O American Film Institute (AFI) (ou Instituto Americano de Cinema, em tradução para o português) é uma importante organização sem fins lucrativos que visa educar cineastas e homenagear a herança das artes cinematográficas nos Estados Unidos. Criada em 1967, por mandato do então presidente norte-americano, Lyndon B. Johnson, o AFI ajuda a preservar o legado da herança cinematográfica norte-americana, educar a próxima geração de cineastas e homenagear os artistas de cinema e seu trabalho.

Entre os trabalhos e programas desenvolvidos pelo American Film Institute estão uma escola de cinema, um complexo de salas de cinema, projetos para formação de novos cineastas, organização de festivais e premiações para reconhecer filmes e profissionais do cinema norte-americano e, claro, suas famosas listas de melhores filmes da história, chamada de “AFI 100 Years… series” (ou “Série AFI 100 Anos”, em tradução para o português), iniciada em 1998. É sobre uma dessas listas que falaremos hoje.

American Film Institute’s 100 Years… series

Provavelmente, o “empreendimento” mais famoso do American Film Institute, a série AFI 100 Years (ou “AFI 100 Anos”, em tradução para o português) começou em 1998, quando a primeira de suas famosas listas foi divulgada. No caso, era uma lista dos 100 melhores filmes da história do cinema norte-americano, em comemoração aos 100 anos de cinema. Isso porque, em 1995, completavam 100 anos da primeira exibição pública de um filme, pelos Irmãos Lumière, em Paris, na França.

Chamada de “AFI’s 100 Years…100 Movies” (ou “100 Anos…100 Filmes”, em tradução para o português), a lista foi um enorme sucesso e fez com que nos anos seguintes, o American Film Institute publicasse inúmeras outras listas do tipo. Entre 1999 e 2008, a AFI publicou diversas outras listas, que compilavam os 100 melhores filmes em diversos gêneros. Além disso, o instituto também elaborou lista de maiores heróis e vilões, maiores estrelas do cinema, maiores paixões, melhores canções, melhores trilhas sonoras e diversas outras listas que compilavam melhores aspectos do cinema.

Logo do American Film Institute.
Logo do American Film Institute.

Nesse texto, falaremos sobre a última lista divulgada pelo American Film Institute, lá em 2008, ou seja, há mais de 15 anos atrás, a “AFI’s 10 Top 10”, que compila os 10 melhores filmes, segundo os votantes do AFI, em 10 gêneros cinematográficos diferentes. No caso aqui, listaremos os 10 melhores filmes de fantasia segundo o American Film Institute. Abaixo falaremos um pouco mais sobre a lista e sobre os critérios para sua elaboração.

AFI’s 10 Top 10 – Fantasias

Os escolhidos pelo American Film Institute (AFI) para integrar a lista de 10 melhores filmes em 10 gêneros cinematográficos diferentes, chamada de “AFI’s 10 Top 10”, foram anunciados em uma cerimônia televisiva transmitida pelo canal CBS para todo o território norte-americano em 17 de junho de 2008. A transmissão contou com a presença de nomes ilustres do cinema, como Clint Eastwood, Quentin Tarantino, Kirk Douglas, Harrison Ford, Martin Scorsese, Steven Spielberg, George Lucas, Roman Polanski e Jane Fonda.

Para estar na lista de dez melhores fantasias da história do cinema norte-americano, segundo o American Film Institute, um filme deve ser, primeiramente, uma fantasia. Para o AFI, a fantasia é “um gênero em que personagens live-action habitam cenários imaginados e/ou vivenciam situações que transcendem as regras do mundo natural”. Além disso, como todos os filmes escolhidos para integrar as listas da série AFI 100 Years, para ser incluído nessa lista, a obra deve ser também um longa-metragem. O que, para o American Film Institute, é toda produção cinematográfica em “formato narrativo” com duração igual ou superior a 60 minutos.

Por último, e não menos importante, a produção deve ser “americana”, o que para o AFI é todo “filme em língua inglesa com elementos significativos de produção criativa e/ou financeira dos Estados Unidos”. Isso porque, como dito acima, o American Film Institute é uma organização norte-americana, criada para preservar e promover o cinema produzido naquele país.

Dito isso, os filmes contidos nessa lista, foram escolhidos por um corpo de mais de mil jurados membros da chamada “indústria criativa” norte-americana. Dessa forma, entre os jurados estão pessoas ligadas a produção cinematográfica, como diretores, roteiristas, produtores, atores, atrizes, etc., críticos de cinema, historiadores e estudiosos da sétima arte.

Para a produção da AFI’s 10 Top 10 inteira, que contêm 100 filmes (dez em cada gênero), 500 filmes foram pré-selecionados pelo American Film Institute, para a escolha final do júri. Essa lista de 500 produções pode ser encontrada no site do AFI. Lembrando mais uma vez, que nesse texto em específico, falaremos apenas das dez produções que integram a lista de 10 maiores filmes de fantasia da história do cinema norte-americano, segundo o American Film Institute. Lembrando que já publicamos essa mesma lista para animações, ficções científicas e faroestes. Sem mais delongas, vamos a lista.

10 – Quero ser Grande (1988)

O décimo colocado dessa lista do American Film Institute é também um grande clássico dos anos 1980. Além disso, o filme também ajudou a consolidar a carreira de Tom Hanks, que se tornaria um dos mais respeitados e bem-sucedidos atores de sua geração. Lançado em 1988, Quero ser Grande conta a história de um garoto que, cansado de seus “fracassos” como criança, deseja em uma máquina de tirar a sorte, se tornar adulto. Para sua surpresa, o desejo é concedido e ele acorda “crescido” no dia seguinte.

Escrito por Gary Ross e Anne Spielberg, o filme foi dirigido por Penny Marshall. Contudo, Quero ser Grande poderia ter sido dirigido por outro cineasta famoso, Steven Spielberg, que é irmão de Anne. Assim que o roteiro foi adquirido pela 20th Century Fox, era ele a primeira opção para direção do longa-metragem. No entanto, Spielberg alegou um conflito de agendas entre a produção de Quero ser Grande e de Império do Sol (1987) para deixar o projeto.

Anos mais tarde, o diretor admitiria que desistiu do projeto por acreditar que seu envolvimento nele poderia tirar o crédito de sua irmã. Spielberg era, na época, o diretor mais famoso do mundo e temia que um eventual sucesso de Quero ser Grande fosse creditado somente a força de seu nome e a seu talento como diretor a não ao roteiro escrito por sua irmã.

O fato é que “mesmo” sob a direção de Penny Marshall, Quero ser Grande se tornou um imenso sucesso de público e crítica. Marshall tinha construido toda uma carreira como atriz e só havia começado a dirigir filmes em 1986, com a comédia Salve-me Quem Puder, estrelada por Whoopi Goldberg. O sucesso de Quero ser Grande fez com que ela se tornasse a primeira mulher na história a dirigir um filme que arrecadasse mais de 100 milhões de dólares em bilheterias nos Estados Unidos. Além disso, o sucesso do filme também fez com que ela pudesse construir uma carreira de sucesso como diretora e produtora durante os anos 1990 e inicio dos anos 2000.

Uma das mais icônicas cenas de Quero ser Grande (1988).

A busca por um protagonista para Quero ser Grande também foi uma tarefa árdua. Durante o início do produção, quando Steven Spielberg ainda estava ligado ao projeto, Harrison Ford era o favorito para estrelar o filme. Contudo, depois que ele deixou a direção do filme, diversos nomes famosos foram cogitados, testados, rejeitados ou eles mesmo rejeitaram o papel. Entre os atores mais notórios que chegaram a estar, de alguma forma, ligados ao filme estão: Kevin Costner, Steve Guttenberg, Warren Beatty, Dennis Quaid, Matthew Modine, Albert Brooks, Jeff Bridges, Sean Penn, Gary Busey, John Travolta e Andy García.

No final, Robert De Niro foi contratado para interpretar Josh Baskin, protagonista do filme, e Elizabeth Perkins para viver Susan Lawrence, seu par. Contudo, De Niro desistiu do filme, alegando conflito de agendas e, finalmente, Tom Hanks foi contratado para o papel. A escolha acabou por se provar a mais acertada. A atuação de Hanks no filme seria um dos grandes motivos de seu sucesso de público e crítica e também consolidaria a carreira do ator, dando-lhe sua primeira indicação ao Oscar.

Quero ser Grande estreou nos Estados Unidos em 3 junho de 1988 e foi um grande sucesso de público. Produzido a um custo de 18 milhões de dólares, o filme arrecadou quase 152 milhões de dólares em bilheterias, se tornando dono da nona maior bilheteria do ano em 1988. Além da inegável qualidade do filme, ele também “surfou um onda” de produções em que o protagonista voltava a ser jovem e que estavam em voga naquele momento, como Tal Pai, Tal Filho (1987), Vice-Versa (1988) e Um Pedido Especial (1988).

Quero ser Grande também foi muito bem recebido pela crítica especializada, entre os aspectos mais elogiados do filme estavam as atuações do elenco, principalmente, de Tom Hanks e a qualidade de seu roteiro. O famoso crítico de cinema Roger Ebert chamou a obra de “filme terno, suave e alegre”. Já Gene Siskel disse que com Quero ser Grande, Tom Hanks “prova ser um comediante habilidoso”.

Outra crítica de cinema famosa, Janet Maslin disse que a atuação de Hanks no filme era “absolutamente deliciosa” e que o filme tinha sido astuto ao “livrá-lo da responsabilidade de se comportar furtivamente e esconder sua condição alterada”. A maioria das outras avaliações de críticos respeitados foram nessa mesma linha, elogiando a produção como uma das melhores e mais originais do ano.

Por sua atuação no filme, Tom Hanks recebeu um indicação ao Oscar de Melhor, que seria a primeira de sua carreira. O prêmio daquele ano iria para a maravilhosa atuação de Dustin Hoffman em Rain Man. Contudo, Hanks receberia o Oscar de Melhor Ator, cinco anos mais tarde, em 1993, e receberia inúmeras outras indicações durante toda a sua bem-sucedida carreira. Além disso, Quero ser Grande também receberia uma indicação de Melhor Roteiro Original, perdendo igualmente, para Rain Man.

A produção também receberia duas indicações ao Globo de Ouro: Melhor Ator em um Filme Cômico ou Musical, para Tom Hanks, e Melhor Filme – Musical ou Comédia. Aqui, diferentemente do Oscar, Hanks venceria a premiação, tornando-a assim, sua primeira indicação e sua primeira vitória no Globo de Ouro.

Atualmente, Quero ser Grande mantêm uma taxa de aprovação de 98% no Rotten Tomatoes. O filme é amplamente considerado um dos melhores filmes produzidos nos anos 1980 e também um dos melhores filmes de fantasia da história do cinema. Em 2000, a produção foi incluída pelo próprio American Film Institute em sua lista de “100 Years…100 Laughs” (ou “100 Anos…100 Risadas”, na tradução para o português), sendo considerado um dos filmes mais engraçados já produzidos.

O mesmo ocorreu com a lista “100 Filmes mais Engraçados” da revista Bravo, em que Quero ser Grande foi considerado o 23º filme mais engraçado da história. Em 2008, a revista de cinema britânica Empire foi mais longe e incluiu Quero ser Grande em sua lista de 500 melhores filmes de toda a história do cinema mundial, deixando mais uma vez clara a importância da obra para a história da sétima arte.

9 – O Ladrão de Bagdá (1924) – O filme mais antigo dessa lista do American Film Institute

O nono colocado dessa lista do American Film Institute já tem 100 anos de idade. Aliás, esse é o filme mais antigo, não apenas dessa lista, mas também de qualquer uma das dez listas que fazem parte do AFI’s 10 Top 10. Além disso, esse é também o único filme mudo a ser listado em qualquer uma das listas do AFI’s 10 Top 10, já que é a única obra dessas listas a ter sido produzida e lançada antes da ascensão do cinema falado, que ocorreu a partir da estreia nos cinemas do drama musical O Cantor de Jazz, em 1927.

Estrelado por Douglas Fairbanks, durante o auge de sua popularidade, O Ladrão de Bagdá custou mais de 1.1 milhão de dólares para ser produzido, uma fortuna para a época. No enredo, Fairbanks interpreta Ahmed, um habilidoso ladrão que se apaixona pela filha do Califa de Bagdá. O roteiro do filme, que foi escrito por Achmed Abdullah e Lotta Woods, é livremente baseado na história de Aladdin que, por sua vez, é parte da coleção de contos As Mil e Uma Noites.

O Ladrão de Bagdá foi dirigido pelo grande Raoul Walsh, um dos cineastas e atores mais importantes das primeiras décadas do cinema hollywoodiano. Apesar disso, a produção teve forte controle criativo de Fairbanks que além de protagonista, era também produtor do filme. O ator, interferiu em todos os aspectos da produção, incluindo roteiro, escalação de atores, concepção de sets e figurinos, etc. Pode-se dizer que Fairbanks foi a grande mente criativa por trás do projeto.

A enorme popularidade de Fairbanks, que na época, era um dos atores mais bem pagos de Hollywood, somado ao grande orçamento do filme, fizeram com que O Ladrão de Bagdá fosse inovador em diversos aspectos. A produção contou com sets enormes, muitos deles construídos ao ar livre, que muitas vezes, incluíam até mesmo a construção de palácios inteiros. Aliás, o design de produção do filme ficou a cargo de William Cameron Menzies, diretor de arte e cineasta que praticamente inventou essa função e que foi extremamente importante no início do cinema hollywoodiano.

Além de sets enormes, O Ladrão de Bagdá contou também com efeitos especiais de primeira linha para a época. Muitos deles, inclusive, inventados apenas para serem utilizados no filme. Assim, a produção conseguiu criar tapetes voadores, cordas mágicas, cavalos alados, criando um visual estonteante e impressionante para os padrões do cinema da época. Somado a isso, ainda temos as acrobacias de Douglas Fairbanks, que era famoso por seu atleticismo e que no filme realiza inúmeras façanhas de deixar o público de boca aberta.

Tudo isso junto, fizeram com que O Ladrão de Bagdá fosse uma verdadeira sensação na época de seu lançamento. Acredita-se que a produção tenha arrecadado pelo menos 3 milhões de dólares só nos Estados Unidos e no Canadá nos chamados “theatrical rentals”, ou seja, a parte da arrecadação que fica com o estúdio distribuidor do filme. Com isso, calcula-se que o filme tenha tido a quarta maior arrecadação do ano de 1924.

Cenas de O Ladrão de Bagdá (1924). Apesar de já ter 100 anos de existência, o filme aparece nessa lista do American Film Institute.

A critica especializada também elogiou O Ladrão de Bagdá por sua grandiosidade, seus aspectos visuais e técnicos impecáveis e também pelo desempenho de Douglas Fairbanks. Infelizmente, naquela época ainda não existiam premiações, como o Oscar, por exemplo, que só começou a ser entregue em 1929, mas se existissem, é seguro afirmar que o filme seria indicado nas principais categorias da premiação.

O grande sucesso de O Ladrão de Bagdá fez com que Douglas Fairbanks se tornasse o principal nome do cinema de aventura e, principalmente, dos filmes de capa e espada. O ator, que havia começado sua carreira nas comédias românticas, continuaria a atuar em filmes de aventura durante todo o resto de sua carreira, até sua morte em 1939, aos 56 anos de idade. O Ladrão de Bagdá também tornaria Anna May Wong famosa internacionalmente e a transformaria em um ícone fashion.

Com o passar dos anos, O Ladrão de Bagdá se tornaria um filme extremamente influente, se tornando uma espécie de “modelo” para outros “filmes de capa e espada” que seriam produzidos posteriormente. O filme também deu origem a diversos remakes e cópias. Um desses remakes, O Ladrão de Bagdá, de 1940, apesar de possuir diferenças significativas em relação ao filme de 1924, se tornou ele próprio um grande clássico do cinema e uma das obras mais influentes do cinema de fantasia. Em 1996, O Ladrão de Bagdá foi escolhido para preservação no National Film Registry, devido a sua importância estética, histórica e cultural.

8 – Feitiço do Tempo (1993)

O oitavo colocado dessa lista do American Film Institute é um clássico dos anos 1990 e também um dos mais famosos filmes sobre loop temporal. Na história, Bill Murray vive um cínico apresentador de previsões meteorológicas que vai até a pequena cidade de Punxsutawney, na Pensilvânia, cobrir o famoso “Festival da Marmota”, onde uma marmota prevê como será o inverno daquele ano. Chegando lá, no entanto, sem qualquer explicação, ele fica preso em um loop temporal, vivendo para sempre o mesmo dia 2 de fevereiro.

Feitiço do Tempo foi originalmente escrito por Danny Rubin e dirigido por Harold Ramis, que também co-produziu o filme e ajudou a reescrever o roteiro para torná-lo mais cômico e palatável para o público em geral. Como Ramis e Bill Murray tinham uma longa parceria que vinha desde os anos 1970, o ator foi uma espécie de escolha natural para estrelar o filme, apesar de que outros atores chegaram a ser considerados para o papel.

Além de Murray, o elenco conta ainda com Andie MacDowell, que interpreta seu par romântico, e Chris Elliott, em papéis principais e Stephen Tobolowsky, Brian Doyle-Murray, Marita Geraghty, Angela Paton, Rick Ducommun, Rick Overton e Robin Duke, em papeis coadjuvantes. Apesar de se passar em Punxsutawney, na Pensilvânia, as filmagens de Feitiço do Tempo ocorreram quase todas em locação na cidade de Woodstock, no Illinois.

As filmagens de Feitiço do Tempo foram especialmente difíceis, devido as condições climáticas na cidade e, principalmente, devido ao comportamento de Bill Murray, que a todo tempo entrava em conflito com Harold Ramis. Enquanto o diretor queria fazer uma comédia romântica, o ator queria que o filme fosse mais contemplativo e focado nos aspectos filosóficos da história. Por causa disso também, o roteiro do filme era muitas vezes reescrito durante as filmagens, com cenas e diálogos sendo modificados.

Além disso, pelo que se sabe, Bill Murray estava passando por um momento difícil de sua vida e estava em processo de divórcio de sua esposa. Por isso também, ele estava naturalmente irritadiço. O ator chegava constantemente atrasado para as filmagens, se mostrava indisponível e tinha acessos de raiva e brigava constantemente com o diretor.

Ao final das filmagens, Bill Murray nunca mais falou com Harold Ramis, se recusava a atender suas ligações e até mesmo mencionar seu nome em entrevistas. A briga, segundo consta, durou até os últimos dias da vida de Ramis, que faleceu em fevereiro de 2014, aos 69 anos de idade. Pouco antes de seu falecimento, Murray o visitou e os dois teriam finalmente feito as pazes, após mais de vinte anos sem se falar.

Feitiço do Tempo estreou nos Estados Unidos em fevereiro de 1993 e foi um sucesso de bilheteria. Produzido a um custo estimado entre 14 e 30 milhões de dólares, o filme arrecadou cerca de 105 milhões de dólares em bilheterias no mundo todo, sendo que pouco mais de 70 milhões desse valor, só na América do Norte. Com isso, a produção teve a 14ª maior bilheteria dos Estados Unidos em 1993 e a 19ª maior do mundo naquele ano. Calcula-se que a Columbia Pictures, estúdio que financiou o filme, tenha lucrado pelo menos 32 milhões de dólares com ele.

Feitiço do Tempo também foi bem recebido pela crítica especializada, com elogios direcionados, principalmente, a atuação de Bill Murray, que foi considerado um dos principais responsáveis pela qualidade e o sucesso do filme. O roteiro da obra também foi elogiado pela maioria dos críticos, mas alguns o compararam desfavoravelmente com outros filmes que envolvem viagem ou loop temporal, como De Volta para o Futuro (1985), cujo roteiro foi considerado mais criativo, inteligente e bem escrito.

A decisão de dar ao personagem de Murray um ar cínico, sarcástico, debochado e quase niilista, também foi elogiada, principalmente por combinar com a persona do próprio ator. As atuações de Andie MacDowell e Stephen Tobolowsky também receberam inúmeros elogios. Apesar do sucesso, incrivelmente, Feitiço do Tempo não recebeu nenhuma indicação ao Oscar. Contudo, a produção foi indicada ao BAFTA de Melhor Roteiro e acabou vencendo a premiação, que se tornou a mais importante vencida pelo filme.

Cena de Feitiço do Tempo (1993).

Atualmente, Feitiço do Tempo é amplamente considerado um dos melhores filmes produzidos nos anos 1990 e também uma das melhores fantasias e comédias da história do cinema mundial. Com o passar dos anos, o filme se tornou extremamente influente e teve muita importância nas carreiras tanto de Bill Murray quanto de Harold Ramis. Feitiço do Tempo acabou moldando a persona de Murray e também mudando completamente a forma como o público e a própria indústria o enxergava.

Depois de Feitiço do Tempo, Murray deixou de ser visto apenas com um comediante e passou a ser visto como um ator completo. Por isso, ele passou a ser convidado e a atuar em filmes considerados mais sérios e dramáticos, o que acabou fazendo com que o ator tivesse papéis principais em diversas obras aclamadas, como Os Excêntricos Tenenbaums (2001), Encontros e Desencontros (2003) e Flores Partidas (2005), entre outros.

Feitiço do Tempo também tem sido constantemente analisado e interpretado desde o seu lançamento, além de ser sido copiado, referenciado e homenageado por outras produções cinematográficas. O filme é ainda considerado um dos mais importantes da filmografia de Bill Murray, Andie MacDowell, Harold Ramis e de praticamente todos os profissionais que participaram de sua produção.

Além disso, inúmeras publicações e organizações já incluíram Feitiço do Tempo em suas listas de melhores de todos os tempos, incluindo o próprio American Film Institute, que em 2000, incluiu o filme em sua lista de “100 Years…100 Laughs” (ou “100 Anos…100 Risadas”, na tradução para o português), considerado-o um dos filmes mais engraçados já produzidos. São tantas as listas em que a produção está incluída que seria impossível listá-las todas aqui. Para terminar, em 2006, foi escolhido para preservação no National Film Registry, devido a sua importância estética, histórica e cultural.

7 – Meu Amigo Harvey (1950)

O sétimo colocado dessa lista do American Film Institute é o único filme dessa lista a ter sido lançado nos anos 1950. Estrelado pelo grande James Stewart, Meu Amigo Harvey conta a história de um homem adulto, cujo melhor amigo é uma púca, uma criatura das mitologias irlandesa e galesa, chamado Harvey e que só ele consegue ver. Por esse motivo, sua irmã acredita que ele está louco e busca interná-lo em um hospital psiquiátrico.

Escrito por Mary Chase, Oscar Brodney e Myles Connolly e dirigido por Henry Koster, Meu Amigo Harvey é baseado em uma peça teatral de mesmo nome escrita pela própria Mary Chase e publicada em 1944. A peça, inclusive, ganhou o Prêmio Pulitzer, o mais importante da indústria editorial norte-americana, em 1945.

Lançado em dezembro de 1950, o filme arrecadou cerca de 2.6 milhões de dólares nos chamados “theatrical rentals”, ou seja, a parte da arrecadação que fica com o estúdio distribuidor do filme, somente nos Estados Unidos, se tornando um sucesso de público. Meu Amigo Harvey também foi bem recebido pela crítica especializada da época, sendo que as atuações de James Stewart e de Josephine Hull, que interpreta sua irmã no filme, foram especialmente elogiadas.

Bosley Crowther, critico de cinema muito respeitado na época e que escrevia para o jornal The New York Times, disse que Meu Amigo Harvey era “tão fluído em seu roteiro preparado pela Sra. Chase e por Oscar Brodney, tão vívido e divertido na direção dada por Henry Koster e, particularmente, tão encantador na atuação de James Stewart, Josephine Hull e todos os outros” que o filme representava uma “experiência completamente nova” até mesmo para quem já tinha assistido a peça.

Na revista Variety os elogios foram no mesmo tom, dizendo que a escalação de James Stewart para o papel era perfeita. A revista de cinema Harrison’s Reports elogiou o humor do filme e disse que James Stewart estava “excelente no papel principal”. Outro crítico famoso da época, Richard L. Coe do jornal Washington Post, disse que Meu Amigo Harvey era “uma das comédias mais cativantes possíveis”, elogiando “a interpretação habilidosa de Stewart e a maravilhosa perplexidade sobrenatural da incrível Sra. Hull. Ambas são atuações dignas do Oscar”.

John McCarten da revista The New Yorker, outro crítico bastante respeitado na época, disse que Meu Amigo Harvey era “um filme que somente um moralista fanático deixaria de achar sedutor”, dizendo que a obra valia a pena ser assistida mesmo por aqueles que já haviam visto a peça teatral e elogiando, assim como outros críticos, a atuação de James Stewart.

Cena de Meu Amigo Harvey (1950).

A recepção positiva da crítica especializada deu a Meu Amigo Harvey duas indicações ao Oscar, ambas em categorias de atuação. Uma de Melhor Ator, para James Stewart, a quarta e penúltima de sua carreira. E uma de Melhor Atriz Coadjuvante para Josephine Hull, que acabou levando o prêmio para casa. Aliás, essa foi a única indicação ao Oscar de toda a carreira da atriz.

Meu Amigo Harvey também foi indicado a três Globos de Ouro, dois pelas atuações de Stewart e Hull e um de Melhor Filme – Drama. Assim como no caso do Oscar, apenas Josephine Hull levou o prêmio para casa. Anos depois, o próprio James Stewart elogiou a atuação de Josephine Hull dizendo que ela teve o papel mais difícil do filme, já que sua personagem tinha que acreditar e duvidar da existência de Harvey ao mesmo tempo.

Com o passar dos anos, Meu Amigo Harvey passou a ser considerado um dos melhores filmes da filmografia de James Stewart e também uma de suas melhores interpretações. O filme também se tornou bastante influente, sendo readaptado diversas vezes para televisão e sendo refeito em outros países. A obra também é constantemente citada e referenciada em outras produções e, desde os anos 1990, existem planos para a produção de um remake do filme, mas até agora, o projeto não saiu do papel.

6 – Campo dos Sonhos (1989)

O sexto colocado dessa lista do American Film Institute é outro clássico dos anos 1980. Escrito e dirigido por Phil Alden Robinson, Campo dos Sonhos é baseado em um livro escrito pelo canadense W.P. Kinsella e publicado em 1982. No filme, Kevin Costner interpreta um fazendeiro que constrói um campo de beisebol em seu milharal, que atrai fantasma de diversas lendas do beisebol, incluindo o lendário “Shoeless” Joe Jackson.

Além de Costner, o elenco do filme conta com diversos outros intérpretes de renome, incluindo Ray Liotta, Amy Madigan, James Earl Jones e Burt Lancaster, no que seria seu último papel no cinema. Inicialmente, planejado para ser produzido pela 20th Century Fox, já que foi uma de suas executivas, Sara Colleton, quem “descobriu” o livro e comprou seus direitos de adaptação, o estúdio nunca acreditou no projeto e, por isso, nunca aceitou bancar sua produção.

Assim, Lawrence e Charles Gordon que haviam trabalhado no desenvolvimento do filme ofereceram o projeto para outros estúdios, após Lawrence deixar a Fox em 1986. Em 1987, Universal Pictures aceitou financiar o longa-metragem e deu autorização para sua produção. Inicialmente, os produtores tentaram a contratação de Tom Hanks, para estrelar o filme, mas ele recusou o papel.

A princípio, os produtores nem sequer pensaram em oferecer o papel para Kevin Costner, pois ele havia acabado de fazer um filme sobre beisebol, Sorte no Amor (1988), e eles acreditavam que, por esse motivo, ele não se interessaria em estrelar outro filme com temática parecida. O ator, no entanto, leu o roteiro de Campo dos Sonhos e imediatamente se interessou em protagonizar o filme.

Burt Lancaster foi convidado para o papel de Archibald “Moonlight” Graham, um jogador de beisebol que existiu na vida real, depois que James Stewart recusou o papel. Campo dos Sonhos seria o último filme da carreira de Lancaster, que sofreria um acidente vascular cerebral (AVC) em 1990, que o deixaria paralisado e praticamente incapaz de falar, encerrando sua carreira de ator. Lancaster morreria em outubro de 1994, após sofrer um ataque cardíaco.

Campo dos Sonhos foi quase todo filmado em locação em diversas cidades do Iowa. O filme estreou em maio de 1989 e logo se tornou um sucesso de público e crítica. Produzido a um custo de 15 milhões de dólares, o filme arrecadou mais de 84 milhões de dólares em bilheterias, se tornando dono da 14ª maior bilheteria daquele ano. A produção também foi muito bem recebida pela crítica especializada, que elogiou, principalmente, seu roteiro, sua direção e a atuação de Kevin Costner.

O renomado crítico de cinema, Roger Ebert, deu a Campo dos Sonhos quatro estrelas de quatro possíveis em seu sistema de classificação e disse que a obra era “o tipo de filme que Frank Capra poderia ter dirigido e James Stewart poderia ter estrelado — um filme sobre sonhos”. Caryn James escrevendo para o jornal The New York Time, disse que a produção era “uma obra tão bem escrita, tão lindamente filmada, tão perfeitamente interpretada, que consegue o truque quase impossível de transformar sentimentalismo em emoção verdadeira”.

Cena de Campo dos Sonhos (1989).

Além da boa recepção por parte da crítica especializada, Campo dos Sonhos também recebeu indicações a diversas premiações importantes. Entre eles, três indicações ao Oscar, nas categorias de Melhor Filme, Melhor Roteiro Adaptado e Melhor Trilha Sonora (para James Horner). O filme, no entanto, não venceu em nenhuma delas. A obra também foi indicada ao Directors Guild of America Awards, ao Writers Guild of America Awards, ao National Board of Review Awards e a diversas outras premiações importantes. Incrivelmente, no entanto, o filme não recebeu nenhuma indicação sequer ao Globo de Ouro ou ao BAFTA.

O sucesso de Campo dos Sonhos ajudou a consolidar a carreira de Kevin Costner que havia chegado ao estrelado dois anos antes com Os Intocáveis (1987). Nos anos seguintes, Costner se tornaria um dos mais conhecidos e bem-sucedidos astros de Hollywood, até começar a sofrer alguns reveses em sua carreira na metade dos anos 1990. A obra também ajudou a popularizar ainda mais o beisebol e acabou se tornando um dos filmes mais conhecidos sobre o esporte.

Atualmente, Campo dos Sonhos é considerado um dos melhores filmes da carreira de Kevin Costner e também um dos melhores filmes esportivos da história do cinema mundial. A frase “If you build it, he will come” (“Se você construir, ele virá”, em tradução para o português), que tem grande importância no filme, acabou se tornando uma das frases mais famosos da história da sétima arte. Em 2017, a obra foi escolhida para preservação no National Film Registry, devido a sua importância estética, histórica e cultural e até hoje é considerado um dos melhores e mais influentes filmes produzidos nos anos 1980.

5 – De Ilusão Também se Vive (1947)

O quinto colocado dessa lista do American Film Institute é um dos maiores clássicos natalinos de toda a história do cinema mundial. Lançado em 1947, De Ilusão Também se Vive conta a história de Kris Kringle, um velhinho simpático que acaba, por acaso, sendo contratado para ser o Papai Noel da loja de departamentos Macy’s, em Nova York. Kringle faz bastante sucesso com seu estilo diferente e também pela perfeição com que “representa” o personagem. Contudo, as coisas se complicam quando ele começa a dizer para todo mundo que ele é o verdadeiro Papai Noel.

Escrito e dirigido por George Seaton, a partir de uma história da roteirisita e cineasta Valentine Davies, De Ilusão Também se Vive conta com um elenco de peso, que inclui gente como Maureen O’Hara, John Payne, Natalie Wood e Edmund Gwenn. Aliás, esse foi o primeiro papel de destaque da carreira de Wood, que na época das filmagens, tinha apenas oito anos de idade. A obra foi toda filmada em locação, na cidade de Nova York, sendo que as cenas da parada que aparecem no início do filme foram filmadas durante a parada real do feriado de Ação de Graças da Macy’s realizada em 1946.

Apesar de ser um filme de natal, De Ilusão Também se Vive foi lançado em junho de 1947, ou seja, bem longe da época de natal. Isso porque, Darryl F. Zanuck, chefão da 20th Century-Fox na época, estúdio que bancou a produção do filme, queria que ele estreasse no verão norte-americano, já que ele acreditava que as pessoas estariam mais propensas a sair de casa para ver filmes quando o tempo estivesse mais quente e menos propensas a sair de casa nos meses frios de inverno.

Zanuck, na verdade, queria que De Ilusão Também se Vive estreasse em maio de 1947 e a produção teve que correr para finalizar o filme a tempo. Além disso, devido ao fato de o filme estrear no meio do ano, a equipe de marketing do estúdio teve que ter criatividade para criar peças que promovessem a obra sem revelar que ela era, na verdade, um filme de natal, já que isso poderia, eventualmente, desincentivar o público a querer assistir ao filme.

Assim, eles criaram um peça publicitária de mais de cinco minutos de duração em que um produtor andava pelos estúdios da 20th Century-Fox e acidentalmente encontrava diversas estrelas do cinema da época, como Rex Harrison, Anne Baxter, Peggy Ann Garner e Dick Haymes. Ele então perguntava se eles haviam assistido a De Ilusão Também se Vive e o que acharam do filme, e cada um deles fazia um elogio diferente a obra. Além disso, os pôster do filme davam destaque a Maureen O’Hara e John Payne, praticamente escondendo Edmund Gwenn, que interpretava Kris Kringle.

Apesar de ser um filme de Natal estreando em junho, De Ilusão Também se Vive foi um sucesso comercial. Produzido a um custo estimado de 600 mil dólares, a obra arrecadou cerca de 2.7 milhões de dólares nos Estados Unidos, nos chamados “theatrical rentals”, ou seja, a parte da arrecadação que fica com o estúdio distribuidor do filme. Dessa forma, a produção deu lucro para a 20th Century-Fox.

De Ilusão Também se Vive foi muito bem recebido pela crítica especializada. O respeitado crítico Bosley Crowther do jornal The New York Times recomendou o filme para todos aqueles que haviam deixado de acreditar em Papai Noel e também para os que estavam cansados da monotonia do cinema, chamando a obra de “o mais refrescante filmezinho em muito tempo, e talvez até a melhor comédia deste ano”. Na BBC, a produção foi chamada de “uma história inteligente e profundamente original”.

Ainda na época de seu lançamento original, De Ilusão Também se Vive foi considerado um dos melhores filmes do ano e também um clássico instantâneo de Natal. A produção recebeu quatro indicações ao Oscar, nas categorias de Melhor Filme, Melhor História Original (categoria que parou de existir em 1956), Melhor Roteiro (que, atualmente, é equivalente a categoria de Melhor Roteiro Adaptado) e Melhor Ator Coadjuvante, para Edmund Gwenn.

Cena icônica de De Ilusão Também se Vive (1947). Um dos clássicos aparecer nessa lista do American Film Institute.

Incrivelmente, De Ilusão Também se Vive venceu três da quatro categorias em que concorreu, perdendo apenas a de Melhor Filme, vencida por A Luz É para Todos, filme mais premiado daquele ano e também produzido pela 20th Century-Fox. A vitória de Edmund Gwenn na categoria de Melhor Ator Coadjuvante, representaria o único Oscar da carreira do ator, que receberia apenas mais uma indicação, por sua atuação na comédia Senhor 880 (1950), ao prêmio mais importante do cinema

Já no caso de George Seaton, esse seria um dos dois Oscar recebidos por ele em sua carreira, ambos por seu trabalho como roteirista. De Ilusão Também se Vive também venceu dois Globos de Ouro. Um na categoria de Melhor Ator Coadjuvante, para Edmund Gwenn, e outro na categoria de Melhor Roteiro, para George Seaton.

Atualmente, De Ilusão Também se Vive é amplamente considerado um dos melhores e mais clássicos filmes de Natal já produzidos. Em 2006, a obra foi escolhida para ocupar o 9º lugar da lista “AFI’s 100 Years…100 Cheers”, organizada pelo próprio American Film Institute, e que compilava os 100 filmes mais inspiradores produzidos nos mais de 100 anos do cinema norte-americano. Em 2005, a obra foi escolhida para preservação no National Film Registry, devido a sua importância estética, histórica e cultural.

Com o passar dos anos, De Ilusão Também se Vive se tornou um filme extremamente prestigiado, influenciado inúmeras outras produções cinematográficas e gerando dois remakes. O último deles, um filme lançado em 1994, foi escrito pelo genial roteirista e diretor John Hughes e foi protagonizado pelo lendário Richard Attenborough, no papel de Kris Kringle. O filme fez algumas adaptações no roteiro, para torná-lo um pouco mais atual, mas manteve grande parte do enredo original intacto. Chamado no Brasil de Milagre na Rua 34 (que é uma tradução literal do nome de ambos os filmes, o de 1947 e o de 1994, em inglês), o filme foi um sucesso moderado de crítica e público e também se tornou um clássico de Natal.

4 – King Kong (1933)

O quarto colocado dessa lista do American Film Institute é, sem sombras de dúvidas, um dos filmes mais importantes de toda a história do cinema mundial. Lançado há quase um século atrás, King Kong foi responsável por apresentar ao mundo um dos mais icônicos personagens da história do cinema mundial. Aliás, personagem que até os dias atuais protagoniza filmes e encabeça franquias inteiras. Isso não é pouco, se considerarmos que a indústria cinematográfica mudou radicalmente nesse período.

Lançado em 1933, King Kong foi dirigido e produzido pela dupla Merian C. Cooper e Ernest B. Schoedsack, que trabalhavam juntos desde 1925 e produziriam diversos outros longa-metragem juntos. A história original do filme foi concebida pelo próprio Cooper em conjunto com o escritor britânico Edgar Wallace e seu roteiro final foi escrito por James Creelman e Ruth Rose, que era esposa de Schoedsack.

Em King Kong, um famoso cineasta e sua equipe viajam para uma ilha exótica e desconhecida para produzir um filme. Lá, eles descobrem que ela é habitada por um grupo de nativos que idolatra e oferece sacrifícios para um enorme macaco, chamado de Kong. Ao avistarem a atriz principal do filme, uma mulher loira e diferente de tudo que eles já haviam visto, os nativos primeiro tentam trocá-la por outros mulheres e depois a sequestram para oferecer a Kong. O macaco, no entanto, se apaixona por ela e a protege contra todos os perigos da ilha que é habitada por dinossauros e outros seres primitivos e gigantescos. Os tripulantes do navio e o cineasta tentam resgatar a atriz e, no processo, conseguem capturar Kong que é levado para Nova York, onde acaba causando uma enorme confusão.

King Kong foi extremamente revolucionário para sua época por diversos motivos. O primeiro deles, foram seus efeitos especiais que não pareciam com nada que se havia visto antes no cinema. O filme fez uso de diversas técnicas combinas para dar realismo as cenas e, por isso, foi extremamente trabalhoso para ser completado. Entre as técnicas utilizadas no longa-metragem estão, a animação stop-motion, o matte painting, as projeções de fundo e as miniaturas.

Todas essas técnicas seriam extensivamente utilizadas nas décadas seguintes em Hollywood e no cinema mundial, como um todo. Aliás, diversas delas ainda são utilizadas até hoje. Em King Kong, as animações em stop-motion são utilizadas para dar vida a todos os gigantescos animais em cena, incluindo, o próprio Kong. Esses efeitos foram criados por Willis H. O’Brien, um dos pioneiros no uso dessa técnica e um dos gênios por trás da criação de efeitos visuais nos primórdios do cinema. O mais incrível é que O’Brien passaria sua técnica para Ray Harryhausen, que levaria o stop-motion para outro nível de realismo.

Para criar os cenários e paisagens da ilha foi utilizado o matte paiting, que consiste basicamente em pintar cenários realísticos em enormes chapas de vidro que depois são combinadas com a cena que está sendo filmada, muitas vezes sendo colocadas na frente da câmera para substituir partes do cenário. Esse técnica é utilizada para substituir cenários grandiosos que seriam impossíveis, difíceis ou muito custosos para serem construídos.

As miniaturas também são utilizadas por esse motivo. Para evitar que cenas grandiosas tenham que ser filmadas em tamanho real ou mesmo para substituir cenários impossíveis de serem construídos. Aliás, muitas vezes, miniaturas e matte painting são utilizados juntos, como inclusive, ocorre em King Kong, onde as duas técnicas são utilizadas para criar diversas paisagens não apenas na ilha, mas também em Nova York, quando Kong é levado para a cidade.

Por último, temos as projeções de fundo, que são utilizadas para colocar atores em locais onde eles nunca estiveram. Em King Kong essa técnica é muito utilizada para combinar as cenas dos animais gigantescos da ilha, criadas com o uso de miniaturas e animação stop-motion com as cenas contendo os atores reais, de carne e osso. Assim, os atores eram filmados em estúdio e as cenas eram projetadas ao fundo, dando a impressão que eles estavam na ilha, interagindo com os animais.

Outro aspecto revolucionário de King Kong, foi sua trilha sonora, composta por Max Steiner, que foi pioneira por ser a primeira trilha sonora temática produzida para um longa-metragem. Antes de King Kong, os filmes tinham apenas uma música de fundo que acompanhava as cenas. Inclusive, antes do cinema falado, esse música era muitas vezes, tocada ao vivo nas salas de cinema por um pianista. Lembrando que King Kong foi lançado em 1933, ou seja, no início da era sonora no cinema e apenas seis anos após o lançamento de O Cantor de Jazz, em 1927, filme que marca o início do cinema sonoro.

A trilha sonora composta por Max Steiner acabaria se tornando o padrão que seria seguido pelo cinema até os dias atuais. Ou seja, uma trilha sonora temática que ajudava a compor cada uma das cenas, manipular a emoção do público e a contar a história. Steiner também usou no filme os chamados “leitmotiv”, ou seja, um tema curta que acompanha um personagem, uma ideia ou um lugar durante todo o filme.

Esse técnica, que já era utilizada na ópera, passou a também ser padrão no cinema, sendo que diversos filmes acabariam por possuir temas que se tornariam ainda mais famosos que o próprio filme. A trilha sonora de King Kong também foi a primeira a ser executada por uma orquestra de 46 peças. Além disso, o filme também foi o primeiro a ter sua parte sonora gravada em três canais diferentes, um para a música, um para os diálogos e um para os efeitos sonoros.

Lançado em abril de 1933, King Kong foi um sucesso de crítica e público. Produzido a um custo estimado em quase 700 mil dólares, o filme teria dado cerca de 650 mil dólares de lucro para a RKO Radio Pictures, estúdio que bancou sua produção, apenas em seu lançamento original em 1933. A obra ainda seria relançada em 1938 e 1952 e teria uma arrecadação acumulada estimada em cerca de 5 milhões de dólares.

A estreia de King Kong foi recebida com ainda mais entusiasmo pela crítica especializada da época, que elogiou a originalidade do filme, seu pioneirismo e, principalmente, seus aspectos técnicos que foram considerados de tirar o fôlego e nunca vistos antes. Incrivelmente, King Kong não recebeu nenhuma indicação sequer ao Oscar. Fato que não era tão incomum assim na época, já que a premiação possuía poucas categorias técnicas e era voltada mais para o reconhecimento de dramas, musicais, épicos e outros gêneros considerados nobres naquele momento.

Famosa cena final de King Kong (1933).

Contudo, o trabalho revolucionário de Max Steiner fez dele um dos mais requisitados compositores de Hollywood. Apenas um ano depois, em 1934, ele receberia sua primeira indicação ao Oscar pela trilha sonora de A Alegre Divorciada. No total, o compositor receberia 24 indicações ao Oscar e venceria em três ocasiões, sendo considerado até os dias atuais, um dos maiores compositores para cinema de toda a história.

Com o passar dos anos, King Kong foi ganhando cada vez mais proeminência, sendo eventualmente considerado um dos mais importantes filmes já produzidos na história do cinema. A produção deu origem a um franquia que conta com 10 filmes em live-action, incluindo filmes em que Kong aparece ao lado de Godzilla, outro monstro famoso do cinema, e inúmeras animações e produções televisivas. Além disso, dois remakes diretos do filme foram produzidos, um em 1976 e outro em 2005. Somente os 10 longas-metragens em live-action da franquia já arrecadaram juntos mais de 2.3 bilhões de dólares em bilheterias.

King Kong influenciou diretamente diversos gêneros cinematográficos, sendo considerado pioneiro no cinema de aventura, de fantasia, de terror e nos chamados “filmes de monstro”, que foi praticamente inventado por ele. Kong é, ainda hoje, um dos personagens mais famosos e mais populares da sétima arte. O filme já foi incluído em tantas listas de melhores filmes da história que seria impossível listá-las todas aqui.

Contudo, destacamos que ele aparece entre os 50 melhores filmes da história em ambas as listas “AFI’s 100 Years…100 Movies”, organizadas pelo American Film Institute, tanto na de 1998 quanto na 2007. Além disso, em 1991, King Kong foi escolhido para preservação no National Film Registry, devido a sua importância estética, histórica e cultural. O filme é tão proeminente, que é impossível dar a dimensão de toda a sua importância em um texto tão pequeno como esse.

3 – A Felicidade Não se Compra (1946)

O terceiro colocado dessa lista do American Film Institute é, provavelmente, o maior clássico da Natal de toda a história do cinema mundial. Dirigido pelo grande Frank Capra e estrelado pelo genial James Stewart, A Felicidade Não se Compra conta a história de George Bailey, um pequeno empresário e banqueiro, que abre mão de todos os seus sonhos e vontades para ajudar sua família e a comunidade a sua volta. Quando seu tio perde uma grande quantia em dinheiro, Bailey se vê diante da possibilidade real de ser preso e humilhado.

Isso faz com que ele, já bêbado e desesperado, contemple o suicídio, já que ele “vale mais morto do que vivo”. Bailey se arrepende de ter feito tantos sacrifícios e acredita que desperdiçou a sua vida. É nessa hora, que entra em cena seu anjo da guarda, Clarence Odbody, que lhe mostra todo o bem que ele fez e também como o mundo seria bem pior se ele nunca tivesse nascido.

O roteiro de A Felicidade Não se Compra foi escrito pelo próprio Capra em colaboração com Frances Goodrich, Albert Hackett e Jo Swerling e é baseado em um conto do escritor norte-americano Philip Van Doren Stern. O mais interessante é que após tentar por anos conseguir uma editora que aceitasse publicar a história, Stern desistiu e pagou ele mesmo para que 200 cópias do conto fossem publicadas. Ele enviou esses cópias para amigos e familiares e, de alguma forma, uma delas chegou as mãos de Cary Grant e da RKO Radio Pictures.

O estúdio queria transforma o conto em um filme estrelado por Grant, mas o projeto nunca foi para frente e acabou sendo engavetado. Até que o chefão da RKO na época, Charles Koerner, convenceu Frank Capra a ler o conto, ele imediatamente viu potencial cinematográfico na história. O processo de finalização do roteiro foi complicado e gerou diversos conflitos que acabaram por terem que ser resolvidos pelo comitê de arbitragem do Screen Writers Guilt, o sindicato de roteiristas da época. Segundo Capra, devido a esses conflitos, Jo Swerling passou anos sem falar com ele.

A escolha do elenco também não foi fácil. James Stewart foi a primeira escolha de Frank Capra para interpretar George Bailey e, já acostumado a trabalhar com o diretor, o ator aceitou o papel sem nem sequer saber sobre o que era a história. A escolha da atriz para interpretar Mary Hatch, esposa de Bailey, foi bem mais difícil e diversas atrizes já estabelecidas em Hollywood foram consideradas para o papel. Para o papel de Sr. Potter, o grande vilão do filme, uma longa lista de atores também foi considerada. Contudo, Lionel Barrymore, que já tinha larga experiência interpretando Ebenezer Scrooge (personagem que inspirou Sr. Potter) acabou sendo a escolha natural para o papel.

A Felicidade Não se Compra foi todo filmado em locação e em estúdio na região de Los Angeles, na Califórnia. As filmagens ocorreram durante cerca de seis meses, entre abril e julho de 1946 e utilizaram uma enorme cidade cenográfica construída muitos anos antes para a produção de Cimarron (1931). A trilha sonora do filme foi composta por Dimitri Tiomkin. O genial compositor russo e Capra trabalhavam juntos desde 1937. Contudo, desavenças durante a pós-produção da obra fizeram com que os dois brigassem e nunca mais voltassem a trabalhar juntos.

A Felicidade Não se Compra estreou em poucos cinemas em 20 de dezembro de 1946, para poder se tornar elegível a concorrer ao Oscar naquela temporada, estreando comercialmente em todo o território norte-americano em 7 de janeiro de 1947. Apesar de ter sido dirigido por Frank Capra e ser estrelado por James Steward, dois nomes bastante respeitados e conhecidos do público na época, o filme não foi um sucesso de bilheteria. Produzido a um custo estimado em cerca de 3.18 milhões de dólares, a obra arrecadou a quantia de 3.3 milhões de dólares em bilheterias.

Acredita-se que, devido aos custos de divulgação, A Felicidade Não se Compra deveria ter arrecadado pelo menos aproximadamente 6 milhões de dólares para poder começar a dar lucro para a RKO Radio Pictures e, por isso, o filme teria dado mais de 500 mil dólares de prejuízo ao estúdio. O fracasso comercial da obra afetou a carreira de Frank Capra, com muitos estúdios e produtores acreditando que o diretor havia perdido seu tato e habilidade para produzir filmes que conseguissem agradar ao público em geral e que, assim, pudessem ser sucessos de bilheteria. Como resultado disso, ele dirigiria só mais sete longas-metragens em sua carreira, trabalharia pouquíssimo nos anos 1950 e se aposentaria nos anos 1960, com muita gente considerando A Felicidade Não se Compra seu último grande filme.

A Felicidade Não se Compra também não foi muito bem recebido pela crítica especializada na época de seu lançamento, recebendo tanto críticas quanto elogios. O filme foi elogiado pela revista Time que disse que “A Felicidade Não se Compra é um filme maravilhoso. Ele tem apenas um rival formidável (Os Melhores Anos de Nossas Vidas) na disputa pelo posto de melhor filme do ano em Hollywood”. A revista Variety também elogiou a obra, mas com ressalvas, dizendo que “Capra pode não ter avançado aqui na técnica cinematográfica como fez em Aconteceu Naquela Noite (1934), mas nenhum filme anterior de Capra possuía qualidades de eficácia maiores ou mais genuínas.”

Já o respeitado crítico de cinema da época, Bosley Crowther, do jornal The New York Times elogiou as atuações de James Stewart e Donna Reed, mas criticou o que ele chamou de sentimentalismo excessivo do filme e artificialidade dos personagens e roteiro, “a fraqueza desse filme está em seu sentimentalismo – seu conceito ilusório de vida. As pessoas legais do Sr. Capra são encantadoras, sua pequena cidade é um lugar bastante sedutor e seu padrão para resolver problemas é muito otimista e fácil. Mas de alguma forma, todos eles se assemelham a atitudes teatrais, em vez de realidades comuns”.

Cena final de A Felicidade Não se Compra (1947).

Apesar de recepção fria por parte da crítica especializada, a decisão de lançar o filme em poucos cinemas em dezembro de 1946 para torná-lo elegível ao Oscar naquela temporada, deu certo, já que a obra recebeu cinco indicações ao Oscar, incluindo indicações nas categorias de Melhor Filme, Melhor Direção (para Frank Capra) e Melhor Ator (para James Stewart). A produção acabou não levando nenhum Oscar para casa. Além disso, essa seria a última indicação ao Oscar da carreira de Capra. Apesar das indicações, muitos especialistas acreditam que o filme teria mais chances a vencer a premiação se tivesse sido efetivamente lançado em 1947, um ano que foi menos concorrido do que 1946.

Em 1974, a National Telefilm Associates, que possuía os direitos autorais sobre A Felicidade Não se Compra e acabou deixando de renová-los e, por isso, acabou perdendo-os e o filme entrou em domínio público. Com isso, diversos canais de televisão dos Estados Unidos começaram a exibir o filme que, com o passar dos anos, passou a ser considerado um clássico de Natal e, a partir dos anos 1980, passou a ser uma tradição anual exibir o filme na época natalina.

Atualmente, A Felicidade Não se Compra é considerado um grande clássico do cinema e um dos melhores filmes já produzidos. A obra se tornou tão respeitada que é praticamente impossível mensurar sua influência ao longo dessas quase oito décadas. A produção é constantemente incluída em listas de melhores filmes da história, tendo sido colocado entre os 20 melhores filmes da história em ambas as listas “AFI’s 100 Years…100 Movies”, organizadas pelo American Film Institute, tanto na de 1998 quanto na 2007.

Além disso, A Felicidade Não se Compra foi escolhido como a oitava melhor história de amor do cinema e também o filme mais inspirador da história do cinema pelo próprio American Film Institute. Isso sem falar que George Bailey é amplamente considerado um dos mais populares heroís da história da sétima arte e o Sr. Potter, um dos mais odiados vilões. Aliás, a interpretação de Lionel Barrymore na pele do Sr. Potter acabou se tornando um modelo para a construção de vilões clássicos, daqueles que não tem nenhuma outra motivação além de fazer o mal.

Ademais, em 1990, A Felicidade Não se Compra foi escolhido para preservação no National Film Registry, devido a sua importância estética, histórica e cultural. Assim como outros filmes dessa lista, essa obra é tão clássica que fica até difícil dar a total dimensão de sua importância nessas poucas linhas de texto.

2 – O Senhor dos Anéis: A Sociedade do Anel (2001) – Filme mais recente a constar dessa lista do American Film Institute

O segundo colocado dessa lista do American Film Institute revolucionou o cinema fantástico para sempre, elevando o gênero a um novo patamar e criando um enorme interesse pelo gênero que viria a impactar decisivamente todo o cinema e a televisão mundial. As consequências desse impacto são vistos até hoje. O Senhor dos Anéis: A Sociedade do Anel é também o único representante da lista da chamada “alta fantasia”, um subgênero que combina elementos fantásticos e épicos.

Adaptado da obra do cultuado escritor britânico J. R. R. Tolkien, A Sociedade do Anel é baseado no livro de mesmo nome que é o primeiro volume de O Senhor dos Anéis, obra-prima de Tolkien e que foi lançado em três volumes entre julho de 1954 e outubro de 1955. Os outros dois volumes, As Duas Torres e O Retorno do Rei, também seriam adaptados para o cinema e lançados em 2002 e 2003, respectivamente.

Aliás, os três filmes seriam filmados juntos por uma questão de redução de custos. Curiosamente, apesar de ter sido financiado e distribuído por um estúdio norte-americano, a New Line Cinema, os três filmes foram completamente filmados, montados e finalizados na Nova Zelândia, terra natal de Peter Jackson. Apesar desse expediente para redução de custo, A Sociedade do Anel custou quase 100 milhões de dólares para ser produzido, um custo alto para época, e os três filmes custaram juntos quase 300 milhões ao estúdio, que teria tido enormes problemas de caixa se eles não tivessem sido grandes sucessos de bilheteria.

O desenvolvimento de O Senhor dos Anéis: A Sociedade do Anel começou sob a liderança de Peter Jackson no segundo semestre de 1997, mas o cineasta tentava desde 1995 adquirir os direitos sobre o livro para adaptá-lo para o cinema. O roteiro do filme foi escrito pelo próprio Jackson, em conjunto com sua esposa, Fran Wash, e a roteirista Philippa Boyens. Jackson também produziu o filme, ao lado de Wash e dos produtores Barrie M. Osborne e Tim Sanders.

As filmagens de A Sociedade do Anel começaram em 11 de outubro de 1999 e, como dito antes, ocorreram concomitantemente as filmagens de As Duas Torres e O Retorno do Rei. Por isso, elas duraram mais de um ano, terminando apenas em 22 de dezembro de 2000. Algumas filmagens adicionais ainda ocorreriam entre 2001 e 2003, quando o último filme da trilogia seria lançado.

Um dos pontos fortes de A Sociedade do Anel, o elenco do filme conta com diversos atores e atrizes talentosíssimos, como Elijah Wood, Ian McKellen, Liv Tyler, Viggo Mortensen, Sean Astin, Cate Blanchett, John Rhys-Davies, Billy Boyd, Dominic Monaghan, Orlando Bloom, Christopher Lee, Hugo Weaving, Sean Bean, Ian Holm e Andy Serkis.

Um outro ponto de destaque do longa-metragem é sua trilha sonora, composta por Howard Shore e que conta com duas canções compostas e interpretadas pela famosa cantora irlandesa Enya. Um dessas canções intitulada “May It Be”, inclusive, acabou se tornando um sucesso comercial na Europa e sendo indicado ao Oscar de Melhor Canção Original, a única indicação da carreira da cantora a mais importante premiação do cinema mundial.

O Senhor dos Anéis: A Sociedade do Anel estreou comercialmente nos Estados Unidos e em grande parte do resto do mundo em 19 de dezembro de 2001. Produzido a um custo de 93 milhões de dólares, o filme arrecadou 868 milhões de dólares em bilheterias no mundo todo durante seu lançamento original, se tornando dono da segunda maior bilheteria do ano de 2001, ficando atrás apenas de Harry Potter e a Pedra Filosofal,

O Senhor dos Anéis: A Sociedade do Anel também foi extremamente bem recebido pela crítica especializada. Sendo considerado um marco no cinema de fantasia e uma obra revolucionária, o filme também foi considerada uma adaptação fiel e digna a obra de J. R. R. Tolkien. Os aspectos técnicos e valores de produção do filme também foram muito elogiados, além de outros aspectos, como o roteiro, a direção de Peter Jackson e atuação do elenco, especialmente, de Viggo Mortensen e Ian McKellen.

O Senhor dos Anéis: A Sociedade do Anel se tornaria um dos filmes mais premiados daquela temporada, recebendo 13 indicações ao Oscar daquele ano, mais do que qualquer outra produção, incluindo, indicações a Melhor Filme, Direção, Roteiro Adaptado e Ator Coadjuvante, para Ian McKellen. O filme acabaria vencendo em quatro categorias, todas técnicas, sendo o maior destaque a vitória de Howard Shore, na categoria de Melhor Trilha Sonora Original.

Curiosamente, a Academia de Artes e Ciência Cinematográficas (AMPAS), que organiza e entrega o Oscar, escolheria reconhecer a trilogia inteira dois anos depois, em 2003, premiando O Retorno do Rei com 11 Oscars na edição daquele ano, onde o filme venceria em todas as categorias em que estava indicado.

O Senhor dos Anéis: A Sociedade do Anel também foi indicado a 12 BAFTAs. Na principal premiação da indústria cinematográfica britânica, o filme teve mais sorte, vencendo as categorias de Melhor Filme e Melhor Direção, saindo da cerimônia de entrega como o principal vencedor da noite. No Globo de Ouro, a obra recebeu quatro indicações, incluindo, uma na categoria de Melhor Filme – Drama, mas não venceu nenhuma delas. O Senhor dos Anéis: A Sociedade do Anel receberia ainda indicações ao Directors Guild of America Awards, Producers Guild of America Awards, Screen Actors Guild Awards, Writers Guild of America Awards e a outras premiações importantes.

Mesmo tendo sido produzido há apenas pouco mais de 20 atrás, O Senhor dos Anéis: A Sociedade do Anel já é considerado um dos melhores e mais influentes filmes de toda a história do cinema mundial. A obra foi incluída pelo American Filme Institute na segunda versão da lista “100 Years…100 Movies”, sendo o filme de lançamento mais recente e o único lançado no século XXI a aparecer na lista. Além disso, em 2021, O Senhor dos Anéis: A Sociedade do Anel foi escolhido para preservação no National Film Registry, devido a sua importância estética, histórica e cultural.

Cena de O Senhor dos Anéis: A Sociedade do Anel (2001)

O filme foi responsável por levar a outro nível a carreira de praticamente todos os envolvidos em sua produção. Peter Jackson, que antes de dirigir O Senhor dos Anéis: A Sociedade do Anel, havia dirigido quase que exclusivamente filmes de baixo orçamento, alternativos e produzidos em sua terra natal, passou a ser um dos mais requisitados cineastas de Hollywood, dirigindo e produzindo inúmeras outras superproduções.

Viggo Mortensen, que antes de protagonizar o filme, havia conseguido apenas papéis coadjuvantes durante os anos 1990, passou a ser um dos mais bem-sucedidos e elogiados atores de sua geração, já tendo, inclusive, recebido inúmeras indicações ao Oscar, ao BAFTA e ao Globo de Ouro. Andy Serkis, que durante toda a sua carreira havia interpretado “papéis comuns”, acabou sendo escolhido para interpretar o personagem Gollum, através de captura de movimento, técnica que naquela época ainda estava engatinhando. Serkis acabou se especializando nesse tipo de interpretação, se tornado o “rei da captura de movimento”, além de ter elevado sua carreira de ator a outro patamar, aparecendo depois em diversos filmes notórios.

O sucesso crítico e comercial não apenas de A Sociedade do Anel (2001), mas também de toda a trilogia de O Senhor dos Anéis fez com que a alta fantasia ganhasse enorme popularidade, fazendo não apenas com que os livros de J. R. R. Tolkien e de outros autores desse subgênero vendessem milhões de cópias, mas também fazendo com que Hollywood se interessasse em financiar outras produções parecidas, o que resultou em outros sucessos de público e crítica, como a trilogia O Hobbit e a série Game of Thrones.

1 – O Mágico de Oz (1939) – O melhor filme de fantasia segundo o American Film Institute

O primeiro colocado dessa lista do American Film Institute é um dos mais amados e cultuados filmes de toda a história do cinema mundial. Não a toa, ocupa o primeiro lugar dessa lista. Lançado há mais 85 anos atrás, O Mágico de Oz continua encantando gerações e influenciando o cinema mundial mais de oito décadas após seu lançamento. Baseado em um livro infantil de mesmo nome, escrito por L. Frank Baum e publicado originalmente em 1900, o filme modificou para sempre o cinema de fantasia e a sétima arte, como um todo.

Oficialmente dirigido por Victor Fleming e escrito por Noel Langley, Florence Ryerson e Edgar Allan Woolf, O Mágico de Oz, na verdade, teve uma produção tumultuada e contou com a colaboração criativa de, pelo menos, outros dois diretores e diversos roteiristas. O filme deveria ser, originalmente, dirigido por Richard Thorpe, que, inclusive, chegou a rodar diversas cenas da obra.

No entanto, Mervyn LeRoy, produtor de O Mágico de Oz, não gostou da direção que a obra estava tomando sob a liderança de Thorpe, que estaria fazendo um filme mais adulto e retirando da obra os elementos de fantasia que LeRoy acreditava que ela deveria ter. Além disso, o diretor estaria correndo muito com a produção e, com isso, prejudicando o desempenho dos atores.

Por esse motivo, após duas semanas de filmagens, Richard Thorpe foi demitido. Para o seu lugar, foi contratado o lendário cineasta George Cukor, que não chegou a dirigir efetivamente nenhuma cena do filme, mas deu a direção criativa que seria mantida por Victor Fleming e que estaria no corte final do filme. Cukor foi contratado com uma espécie de consultor criativo temporário, já que ele já tinha se comprometido a dirigir …E o Vento Levou, cujas filmagens começariam em breve.

Foi Cukor quem concebeu o visual e a maquiagem de Judy Garland e de Margaret Hamilton e que também sugeriu a contratação de Jack Haley para interpretar o Homem de Lata. Foi também ele quem disse que Garland deveria “ser ela mesma” e, dessa forma, influenciou diretamente a forma como a atriz interpretaria Dorothy Gale. O cineasta deixou o projeto e foi substituído por Victor Fleming que, efetivamente, completaria as filmagens de O Mágico de Oz.

Fleming escolheria manter as mudanças feitas por Cukor e seguir com a linha criativa iniciada por ele. Curiosamente, Cukor seria demitido após apenas três semanas de filmagens de …E o Vento Levou e seria substituído as pressas pelo próprio Fleming, fazendo que ambos os diretores trabalhassem em dois dos melhores e mais clássicos filmes produzidos naquele ano. Curiosamente também, seria Fleming quem seria creditado pela direção de ambos os longas-metragens.

Além dos problemas com a direção, o roteiro de O Mágico de Oz também deu trabalho para ser completado. Apesar de ser creditado a apenas três pessoas, ele, na verdade, teve colaboração de mais de uma dezena de profissionais, incluindo, gente bastante notória, como Herman J. Mankiewicz e King Vidor. As filmagens também foram problemáticas para os atores, sendo marcadas por problemas com maquiagem e acidentes por mal funcionamento de equipamentos.

Buddy Ebsen foi originalmente contratado para interpretar o Homem de Lata e, inclusive, chegou a filmar diversas cenas do filme. Contudo, a maquiagem utilizada para fazê-lo ficar com aspecto metálico era extremamente tóxica e fez com que ele fosse parar no hospital em estado grave devido a intoxicação. A produção do filme, então mudou o tipo de maquiagem que era usado e contratou outro ator, Jack Haley, para o papel.

Aliás, todos os atores que tiveram que trabalhar sob forte maquiagem e figurino pesado sofreram bastante. Com as filmagens ocorrendo o dia todo, seis dias por semana, eles mal podiam comer e sofriam com calor extremo e desconforto com os materiais utilizados na maquiagem que estavam sempre em contato com sua pele.

A atriz Margaret Hamilton, que interpretou a Bruxa Malvada do Oeste, principal vilão do filme, chegou a sofrer queimaduras graves no rosto e no peito durante as filmagens de uma das mais famosas cenas de O Mágico de Oz, tendo que ficar três meses afastada das filmagens para se recuperar. Posteriormente, Hamilton se recusou a gravar uma cena extra em que ela voava em uma vassoura que soltava fumaça. Por esse motivo, uma dublê foi chamada para fazer a cena e se feriu gravemente devido a uma falha do equipamento.

Isso sem falar nos abusos sofridos por Judy Garland, que teria sido constantemente assediada por outros atores, por produtores e até por outros profissionais trabalhando no filme. A atriz teria, inclusive, levado um tapa de Victor Fleming durante a gravação de uma das cenas. Garland também sofreu para manter o porte físico que o estúdio queria, já que na época das filmagens ela já era uma adolescente, e o estúdio queria que ela parecesse mais jovem, escondendo seus seios e medicando-a para que ela não engordasse.

O Mágico de Oz estreou comercialmente nos Estados Unidos em 25 de agosto de 1939. A produção foi muito bem recebida pela crítica especializada, que elogiou sua história, a atuação de Judy Garland, seus efeitos especiais e valores de produção de primeira linha, sua trilha sonora e a construção de personagens memoráveis. O filme foi indicado a seis Oscars, incluindo Melhor Filme.

Em um ano de forte concorrência, que muitos críticos de cinema e estudiosos consideraram o melhor da história da sétima arte, O Mágico de Oz conseguiu vencer os Oscars de Melhor Trilha Sonora Original e Melhor Canção Original, com o clássico “Over the Rainbow”, além de um Oscar Especial para Judy Garland.

Apesar de tudo isso, O Mágico de Oz fracassou nas bilheterias em seu lançamento original. Produzido a um custo de 2.8 milhões de dólares, alto para a época, o filme arrecadou apenas pouco mais de 3 milhões em bilheterias, dando um prejuízo de mais de 1 milhão de dólares a Metro-Goldwyn-Mayer, estúdio que bancou a produção da obra. O Mágico de Oz seria relançado novamente 10 anos depois, em 1949, e finalmente daria lucro ao estúdio. Depois disso, o filme seria relançado em mais algumas ocasiões, arrecadando um total de 30 milhões de dólares em bilheterias no mundo todo.

O Mágico de Oz seria exibido pela primeira vez na televisão norte-americana em 3 de novembro de 1956 e seria um sucesso de audiência, marcando 33.9 pontos de audiência. Três anos depois, em 1959, o filme seria novamente exibido com ainda mais sucesso, marcando 36.5 pontos de audiência. A partir daquele ano, a exibição anual do filme passaria a ser uma tradição nos Estados Unidos. Entre 1959 e o início dos anos 1990, O Mágico de Oz seria exibido anualmente no país, sempre através de um especial de televisão.

Durante uma época em que não existia vídeo cassete e nem nenhuma forma de mídia doméstica, a exibição de O Mágico de Oz era aguardado ansiosamente por muita gente e era, muitas vezes, um acontecimento e um momento em que as famílias se reuniam em frente a televisão. Com a ascensão do vídeo cassete, esse tradição foi perdendo força e com a popularização da televisão paga, o filme passou a ser exibido constantemente nos Estados Unidos, fazendo com que a tradição se acabasse de vez.

Foi nesse período que O Mágico de Oz se tornou querido por muita gente e começou a adquirir a estatura que tem hoje em dia. Atualmente, o filme é unanimemente considerado um dos melhores já produzidos em toda a história do cinema mundial. A obra é constantemente incluída em listas de maiores filmes da história e, quase sempre, fica entre os 10 ou 15 primeiros colocados dessas listas.

O Mágico de Oz ficou entre os 10 primeiros colocados em ambas as listas “100 Years…100 Movies”, publicadas pelo American Film Institute, tanto na original de 1998, quanto na atualização de 2007. São tantas as listas desse tipo, com a presença do longa-metragem, publicadas por veículos de imprensa e organizações importantes que é praticamente impossível listá-las todas aqui. Entre as listas mais notórias que incluem o filme entre os melhores da história estão as organizadas pelas revistas Rolling Stone, Sight & Sound, Entertainment Weekly, Bravo, Total Film, IndieWire e Variety.

O Mágico de Oz influenciou enormemente outros filmes e cineastas, gerando inúmeras homenagens, adaptações e cópias. Diversos aspectos do filme também estão entre os mais cultuados da sétima arte, incluindo as canções “Over the Rainbow” e “Ding-Dong! The Witch Is Dead”, frases como, “Toto, I’ve a feeling we’re not in Kansas anymore” e “There’s no place like home” e personagens como a protagonista Dorothy Gale e a Bruxa Malvada do Oeste, que é amplamente considerada uma das maiores vilãs da história do cinema.

Cena de O Mágico de Oz (1939) em que Judy Garland canta “Somewhere Over the Rainbow”. Esse é melhor filme de fantasia da história do cinema, segundo o American Film Institute.

O figurino da obra também acabou ficando para a história, especialmente, os sapatos usados por Dorothy no filme. Além disso, elementos da história como a famosa Estrada de Tijolos Amarelos são comumente referenciados em outras obras, incluindo, na famosa canção de Elton John, chamada de Goodbye Yellow Brick Road. A influência do longa-metragem é tão grande que é praticamente incalculável e impossível de descrever completamente nesse pequeno texto.

Por tudo isso, em 1989, O Mágico de Oz foi um dos primeiros 25 filmes a serem escolhidos para preservação no National Film Registry, da Biblioteca do Congresso Americano. Naquela época, recém-criado, o arquivo tem como objetivo preservar filmes que tenham importância estética, histórica e cultural para o cinema norte-americano.

Conclusões sobre a lista do American Film Institute

Baseado na lista que destrinchamos acima, é possível tirar algumas conclusões. Primeiro, chama a atenção a enorme diferença de idade entre dois filmes presentes nessa lista. Enquanto O Ladrão de Bagdá foi lançado em 1924, O Senhor dos Anéis: A Sociedade do Anel, foi lançado em 2001. Apesar dos 77 anos que separam as duas produções, ambas se destacam em seus próprios termos. Enquando O Ladrão de Bagdá é o mais antigo, e também o único mudo, dos filmes a constar em qualquer uma das dez lista que compõem o AFI’s 10 Top 10, O Senhor dos Anéis: A Sociedade do Anel é um dos mais novos, mostrando a longevidade do cinema de fantasia.

Além disso, destacamos também as décadas de 1930, 1980 e 1940 que tem, cada uma, dois representantes nessa lista, sendo os outros representantes das décadas de 1920, 1950, 1990 e 2000. Isso demonstra que filmes de fantasia de qualidade foram produzidos durante praticamente os últimos 100, o que, novamente, demonstra a força do gênero, principalmente, por levar o público a lugares que eles nunca poderiam ir, pois não existem na vida real.

É interessante também notar como gênero se mistura e se transforma se apresentando de diversas formas ao público e dando origem a produções de primeira qualidade. Temos produções que são mistura de fantasia, com uma dose de magia e até mesmo elementos religiosos, como O Mágico de Oz (1939), De Ilusão Também se Vive (1947) e A Felicidade Não se Compra (1946), curiosamente produzidos na mesma época.

Filmes que misturam fantasia como elementos mais sérios, um teor de drama e de questionamento filosófico, como Feitiço do Tempo (1993), Meu Amigo Harvey (1950), Campo dos Sonhos (1989) e Quero ser Grande (1988) e produções que misturam fantasia com ação e aventura, como O Ladrão de Bagdá (1924), King Kong (1933) e O Senhor dos Anéis: A Sociedade do Anel (2001). Esse último um representante da “alta fantasia” e que, por isso, conta com uma história complexa, bem engendrada e que, de alguma forma, simula o mundo real, como se fosse um universo paralelo.

Interessante, que todas esses subgêneros também se misturam. A Felicidade Não se Compra, por exemplo, tem fortes elementos dramáticos e filosóficos. O mesmo pode ser dito de O Senhor dos Anéis: A Sociedade do Anel e de praticamente todos os filmes dessa lista, até mesmo de O Mágico de Oz, que se propõe a ser um filme infantil. Nenhuma dessas obras é superficial e vazia. Todas elas trazem alguma lição ou reflexão importante. Não a toa, são consideradas obras primas do cinema mundial.

Outro destaque da lista é James Stewart. Ele é o único ator a estrelar dois filmes da lista, A Felicidade Não se Compra (1946) e Meu Amigo Harvey (1950). Stewart foi um dos maiores atores de toda a história de Hollywood e tinha uma qualidade de “homem comum”, ou seja, um ator que se parecia com uma pessoa comum. Assim, você pode olhar para ele e ver seu vizinho, seu amigo ou um familiar.

Essa qualidade fez com que Stewart interpretasse muitos “heroís do povo”. Pessoas com um forte senso de justiça e que representavam o “ideal americano”. Personagens como George Bailey, de Felicidade Não se Compra, por exemplo. Por isso, não surpreende que ele tenha forte presença em uma lista que compila produções cinematográficas que normalmente trazem embuídas em si licões e reflexões.

Por último, também é interessante notar como o cinema de fantasia sempre gera grandes produções. Diversos desses filmes, em suas própria época, foram superproduções que custaram fortunas para serem feitos. Muitos deles utilizando sets gigantescos e efeitos especiais de primeira linhas, muitas vezes, inéditos na época de sua produção. A maioria deles também, possuem valores de produção de primeira linha.

Filmes como O Ladrão de Bagdá (1924), King Kong (1933), Mágico de Oz (1939), O Senhor dos Anéis: A Sociedade do Anel (2001) e até mesmo Felicidade Não se Compra (1946), foram, em certa medida, produções grandiosas. Isso ocorre, porque no cinema de fantasia, muitas vezes é necessário se criar um mundo novo.

Um mundo que não existe na vida real, o que, muitas vezes, diminui o uso de locações e, quase sempre, exige criatividade daqueles produzindo o filme, para criar cenários, figurinos e efeitos que consigam gerar a ilusão que eles querem passar para o público e que consigam também construir aquele mundo que eles vislumbram.

Conclusão

E aí, gostou da nossa lista? Temos tentando trazer uma a uma as listas do American Film Institute, explicando e analisando cada um dos fimes, afim de fazer com que nosso leitor possa entender a importância de cada um deles e porque eles estão nessas listas e são considerados clássicos imortais do cinema mundial. Se você gostou da lista, não esqueça de comentar abaixo. Lembre-se que seu comentário é sempre muito importante para nós.

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