Em uma era onde a vida virtual está rapidamente se tornando uma parte integrante de nossa história cotidiana, tecnologias como o HTC Vive se destacam como sendo um farol de inovação. Lançado em 2016, este dispositivo revolucionou a maneira como interagimos com o mundo digital, proporcionando uma experiência imersiva como nenhuma outra.
No nosso artigo, vamos esmiuçar o HTC Vive em detalhes de uma forma como você nunca viu. Começando com uma visão geral da história e do desenvolvimento do projeto, destacando os marcos importantes e as colaborações bem-sucedidas que levaram à sua criação. Aprofundaremos na construção, design e ergonomia do HTC Vive, discutindo seus pontos fortes também seus deslizes, comparando-o com outros dispositivos de realidade virtual no mercado.
Para quem curte hardware, vamos analisar as especificações técnicas do HTC Vive, explicando como elas contribuem para a experiência de usuário. Também vamos discutir um pouco sobre usabilidade prática e aplicações que vão além do mero entretenimento/passa-tempo.
Finalmente, vamos discutir o impacto do HTC Vive no mercado de realidade virtual, suas tendências futuras e a direção da HTC em direcionar seus produtos para o mercado empresarial. Deforma objetiva, baseado em todo nosso material, vamos propor um resumo dos pontos-chave discutidos ao longo do artigo.
Queremos que este artigo seja mais do que apenas uma análise do HTC Vive. Vamos trazer uma exploração através do mundo da realidade virtual, uma análise das possibilidades que ele oferece e uma celebração da inovação que o HTC Vive representa perante outros headsets de mesma geração. Então, bora lá!
História e Desenvolvimento do HTC Vive
A história do HTC Vive, um marco na evolução da realidade virtual, é um caso de sucesso sobre colaboração e inovação tecnológica. Começando em 2012, a Valve iniciou a exploração de sistemas VR, deixando de lado o desenvolvimento de dispositivos de realidade aumentada. Em 2014, a Valve demonstrou seu protótipo de VR em Boston, revelando um headset com rastreamento de movimento e uma experiência de jogo imersiva com “Dota 2”. Este protótipo utilizava um sistema de rastreamento semelhante ao da Oculus, marcando uma mudança significativa de sua abordagem anterior que envolvia códigos QR e uma câmera no próprio headset.
Em fevereiro de 2015, a Valve anunciou a sua incursão no hardware de VR com o “SteamVR”, desafiando a noção anterior de que a empresa não produziria seu próprio hardware. Este anúncio incluía planos para demonstrações do SteamVR na Game Developers Conference (GDC) daquele ano, juntamente com a nova versão do Steam Controller e novos dispositivos para a sala de estar.
A parceria entre a Valve e a HTC foi crucial para o desenvolvimento do Vive. Em março de 2015, a HTC anunciou o Vive, um headset de realidade virtual desenvolvido em colaboração com a Valve. Este anúncio foi uma surpresa, pois a HTC não era conhecida por hardware de realidade virtual na época. O Vive Developer Edition, lançado na primavera de 2015, possuía dois displays de 1200 x 1080 que atualizavam a 90 quadros por segundo, oferecendo uma experiência visual sem “jitter” e imagens fotorrealísticas. A tecnologia de rastreamento preciso do headset, usando um giroscópio, acelerômetro e sensor de posição a laser, era uma inovação, permitindo que os usuários se movessem fisicamente em um pequeno espaço virtual.
Apesar de alguns atrasos e mudanças na estratégia de lançamento, o compromisso da HTC e da Valve com o desenvolvimento e a melhoria do Vive foi constante. O “Vive Pre”, uma versão quase final do sistema, foi revelado em janeiro de 2016, destacando melhorias significativas em rastreamento e design de controladores, além da inclusão de uma câmera frontal para maior segurança e usabilidade.
O Vive foi lançado oficialmente em abril de 2016, após um breve adiamento em dezembro de 2015. Esta versão final incluiu não apenas o headset com suas características técnicas impressionantes, mas também dois controladores sem fio e duas estações base para rastreamento externo.
O lançamento do Vive foi um ponto de virada importante para a realidade virtual, oferecendo não apenas uma plataforma para jogos imersivos, mas também abrindo caminho para novas aplicações em educação, treinamento e entretenimento. No entanto, esse passaporte para a Realidade Virtual não era acessível para a maioria das pessoas, pois chegou custando US$799, um valor bem mais alto do que de seus concorrentes.
A jornada do HTC Vive, do conceito até à realização, é uma história de inovação técnica, colaboração estratégica e a busca contínua por uma imersão cada vez mais profunda na realidade virtual. Rumo a Matrix, quem sabe, aqui vamos nós!
O que vem no Kit?
- Headset de realidade virtual HTC Vive.
- Dois controladores sem fio.
- Duas estações base para rastreamento de movimento.
- Link Box para conectar o headset ao PC.
- Cabos necessários para a conexão.
- Suportes de montagem para as estações base.
- Guia de instalação e documentação.
- Fones de ouvido (em algumas versões).
- Acessórios diversos, como cabos de carregamento para os controladores.
- Software necessário para operar o sistema, incluindo o SteamVR.
Construção, Design e Ergonomia do HTC Vive
O design do HTC Vive, um feito de engenharia e ergonomia, reflete um equilíbrio cuidadoso entre funcionalidade e conforto do usuário. Com dimensões de 190 x 117 x 140 mm sem a alça e um peso de cerca de 550g, o Vive não é o mais leve dos headsets de VR de sua geração, mas compensa isso com um design bem pensado que distribui seu peso de maneira eficiente.
A construção do Vive é predominantemente de plástico de alta qualidade, com uma interface facial de espuma que oferece um contato confortável com a pele.
A escolha desses materiais não é apenas uma questão de custo ou durabilidade, mas também de conforto e higiene, especialmente considerando as longas sessões de uso. As alças de tecido flexível do Vive, ajustáveis via Velcro, permitem um encaixe seguro e personalizável para diferentes tamanhos e formas de cabeça, um ponto importante para evitar desconforto durante o uso mais prolongado. Ainda assim ficamos com cabelo amassado no meio, a tal de “cabeça de VR” ataca novamente.
Para usuários de óculos de grau, há um ajuste de “Eye Relief” que ajusta a distância entre as lentes e o rosto do usuário. E isso sem a necessidade de usar um espaçador. O headset possuir um sistema de ajuste dedicado para essa finalidade, o posiciona um passo à frente da maioria dos concorrentes, vale destacar.
Comparativamente, dispositivos VR concorrentes da época, como o Oculus Rift e o PlayStation VR, ofereciam diferentes abordagens em design e ergonomia. O Rift, por exemplo, era um pouco mais leve, mas alguns usuários notavam que ele exercia mais pressão na parte frontal da face. O PlayStation VR, por outro lado, optou por um design de “bandana” que distribuía o peso mais para a parte traseira da cabeça, o que era confortável para alguns, mas não se adaptava bem a todos os usuários. O HTC Vive tentou encontrar um meio-termo, equilibrando o peso de forma eficiente entre a frente e a parte traseira da cabeça. Claro que é uma questão de gosto pessoal no final das contas.
No entanto, o design do Vive não é isento de pontos fracos. Veja bem, um dos pontos negativos frequentemente apontados é o manejo dos cabos. Apesar do comprimento generoso do cabo, que proporciona uma boa liberdade de movimento, gerenciar o cabo durante a utilização intensa pode ser um problema sério, especialmente em experiências de VR que exigem movimentação constante. Essa questão dos cabos é um lembrete constante da realidade física, que pode muitas vezes atrapalhar a imersão total na experiência virtual em headsets dependentes de unidade de processamento externa como é o caso do HTC Vive.
Mas, apesar disso, um dos pontos de mais destaque no design do Vive são os seus controladores. Com um peso de 203g cada, eles são relativamente leves e apresentam uma interface de usuário bastante intuitiva, com um trackpad, botões de face, gatilho analógicos e botões de menu. O rastreio parcial de dedos para o polegar e o indicador e um sistema haptico fornecem feedback tátil vibratório convincente, adiciona uma camada a mais na imersão. Embora eficazes, sentimos falta de um rastreamento mais detalhado de movimentos dos dedos, algo que dispositivos VR posteriores começaram a incorporar naturalmente.
Especificações Técnicas do HTC Vive
O HTC Vive, em sua essência, é uma obra-prima técnica que conseguiu incorporar várias inovações para oferecer uma experiência de realidade virtual verdadeiramente imersiva. Entender as especificações técnicas deste dispositivo é crucial para apreciar como ele consegue criar um ambiente virtual tão convincente e reativo.
Conjunto ótico – Um dos componentes centrais do Vive são suas lentes de fresnel. Esta escolha de design é significativa; as lentes de fresnel são mais leves e mais finas que as lentes convencionais, reduzindo o peso total do headset. Essas lentes ajudam a distribuir a luz de maneira uniforme por todo o campo de visão do usuário, minimizando distorções e oferecendo uma imagem clara e envolvente. O ajuste manual de IPD (distância interpupilar) permite que os usuários personalizem a experiência visual para suas necessidades específicas, variando de 61 a 72 mm. Isso é essencial para garantir que cada usuário tenha a melhor experiência visual possível, minimizando o desconforto e a fadiga ocular.
Display – O display do Vive utiliza dois painéis OLED com uma configuração de subpixel do tipo PenTile Diamond, oferecendo uma resolução combinada de 1080×1200. Esta configuração de tela é fundamental para a experiência de VR, pois fornece cores vibrantes e pretos profundos, contribuindo para um sentido de imersão mais profundo. A escolha do OLED era especificamente a mais adequada para VR devido ao seu rápido tempo de resposta e capacidade de representar o espaço 3D de maneira mais realista. O campo de visão, de 108° horizontal e 97° vertical, é outro ponto alto, pois oferece uma experiência envolvente sem fazer com que você sinta que está olhando através de um túnel.
Ah! E sobre fluidez… Um dos aspectos mais críticos do Vive é sua taxa de atualização de 90Hz. Este número não foi escolhido aleatoriamente; uma taxa de atualização mais alta é crucial para criar uma experiência de VR suave e livre de atrasos, essencial para prevenir o enjoo de movimento, um problema comum em sistemas de VR mais antigos ou menos sofisticados. A taxa de 90Hz garante que a imagem se atualize com rapidez suficiente para acompanhar os movimentos naturais da cabeça e dos olhos, reduzindo o desconforto e aumentando a sensação de presença no mundo virtual. A galera que sofre de cinetose sabe do que estamos falando.
Sensores do headset – Acelerômetro, giroscópio e sensores a laser com frequência de atualização de 1000 Hz. O HTC Vive é composto por 70 sensores, distribuidos no headset e nos controles, nos possibilitando executar movimentos fluidos e responsivos.
Bases Emissoras – As duas “Vive Base Stations” são parte do sistema de rastreamento de posição. Essas estações são dispositivos montados em tripés ou paredes que emitem feixes de luz infravermelha pulsante a 60hz.
Câmera Frontal – A adição da função “Passthrough”, que utiliza uma câmera RGB frontal, aumenta a segurança ao permitir que você veja o ambiente físico real se necessário. Sem precisar ficar tirando levantando o headset toda hora.
Áudio – Por fim, apesar de ser um headset, o Vive não oferece áudio integrado, apenas incorpora um microfone e um jack de 3,5 mm para fones de ouvido, permitindo uma comunicação clara em ambientes virtuais e a possibilidade de usar fones de ouvido de alta qualidade para uma experiência auditiva ainda mais envolvente.
Link Box – Componente chave que age como um intermediário entre o headset de realidade virtual e o computador. Ele facilita a conexão do headset ao PC, transmitindo dados e energia entre os dois. Basicamente, ele recebe sinais do computador e os envia ao headset, e vice-versa. Isso inclui os sinais visuais e de áudio para o headset, assim como os sinais de rastreamento dos controladores e do próprio headset. A Link Box é essencial para a funcionalidade do sistema HTC Vive, assegurando que todos os aspectos da experiência de VR funcionem de maneira sincronizada e eficiente.
Sistema de Rastreio do HTC Vive
O sistema, conhecido como rastreamento com 6 graus de liberdade (6 DoF), permite uma interação altamente precisa e natural com o ambiente virtual. Essa tecnologia é essencial para criar uma experiência verdadeiramente imersiva e diferenciava significativamente o Vive de outros dispositivos de VR da época.
Boa parte do sistema é baseado em infravermelho. Os 6 DoF no Vive são obtidos através de um conjunto de sensores inerciais (Acelerômetro, giroscópio) e ópticos no headset e nos controladores, trabalhando em conjunto com duas bases de rastreamento externas, as “Vive Bases”. Essas bases, posicionadas estrategicamente no espaço de jogo, emitem pulsos de luz infravermelha que são captados pelos sensores do headset e dos controladores. Esta configuração permite ao sistema rastrear a posição exata do usuário no espaço 3D, assim como a orientação e os movimentos de sua cabeça e mãos. O resultado é uma sensação de presença no ambiente virtual que é incrivelmente convincente e reativa.
Comparado a outros sistemas de VR da época, o sistema de rastreamento do Vive era notavelmente mais avançado. Enquanto dispositivos como o Oculus Rift CV1 inicialmente dependiam de um único sensor externo e ofereciam um rastreamento limitado, o Vive oferecia desde o início uma liberdade de movimento em 360 graus e rastreamento estimado de todo o corpo. Isso permitia aos usuários não apenas olhar ao redor, mas também caminhar, agachar e interagir com o ambiente virtual de maneira muito mais natural.
Além da superioridade técnica em rastreamento, o Vive também inovou com a introdução do sistema Chaperone. Esta funcionalidade única usava os dados do sistema de rastreamento para mostrar uma grade virtual dentro do headset quando o usuário se aproximava dos limites físicos do espaço de jogo. Isso não apenas melhorava a segurança, prevenindo acidentes por colisões com objetos reais, mas também aumentava a confiança do usuário para se movimentar livremente, sabendo que seria alertado antes de atingir um obstáculo.
O sistema de rastreamento do HTC Vive foi uma conquista notável no campo da realidade virtual, proporcionando uma fundação sobre a qual muitas experiências VR foram construídas. A precisão, a liberdade de movimento e as inovações como o Chaperone estabeleceram um novo padrão para o que poderia ser esperado de um sistema de VR naquele período, influenciando o desenvolvimento de futuros dispositivos e abrindo caminho para uma era de maior imersão e interatividade em realidade virtual.
Controles do HTC Vive
Os controles do HTC Vive consistem em duas unidades, uma para cada mão, que se assemelham a raquetes com sensores embutidos. Cada controle possui um touchpad, gatilho, botão menu e botões de sistema, proporcionando uma variedade de comandos.
Com um peso de 203g, cada controle oferece uma experiência tátil e equilibrada. O Layout avantajado conta com trackpad, botões de face, gatilho analógicos e botões de menu, eles permitem uma interação intuitiva com o ambiente virtual.
O rastreio parcial de dedos para o polegar e o indicador, junto com o sistema haptico, traz a sensação de tocar e manipular objetos virtuais. Esteticamente, os controles têm um design futurístico, complementando a experiência de VR.
A vantagem é que são sem fio e bateria recarregável, com duração de até 6 horas, assegura sessões prolongadas de uso sem interrupção. A combinação de funcionalidade, design e conforto faz com que os controles sejam uma extensão natural das mãos do usuário, aprofundando a imersão na realidade virtual oferecida pelo HTC Vive.
Feedback Háptico – Os controles do HTC Vive também oferecem feedback haptico (vibração), o que significa que os usuários podem sentir vibrações sutis em resposta às suas ações no ambiente virtual. Isso ajuda a aumentar a sensação de imersão e realismo durante o uso. Vibração não era nenhuma novidade em 2016, convenhamos, mas com a popularização dessa funcionalidade em controles de videogame como o Dualshock do Playstation, seria difícil pensar em realidade virtual sem incluir isso no sistema.
Os controles do HTC Vive são projetados para funcionar perfeitamente com o ecossistema VR do HTC Vive, incluindo o headset e os sensores de rastreamento. Eles também são compatíveis com uma variedade de jogos e aplicativos disponíveis na plataforma SteamVR.
HTC Vive na Prática
Se até aqui você parecia 100% empolgado, vá com calma, o HTC Vive não era um produto para iniciantes e requeria certo grau de conhecimento e entusiasmo. Além disso ele exigia um PC Gamer potente o bastante para rodar jogos com alta taxa de quadros e um ambiente amplo e relativamente vazio.
Requisitos Mínimos do PC:
- CPU – Intel Core i5-4590 ou AMD FX 8350
- GPU – NVIDIA GeForce GTX 1060 ou AMD Radeon RX 480
- RAM – 4GB DDR3
Lembrando que isso é realmente é MINIMO exigido e, para funcionar em potencial pleno, era recomendado uma configuração de hardware ainda melhor.
Instalando e Configurando
Mas é tão complicado assim?! Bem, para se ter uma ideia, para iniciar a experiência em realidade virtual com o HTC Vive, primeiro é necessário preparar o ambiente onde o kit vai ser utilizado. Como o HTV Vive permite que o usuário ande pelo ambiente virtual, a partir do rastreio dos movimentos executados no ambiente físico, você vai precisar liberar um bom espaço para que nada fique em seu caminho, até por questão de segurança.
O HTV vive exige bastante espaço, pois as bases emissoras (vive bases) devem ser posicionadas de forma oposta, a cerca de 3 a 5 metros de distância uma da outra e estar suspensas a 2 metros de altura, num ângulo de 30 a 45º perpendiculares a parede. Isso é crucial para que os raios infravermelhos emitidos pelas bases possam alcançar uma área de abrangência maior e, tanto o headset quanto os controles, possam captar esses raios para fazerem a interpretação e rastreio.
Por fim, é preciso fazer as conexões dos cabos:
- A alimentação de cada uma das duas bases emissoras;
- A alimentação do Link Box;
- O cabo USB e o HDMI entre o PC e o Link Box;
- O cabo USB, HDMI e alimentação entre o Headset e o Link Box.
E além dessa instalação física complicada, ainda tem a calibragem do equipamento. Não é só ligar e jogar… antes disso, existe uma série de processos de calibragens necessários que o usuário precisa cumprir. Como, por exemplo, a calibragem da altura do headset, que é feita posicionando-o na linha da cintura para que seja feita a leitura de posicionamento médio inicial. No caso dos controles é parecido, mas eles devem ser colocados noção para serem mapeados e posteriormente apontados para as estações.
Tudo isso seguindo um tutorial interativo no software. O SteamVR possui um passo a passo inicial que guia o usuário pelo processo de configuração do HTC Vive, incluindo como usar os controladores e como navegar no ambiente virtual. Você pode baixar jogos e aplicativos compatíveis com o HTC Vive através da loja Steam. Existem muitos títulos disponíveis, desde jogos de ação e aventura até experiências educativas e de produtividade.
É possível notar que a configuração inicial do HTC Vive, assim como seus similares, não era muito amigável para o usuário totalmente leigo. O que serviu de feedback para as empresas começarem a pensar em soluções mais simples, amigáveis, completas e baratas a partir daí. Bons exemplos disso foram os casos do Vive Focus, Oculus Go e Oculus Quest que trouxeram soluções tudo-em-um e configurações simplificadas e intuitivas para tentar atingir um público mais amplo.
Desempenho de Mercado
Embora já tenha sido superado tecnologicamente, o HTC Vive desempenhou um papel fundamental em moldar o mercado de realidade virtual, não apenas como um dispositivo, mas também como uma inspiração para novos desenvolvimentos e tendências. A peça chave nessa aderência de mercado foi a colaboração entre a HTC e a Valve, resultando na integração com o SteamVR e a introdução do OpenVR SDK. Essa parceria permitiu que o Vive se beneficiasse de uma plataforma já estabelecida e rica em conteúdo, ao mesmo tempo em que abria para os desenvolvedores o leque de ferramentas necessárias para criar experiências VR envolventes e inovadoras.
E, se não bastasse, a EPIC Games resolveu entrar no “esquema” e oferecer uma abertura para integração com seu novo motor gráfico Unreal 4. É interessante observar como um projeto baseado em um conceito tão promissor pode fazer empresas concorrentes como Vale e Epic trabalharem juntas em prol de algo maior, abrindo caminho para uma nova onda de conteúdos de VR, impulsionada por uma comunidade de desenvolvedores cada vez maior e mais entusiasta.
A entrada do HTC Vive no mercado coincidiu com um período de intensa competição e inovação no setor de VR. Os gigantes como o Oculus Rift e o PlayStation VR também estavam buscando conquistar um espaço neste mar azul tecnológico. O Vive, com seu sistema de rastreamento de sala e controles de movimento precisos, foi reconhecido rapidamente como um dispositivo de alta qualidade voltado para uma experiência de VR mais completa e imersiva.
Essa diferenciação de mercado foi crucial para estabelecer o Vive não apenas entre entusiastas de VR, mas também como uma ferramenta viável para aplicações profissionais e empresariais. E esses nichos acabaram chamando mais a atenção tanto da HTC, quando da própria Valve, que decidiram migrar cada vez mais para essa direção do mercado.
O incentivo ao desenvolvimento independente através do OpenVR SDK pela Valve foi um passo importante para a inovação colaborativa e a diversidade na biblioteca de VR. Ao oferecer esse conjunto de ferramentas aberto e acessível, o Vive, o SteamVR e a Unreal Engne 4 se tornaram atraentes para uma gama mais ampla de desenvolvedores, desde estúdios independentes até grandes corporações. Isso resultou em uma biblioteca de conteúdo em constante crescimento e diversificação, abrindo novos caminhos para o uso do VR além do entretenimento.
Um dos desenvolvimentos mais significativos impulsionados pelo HTC Vive foi a crescente tendência de aplicações de VR em ambientes empresariais e profissionais. Com a precisão do seu sistema de rastreamento e a qualidade imersiva da experiência, o Vive mostrou-se ideal para simulações de treinamento, design arquitetônico, educação e até mesmo aplicações médicas. Algumas empresas começaram a reconhecer o potencial da Realidade Virtual, através da abordagem do Vive, como uma ferramenta para além dos jogos, explorando suas capacidades para treinamentos simulados, visualizações de produtos e colaborações remotas. Essa foi uma via alternativa para sair um pouco da concorrência com a Oculus VR e a Sony Playstation que se focaram no público gamer e no entretenimento interativo em geral.
Vale mencionar que o HTC Vive alcançou uma marca muito relevante nas vendas iniciais, com mais de 100.000 unidades ativas em 2016, segundo dados do SteamSpy. Este número embora não oficial podia indicar não apenas a popularidade do Vive no mercado de realidade virtual, mas também nos mostrar a crescente aceitação da tecnologia VR por consumidores entusiastas e desenvolvedores. E, de fato, ao final de 2016, a HTC confirmou que o número de vendas oficiais já havia ultrapassado a marca de 140.000 unidades. A comparação destes números com outros dispositivos VR no mercado já sugeria um cenário competitivo e um futuro promissor para a indústria de realidade virtual, onde o Vive se destacaria como um dos líderes. Hoje a HTC permanece como uma das líderes em VR do mercado.
Olhando mais a diante, ficaram claras as tendências geradas pelo HTC Vive, apontando para um crescimento interesse em uso da VR para o campo profissional e empresarial. Com o tempo, a realidade virtual, impulsionada por dispositivos como o Vive e Meta Quest, se tornou menos uma novidade e mais uma ferramenta essencial em diversas áreas, abrindo um mundo de possibilidades que apenas começamos a explorar. Dessa forma, tudo depende da redução de custo, pois a tecnologia está amadurecendo rapidamente e o uso mais simplificado e prático nas gerações atuais.
Considerações Finais
Agora que exploramos o HTC Vive de forma abrangente, vamos analisar de forma mais objetiva o que ele trouxe de bom e também quais foram os pontos fracos.
Prós
Inovação Técnica e Imersão Profunda: Com os controladores intuitivos, rastreamento preciso e gráficos de alta qualidade, o Vive proporcionou uma das experiências de realidade virtual mais imersivas disponíveis na época.
Rastreamento Avançado: O sistema de rastreamento com 6 DoF e as “Vive Bases” permitiram uma liberdade de movimento e uma precisão de interação incomparáveis para a época.
Desenvolvimento e Suporte da comunidade: A parceria com a Valve e a integração com SteamVR e OpenVR SDK abriram caminho para uma biblioteca de conteúdo diversificado e apoio contínuo da comunidade de desenvolvedores, além do entretenimento.
Duração das baterias dos controles: É bem difícil fazer uma seção de VR longa o bastante que seja capaz de esgotá-las completamente.
Contras
Complexidade de Configuração e Espaço Necessário: O Vive requeria um espaço significativo para instalação e um processo de configuração que poderia ser intimidador para um completo iniciante.
Problemas de Ergonomia e Conforto: Apesar de esforços para equilibrar o peso, em fóruns de discussão, muitos usuários relataram desconforto durante sessões mais prolongadas.
Gerenciamento de Cabos: O sistema com 3 fios do Vive pode interferir na imersão sendo uma fonte constante de preocupação e cuidado.
Preço Salgado: Sejamos francos, o preço inicial e os requisitos de hardware para executar o Vive o tornava pouco acessível para a maioria das pessoas.
Para finalizar, obrigado por nos acompanhar até aqui. Espero que tenha gostado do nosso mega-artigo. Se você teve a oportunidade de pôr as mãos em um HTC Vive deixe seu relato aqui nos comentários. Até a próxima!