Imagem do ator Charlie Chaplin
Charlie Chaplin - Divulgação

Charlie Chaplin é uma das grandes personalidades da história do cinema, talvez o maior artista cinematográfico de todos os tempos. Dono de uma infância pobre – marcada pela fome, abandono de seu pai e enlouquecimento de sua mãe – conseguiu, através do seu talento e perseverança, vencer todas as probabilidades e elevar seu nome a um patamar onde poucos chegaram.

Fatos rápidos sobre Charlie Chaplin

  • Nome completo – Charles Spencer Chaplin Jr.
  • Nacionalidade – Inglesa
  • Data de nascimento – 16 de abril de 1889
  • Data de falecimento: 25 de dezembro de 1977 (88 anos de idade)
  • Pais – Charles Spencer Chaplin e Hannah Harriet Chaplin
  • Irmãos – Sydney John Chaplin e George Dryden Wheeler Jr.
  • Esposas – Mildred Harris (de 1918 a 1920); Lita Grey (1924 a 1927); Paulette Goddard (1936 a 1942) e Oona O’Neill (1943 a 1977)
  • Filhos – (11): Norman Spencer, Charles Jr., Sydney Earl, Geraldine, Michael, Josephine, Victoria, Jane, Eugene Anthony, Annette e Christopher
  • Famoso como – cineasta e ator cômico

Quem foi Charlie Chaplin?

Charlie Chaplin foi um ator, diretor, comediante, compositor, cineasta, roteirista, editor e também músico britânico, e que fez sua carreira internacional em Hollywood, nos Estados Unidos da América.

Foi o grande nome da era do cinema mudo, e também criou obras importantes quando o cinema sonoro foi introduzido. É conhecido principalmente por sua mímica e seu estilo de comédia pastelão.

Ao longo de sua carreira, criou e protagonizou filmes como “Tempos Modernos”, “Luzes da Cidade”, “O Garoto”, “Em Busca do Ouro”, “O Circo” e “O Grande Ditador”. Além disso, foi o grande responsável por criar o personagem Carlitos, também chamado de O Vagabundo ou The Tramp (nome original), protagonista de grande parte dos seus filmes – longas e curtas.

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Chaplin é considerado por muitos como o maior artista cinematográfico de todos os tempos e recebe também o título de um dos pais do cinema. Afinal, foram anos de contribuições, com ele produzindo, escrevendo, dirigindo e protagonizando seus filmes, alguns financiados por ele próprio.

Ele era famoso também por seu perfeccionismo, sempre gravando diversas vezes a mesma cena em suas obras, até chegar no nível de qualidade desejado. O resultado, apesar da onerosidade, foram curtas e longas que deixaram um legado duradouro dentro da história cinematográfica.

Biografia de Charlie Chaplin

Infância

Primeiros anos de vida

Charlie Chaplin nasceu em 1889 na região de Walworth, em Londres, Inglaterra. Na verdade, não há registros oficiais que confirmem ser esse o local, mas ele próprio acreditava que era essa a região do seu nascimento, já que documentos apontam que vivia com sua mãe e irmão nessa área em 1891.

Embora pobres, seu pais – Charles Spencer Chaplin e Hannah Harriet Chaplin (antes Hannah Harriet Hill) – eram artistas de music hall (forma de entretenimento teatral criado no Reino Unido, caracterizado como uma mescla de música popular, participações especiais e comédia), sendo ambos atores e cantores. Eles se casaram por volta de 1885 e Hannah já tinha um filho de um relacionamento anterior, Sydney John Chaplin, o meio-irmão mais velho do jovem Charlie Chaplin Jr.

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O casal acabou se “separando” (não se divorciaram oficialmente) ainda no ano de 1891, quando o garoto não tinha nem mesmo 3 anos de idade. Seu pai, que conseguiu certo reconhecimento com sua arte, já enfrentava problemas de alcoolismo nesse período e abandonou a família.

Já no ano seguinte (1892), Hannah teve o seu terceiro filho, meio-irmão caçula de Charlie Chaplin, George Dryden Wheeler Jr.. Ele era filho do também artista de music hall Leo Dryden, que acabou retirando o garoto da mãe (já mentalmente instável na época). Wheeler só soube do seu parentesco com o artista quase três décadas depois.

Lembrando que nesse período (1891-1992) Chaplin ainda vivia em Walworth, juntamente com sua mãe e irmão Sydney, passando por momentos bastante complicados, com a pobreza da família se intensificando ainda mais nos anos seguintes. Depois, eles passaram a viver em Lambeth, também em Londres.

Estreia nos palcos

A necessidade e o sangue artístico levaram Charlie Chaplin a iniciar sua carreira precocemente, aos 9 anos de idade. Em 1894, no entanto, quando ainda estava com 5 anos, fez sua estreia nos palcos (um evento isolado). Sua mãe participava de uma apresentação quando sua voz falhou. Sempre observando seus treinamentos, o garoto subiu no palco e completou a canção, a pedido do diretor.

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Declínio da carreira de Hannah

Mesmo sem ter alcançado sucesso até então, um problema na laringe acabou dificultando de vez a carreira de cantora de Hannah. Foi como costureira que ela passou a trazer a pouca grana que entrava em casa (seu ex-marido não contribuia para o cuidado do filho). Além disso, cada vez mais ela piorava mentalmente, devido a quadro de depressão e também de desnutrição, ocasionado pela fome.

A situação levou Hannah a constantes internações, fazendo com que Sydney e Charlie Chaplin, ainda com 7 anos de idade, fossem cuidados por um período em orfanatos e escolas para crianças pobres, a exemplo da Lambeth Workhouse, Central London District School e Norwood Schools.

Posteriormente, em 1898, a situação da mãe piorou ainda mais, com um quadro de psicose provocada pela desnutrição e uma infecção de sífilis. Assim, ela foi internada no manicômio de Cane Hill e os garotos foram viver com o pai –  que mal conheciam – e a sua amante, Louise, na mesma região de Lambeth, onde ficaram por dois meses, até a mãe melhorar. Foi nesse período que Charlie Chaplin começou a trabalhar como artista.

Hannah conseguiu se recuperar e só voltou a adoecer novamente em 1903. O pai de Chaplin, por outro lado, faleceu de cirrose hepática dois anos antes, em 1901, mesma época em que Sydney ingressou na Marinha.

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Assim, quando sua mãe retornou para Cane Hill, Charlie Chaplin estava com com 14 anos de idade (já tinha uma vida iniciada nas artes nessa época) e viveu sozinho por um período, na rua, até que Sydney retornou. Apesar de outra leve melhora, a doença de Hannah se agravou de vez em 1905, e ficou de forma permanente até sua morte, em 1928.

Início de carreira profissional

Como mencionado, embora já tenha subido nos palcos aos 5 anos de idade, a estreia profissional de Charlie Chaplin ocorreu quando ele estava com 9 anos. Ele teve o incentivo da mãe e utilizou os contatos dos seus pais para conseguir tornar-se um membro da trupe de dança de tamancos Eight Lancashire Lads, fazendo excursões por salas de música inglesas ao longo de 1899 e 1900.

Seu trabalho na dança era apenas o começo, já que ele realmente desejava ser ator. Abandonou a escola antes dos 13 anos para se dedicar à arte e se registrou em agência teatral no West End de Londres aos 14, depois que sua mãe retornou para Cane Hill.

O ano era 1903 e Charlie Chaplin estreava como ator teatral em “Jim, a Romance of Cockayne”, fazendo o papel de repórter. Apesar do fraco desempenho da peça, ele chamou atenção por sua performance cômica.

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Harry Arthur Saintsbury, que estava no comando da obra – ele foi um dos primeiros mentores de Chaplin – o introduziu na peça “Sherlock Holmes”, de Charles Frohman. Ele deu vida ao personagem Billy, participando de três turnês nacionais, até 1906. Seu ótimo desempenho o levou a atuar ao lado de William Gillette, que é o Holmes original. Foi Gillette quem criou a peça, juntamente com o próprio Sir Arthur Conan Doyle, criador do personagem.

Sydney também começou sua carreira de ator nessa época. Ele e Charlie Chaplin participaram de algumas turnês juntos em 1906, em uma nova empresa, mas fizeram outros trabalhos separados posteriormente. Enquanto Chaplin tentou alguns solos – sem sucesso – Sydney entrou para a companhia de comédia liderada por Fred Karno, tornando-se seu principal intérprete em 1908. Dentro da Karno, ele ajudou seu irmão mais novo a chegar à companhia também, que logo ascendeu ao status de estrela.

Turnê nos Estados Unidos da América

Com a Fred Karno, Sydney e Charlie seguiram em uma turnê para a América em 1910, retornando para uma segunda em 1912, conseguindo relativo sucesso. Foi por seus papéis, como o bêbado “Inebriate Swell”, que Chaplin chamou atenção de um produtor cinematográfico, chegando a Keystone Film Company, de Mack Sennett, em 1913.

Início da carreira no cinema e criação do personagem “Carlitos”

O primeiro filme que ele estrelou nos cinemas foi “Making a Living” (1914) – ou “Carlitos Repórter”, em português -, um curta onde ele dá vida ao estelionatário Edgar English. A obra foi gravada na Keystone em apenas três dias e não agradou a empresa.

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Ainda em 1914, em uma nova chance, Chaplin deu vida àquele que se tornaria seu personagem mais famoso, The Tramp ou The Little Tramp, também chamado no Brasil de Carlitos, O Vagabundo.

Sua primeira aparição para o público foi no filme “Kid Auto Races in Venice” (Corrida de automóveis para meninos), onde os produtores aproveitaram uma corrida de verdade para gravar o curta. Mas, apesar de ter sido lançado um pouco depois, a primeira gravação com o personagem ocorreu em “Mabel’s Strange Predicament” (1914).

O sucesso e aceitação do público foi imediato e somente em 1914, mesmo com a explosão da Primeira Guerra Mundial, Chaplin estrelou nada menos que 34 curtas-metragens cômicos, na sua grande maioria aparecendo como Carlitos, além do longa “Tillie’s Punctured Romance”. Sem dúvidas, uma época muito produtiva para o ator, então com 25 anos de idade. Lembrando que inicialmente ele não dirigia suas obras, mas tomou a frente da direção ainda dentro da Keystone, começando pelo curta “Caught in the Rain”.

Alcançando sucesso no cinema

Mesmo com poucos meses na Keystone, Charlie Chaplin já era o artista mais famoso da empresa. Assim, conseguiu um contrato bem mais vantajoso com a Essanay Studios em 1915, ano em que realmente conseguiu o tão almejado sucesso. Ele saiu de um contrato de US$ 150 por semana para US$ 1.250 semanais, tendo ainda uma unidade própria de produção.

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Nessa época, os filmes ficaram mais “ambiciosos” e mais longos. Curtas antes de 10-15 minutos se transformaram em curtas de 30 minutos, em média. Mesmo assim, em 2015, ele participou de 14 filmes, a exemplo de “The Tramp” e “Burlesque on Carmen”.

Sendo moldado ao longo dos anos, o personagem Carlitos deixou seu lado mais bruto e grosseiro para tornar-se mais romântico e gentil. Essa alteração contribuiu para que Chaplin se tornasse um fenômeno cultural no período, com seu sucesso se sobressaindo aos limites da América.

Novamente, um novo estúdio se propôs a contratá-lo em 1916. Agora a  Mutual Film Corporation firmou um contrato de US$ 670.000 por ano, para a produção de 12 filmes, onde Chaplin teria o controle praticamente total das obras.

Esse foi um momento criativo intenso para o artista, e o mais feliz de sua carreira – segundo ele próprio -, que criou curtas amplamente conceituados para a Mutual, como os clássicos da comédia “Easy Street”, “The Adventurer”, “One A.M.” e “The Pawnshop”.

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Críticas durante a Primeira Guerra

Sendo o maior expoente do cinema mudo, o holofote trouxe também olhares mais críticos para cada atitude de Charlie Chaplin. A imprensa britânica o criticou duramente por não ter se alistado como um combatente. Informações, no entanto, apontam que ele se apresentou, mas sua estatura e peso baixos o fizeram ser recusado.

Sua contribuição na época foi financeira – arrecadando fundo para as tropas – e de incentivo, com ele tornando-se um dos garotos-propaganda, principalmente após a entrada dos Estados Unidos, em 1917.

Novas produções e fundação de um estúdio próprio

Finalizado o contrato com a Mutual, Chaplin migrou para a First National Film Corporation em 1917/18, onde receberia US$ 1 milhão para produzir 8 curtas. A empresa lhe forneceu todo o controle e condições para que ele trabalhasse sem pressa nessas obras. Assim, ele optou por expandir alguns dos filmes, criando longas como “Shoulder Arms” (1918) e “The Kid” (1921) – o clássico “O Garoto”, que deu fama ao ator mirim Jackie Coogan.

Concomitantemente a isso, ele iniciou a construção do seu próprio estúdio em Hollywood, co-fundando em 1919 a United Artists Corporation (UA), juntamente com D.W. Griffith, Mary Pickford e Douglas Fairbanks. Isso o deu sua total independência como cineasta, que passou a produzir seus almejados longas. A estreia da distribuidora foi com “A Woman of Paris” (1923), que seguiu com clássicos como “The Gold Rush” (1925) e “O Circo” (1928).

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O fim da era do cinema mudo e criação dos grandes clássicos

“The Jazz Singer” (1927), lançado pela Warner Brothers, é considerado como sendo o primeiro filme sonoro bem sucedido comercialmente. Mas como as tecnologias avançam rapidamente, no início da década de 1930 a era do cinema mudo já estava finalizada.

Charlie Chaplin não era adepto a esse novo sistema e acreditava, uma vez que para ele as ações são melhor entendidas que as palavras. Durante todos os anos 30 ele não migrou para o cinema sonoro, apenas introduziu alguns novos elementos em suas obras.

Nesse período, criou dois filmes que, incrivelmente, são algumas de suas obras mais conhecidas e aclamadas: “Luzes da Cidade” (1931) e “Tempos Modernos” (1936), este sendo um híbrido, onde pela primeira vez é possível se ouvir a voz de Chaplin. Esse foi o fim da era mudo.

Migração para o cinema sonoro, novos clássicos e queda de popularidade

A primeira obra de Charlie Chaplin fora do cinema mudo foi “O Grande Ditador” (1940), e veio para mostrar toda a sua versatilidade cinematográfica, recebendo diversas indicações ao Oscar (incluindo sua única como ator). O filme foi lançado depois do início da Segunda Guerra Mundial, ainda antes dos Estados Unidos entrarem no conflito, e ele dá vida a Adenoid Hynkel – que satiriza Adolf Hitler.

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Apesar da aclamação da crítica e do retorno econômico, O Grande Ditador marcou também o início de uma queda de popularidade do artista, que passou a expressar com bastante ousadia suas crenças políticas – inclusive no final do referido filme.

Como mostrado em “Oppenheimer” (2023), o fim da guerra armada levou ao início de uma “Guerra Fria” contra a União Soviética e o Comunismo. E Chaplin foi considerado por muitos como um sendo um defensor comunista e anarquista, embora negasse as acusações. Além disso, seus problemas pessoais, ligados a sua vida amorosa também prejudicaram consideravelmente sua imagem.

Em 1947, quando ele lançou o filme “Monsieur Verdoux”, uma obra que humor negro que, em tese, critica o captalismo, sofreu boicote nos Estados Unidos. O FBI também fazia bastante pressão e Chaplin, devido seus posicionamentos políticos, entrou de vez na lista negra hollywoodiana.

As últimas produções de Chaplin

Já com um ritmo muito mais lento desde antes de 1931, os últimos três filmes de Charlie Chaplin chegaram dentro de um período de quase 20 anos. Foram eles: “Luzes de Ribalta” (1952), “Um Rei em Nova York” (1957) e “A Condessa de Hong Kong” (1967).

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Para lançar sua obra de 1952 ele acabou viajando para Londres e teve seu visto revogado. Assim, para retornar aos Estados Unidos, teria que responder a algumas acusações quanto aos seus posicionamentos políticos. A partir desse ponto exilou-se em Vevey, na Suíça, local que escolheu para viver.

Reconhecimento de sua obra e morte

Passados alguns anos, a efervescência política nos Estados Unidos baixou e novamente os olhares se voltaram para as obras e relevância dos trabalhos de Charlie Chaplin ao longo de décadas, deixando a visão quanto aos seus posicionamentos em segundo plano. Isso enquanto ele ainda estava vivo.

Em 1972, por exemplo, retornou ao território norte-americano pela primeira vez em 20 anos, para receber seu segundo Oscar honorário. No evento, foi ovacionado por 12 minutos ininterruptos –  a mais longa da história da cerimônia.

Uma das suas últimas aparições públicas ocorreu no ano de 1975, quando recebeu o título de Cavaleiro Comandante do Império Britânico (KBE), dado pela própria Rainha Elizabeth II.

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Charlie Chaplin morreu no dia de Natal, 25 de dezembro de 1977, quando estava com 88 anos de idade. O local de sua morte foi em Corsier-sur-Vevey, Vaud, Suíça, e ele veio a óbito devido a um derrame cerebral.

Um fato curioso é que alguns meses depois do seu falecimento, seu cadáver acabou sendo roubado por dois criminosos que queriam extorquir a família Chaplin. Felizmente, o corpo foi encontrado posteriormente e enterrado no mesmo cemitério em Corsier-sur-Vevey.

Vida pessoal

Como o lado profissional da vida de Charlie Chaplin foi bastante movimentado depois que ele tornou-se famoso, fica bem complicado alinhar ao mesmo tempo todo o caráter pessoal de sua trajetória, que também foi igualmente agitado.

Na grande maioria das vezes, ele se relacionava com mulheres bem mais jovens que ele. E esse ideal feminino que Chaplin possuía era atribuído a uma paixão adolescente por Hetty Kelly, ainda em seus tempos londrinos de music hall. Era sexualmente muito ativo, tendo 4 esposas ao longo de sua vida (todas atrizes) e incontáveis amantes, o que acabaram lhe gerando 11 filhos.

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  • Mildred Harris (de 1918 a 1920) – tiveram 1 filho, Norman Spencer, que viveu somente três dias;
  • Lita Grey (1924 a 1927) – o casal teve dois filhos: Charles Jr. e Sydney Earl;
  • Paulette Goddard (1936 a 1942) – não tiveram filhos; e
  • Oona O’Neill (1943 a 1977) – foi a quarta e última das esposas de Chaplin, ficando com ele até a morte do cineasta, tornando-se sua viúva. Juntos, eles tiveram 8 filhos.

Para Chaplin, Oona, que era filha do premiado dramaturgo Eugene O’Neill, foi realmente seu grande amor. Eles se casaram quando ela tinha 18 anos e ele já com 53. Os filhos do casal chamavam-se Geraldine, Michael, Josephine, Victoria, Jane, Eugene Anthony, Annette e Christopher. Aliás, alguns dos seus filhos seguiram carreiras artísticas, destacando-se Charles Jr., Sydney Earl e Geraldine Chaplin.

Vale um destaque também quanto ao seu meio-irmão caçula, George Dryden Wheeler Jr. Isso porque o pai do garoto só revelou que ele era irmão de Chaplin quando este já estava famoso, em meados de 1915. Posteriormente, Dryden viajou para os Estados Unidos para conhecê-lo e colaborou em alguns trabalhos – ele também era ator.

Quais são os principais trabalhos de Charlie Chaplin?

A filmografia de Charlie Chaplin é bastante extensa, principalmente devido à alta produção de curtas no início de sua carreira. Algumas de suas principais obras, no entanto, são:

O Imigrante (1917)

The Immigrant (1917) foi produzido no período da Mutual, sendo o 11º dos 12 filmes que Chaplin criou para a empresa. Dirigido e co-roteirizado por ele, a obra também é estrelada por Edna Purviance, Eric Campbell, Albert Austin e Henry Bergman.

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O curta mudo de 30 minutos gira em torno de Charles e Edna, que decidem viajar em um navio para as Américas, buscando uma vida melhor. Chegando ao território estadunidense, porém, se deparam com os maus tratos que os imigrantes sofriam.

O Garoto (1921)

Em 1921, Charlie Chaplin tentava migrar de vez para os longa-metragens, já dentro da First National. Foi assim que nasceu “O Garoto”, uma das suas obras mais queridas, sem dúvidas.

O filme, que tem 1 hora e 8 minutos de duração e explora os gêneros de drama e comédia, conta a história de um vagabundo que encontra um recém-nascido abandonado na rua e decide criá-lo. Juntos, eles passam pelas mais variadas situações e têm que lidar com as autoridades que tentam tomar o garoto e, posteriormente, com a mãe, agora bem sucedida, que tenta reencontrar o filho.

The Kid, escrito e dirigido por Chaplin, é protagonizado por ele e Jackie Coogan, como o garoto, e também traz no elenco nomes como Edna Purviance, Carl Miller, Granville Redmond, Tom Wilson, May White, dentre outros.

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Em Busca do Ouro (1925)

The Gold Rush foi produzido já no seu próprio estúdio, a United Artists, e é outro clássico do artista – a obra pela qual ele gostaria de ser lembrado, como já afirmou. Esse longa de aventura, comédia e drama tem 1 hora e 35 minutos de duração e mostra Carlitos, o Vagabundo, tentando a sorte na região de Klondike, no Alasca, durante a chamada “febre do ouro”. Lá, acaba encontrando bem mais que isso.

Além de protagonista, Charlie Chaplin novamente dirigiu e escreveu o filme, co-estrelado por Georgia Hale, Mack Swain, Henry Bergman e Tom Murray.

O Circo (1928)

Outro longa de destaque é The Circus, de 1928, um dos seus últimos filmes da era do cinema mudo. O vagabundo Carlitos acaba sendo confundido com um ladrão e, ao fugir, se refugia em um circo local. No circo, ele transforma-se na atração principal, mas fica revoltado com as ações do proprietário, um tirano.

O longa de comédia/romance tem 1 hora e 12 minutos de duração e é completamente produzido por Chaplin. Além dele, o elenco conta com nomes como o de Al Ernest Garcia, Merna Kennedy e Harry Crockers.

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Luzes da Cidade (1931)

Luzes da Cidade (City Lights) é incontestavelmente uma das grandes obras de Charlie Chaplin e um dos seus filmes mais conhecidos. A aclamação, nesse caso, vem tanto do público quanto da crítica, com diversos diretores renomados o colocando como um dos melhores filmes já criados.

Trata-se de uma comédia romântica de 1 hora e 27 minutos e gira em torno de Carlitos, o vagabundo sem dinheiro, e que agora se apaixona por uma florista cega. Ela acaba o confundindo com um homem milionário, e ele, para não a decepcionar e perder a jovem, passa a fingir realmente ser alguém rico. O elenco trás Chaplin, Virginia Cherrill, Florence Lee, Harry Myers, dentre outros.

Tempos Modernos (1936), um dos maiores filmes de Charlie Chaplin

Mesmo quem não conhece a fundo a vida e obra de Chaplin, sem dúvidas, nem que seja através de uma imagem, já teve contato com “Tempos Modernos”, que é o seu filme mais difundido e aclamado.

Trata-se de um longa semimudo (híbrido) que traz Carlitos tentando sobreviver em um mundo moderno, industrializado. Chaplin usa sua arte para fazer uma crítica forte ao sistema capitalista, imperialista e ao nazifascismo. A crítica ocorre também contra a situação passada pelos trabalhadores industriais nessa época da Grande Depressão.

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Esse drama/comédia tem 1 hora e 27 minutos e é estrelado por Chaplin, juntamente com Paulette Goddard, Tiny Sandford, Henry Bergman e Chester Conklin. Um ponto interessante é que, apesar de não ser essa a ideia principal, o filme é futurista, retratando diversas tecnologias que ainda não existiam na época.

O Grande Ditador (1940)

“O Grande Ditador”, como mencionado, marcou a estreia de Chaplin na era do cinema falado e foi bem recebido pela crítica e pelo público, inicialmente. Fatores políticos, no entanto, acabaram interferindo em sua distribuição, devido às associações comunistas.

Fazendo uma sátira clara ao nazismo e ao fascismo, bem como seus grandes representantes, Adolf Hitler e Benito Mussolini, respectivamente, a obra chegou a ser censurada em algumas regiões simpatizantes desses movimentos. Como exemplo, é possível citar o próprio Brasil, então comandado por Getúlio Vargas, que proibiu a exibição do filme durante seu governo.

Ao todo, “O Grande Ditador”, que tem mais de duas horas, recebeu 5 indicações ao Oscar – o que mostra sua aclamação crítica: Melhor Filme, Melhor Roteiro Original, Melhor Ator Coadjuvante (Jack Oakie), Melhor Trilha Sonora e Melhor Ator (Charlie Chaplin).

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Luzes de Ribalta (1952)

Por fim, vale a pena mencionar ainda o filme “Luzes de Ribalta”, que também é outro clássico do cineasta. Não é explicitamente uma obra autobiográfica, mas traz bastante das próprias vivências de Chaplin e do seu momento pós auge. Uma mostra disso, além do enredo, é a presença de diversos parentes, como seu irmão Sydney; sua esposa Oona O’Neil; e seus filhos Geraldine, Charles Chaplin Jr., Josephine e Michael Chaplin.

Tudo se passa em Londres, um pouco antes da Primeira Guerra Mundial, e mostra um palhaço teatral, antes famoso e agora um bêbado, que salva uma dançarina do suicídio. A ajuda prestada cria uma relação entre eles, que se beneficiam mutuamente do apoio um do outro.

Prêmios e indicações de Charlie Chaplin

Assim como sua filmografia, a lista de prêmios e indicações de Charlie Chaplin é extensa, mas inclui, por exemplo:

  • Oscar – são 9 indicações, com 3 vitórias (dois honorários e um de Melhor Trilha Sonora Original); dentre as obras indicadas, temos O Circo, Luzes de Ribalta, O Grande Ditador e Monsieur Verdoux.
  • BAFTA – ganhou um BAFTA Fellowship em 1976, por sua carreira; e
  • Festival Internacional de Cinema de Veneza – ganhou um Leão de Ouro em 1972, por sua carreira.
Carioca, estudante de Direito, servidora pública e apaixonada por vídeo games, tecnologia e cultura pop em geral. Tenho como hobbies consumir e produzir conteúdos relacionados a esses temas que me interessam, e adoro passar horas adquirindo conhecimento sobre os assuntos que mais gosto, tanto que mantenho um canal no Youtube sobre games há 4 anos. Meu contato com inglês vem de longa data, quando notei que para ter acesso a todo um universo de informações, dominar a língua era fundamental.

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