Durante o evento Beyond the Strand, a Kojima Productions surpreendeu ao divulgar um novo teaser de OD: Knock, seu aguardado jogo de terror em parceria com a Xbox Game Studios.
Com três minutos de duração, o vídeo mergulha o espectador em um clima sombrio e opressivo. A ambientação inclui cenas de rituais, portas misteriosas e o som inquietante de batidas.
Confira o Trailer de OD
A estrela do teaser é a atriz Sophia Lillis, que entrega uma performance marcada por forte tensão psicológica.
Terror sensorial com assinatura de Kojima
Kojima, conhecido por reinventar gênros, aposta agora no que é chamado de “horror sensorial”.
O título Knock faz referência direta ao som de batidas – algo que, segundo o próprio criador, o assusta profundamente. Essa sonoridade ocupa um papel central na construção do medo em OD: Knock. Por isso, o jogo sugere um terror mais intimista, focado em sensações auditivas e paranoia ambiental.
Aliás, essa abordagem parece seguir uma tendência mais psicológica, o que pode atrair jogadores que buscam experiências mais profundas. Além disso, a escolha de sons cotidianos para gerar medo mostra como a proposta é baseada em inquietações humanas universais. Em outras palavras, o medo do desconhecido.
Atmosfera claustrofóbica e impacto visual
Visualmente, o jogo impressiona. Desenvolvido na Unreal Engine, o teaser apresenta iluminação cinematográfica, textura hiper-realista e direção de arte que remete ao surrealismo claustrofóbico.
O clima lembra o saudoso P.T. – Silent Hill, projeto cancelado que ainda influencia jogos de terror psicológico. A atmosfera ganha força com o detalhamento dos cenários e com a câmera inquieta, que gera constante sensação de vulnerabilidade.
Portanto, não se trata apenas de um visual bonito, mas de uma linguagem visual pensada para perturbar. Tudo no teaser contribui para um desconforto crescente, elemento-chave no terror sensorial.
Expressões que assustam mais do que monstros
Um dos pontos que mais chamam atenção em OD: Knock é o foco na performance facial e na captura de expressões. Kojima trata essa tecnologia como prioridade em seus projetos.
A intenção é transmitir emoções genuínas, aproximando o jogador da sensação de assistir a uma atuação real.
Cada olhar, gesto ou microexpressão dos atores passa a ser parte fundamental da imersão. Dessa forma, o terror não virá apenas de monstros ou ambientes opressores, mas da própria humanidade das personagens. Como resultado, a experiência se torna ainda mais incômoda e imprevisível.
A visão de Jordan Peele no desenvolvimento
O projeto também conta com a colaboração criativa do cineasta Jordan Peele, conhecido por filmes como “Corra!” e “Nós”. Sua participação vai muito além de um simples apoio. Ele atua diretamente no desenvolvimento, ajudando a moldar o tom narrativo e a atmosfera de tensão.
Peele se destaca por explorar o medo através de metáforas sociais e críticas culturais. Por isso, sua visão promete adicionar camadas de profundidade à experiência.
A união entre sua linguagem cinematográfica e a abordagem sensorial de Kojima pode transformar OD: Knock em um marco entre jogos e cinema de terror contemporâneo.
Uma experiência desconcertante
Embora a trama ainda esteja envolta em mistério, várias teorias já circulam entre os fãs. Alguns acreditam que o jogo abordará medos primordiais como o escuro, o desconhecido e a invasão do espaço pessoal. Outros sugerem elementos sobrenaturais, realidades sobrepostas e rituais que desafiam a sanidade.

Há também quem especule que o título “Knock” simbolize portas entre mundos ou ritos de invocação. Isso reforça a ideia de que o jogador nunca estará seguro, mesmo quando o ambiente parecer calmo. Em outras palavras, o desconforto será constante.
Com o novo teaser, OD: Knock se consolida como um dos projetos mais intrigantes de Hideo Kojima. A mistura de som, simbolismo, expressões faciais realistas e atmosferas opressivas indica que esse não será apenas um jogo de terror.
Pelo contrário, a proposta caminha para algo muito mais desconcertante – uma experiência que pode redefinir o gênro. Além disso, representa mais um passo de Kojima rumo à fronteira entre jogos e arte interativa. – E dessa vez, fora do ecossistema do Playstation.