Acredito que seja sempre importante nos colocarmos em uma posição que nos permita aprender coisas novas, em lugares, de fontes e até mesmo de pessoas inesperadas. Partindo desse raciocínio, com espírito de exploração e descoberta, te convidamos a conhecer mais sobre um dos dispositivos mais impressionantes do mundo da tecnologia do entretenimento: o Meta Quest 2. Ele não é só mais um headset caro de Realidade Virtual; pelo contrário, ele é uma porta ainda maior e mais acessível para mundos que desafiam nossas percepções do real e do imaginário, trazendo novos recursos e possibilidades para o entretenimento, educação e até além.
Desenvolvido pela Meta (anteriormente conhecida como Facebook), o Quest 2 foi um segundo passo na linha Oculus Quest e na evolução da realidade virtual (VR). A linha Quest foi projetada não apenas para entusiastas de longa data, mas também para atrair o público em geral, demonstrando as maravilhas da VR em uma variedade de aplicações. Com esse artigo, queremos analisar e comentar sobre o Quest 2, explorando um pouco de sua história recente, design, funcionalidades, experiência prática e muito mais.
O Meta Quest 2 é um verdadeiro testemunho do potencial intelectual humano para criar experiências que transcendem o convencional. Será que estaríamos nós entrando lentamente na era “Matrix” da existência? Vamos descobrir juntos como a realidade virtual está redefinindo os limites do que é possível no universo da realidade virtual. Bora lá!
História do Oculus Quest 2
A série “Quest” veio como uma evolução bem acertada na linha de dispositivos da Oculus VR, construída sobre o sucesso do Oculus Rift e do Oculus Go. A filosofia por trás dos headsets tudo-em-um era de simplificar a realidade virtual, removendo a dependência de um PC externo ou sensores de rastreamento separados, e possibilitar uma experiência de realidade virtual mais autônoma e completa. O primeiro Oculus Quest combinou a facilidade de uso do Oculus Go com a experiência de imersão avançada do Oculus Rift, introduzindo o rastreamento posicional “inside-out”, nos permitindo uma liberdade de movimento tridimensional muito maior. Algo que deixava a desejar no Oculus Go e similares.
Para quem já conhece um pouco da história do Oculus Rirf, sabe da controversa aquisição da antiga Oculus VR pelo Facebook em 2014, que foi um ponto decisivo da história, pois deu à Oculus VR os recursos financeiros e midiáticos necessários para expandir e acelerar o desenvolvimento da tecnologia. Com o suporte financeiro e a infraestrutura do Facebook, a Oculus VR pôde investir mais em P&D, atraindo talentos e avançando rápido na “corrida do VR”, sempre trabalhando nas margens do conhecimento. Esta parceria estratégica expandiu o alcance da Oculus VR no mercado, permitindo a exploração de novas possibilidades em realidade virtual e nas formas de monetizar.
Quest 2 e o Metaverso
A visão da Meta para a realidade virtual, com o Meta Quest 2 como peça central, era estabelecer a VR como uma plataforma de computação fundamental para o futuro. A princípio parecia até ambicioso demais, porém, as ações de marketing, elaboração de novas soluções com um foco em criar um ecossistema integrado para jogos, trabalho, educação e interação social, tornaram o Meta Quest 2 uma porta aberta e acessível para o “metaverso”, um universo virtual que se tornou a grande promessa da empresa para essa década.
Mudanças e Melhorias do Meta Quest 2
Inicialmente, o Quest 2 foi lançado em 2020 sob o nome “Oculus Quest 2”. No entanto, após a reformulação da marca Oculus pelo Facebook, agora conhecido como Meta, o headset de realidade virtual também passou a ser chamado de Meta Quest 2. Vale ressaltar que, embora o nome tenha mudado em 2022 trata-se do mesmo produto.
Lançado como uma versão mais potente e refinada do primeiro Oculus Quest, o Meta Quest 2 trouxe melhorias significativos tanto no hardware quanto no software. Estas melhorias incluíram um processador mais potente (a nova série Snapdragon XR2), resolução mais alta, design mais leve e ergonômico, maior quantidade de RAM, e quase que dobrou a taxa de atualização do display. O design dos controladores também foi revisto para melhor ergonomia e vida útil das pilhas ainda mais longa. Além disso, o foco na redução de custos tornou o Meta Quest 2 mais barato que seu modelo anterior, reforçando novamente seu apelo para o público em geral, principalmente os casuais e iniciantes em VR.
O desenvolvimento do Quest 2 foi influenciado levando em conta o grande aumento do interesse no mercado de VR para aplicações além dos jogos, como por exemplo educação, treinamento e experiências sociais imersivas. O interesse por dispositivos VR mais baratos e a evolução das tecnologias de rastreamento, display e redes sem fio foi o que possibilitaram a criação de um dispositivo mais poderoso a um custo reduzido.
O que vem no Kit?
- Headset Meta Quest 2 – O astro principal
- Dois controles Touch de terceira geração
- Cabo USB-C de 3 metros de comprimento
- Adaptador bivolt USB-C
- Duas pilhas AA
- Espaçador para óculos de grau
Construção, Design e Ergonomia do Meta Quest 2
O Quest 2 apresenta um novo design compacto e mais moderno, com dimensões de 191.5 x 102 x 142.5 mm (sem contar tira de cabeça). Este design é pensado para equilibrar a necessidade de um hardware robusto com a portabilidade e a facilidade de uso, totalmente sem fios. A escolha de um esquema de cores branco formou uma estética muito elegante e sofisticada.
Com um peso total de 503 gramas (incluindo a tira de cabeça), o Quest 2 é relativamente leve para um dispositivo de VR all-in-one. Esse peso foi cuidadosamente distribuído para tentar minimizar a fadiga durante o uso prolongado, embora a percepção de peso possa variar de acordo com o usuário e os ajustes.
O headset é construído principalmente de plástico fosco, com uma interface facial de espuma. Esses materiais são escolhidos por serem leves e duráveis, embora a interface de espuma possa absorver suor e exigir limpeza regular. Dependendo do tipo de pele, apesar de ser um tecido respirável, pode ficar com uma marca vermelha na testa. Além disso, alguns usuários podem preferir materiais alternativos para a interface facial, que podem ser adquiridos separadamente. O legal é que a maioria desses acessórios são autorizados pela Meta.
O Quest 2 utiliza uma tira de cabeça flexível de tecido, projetada para ser fácil de ajustar e confortável para a maioria dos usuários. No entanto, essa tira de cabeça tem sido objeto de algumas críticas. Alguns usuários relatam que ela possa ser desconfortável durante sessões mais longas, especialmente se o headset não estiver bem ajustado. Além disso, a tira pode deixar uma marca visível no cabelo, conhecida como “cabelo de VR”.
Em termos de ergonomia geral, o Quest 2 é projetado para ser o mais confortável possível para uma ampla gama de usuários. A interface facial de espuma e a tira de cabeça ajustável permitem que o dispositivo se adapte a diferentes formatos de rosto e tamanhos de cabeça. No entanto, como mencionado, o conforto pode variar, e alguns usuários podem precisar de acessórios adicionais para otimizar a experiência. Principalmente quem sua oculos de grau. Felizmente o kit acompanha um espaçador que quando instalado no headset aumenta o espaço entre as lentes e o rosto do usuário.
Especificações Técnicas do Meta Quest 2
Conjunto Ótico – Como um dispositivo binocular, o Quest 2 tem duas lentes de Fresnel separadas que funcionam em conjunto para criar uma experiência de realidade virtual convincente. Essa sobreposição binocular de 90° é crucial para criar a percepção de profundidade em uma experiência tridimensional realista. As lentes de Fresnel são bem mais leves e são uma escolha muito comum em headsets VR devido à sua capacidade de proporcionar uma experiência visual clara e imersiva, com campo de visão mais amplo e tudo isso, principalmente, adicionando menos peso ao dispositivo.
Ajuste de IPD – A faixa de ajuste de IPD (distância interpupilar) do Quest 2 varia de 58 a 68 mm em três posições fixas, e não há um botão ou chave seletora para fazer o ajuste. Como assim?! O sistema é mais simples e permite que você ajuste com as mãos a posição das lentes para alinhar com a distância entre seus olhos. Você sente um “clique” que indica quando cada configuração está posicionada. Esta abordagem ofereceu uma solução para acomodar uma ampla gama de usuários, mesmo que não ofereça um ajuste 100% preciso, as lentes de Fresnel entram em ação novamente para fazer a compensação.
Display e Imagem do Meta Quest 2
Display Single “Fast switch” LCD – O Meta Quest 2 usa um display LCD de comutação rápida binocular. Este tipo de tela tem capacidade de alternar rapidamente entre imagens. A rápida alternância entre quadros oferece uma experiência visual mais fluida e clara, especialmente importante em cenas de ação rápida ou jogos dinâmicos. Isso reduz o desfoque de movimento, o que pode ser uma fonte de desconforto ou náusea para a galera que sofre de cinetose. Além disso, essa escolha representa um equilíbrio entre qualidade visual e custo, já que LCD é mais barato do que OLED e similares.
No entanto, mesmo utilizando um display de LCD, o Quest 2 oferece um brilho máximo de 100 nits, uma iluminação adequada para a maioria dos ambientes de realidade virtual. A resolução de 1832×1920 por olho é uma melhoria significativa em relação ao modelo anterior também, exibindo imagens mais detalhadas e nítidas, o que é indispensável na era do 4K, já que até mesmo os menos entusiastas já estão ficando “mal-acostumados” com altas resoluções de imagens em TVs, monitores e smartphones.
Esse display tem um layout de subpixel RGB stripe, com três subpixels por pixel. Isso significa que cada pixel tem subpixels vermelho, verde e azul dedicados para formar a saturação das cores. No entanto, não espere níveis de preto absoluto em cenas mais escuras como os gerados por um display de OLED. Talvez, esse seja um dos únicos pontos negativos na escolha desse tipo de display.
Por outro lado, com uma densidade média de pixels de 18.88 PPD (pixels por grau) horizontalmente e 18.69 PPD verticalmente, o Meta Quest 2 consegue exibir imagens muito detalhadas e nítidas. Lembrando que resolução e densidade de pixels mais altas são alguns dos aspectos mais importantes para avaliar a clareza e a nitidez de imagem em um display. No caso de headsets de VR isso é extremamente benéfico para reduzir aquele efeito “screen-door”, que é quando enxergamos a grade de divisão entre os pixels.
Para finalizar, não podemos deixar de comentar sobre a taxa de atualização de 120 Hz que é um ponto forte do Meta Quest 2, superando os 72 Hz do Oculus Quest original. Uma taxa de atualização mais alta é fundamental para uma experiência VR confortável, e também acaba reduzindo a latência e tornando o movimento mais suave e responsivo, o que é especialmente importante em jogos de ritmo acelerado ou em aplicações que exigem movimentos rápidos. Esse aspecto garante uma sensação de estar mais sincronizado com o ambiente virtual.
Campo de Visão (FoV)
Campo Visível – O Quest 2 tem um Campo de Visão (FoV) de 97° horizontalmente e 93° verticalmente. Esta ampla faixa de FoV é muito bem-vinda para uma experiência VR verdadeiramente imersiva, pois te permite ver um mundo virtual também através da sua visão periférica assim como no mundo real.
Um detalhe importante é que o ajuste de IPD, que comentamos anteriormente, pode influenciar no campo de visão do Quest 2, que deve sofrer uma ligeira variação entre 85° e 97°, dependendo do ajuste da distância interpupilar (IPD). Ou seja, a experiência visual no final das contas, pode ser ligeiramente diferente para cada usuário, baseada na configuração que melhor se adequa à sua visão. Vale a pena passar algum tempo ajustando e experimentando para obter a melhor regulagem possível.
Campo Renderizado – Para quem não sabe, existe uma diferença do que pode ser visto (campo de visão) e o que é de fato renderizado. O campo de renderização é sempre maior do que o visível. O FoV renderizado do Quest 2 atinge até 104° horizontalmente, 98° verticalmente e 113° diagonalmente. Isso significa que a área que o dispositivo pode renderizar é ligeiramente maior do que aquela visível diretamente pelo usuário, garantindo que o usuário nunca veja as “bordas da janela”. Do contrário, poderia comprometer a imersão.
Novo Sistema de Rastreamento do Quest 2
O sistema de rastreamento do Meta Quest 2 teve uma implementação bem interessante. Utilizando um método de rastreamento inside-out com 6 graus de liberdade (6 DoF “plus”), o headset tem 4 câmeras integras que permitem o rastreamento posicional preciso e em tempo real. O que esse sistema tem de novo é que agora ele não só acompanha os movimentos da cabeça do usuário com grande precisão, mas também pode rastrear as mãos sem a necessidade dos Controles Touch, ou seja, o sistema está inteligente ao ponto de conseguir interpretar boa parte dos movimentos dos braços e traduzir para o avatar no ambiente virtual. Com certeza essa foi uma inovação significativa no campo de rastreamento para realidade virtual.
Embora a maior parte do trabalho pesado dessa novidade fique por conta de software, os sensores mais precisos foram cruciais para isso dar certo. Claro que esse recurso ainda está em uma fase experimental, mas já é possível vermos a grandeza nesse pequeno começo.
Estudos recentes destacaram a precisão excepcional do Meta Quest 2, particularmente útil em aplicações médicas e de reabilitação, onde a capacidade de detectar movimentos sutis pode ser crítica.
A eficácia do sistema de rastreamento se mantém em uma boa variedade de condições de iluminação, mostrando mais um aprimoramento na questão da adaptabilidade. No entanto, ainda é recomendável apenas para uso interno. Em testes na luz do dia, os sensores do Quest 2 simplesmente ficam cegos. Além do mais, há um risco de dano irreversível ao display ao ser exposto a raios solares através das lentes de Fresnel.
A precisão no rastreio é alcançada graças a uma combinação de hardware mais recente e algoritmos avançados de aprendizado de máquina e visão computacional desenvolvidos pela Meta/Facebook. Essa, inclusive está sendo a aposta para essa década.
Passthrough – O Quest 2 possui um recurso de passthrough que utiliza as câmeras de rastreamento do dispositivo para permitir que você veja o ambiente ao seu redor sem precisar ficar tirando o headset toda hora. Embora essa funcionalidade exiba as imagens em escala de cinza, é extremamente útil para situações em que você precisa de uma rápida referência ao mundo real, como para verificar o espaço ao redor, para uma interação com o ambiente ou até mesmo para achar os controles.
Sistema de Áudio Integrado do Meta Quest 2
O Meta Quest 2 possui alto-falantes embutidos que fornecem áudio posicional. Isso significa que o som é projetado de maneira a simular como ele seria ouvido no mundo real, com direcionalidade e distância. Por exemplo, se um objeto virtual estiver à sua direita no ambiente de VR, você vai escutar o som vindo dessa direção.
A vantagem do áudio integrado é que ele permite uma experiência de VR mais livre e conveniente. Não precisamos ficar preocupados com fios de fones de ouvido ou com a colocação de dispositivos adicionais. Isso contribui para a sensação de estar verdadeiramente imerso em um ambiente virtual. Apesar de serem internos, os alto-falantes integrados oferecem uma qualidade de som surpreendentemente boa. O som viaja por pequenos dutos que ficam na base das alças de cabeça e são capazes de produzir um som claro e nítido. Essa abordagem possibilita o uso de speakers maiores, capazes também de produzir sons mais graves.
Embora o sistema de áudio integrado seja projetado para ser ouvido principalmente pelo usuário, é importante notar que o som pode ser ouvido por outras pessoas próximas. Para uma experiência mais privada ou para não perturbar os outros, os usuários podem optar por conectar seus próprios fones de ouvido através da entrada de áudio de 3,5 mm do Quest 2, principalmente para aqueles que preferem uma experiência de áudio com qualidade de som superior.
Hardware Integrado do Quest 2
O hardware integrado do Meta Quest 2 é uma combinação bem equilibrada de potência, eficiência e capacidade gráfica. Este conjunto de especificações técnicas não só tornou o Quest 2 um dos headsets de VR mais poderosos disponíveis em sua geração, mas também assegurou que ele pudesse continuar a oferecer uma experiência de alta qualidade à medida que novos jogos e aplicativos mais exigentes foram lançados.
Chipset – O cérebro do Quest 2 é o Qualcomm Snapdragon XR2, um chipset especificamente projetado para dispositivos de realidade estendida (XR). Este chipset oferece um desempenho melhor em comparação com o modelo anteriores e também suporta recursos avançados de AI e VR, garantindo que o Quest 2 possa lidar com as demandas de aplicativos e jogos mais recentes, inclusive.
Processador – O CPU Kryo 585 apresenta uma configuração Octa-core, que inclui um núcleo de desempenho de 2.84 GHz para tarefas intensivas, três núcleos de 2.42 GHz para um equilíbrio de desempenho e eficiência, e quatro núcleos de 1.8 GHz para tarefas menos exigentes. Esta configuração assegura que o Quest 2 possa gerenciar eficientemente uma variedade de processos, desde a renderização de gráficos complexos até a execução de aplicações em segundo plano. Esse uso mais inteligente dos recursos não estendeu a duração da bateria, mas foi uma maneira de fazer mais com menos.
GPU – O chip de vídeo Adreno 650 GPU oferece gráficos de alta qualidade, essenciais para uma experiência de VR convincente. Esta GPU é capaz de renderizar gráficos mais modernos em relação ao modelo anterior, suportando Vulkan 1.1, DirectX 12, OpenGL ES 3.2 e OpenCL 2.0 FP. Além disso, jogos e vídeos podem usar HDR10 + e Dolby Vision.
RAM – Com 6 GB de RAM, o Quest 2 tem memória suficiente para multitarefa e para suportar aplicativos de VR exigentes. Esta quantidade de RAM garante que o dispositivo possa lidar com transições suaves entre aplicativos e manter o desempenho durante sessões de jogo pesados. Pensando a médio prazo, 8 GB poderiam ser muito bem-vindos dada a evolução a ritmo acelerado os jogos aplicativos.
Armazenamento – O Quest 2 foi lançado em três variantes: 64 GB, 128 GB e 256 GB. Embora não possua um slot para cartão SD, estas opções de armazenamento interno são geralmente suficientes para a maioria dos usuários.
Bateria – A capacidade da bateria de 3640 mAh do Quest 2 suporta cerca de 3 horas de uso, dependendo da intensidade da aplicação. Este tempo de bateria é adequado para sessões de jogo ou experiências de VR de duração moderada, mas já seria esperado uma relação melhor entre duração e tempo de carga, já que o dispositivo leva aproximadamente 2,5 horas para carregar completamente.
Conectividade
O Quest 2 vem equipado com uma porta USB-C, que serve para múltiplas funções. Além de ser o ponto de carregamento do dispositivo, a porta USB-C também é usada para conectar o headset a um PC, permitindo o acesso a uma variedade maior de conteúdos de VR.
Vídeo com Via Cabo (Oculus Link) – Uma das características mais interessantes sobre conectividade do Quest 2 é a capacidade dele se conectar a um PC via Oculus Link, usando um cabo USB-C 3.0. Esta funcionalidade transforma o Quest 2 em um headset de VR praticamente equivalente ao Oculus Rift, nos permitindo jogar jogos de VR que exigem muito mais poder de processamento.
Vídeo Sem Fio (Streaming WiFi) – Para aqueles que preferem uma experiência sem fio, o Quest 2 suporta streaming de vídeo via WiFi. Isso pode ser feito através de aplicativos como Virtual Desktop e AirLink. Sem a necessidade de cabos, oferecendo maior liberdade de movimento e uma experiência mais imersiva, embora possa haver uma ligeira redução na qualidade do vídeo e no tempo de resposta em comparação com uma conexão com fio. Então, é recomendável um roteador Wi-Fi5 no mínimo.
WiFi – O Quest 2 suporta até WiFi 6, a mais recente norma de WiFi, que oferece velocidades mais rápidas, maior eficiência e melhor desempenho em ambientes com muitos dispositivos conectados. Isso é especialmente vantajoso para fazer streamings de vídeo sem fio e downloads dos conteúdos.
Bluetooth – Com Bluetooth 5.0 LE (Low Energy), o Quest 2 oferece uma conexão Bluetooth eficiente e de baixo consumo de energia. Isso permite a conexão de acessórios, como os controladores e dispositivos de áudio, mantendo o consumo de bateria do headset em um nível mínimo. Isso é uma novidade, pois os modelos anteriores não ofereciam compatibilidade com fones sem fio.
Controles Trouch de Terceira Geração
No geral, os controles do Meta Quest 2 cumprem um papel fundamental na entrega de uma experiência de realidade virtual envolvente e interativa, nos permitindo explorar e interagir com o mundo virtual de forma intuitiva e imersiva.
No que diz respeito a design, não houveram mudanças drásticas, mas os novos controles do Meta Quest 2 foram aprimorados para oferecer uma ergonomia superior, uma melhoria sutil em relação aos controles do Oculus Quest original, já que o design anterior recebeu um feedback muito positivo nessa questão.
A terceira geração dos controles Touch são ligeiramente maiores, mais arredondados e com uma pegada mais natural. Eles herdaram muitas características do design original do Oculus Quest, considerado por muitos como um dos mais ergonômico do mercado. Isso inclui o arco de sensores infravermelho e controles analógicos igual os de Dualshock e Dualsense do Playstation.
As mudanças mais significativas ocorreram mesmo por dentro. Na Durabilidade das pilhas, por exemplo, é possível notar que houve uma ênfase na eficiência energética e com isso uma melhoria na autonomia que agora chega até 30 horas e os controles receberam um indicador de carga das pilhas na parte superior.
A robustez geral dos controles transmite uma sensação de qualidade premium, evidenciada pelos pequenos detalhes e pela seleção cuidadosa dos materiais. Notamos que houve uma mudança no sistema de encaixe das tampas de pilha: no modelo anterior, as tampas eram magnéticas. Um sistema sofisticado, mas as tampas podiam se soltar durante o uso intenso, portanto, é compreensível a adoção de um design de encaixe mais simples e tradicional. Isso sem mencionar ser um detalhe a mais na diminuição de custo geral.
Os Touch Gen3 oferecem um rastreamento ainda mais preciso e com uma latência menor, devido a aprimoramentos na conectividade. Eles utilizam tecnologia de rastreamento infravermelho, trabalhando em conjunto com as câmeras integradas no headset para fornecer a experiência em 6 graus de liberdade (6DoF). Assim como nos modelos anteriores, os controles são capacitivos e podem detectar o toque dos dedos, além de terem um excelente feedback tátil para aumentar a imersão.
Entrando na Realidade Virtual com Meta Quest 2
A praticidade do uso do Quest 2 é incrível, bastando apenas ligar e colocar o headset na cabeça. Detalhe curioso: se o dispositivo for ligado e o usuário não colocá-lo na cabeça, ele não iniciará. O Quest 2 simplesmente ficar te esperando em “stand-by”.
Na prática o Quest 2 possibilita o uso em qualquer espaço, seja sentado ou em pé, com apenas 2 metros quadrados sendo o mínimo necessário. Ao iniciar a primeira sessão é essencial ajustar sua zona de segurança para garantir uma experiência minimamente segura. Utilizando as câmeras integradas na parte externa dos óculos, você pode enxergar o ambiente real ao seu redor. Isso permite que você interaja com o espaço virtual sem o risco de trombar nos objetos da sala. Com os controles você vai delineando os limites do seu espaço de jogo, definindo claramente até que distâncias é seguro se mover.
É evidente o esforço em criar interfaces que praticamente pegam na mão no usuário e o guiam até os objetivos, mitigando a chance de frustração. Além disso, a curva de aprendizado é amigável como sempre, com muitos aplicativos gratuitos disponíveis, e a integração com o SteamVR e a Loja Oculus para PC abrem um leque ainda maior de opções para nós. Em cerca de duas ou três horas você já se sente completamente familiarizado com a experiência em VR.
Um ponto negativo do Meta Quest 2 é a necessidade de possuir uma conta do Facebook para utilizá-lo. Não faz muito tempo, o Facebook/Meta esteve envolvida em algumas polemicas relacionados à privacidade, e isso pode ser incômodo para aqueles que não confiam nas políticas de privacidade da empresa.
Ao experimentar o headset pela primeira vez, você é introduzido a um tutorial interativo que revela as incríveis funcionalidades. Após essa etapa inicial, você terá à disposição uma vasta coleção de jogos. E essa coleção se expande ainda mais ao conectar o dispositivo a um PC. Inclusive, a integração com o PC nos permite o uso de teclado e mouse físicos ou virtuais. Da para rodar jogos e programas VR que originalmente não seriam compatíveis com o hardware integrado do Quest 2. A facilidade de espelhamento em TVs, celulares e PCs torna o Meta Quest 2 um verdadeiro centro de entretenimento muito versátil e imersivo. No entanto, o dispositivo não é compatível com consoles de videogame.
Para ter uma boa experiência wireless com o PC, recomenda-se uma conexão sem fio Wi-Fi 5 ou Wi-Fi 6. Essa ultima é a tecnologia mais recente no mercado e oferece velocidades mais rápidas, maior alcance e uma conexão mais estável, mesmo em ambientes com muitos dispositivos conectados. Mas, caso ainda não tiver um roteador Wi-Fi 6, não se preocupe. Uma conexão USB 3.0 é a melhor opção se você não se importar com um cabo plugado ao headset.
As aplicações do Meta Quest 2 não se limitam a jogos. Através dele é possível ter uma gama diversificada de experiências, incluindo trabalho, meditação, exercícios físicos, acesso remoto ao PC, sessões de filmes e séries em ambientes virtuais, interações sociais em metaversos e aplicações para design e criatividade.
Apesar de seus pontos fortes na usabilidade, o Meta Quest 2 tem alguns probleminhas pontuais. Na parte de design, dependendo do formato do rosto do usuário, pode haver entrada de luz externa. Além disso, os aplicativos pagos tendem a ser mais caros devida a indisponibilidade de oficial no Brasil. Mesmo com um design pensado para conforto e um hardware integrado com maior capacidade de gerar movimento suave e imagem de alta resolução, alguns usuários podem experimentar cinetose persistente ou desconforto ao usar o dispositivo sobre óculos de grau. As lentes também podem embaçar durante o uso prolongado ou intenso. Mas esses casos são exceções de forma geral.
Considerações Finais
Em uma visão geral, o Meta Quest 2 é uma excelente opção para quem quer iniciar na realidade virtual. Com sua combinação de hardware avançado, design ergonômico e uma plataforma de software robusta, o Meta Quest 2 oferece uma experiência imersiva e acessível. Sua imagem de alta resolução garante uma performance visual impressionante, enquanto o design e a ergonomia visam proporcionar conforto, mesmo diante de algumas críticas especificas relacionadas à tira de cabeça e à possível entrada de luz.
A capacidade do Quest 2 de operar tanto de forma independente quanto conectado a um PC, através do Oculus Link ou via streaming WiFi, apresenta uma vantagem clara diante dos headsets dependentes de PC ou os exclusivos para console como o Playstation VR2. Isso, juntamente com o suporte a WiFi e Bluetooth 5.0, amplia as possibilidades de uso e integração com outros dispositivos e plataformas.
No entanto, é importante reconhecer que, apesar de suas muitas qualidades, o Meta Quest 2 não está isento de falhas. A necessidade de uma conta do Facebook para uso e as preocupações com a privacidade são pontos que podem causar certa irritação em alguns usuários. Além disso, a experiência de VR ainda pode ser limitada para quem tem Playstation e Xbox (quem sabe no futuro…?). A relação entre tempo de bateria e tempo de recarga não é das melhores, mas pode ser contornado com uso de um powerbank fixado na parte de trás das tiras de cabeça.
Então é isso, obrigado por nos acompanhar até aqui, espero que tenha gostado do overview do Meta Quest 2. Se você ainda tiver alguma duvida, vamos bater um papo nos comentários. Até a próxima.