguiu ficar marcada na história, ao desenvolver, nas décadas de 70 e 80, a linha de consoles Magnavox Odyssey, que fizeram parte da primeira e segunda geração de consoles domésticos.
Um pouco da história da empresa
Anos iniciais
Apesar da data oficial de sua fundação ser em 1917, a história da Magnavox começa alguns anos antes, mas especificamente em 1911. Foi nesse período que Pridham e Jensen criaram inicialmente a Commercial Wireless and Development Company, na região de Napa.
A Magnavox Company em si surgiu através da fusão dessa marca com a The Sonora Phonograph Distributor Company, que foi finalizada nos anos finais da Primeira Guerra Mundial. Na época, o foco da empresa era a fabricação de rádios e fonógrafos.
Aliás, a marca contribuiu com suas produções e invenções durante as batalhas, ao criar, por exemplo, o Sistema de Comunicação Antirruído. Ele foi utilizado pelos pilotos de aviões e também a bordo de navios. Em 1918, devido a grande demanda de seus produtos, a fábrica teve que mudar suas instalações de São Francisco.
Presença durante a Segunda Guerra
Durante a Segunda Guerra Mundial, a Magnavox acabou convertendo toda sua produção para o exército. Inclusive, foi a primeira fabricante do setor a receber uma homenagem da Marinha Norte-Americana.
Retornando ao mercado consumidor
Depois da guerra, em 1945, a empresa retornou ao mercado tradicional, produzindo eletrônicos em geral, desenvolvendo sua primeira TV em 1948. Sempre buscando inovar, aliás, em meados de 1960, foi a primeira a fabricar monitores de plasma para computadores no mundo. Os anos seguintes seguiram com novas expansões.
Lançando o Magnavox Odyssey
Talvez, o ponto mais importante na história da empresa ocorreu em abril de 1972, quando ela lançou o Magnavox Odyssey. Esse é simplesmente o primeiro console de videogame doméstico do planeta.
Aquisição pela Philips
Nesse mesmo período, teve uma parte majoritária adquirida pela Philips, tornando-se uma subsidiária integral da empresa nos anos seguintes. Sob a tutela dessa gigante do setor (que adquiriu outras marcas de peso na época, como a Philco, em 1981), a Magnavox teve outras avanços importantes, participando, por exemplo, da introdução do Compact Disc Digital Audio (CD-DA,) o famoso CD, no mercado. A tecnologia foi desenvolvida pela Philips, juntamente com a Sony.
Além da continuidade do console Odyssey, esse novo formato empresarial levou ao lançamento de outros eletrônicos. No fim de 1980, eles criaram o Magnavox/Philips VideoWriter, que era uma máquina de escrever eletrônica. A marca também era utilizada pela empresa mãe dentro da divisão Philips Computers, comercializando computadores pessoais até 1992.
Na década de 1990, aliás, era comum observar no mercado produtos utilizando a marca Philips Magnavox. Essa foi uma estratégia utilizada para aumentar o reconhecimento da própria Philips, que tem origem holandesa, dentro do território norte-americano. Infelizmente, isso acabou confundindo o público, levando a separação desses nomes posteriormente.
Produtos fabricados pela Funai
Em 2013, a Philips iniciou um acordo de colaboração com a empresa japonesa Funai Electric, que tem diversos licenciamentos nos Estados Unidos. Assim, atualmente, é a Funai quem fabrica os produtos da marca Magnavox, que ainda permanecem sob a licença de sua empresa-mãe.
Atuação dentro do mercado de consoles
Embora seja uma marca de eletrônicos em geral, o público internacional, incluindo o brasileiro, conhece a Magnavox devido a sua atuação no mercado de consoles. Ela se manteve ativa nesse setor somente entre 1972 e o início de 1980, mas já foi tempo o suficiente para ficar marcada na história, devido a seu pioneirismo.
Dentre outros motivos, a quebra do mercado de jogos em 1983, acabou levando a empresa a deixar o setor, e focar em outras áreas, nas quais a marca permanece ativa até os dias de hoje.
Criando o primeiro console doméstico do mundo
Embora tenha chegado em 1972, a história do Magnavox Odyssey começa ainda em 1966, através da atuação do engenheiro Ralph Baer. Na época, ele estava interessado na tecnologia das TVs, e pensava em uma forma de torná-las interativas. O protótipo, nomeado de Brown Box, foi finalizado em 1968, quando a Magnavox assumiu a liderança do projeto.
A primeira versão do Odyssey, embora muitos imaginem que não, devido a seu design, já era digital. O que acontece é que ele utilizava um circuito de saída de vídeo analógico (comum até os consoles de 8ª geração), bem como seus joysticks, que também eram analógicos.
O produto foi comercializado por cerca de US$ 100 na época, o que equivale a quase R$ 4 mil. Mas o mito de que ele funcionava somente em televisores da empresa, acabou levando a perda de maiores possibilidades de vendas.
A série inicial foi descontinuada nos Estados Unidos ainda em 1975, mas recebeu diversos consoles até lá, a exemplo do Odyssey 100, 200, 300, 400, 500, 2000, 2001, 2100, 3000, 4000 e 5000. Ao todo, conseguiu vender mais de 330 mil unidades – um número bem interessante, dadas as circunstâncias.
Um ponto importante, aliás, é que na época a Magnavox entrou com um processo contra a Atari, alegando violação de patente em relação ao projeto Pong – um clássico da empresa norte-americana – muito similar ao título de tênis do Odyssey. Esse e outros processos vencidos renderam mais de US$ 100 milhões para os cofres do grupo.
Lançamento do Magnavox Odyssey²
No Brasil, esse console de primeira geração não chegou a ser oficialmente comercializado. Por aqui, o produto só foi introduzido somente através do Magnavox Odyssey², de segunda geração, isso em 1982, já quando a empresa pertencia a Philips.
A confusão por parte do público é que, devido a esse fato, a empresa-mãe optou por não enumerar o produto. Em outras palavras, o console foi lançado no mercado brasileiro apenas como Odyssey.
Nos Estados Unidos, ele já era comercializado desde 1978, e fez bem mais sucesso que o console anterior. Até 1984, vendeu cerca de 2 milhões de aparelhos ao redor do mundo. O Brasil, aliás, contribuiu bastante para esses números, sendo um dos mercados onde ele obteve mais destaque, inclusive, com competições nacionais organizadas e traduções de jogos.
Quais são os principais jogos ligados aos consoles da Magnavox?
Durante as duas gerações de consoles em que se manteve no mercado, a Magnavox contribuiu também para o mercado de jogos, juntamente com a própria Philips, ao atuar como editora e organizando equipes de desenvolvimento de títulos para seus videogames. Veja alguns destaques!
Dynasty!
Dinasty! é um título de estratégia bem similar a Reversi, onde há um tabuleiro disponível. Os jogadores devem revezar, colocando discos ao longo desse espaço. A vitória é dada a quem conseguir espalhar mais discos.
Um ponto interessante é que, além da possibilidade de disputar com outro jogador, também é possível batalhar contra o computador. E para quem estava somente iniciando no jogo, ele oferecia uma pequena vantagem de tempo, para equalizar as disputas contra os mais experientes.
Air-sea war e Battle
Os jogos Air-sea War e Battle, lançados pela Magnavox em um único cartucho, oferecem experiências emocionantes. No primeiro título, operado por dois jogadores, um controla um avião que tem a capacidade de disparar mísseis, enquanto o outro, que controla um navio, tem que desviar, ao mesmo tempo em que contra-ataque o rival.
Um ponto interessante é que em Air-sea War dá para controlar a direção do míssil mesmo após o lançamento, tornando o ato de desviar bem mais complicado. A partida dura 3 minutos, e quem tiver mais pontos ao final, ganha.
Quanto a Battle, cada jogador tem o papel de controlar um tanque. A partida também dura 3 minutos e ganha aquele que conseguir acertar mais disparos em seu adversário.
Killer Bees
Embora simples, Killer Bees chamava atenção por seu enredo mais atrativo, de ficção científica. Tudo gira em torno de uma invasão de aliens, que querem governar o planeta Terra, organizando um ataque sem igual. O objetivo é justamente evitar essa invasão. A estratégia utilizada é usar abelhas especialmente treinadas para conter ataques terroristas, mas que podem lidar muito bem com os invasores.
Diferentemente de outros títulos no período, esse é um jogo mais frenético, se diferenciando também pela maior mobilidade do personagem dentro da tela. Gradativamente, a velocidade dos objetos também aumenta, elevando ainda mais a dificuldade do jogo.
K.C.’s Krazy Chase!
Esse é um título que explora a temática de labirinto, assim como o clássico Pac-Man, por exemplo. O jogador deve controlar as ações do seu personagem, enquanto captura alimentos e foge de monstros que tentam o capturar.
Pick Axe Pete
A obra está inserida dentro do cenário de mineração. Assim, o jogador tem o controle de um mineiro, equipado com uma picareta, e deve completar a missão de despedaçar o maior número de pedras dentro de um curto período de tempo. Embora poderosíssima, a ferramenta não consegue durar tanto.
Durante esse processo, diversas pedras acabam avançando sobre o personagem, sendo preciso abaixar-se ou pular sobre elas. O jogo é dividido em níveis, apresentando cada vez mais dificuldades conforme se avança.
Space Monster
Outro jogo importante relacionado a Magnavox é Space Monster, mais uma obra de ficção científica. Nele, o jogador fica no controle de um robô, equipado com um canhão. Sua missão é destruir as máquinas inimigas, atirando nos invasores enquanto tenta ainda se desvencilhar dos seus ataques.
O título envolve também bastante estratégia, uma vez que há a opção de retorno para uma linha de defesa quando um canhão é destruído, e de trocar escudos por poder de fogo. Cada jogador deve alinhar o melhor método para alcançar a vitória.
Quest for the Rings
Uma evolução importante quanto aos jogos presentes nos consoles da Magnavox surgiu com Quest for the Rings, pioneiro quanto a utilização de mapas. Ele, aliás, teve uma inspiração direta em obras como Dungeons & Dragons.
Uma característica marcante sua é quanto a divisão em classes, com o jogador podendo optar por alternativas como os magos, guerreiros, fantasmas ou mutantes. Cada um deles tem habilidades únicas, que fazem toda a diferença na forma de como lidar com as missões.
Embora seja limitado, a obra em si é bem mais complexa que outros títulos anteriores da marca. E a clara referência ao universos de O Senhor dos Anéis torna tudo ainda mais interessante.
Speedway, Spin-out e Cryptologic
Assim como Air-sea war e Battle, Speedway, Spin-out e Cryptologic chegavam em um cartucho único, sendo esse um diferencial bem atrativo. E por terem temáticas e jogabilidades diferentes, os três títulos formavam um combo que conseguia agradar públicos variados.
Speedway, como o próprio nome permite entender, trata-se de um jogo de corrida, onde é preciso conduzir o veículo ao longo de uma estrada. A missão é simplesmente pilotar durante o máximo de tempo possível, sem bater em outros obstáculos.
Spin Out, embora também seja de corrida, se diferencia por sua forma de jogo, que envolve uma disputa direta com outros concorrentes. O objetivo é finalizar 15 voltas na frente, e evitar perder pontos no meio do caminho.
Quanto a Cryptologic, são dois jogadores que devem participar, decifrando mensagens um do outro. Cada um tem até 14 caracteres para desenvolver uma mensagem, que será embaralhada, para que o outro participante possa adivinhar e escrever o texto corretamente.
Considerações finais
Como foi possível observar, a centenária Magnavox marcou história por seu pioneirismo dentro do mercado eletrônico. A empresa foi responsável por lançar diversos produtos, e por dar o passo inicial para o amplo mercado de consoles domésticos atualmente.
