Desde sua revelação, Phantom Blade Zero provoca uma sensação curiosa: ele parece familiar, mas não se encaixa exatamente em nenhum rótulo ou formula já conhecido.
Não é soulslike. Não é hack and slash clássico. Tampouco é um RPG tradicional. Em vez disso, o novo projeto da S-Game tenta algo mais ambicioso – criar um novo gênero estético e conceitual, batizado pelo próprio estúdio de “kung fu punk“.
O termo pode soar estranho à primeira vista, mas faz sentido quando observamos o DNA do jogo. A base de Phantom Blade Zero está no “wuxia”, um gênero clássico da literatura e do cinema chinês, marcado por espadachins lendários, códigos de honra, tragédias pessoais e combates quase coreografados. Aqui, lutar não é apenas vencer o inimigo. É expressar identidade, técnica e estilo.

No entanto, a S-Game não se limita à tradição. O mundo do jogo mistura fantasia sombria, tecnologia anacrônica, engrenagens, próteses mecânicas e armas inusitadas, criando uma estética que lembra o estilo steampunk, mas sem abraçar totalmente o sci-fi.
É nesse choque entre o antigo e o artificial que nasce o tal do kung fu punk. Um universo onde a espada convive com o aço industrial, e o espiritual caminha lado a lado com o mecânico.
Uma proposta mais autoral

Em Phantom Blade Zero o jogador assumirá o papel de Soul, um assassino elite ligado a uma organização misteriosa chamada “The Order”, que busca desvendar a conspiração em torno do assassinato do patriarca da ordem enquanto enfrenta realidades alteradas e inimigos poderosos
Diferente de outros projetos chineses recentes, como Black Myth: Wukong, que aposta numa releitura mais mitológica e respeitosa do folclore, Phantom Blade Zero assume um caminho mais autoral. Ele não quer apenas representar a cultura chinesa. Quer reinterpretá-la, filtrando seus símbolos por uma lente moderna, quase agressiva.
Sendo assim, o resultado é um mundo estilizado, denso e, em alguns momentos, deliberadamente excessivo.

Essa abordagem, claro, envolve riscos. Criar um novo “gênero” é uma aposta alta. Parte do público pode estranhar a ausência de sistemas tradicionais de RPG ou esperar algo mais próximo dos soulslikes modernos.
Ainda assim, há mérito em nadar contra a corrente. Em uma indústria saturada por títulos AAA com fórmulas repetidas, Phantom Blade Zero tenta se diferenciar não só pela direção de carte, mas pela ideia de identidade própria como um todo.
Quando Phantom Blade Zero será lançado?

Após anos de expectativa desde sua revelação em 2023 (durante o PlayStation Showcase e demos em eventos como o S-Party e Gamescom), a data de lançamento oficial foi confirmada em 9 de setembro de 2026, com um trailer novo exibido no The Game Awards 2025.
Atualmente, o título está sendo hypado como um dos grandes ARPGs de ação de 2026. E, como sempre, comparado a jogos como Black Myth: Wukong e Wuchang: Fallen Feathers por sua temática e ambição narrativa.
Se o kungfupunk vai se consolidar como um novo subgênero ou permanecer como uma assinatura exclusiva do jogo, só o tempo dirá. Porém, uma coisa já é certa: Phantom Blade Zero não quer apenas ser mais um jogo do macaco… digo, um jogo de ação oriental, Ele quer ser um manifesto estético, mesmo que isso custe conforto e previsibilidade para os acionistas.
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