O American Film Institute (AFI) (ou Instituto Americano de Cinema, em tradução para o português) é uma importante organização sem fins lucrativos que visa educar cineastas e homenagear a herança das artes cinematográficas nos Estados Unidos. Criada em 1967, por mandato do então presidente norte-americano, Lyndon B. Johnson, o AFI ajuda a preservar o legado da herança cinematográfica norte-americana, educar a próxima geração de cineastas e homenagear os artistas de cinema e seu trabalho.
Entre os trabalhos e programas desenvolvidos pelo American Film Institute estão uma escola de cinema, um complexo de salas de cinema, projetos para formação de novos cineastas, organização de festivais e premiações para reconhecer filmes e profissionais do cinema norte-americano e, claro, suas famosas listas de melhores filmes da história, chamada de “AFI 100 Years… series” (ou “Série AFI 100 Anos”, em tradução para o português), iniciada em 1998. É sobre uma dessas listas que falaremos hoje. Além disso, já falamos tudo sobre o American Film Institute no texto que está nesse link.
AFI 100 Years… series do American Film Institute
Provavelmente, o “empreendimento” mais famoso do American Film Institute, a série AFI 100 Years (ou “AFI 100 Anos”, em tradução para o português) começou em 1998, quando a primeira de suas famosas listas foi divulgada. No caso, era uma lista dos 100 melhores filmes da história do cinema norte-americano, em comemoração aos 100 anos de cinema. Isso porque, em 1995, completavam 100 anos da primeira exibição pública de um filme, pelos Irmãos Lumière, em Paris, na França.
Chamada de “AFI’s 100 Years…100 Movies” (ou “100 Anos…100 Filmes”, em tradução para o português), a lista foi um enorme sucesso e fez com que nos anos seguintes, o American Film Institute publicasse inúmeras outras listas do tipo. Entre 1999 e 2008, a AFI publicou diversas outras listas, que compilavam os 100 melhores filmes em diversos gêneros. Além disso, o instituto também elaborou lista de maiores heróis e vilões, maiores estrelas do cinema, maiores paixões, melhores canções, melhores trilhas sonoras e diversas outras listas que compilavam melhores aspectos do cinema.
Nesse texto, falaremos sobre a última lista divulgada pelo American Film Institute, lá em 2008, ou seja, há mais de 15 anos atrás, a “AFI’s 10 Top 10”, que compila os 10 melhores filmes, segundo os votantes do AFI, em 10 gêneros cinematográficos diferentes. No caso aqui, listaremos os 10 melhores filmes de animação segundo o American Film Institute. Abaixo falaremos um pouco mais sobre a lista e sobre os critérios para sua elaboração.
American Film Institute’s 10 Top 10 – Animações
Os escolhidos pelo American Film Institute (AFI) para integrar a lista de 10 melhores filmes em 10 gêneros cinematográficos diferentes, chamada de “AFI’s 10 Top 10”, foram anunciados em uma cerimônia televisiva transmitida pelo canal CBS para todo o território norte-americano em 17 de junho de 2008. A transmissão contou com a presença de nomes ilustres do cinema, como Clint Eastwood, Quentin Tarantino, Kirk Douglas, Harrison Ford, Martin Scorsese, Steven Spielberg, George Lucas, Roman Polanski e Jane Fonda.
Para estar na lista de dez melhores animações da história, segundo o American Film Institute, um filme deve ser, primeiramente, uma animação. Para o AFI, uma animação é um filme em que as imagens são criadas a mão ou por computador e as vozes dos personagens são dubladas por atores. Explicamos tudo sobre as diferenças entre animação e live-action, no texto contido nesse link.
Além disso, como todos os filmes escolhidos para integrar as listas da série AFI 100 Years, para ser incluído nessa lista, a animação deve ser também um longa-metragem. O que, para o American Film Institute, é toda produção cinematográfica em “formato narrativo” com duração igual ou superior a 60 minutos. Por último, e não menos importante, a produção deve ser “americana”, o que para o AFI é todo “filme em língua inglesa com elementos significativos de produção criativa e/ou financeira dos Estados Unidos”. Isso porque, como dito acima, o American Film Institute é uma organização norte-americana, criada para preservar e promover o cinema produzido naquele país.
Dito isso, os filmes contidos nessa lista, foram escolhidos por um corpo de mais de mil jurados membros da chamada “indústria criativa” norte-americana. Dessa forma, entre os jurados estão pessoas ligadas a produção cinematográfica, como diretores, roteiristas, produtores, atores, atrizes, etc., críticos de cinema, historiadores e estudiosos da sétima arte.
Para a produção da AFI’s 10 Top 10 inteira, que contêm 100 filmes (dez em cada gênero), 500 filmes foram pré-selecionados pelo American Film Institute, para a escolha final do júri. Essa lista de 500 produções pode ser encontrada no site do AFI. Lembrando mais uma vez, que nesse texto em específico, falaremos apenas das dez produções que integram a lista de 10 maiores animações da história do cinema norte-americano, segundo o American Film Institute. Sem mais delongas, vamos a lista.
10 – Procurando Nemo (2003) – Filme mais recente da lista do American Film Institute
Filme “mais novo” dessa lista, os membros votantes do American Film Institute escolheram Procurando Nemo como a 10º melhor animação de toda a história do cinema norte-americano, em 2008, apenas cinco anos após seu lançamento. Apenas isso já mostra o tamanho da importância que o filme teve para o cinema de animação e o quão bem ele foi recebido pela crítica especializada e também por cineastas de uma forma geral.
Fruto da exitosa pareceria entre a Pixar Animation Studios e a Walt Disney Pictures, Procurando Nemo conta a história de um peixe-palhaço superprotetor, Marlin (Albert Brooks), que ao lado de uma amiga que sofre de uma caso severo de amnésia, Dory (Ellen DeGeneres), tem que desbravar os oceanos e enfrentar seus perigos e desafios em busca de seus filho Nemo (Alexander Gould), que foi capturado por uma rede de pesca.
Lançado em maio de 2003, Procurando Nemo já estreou batendo recordes de bilheteria e assumindo o topo do ranking de filmes mais assistidos dos Estados Unidos na época. A produção terminou sua passagem pelas salas de cinema do mundo todo com uma bilheteria total de 871 milhões de dólares. Com isso, ela se tornou dona da maior bilheteria da história de uma animação, superando os 783 milhões de dólares arrecadados por O Rei Leão e destronando o filme, que era dono da maior bilheteria da história do cinema de animação desde 1994.
Procurando Nemo se tornou também, dono da segunda maior bilheteria de 2003, ficando atrás apenas da bilheteria de Senhor dos Anéis: O Retorno do Rei, que superou o 1.140 bilhão de dólares. Os 871 milhões de dólares arrecadados por Procurando Nemo foram suficientes para que o filme superasse a arrecadação de outros grandes sucessos daquele ano, como Matrix Reloaded ($739 milhões de dólares), Piratas do Caribe: A Maldição do Pérola Negra ($654 milhões de dólares) e Todo Poderoso ($484 milhões de dólares).
Procurando Nemo foi também um imenso sucesso de crítica. Atualmente, a produção mantêm uma taxa de aprovação de 99% no Rotten Tomatoes, principal agregador de críticas especializadas da internet. Unanimemente elogiado por críticos ao redor do mundo, o filme foi a animação mais premiada de 2003. A produção recebeu quatro indicações ao Oscar daquele ano, incluindo indicações a Melhor Trilha Sonora, Melhor Roteiro Original e Melhor Animação.
Procurando Nemo venceu o Oscar de Melhor Animação, se tornando o primeiro filme da Pixar Animation Studios a conseguir tal feito, abrindo caminho para que diversas outras animações do estúdio repetissem o feito e fizessem com que a Pixar dominasse essa categoria do Oscar. Por tudo isso, não surpreende o tamanho da estima que os votantes do American Film Institute tiveram com o filme.
9 – Cinderela (1950)
O nono lugar dessa lista é um dos maiores clássicos da história do cinema de animação, estamos falando de Cinderela. Lançado originalmente em fevereiro de 1950, o filme ajudou a Walt Disney Productions a “sair do buraco”. Isso porque, devido ao início da Segunda Guerra Mundial, diversos de seus filmes lançados nos anos 1940, como os clássicos Pinóquio (1940), Fantasia (1940) e Bambi (1942) foram fracassos de bilheteria, fazendo com o estúdio contraísse uma dívida de 4 milhões de dólares e estivesse em sérias dificuldades financeiras quando Cinderela foi lançado.
No entanto, o sucesso comercial do filme não apenas tirou a Walt Disney Productions do buraco, mas fez com que os anos 1950 fosse uma das mais bem-sucedidas décadas para o estúdio. Foi nessa época, por exemplo, que a Walt Disney fundou sua própria distribuidora de filmes (a Buena Vista Film Distribution Company), começou a produzir material para televisão e, até mesmo, abriu seu próprio parque temático, a Disneylândia.
Contando a clássica história de Charles Perrault, sobre uma bela jovem escravizada por sua madrasta e que, com a ajuda de uma fada madrinha, conhece um “príncipe encantado” e casa com ele, Cinderela arrecadou 4.28 milhões de dólares só nos Estados Unidos, nos chamados “distributor rentals”, ou seja, a parte embolsada pelo distribuidor de um filme. Esse valor fez com que a animação se tornasse dona da quinta maior bilheteria do ano, em 1950.
Com isso, Cinderela se tornou também o filme mais bem-sucedido financeiramente da Walt Disney Productions desde Branca de Neve e os Sete Anões, lançado em 1937. Calcula-se que se somada, toda a bilheteria arrecadada por Cinderela até os dias atuais seria de 182 milhões de dólares, ou cerca de 565 milhões de dólares em valores corrigidos pela inflação. Nada mal para uma obra que custou cerca de 2 milhões de dólares para ser produzida.
Cinderela foi também um enorme sucesso de crítica. Ainda na época de seu lançamento, a animação foi bastante elogiada pela crítica especializada e também por gente da indústria cinematográfica. O famoso diretor Michael Curtiz chamou o filme de “obra-prima” e o consagrado produtor Hal B. Wallis disse que se a animação não era a melhor já feita, estava perto disso. Como resultado de todos esses elogios, o filme foi indicado ao Oscar em três categorias, Melhor Canção Original (para o clássico “Bibbidi-Bobbidi-Boo”), Melhor Trilha Sonora de um Filme Musical e Melhor Gravação Sonora. O filme também ganhou um Urso de Ouro no Festival de Berlim.
Atualmente, Cinderela mantêm uma taxa de aprovação de 98% no Rotten Tomatoes e é amplamente considerada uma das melhores animações já feitas na história do cinema. Em 2018, o filme foi escolhido para preservação no National Film Registry, da Biblioteca do Congresso Americano, por ser “culturalmente, historicamente ou esteticamente significativo”. Por tudo isso, não surpreende que Cinderela esteja no nono lugar da lista do American Film Institute de melhores animações da história.
8 – Shrek (2001)
Único filme dessa lista do American Film Institute a não ter sido produzido ou distribuído pela Walt Disney Company, Shrek representou uma grande revolução no mundo da animação. A obra é também, junto com Procurando Nemo, um dos dois únicos filmes dessa lista lançados no século XXI. Produzido e distribuído pela DreamWorks, de Steven Spielberg, o filme começou a sua revolução antes mesmo de sua chegada oficial aos cinemas do mundo todo.
Isso porque, Shrek foi a primeira animação desde Peter Pan, em 1953, a ser escolhido para concorrer a Palma de Ouro, no prestigiado Festival de Cannes. Quando o filme chegou realmente as salas de cinema, o sucesso foi enorme, tanto de público quanto de crítica. Atraindo grande público desde o seu lançamento, Shrek terminou sua passagem pelos cinemas com uma arrecadação de quase 500 milhões de dólares, suficiente para lhe garantir o quarto lugar entre as maiores bilheterias do ano.
Shrek também foi quase que unanimemente bem recebido pela crítica especializada da época. A produção foi elogiada por críticos consagrados, como Roger Ebert, Richard Schickel e Peter Travers. Entre os aspectos mais elogiados do filme estavam seu roteiro e a performance dos dubladores, especialmente de Eddie Murphy. A obra, inclusive, representou um momento de retomada na carreira de Murphy, que vinha vivendo altos e baixos desde os anos 1990.
O sucesso de crítica de Shrek se converteu em diversas indicações na temporada de premiações daquele ano, incluindo seis indicações ao BAFTA, duas ao Oscar e uma ao Globo de Ouro. No BAFTA, a obra foi indicada em algumas das categorias mais importantes, como Melhor Filme, Melhor Roteiro Adaptado e Melhor Ator Coadjuvante, para Eddie Murphy. Aliás, essa é, até hoje, a única ocasião em que um ator foi indicado a um BAFTA por seu trabalho de atuação em uma animação. Shrek acabou por vencer o BAFTA de Melhor Roteiro Adaptado.
No Oscar, o filme recebeu indicações a Melhor Roteiro Adaptado e, na recém-criada categoria de Melhor Animação. Shrek acabou se tornando o primeiro filme a vencer a categoria de Melhor Animação e também a primeira animação a ser indicada a Melhor Roteiro Adaptado. Na época, o sucesso da obra foi tão grande que houve uma campanha para ela fosse indicada na categoria de Melhor Filme, o que acabou não ocorrendo.
O estilo irreverente de Shrek, parodiando abertamente os filmes da Walt Disney e sua forma de fazer cinema, foi uma verdadeira revolução, fazendo com paródias e filmes “menos sérios” se tornassem um padrão no cinema de animação. Além disso, a obra ajudou também a desconstruir os contos de fadas e figuras consagradas, como o príncipe encantado, a donzela em perigo, a fada madrinha e os animais mágicos.
Por tudo isso, Shrek é considerado uma das melhores animações já feitas e um dos melhores filmes lançados no século XXI. Em 2020, menos de 20 anos após seu lançamento, a obra foi escolhida para preservação no National Film Registry, se tornando a primeira animação lançada no século XXI a receber tal honraria. O sucesso comercial da produção, ajudou a tornar a DreamWorks Animation uma forte competidora na indústria de animação norte-americana e também deu origem a uma franquia que já conta com seis filmes.
7 – A Bela e a Fera (1991)
O sétimo lugar nessa lista do American Film Institute é mais um filme revolucionário, que ajudou a Walt Disney Pictures a dominar o cinema de animação durante os anos 1990 e ajudou também a consolidar o chamado “Renascimento da Disney”, iniciado em 1989, com A Pequena Sereia. A Bela e a Fera é quase um live-action em formato de animação. Apesar de ser um musical, o filme dá uma abordagem relativamente séria a seu enredo, o que era algo incomum para o cinema animado comercial daquela época.
A mistura de roteiro bem amarrado, canções incríveis, atuações irretocáveis dos dubladores e cenas incrivelmente bem feitas, fez do filme um enorme sucesso de público e crítica e iniciou uma nova era para o cinema de animação. Lançado comercialmente nos Estados Unidos em novembro de 1991, A Bela e a Fera arrecadou quase 350 milhões de dólares em bilheterias no mundo todo, se tornando dono da terceira maior bilheteria do ano de 1991. O sucesso comercial do filme fez com que, em 1994, ele se tornasse a primeira animação da Walt Disney Pictures a ser adaptado para um musical da Broadway. Musical que, por sua vez, ficou em cartaz por 13 anos, até 2007.
Além de comercialmente bem-sucedido, A Bela e a Fera também foi um enorme sucesso de crítica. Unanimemente elogiado por críticos consagrados, como Janet Maslin, Roger Ebert e James Berardinelli, o filme recebeu duas indicações ao BAFTA, quatro indicações ao Globo de Ouro e seis indicações ao Oscar daquele ano. No Globo de Ouro, a animação recebeu uma indicação a Melhor Trilha Sonora, duas a Melhor Canção Original, incluindo uma para a clássica canção “Beauty and the Beast” e uma indicação a Melhor Filme – Comédia ou Musical.
Com isso, a A Bela e a Fera se tornou a segunda animação, depois de A Pequena Sereia (1989), indicada a Melhor Filme no Globo de Ouro e, eventualmente, a primeira animação da história a vencer nessa categoria. No Oscar, o filme recebeu três indicações a Melhor Canção, uma a Melhor Trilha Sonora e uma a Melhor Filme. Com isso, A Bela e a Fera se tornou a primeira animação de toda história ser indicada ao Oscar de Melhor Filme. No fim, o filme venceu os Oscars de Melhor Trilha Sonora e Melhor Canção Original, para “Beauty and the Beast”.
Atualmente, A Bela e a Fera é considerada por muita gente uma das melhores animações da história e o melhor filme da chamada era do “Renascimento da Disney”. Em 2002, cerca de 10 anos após seu lançamento, o filme foi escolhido para preservação no National Film Registry, da Biblioteca do Congresso Americano, por ser “culturalmente, historicamente ou esteticamente significativo”. O filme é até hoje copiado e cultuado e a famosa cena do salão de baile (onde, inclusive, “Beauty and the Beast” toca) é, até hoje, uma das cenas mais famosas da história da animação mundial.
6 – Toy Story: Um Mundo de Aventuras (1995)
O sexto lugar nessa lista do American Film Institute, modificou completamente a indústria de animação mundial. Isso porque, além de ter sido a primeira animação da história totalmente gerada por computador, o filme foi também o primeiro da parceria entre a Pixar Animation Studios e a Walt Disney Pictures. Esses dois fatos mudaram o cinema para sempre. O enorme sucesso comercial de Toy Story fez com que nos próximos anos, centenas de animações geradas por computador fossem produzidas.
Esse fato, fez com esse tipo de animação dominasse o cinema mundial e se tornasse o padrão. Praticamente, “enterrando” a animação tradicional, que ficou reservada, normalmente, a filmes independentes e animações produzidas na Europa e no Japão. Além disso, a parceria entre Pixar e Disney acabaria por dominar completamente o cinema de animação, produzido inúmeros sucessos de crítica e público nos últimos 30 anos. Não à toa, os filmes da Pixar Animation Studios já receberam 18 indicações ao Oscar de Melhor Animação, vencendo em 11 ocasiões, mais do que qualquer outro estúdio.
Produzido a um custo de 30 milhões de dólares, Toy Story arrecadou mais de 360 milhões de dólares em bilheterias, se tornando dono da segunda maior bilheteria de 1995, ficando apenas cerca de 3 milhões atrás de Duro de Matar 3: A Vingança, dono da maior bilheteria daquele ano. A obra foi também um enorme sucesso de crítica. Elogiado quase que unanimemente ainda na época de seu lançamento, Toy Story é, atualmente, um dos poucos filmes a manter uma taxa de aprovação de 100% no Rotten Tomatoes, principal agregador de críticas especializadas da internet.
Como resultado de seu sucesso, Toy Story recebeu três indicações ao Oscar, nas categorias de Melhor Trilha Sonora, Melhor Canção Original (para a clássica canção “You’ve Got a Friend in Me”) e Melhor Roteiro Original, se tornando a primeira animação da história a ser indicada a um Oscar nessa categoria. Além disso, o filme também recebeu um Oscar de “Realização Especial”, por ter sido o primeiro longa-metragem de animação totalmente gerado por computador. Essa foi a penúltima vez, até hoje, que a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas (AMPAS), instituição que organiza o Oscar, concedeu esse tipo de prêmio a um filme.
Atualmente, Toy Story é unanimemente considerado um das melhores animações já produzidas na história e também um dos filmes mais importantes da história do cinema, justamente for ter sido o primeiro longa-metragem de animação totalmente gerado por computador. Em 2005, dez anos após seu lançamento, o filme foi escolhido para preservação no National Film Registry, um dos nove filmes em toda a história, a ter sido escolhido em seu primeiro ano de elegibilidade. Toy Story também deu origem a uma franquia de sucesso que já conta com cinco filmes.
5 – Fantasia (1940)
O quinto lugar nessa lista do American Film Institute é talvez a animação estética e estruturalmente mais diferente presente aqui. Isso porque, Fantasia é uma antologia, ou seja, é um conjunto de diversos “pequenos filmes” e funciona mais como uma peça musical, do que como um filme narrativo no sentido clássico da palavra. Isso ocorre, porque a obra foi produzida com a ideia do próprio Walt Disney de apresentar música clássica ao público em geral e, assim também, aumentar a popularidade de Mickey Mouse, que na época, tinha apenas pouco mais de 10 anos de existência.
Devido a seu aspecto musical grandioso, a Walt Disney Productions e a RCA, uma das maiores empresas de eletrônicos da época, desenvolveram um sistema de som apenas para a exibição do filme nas salas de cinema. Chamado de “Fantasound”, o sistema fez com que Fantasia fosse o primeiro filme comercial lançado em som estéreo e também fosse um dos pioneiros do surround sound, que depois se tornaria padrão na indústria do entretenimento. Por tudo isso, e por ter sido gravado em vários canais de áudio, o filme custou mais de 2 milhões para ser produzido, um valor relativamente alto para época.
Devido ao seu custo de produção, aos custos de instalação do “Fantasound” nos cinemas em que a obra era exibida e ao início da Segunda Guerra Mundial, Fantasia foi um enorme fracasso de bilheteria na época de seu lançamento. Sem poder lançar o filme na Europa, devido a guerra, diversas produções da Walt Disney Productions nos anos 1940, como Pinóquio (1940) e Bambi (1942), deram prejuízo ao estúdio. Calcula que a Walt Disney tenha arrecadado apenas 325 mil dólares em bilheterias com o filme na época de seu lançamento original.
Com o fim da Segunda Guerra Mundial e os seus subsequentes relançamentos, Fantasia acabou se tornando um enorme sucesso de bilheteria. Acredita-se que até os dias atuais, a animação tenha arrecadado cerca de 83 milhões de dólares em bilheterias, só nos Estados Unidos. O que faz dela, dona da 23ª maior bilheteria da história do cinema do país, se ajustada a inflação. Apesar de não ter obtido sucesso comercial na época de seu lançamento original, o filme foi muito bem recebido pela crítica especializada da época.
Amplamente considerado uma obra-prima, um feito e revolucionário ainda em 1940, Fantasia recebeu dois Oscars especiais, um para o próprio Walt Disney, por “sua notável contribuição para o avanço do uso do som no cinema através da produção de Fantasia” e outro para Leopold Stokowski, que conduz todas as músicas no filme, por “por sua conquista única na criação de uma nova forma de música visualizada na produção de Fantasia, ampliando assim o escopo do filme como entretenimento e como forma de arte.”
Atualmente, Fantasia é considerada uma das melhores animações e também um dos melhores filmes já feitos em toda a história do cinema. Em 1998, em sua famosa lista AFI’s 100 Years…100 Movies, a primeira da série “AFI 100 Years”, o American Film Institute escolheu Fantasia como o 58º melhor filme norte-americano da história. Em 1990, a animação foi escolhida para preservação no National Film Registry, da Biblioteca do Congresso Americano, por ser “culturalmente, historicamente ou esteticamente significativo”.
4 – O Rei Leão (1994)
O quarto lugar nessa lista do American Film Institute é uma animação que ainda está nos corações e memórias de muitas gerações de pessoas. O sucesso de O Rei Leão foi tão grande que seu legado está fresco na memória de todos até hoje, mais de 30 anos após seu lançamento. Se você tem menos de 40 anos de idade é muito provável que o filme tenha marcado, de alguma forma, a sua infância.
Produzido a um custo inicial de 45 milhões de dólares, O Rei Leão foi um gigantesco sucesso de bilheteria. Com uma arrecadação de mais de 763 milhões de dólares no mundo todo, o filme foi dono da maior bilheteria do ano, em 1994. Além disso, essa arrecadação também fez com que a produção fosse, durante algum tempo, dono da segunda maior bilheteria da história do cinema, ficando atrás apenas de Jurassic Park – O Parque dos Dinossauros (1993).
O sucesso comercial de O Rei Leão, no entanto, não parou por aí. O filme foi também dono da maior bilheteria de uma animação por quase dez anos, até ser ultrapassado por Procurando Nemo, em 2023. Até hoje, a produção ainda é a animação tradicional de maior bilheteria da história e seu remake, lançado em 2019, ainda é a dono da maior bilheteria de uma animação de toda a história. Apesar de a própria Walt Disney Company considerar esse remake um live-action e não uma animação. O Rei Leão ainda é ,também, o filme que mais vendeu fitas de vídeo e DVDs em toda história, com mais de 55 milhões de unidades vendidas no mundo todo até hoje, o que gerou mais de 850 mil dólares de receita para a Walt Disney.
O filme foi, igualmente, um enorme sucesso de crítica, sendo bastante elogiado pela crítica especializada, ainda na época de seu lançamento. Além disso, O Rei Leão ainda recebeu duas indicações ao BAFTA e quatro indicações tanto ao Oscar quanto ao Globo de Ouro. No Oscar, todas as indicações foram relativas a parte musical do filme, sendo uma indicação a Melhor Trilha Sonora, para Hans Zimmer, e três indicações a Melhor Canção Original, para Elton John e Tim Rice.
O lendário cantor e compositor, Elton John, iria vencer o Oscar pela canção “Can You Feel the Love Tonight”, que se tornaria a canção mais famosa do filme, se tornando também um enorme sucesso comercial e chegando a ser uma das dez canções mais escutadas em diversos países, chegando a ser a mais escutadas em alguns desses países. A canção, inclusive, se tornaria uma das mais conhecidas da riquíssimas discografia de John.
Já no Globo de Ouro, O Rei Leão, venceria na categoria de Melhor Filme – Musical ou Comédia, se tornando a quarta animação a receber uma indicação e a segunda (depois de A Bela e a Fera) a vencer nessa categoria. O filme também seria incluído em diversas listas de melhores filmes do ano de 1994, incluindo listas famosas, como a do jornal The Washington Post.
Atualmente, O Rei Leão é considerado uma das melhores animações e também um dos melhores filmes já produzidos. Em 2008, a Revista Empire escolheu a obra como o 319º melhor filme da história. Em 2011, a Revista Time incluiu O Rei Leão entre as 25 melhores animações já feitas. Em 2008, a obra foi incluída pelo American Film Institute nessa lista sobre a qual estamos falando agora. E em 2016, o filme foi escolhido para preservação no National Film Registry, da Biblioteca do Congresso Americano, por ser “culturalmente, historicamente ou esteticamente significativo”.
3 – Bambi (1942)
O terceiro lugar nessa lista do American Film Institute foi revolucionário pela forma e abordagem como seu enredo é apresentado ao público. Primeiro, porque o filme não tem nenhum personagem humano. Todos os personagens do filme são animais e o enredo é contado justamente do ponto de vista desses animais. Segundo, pela forma realística como Bambi aborda seu enredo, abrindo mão da fantasia e de elementos mágicos e contando uma história quase de forma documental.
Esse fato, inclusive, foi uma das maiores críticas a Bambi quando o filme lançado, já que esse tipo de abordagem era incomum para animações na época. Muitos críticos, acharam que Walt Disney havia exagerado na dramaticidade e em fazer um filme inteiramente “sério” sobre animais sobrevivendo na selva e tentando escapar da ameaça humana. Até mesmo a filha de Walt Disney, Diane, reclamou com o pai, alegando que a mãe de Bambi não precisaria ser morta no filme.
Além de ter sido criticado por esses motivos, Bambi também sofreu nas bilheterias. Assim como quase todos os filmes da Walt Disney Productions lançados durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), a animação não conseguiu arrecadar o valor esperado pelo estúdio e foi considerado um fracasso de bilheteria. Isso porque, sem poder distribuir o filme na Europa, que estava em guerra, a Walt Disney Productions não conseguiu lucrar com a produção.
Contudo, assim que a Segunda Guerra Mundial acabou, Bambi foi relançado em 1947, com muito mais sucesso. O filme seria relançado nos cinemas mais cinco vezes até os anos 1980. arrecadando cerca de 267 milhões de dólares em bilheterias no mundo todo. Na época de seu último relançamento, em 1988, Bambi se tornaria a animação com a segunda maior bilheteria da história, atrás apenas de Branca de Neve e os Sete Anões (1937).
Apesar da recepção morna, na época de seu lançamento, Bambi foi indicado a três Oscars, nas categorias de Melhor Gravação Sonora, Melhor Trilha Sonora e Melhor Canção Original, para “Love Is a Song”. O filme também recebeu um Globo de Ouro de “Realização Especial”, entregue a Walt Disney.
Com o tempo, Bambi passou a ser considerado uma das melhores animações já feitas na história e a abordagem, inicialmente controversa, de seu enredo, é atualmente considerado um de seus maiores pontos positivos. Em 2011, Bambi foi escolhido para preservação no National Film Registry, da Biblioteca do Congresso Americano, por ser “culturalmente, historicamente ou esteticamente significativo”.
2 – Pinóquio (1940)
O segundo lugar nessa lista do American Film Institute, foi o segundo longa-metragem de animação produzido pela Walt Disney Productions. Lançado três anos após Branca de Neve e os Sete Anões (1937), Pinóquio trouxe uma série de inovações que deixaram as cenas mais realísticas e melhoram, principalmente, a noção de movimento de objetos em algumas cenas e de naturalidade de fenômenos naturais, como chuva, raios, rios e etc.
Por tudo isso, o filme foi um enorme sucesso de crítica e desde o seu lançamento foi considerado uma obra-prima pela maioria dos críticos especializados da época. Por esse motivo, Pinóquio foi indicado ao Oscar daquele ano em duas categorias, Melhor Trilha Sonora Original e Melhor Canção Original, para o clássico “When You Wish Upon a Star”.
A obra acabou vencendo em ambas e se tornando assim, o primeiro longa-metragem de animação da história a vencer um Oscar competitivo. A vitória de Pinóquio nessas duas categorias, acabaria estabelecendo um padrão e nas próximas décadas diversas animações seriam indicadas e venceriam os Oscars de Melhor Trilha Sonora e Melhor Canção Original.
Apesar do sucesso com os críticos, Pinóquio acabou arrecadando bem menos bilheteria do que o esperado pela Walt Disney Productions e também bem menos do que seu predecessor, Branca de Neve e os Sete Anões. O fato teria deixado o próprio Walt Disney “muito, muito deprimido”. Segundo consta, Pinóquio teria dado um prejuízo de pelo menos um milhão de dólares ao estúdio. O fracasso do filme nas bilheterias, não foi um fato isolado, já que diversas outras animações, hoje consideradas clássicas, da Walt Disney Productions tiveram o mesmo destino.
O motivo, foi a Segunda Guerra Mundial, que fez com que o mercado europeu para cinema praticamente desaparecesse, já que a guerra ocorria primariamente, naquele continente. Pinóquio foi relançado em 1945, logo após o fim da guerra, e teve muito mais êxito nas bilheterias. A produção seria relançada ainda mais seis vezes nos cinemas, até 1992, arrecadando uma bilheteria total de cerca de 164 milhões de dólares para a Walt Disney.
Atualmente, Pinóquio é unanimemente considerado uma das melhores animações e também um dos melhores filmes já produzidos. O filme é uma dos poucos a manter uma taxa de aprovação de 100% no Rotten Tomatoes, principal agregador de críticas especializadas da internet, e em 2005, a famosa Revista Time, escolheu Pinóquio como um dos 100 melhores filmes produzidos nos últimos 80 anos.
Em 1994, o filme foi escolhido para preservação no National Film Registry, da Biblioteca do Congresso Americano, devido a sua importância cultural, histórica e estética. Além disso, a canção “When You Wish Upon a Star” é, frequentemente, incluída em listas de melhores canções de toda a história do cinema mundial.
1 – Branca de Neve e os Sete Anões (1937) – Primeiro lugar na lista do American Film Institute.
O primeiro lugar nessa lista do American Film Institute é também o primeiro longa-metragem de animação produzido nos Estados Unidos e, provavelmente, o mais importante de toda a história do cinema. Se hoje, a animação é uma indústria que arrecada bilhões de dólares todos os anos, muito disso se deve ao pioneirismo de Branca de Neve e os Sete Anões.
O filme foi exibido primeiramente, em uma sessão fechada, em 21 de dezembro de 1937, onde o filme foi aplaudido de pé. Em janeiro de 1938, a animação estreou em um cinema de Nova York e outro de Miami, na Flórida. O sucesso com o público desses locais, fez com que a RKO Radio Pictures, que distribuía a obra, finalmente lançasse o filme comercialmente nos Estados Unidos, em 4 de fevereiro de 1938.
Assim que estreou, Branca de Neve e os Sete Anões já se tornou um imenso sucesso de público. Com uma arrecadação de cerca de 8 milhões de dólares, em seu lançamento original, a obra se tornou dono da maior bilheteria da história de um filme sonoro, ultrapassando A Última Canção (1928). Pouco tempo depois, no entanto, esse recorde seria batido por …E o Vento Levou (1939).
Branca de Neve e os Sete Anões foi também, por 55 anos, dono da maior bilheteria de uma animação em toda a história, até ser ultrapassado em 1993 por Aladdin. Levando em conta todos os seus relançamentos no mundo todo, a bilheteria atual do filme é de cerca de 418 milhões de dólares. Se ajustada a inflação, Branca de Neve e os Sete Anões ainda é dono de uma das dez maiores bilheterias de toda a história do cinema norte-americano e da maior bilheteria de um filme de animação em toda a história.
Apesar de enfrentar algum ceticismo antes de seu lançamento, assim que Branca de Neve e os Sete Anões estreou nos cinemas, a produção foi logo reconhecida pela crítica especializada como uma obra de arte e um filme que mudaria a sétima arte para sempre. No Oscar de 1938, o filme recebeu uma indicação na categoria de Melhor Trilha Sonora. Já na premiação do ano seguinte, o próprio Walt Disney recebeu um Oscar especial por seu trabalho no filme. Na cerimônia, Disney recebeu das mãos da estrela-mirim Shirley Temple uma estatueta do Oscar, em tamanho normal, e outras sete, em miniatura, representando Branca de Neve e os Sete Anões.
Atualmente, Branca de Neve e os Sete Anões e amplamente considerada uma das melhores animações da história e também um dos melhores filmes já feitos. A obra foi incluída em ambas as listas do American Film Institute de “100 Years…100 Movies”(“100 Anos…100 Filmes”), tanto na lista original publicada em 1998, quando em sua edição especial atualizada, publicada em 2007. Em 1989, na primeira seleção do National Film Registry, Branca de Neve e os Sete Anões foi escolhido para preservação por ser “culturalmente, historicamente ou esteticamente significativo”.
Quase 100 anos após seu lançamento, Branca de Neve e os Sete Anões ainda é uma das animações mais conhecidas da história e, até hoje, ainda é assistida por crianças (e adultos) do mundo todo. Por tudo que foi dito até aqui, é possível dizer, sem medo de errar, que essa é a animação mais importante da história.
Conclusões sobre a lista do American Film Institute
Baseado na lista das dez maiores animações da história, segundo o American Film Institute, é possível chegar a algumas conclusões. A primeira coisa bastante notável, é que dos dez filmes escolhidos, apenas um não foi produzido ou distribuído pela Walt Disney Company, o que mais uma vez mostra o predomínio da empresa na indústria de animação mundial. Indústria essa, em que a própria Walt Disney, foi uma das pioneiras e, praticamente, ajudou a inventar, com a criação de personagens como o Mickey Mouse e com o lançamento, em 1937, do primeiro longa-metragem de animação dos Estados Unidos.
O único filme da lista que não “pertence” à Walt Disney Company é, justamente, Shrek, uma animação revolucionária que desafiou o domínio da Disney e ajudou a estabelecer a DreamWorks Animation como um estúdio de animação viável e competitivo tanto no mercado norte-americano quanto no mercado internacional.
Outra coisa que é possível perceber por essa lista é que dos dez filmes incluídos nela, sete foram produzidos através de técnicas de animação tradicionais e três através de técnicas de animação computadorizada. O mais interessante é que a animação tradicional praticamente não existe mais no cinema comercial norte-americano, sendo mais comum no cinema de animação independente ou naquele produzido na Europa e no Japão, país que, aliás, tem enorme tradição nesse tipo de animação.
Na lista está incluído, na sexta posição, o filme que ajudou a criar esse predomínio da animação computadorizada, Toy Story: Um Mundo de Aventuras (1995), que foi a primeira animação da história totalmente gerada por computador e também a primeira produção da parceria entre a Pixar Animation Studios e a Walt Disney Pictures. Por tudo isso, o filme é uma das animações mais importantes da história.
Esse predomínio de animações tradicionais nessa lista é facilmente explicável. Primeiro, porque essa lista foi publicada em 2008, ou seja, há mais de 15 anos atrás, quando as animações geradas por computador ainda não eram tão dominantes. E segundo porque a maioria dos filmes presentes na lista foram produzidos na era de ouro da Disney, entre os anos 1940 e 1950, ou no chamado “Renascimento da Disney”, nos anos 1990, quando a animação tradicional ainda era dominante no mercado.
Isso pode ser facilmente comprovado ao observarmos que três dos filmes presentes na lista foram produzidos nos anos 1940 (Fantasia, Pinóquio e Bambi) e três foram produzidos nos anos 1990 ( A Bela e a Fera, Rei Leão e Toy Story). Desses, como dito antes, apenas Toy Story é uma animação gerada por computador. Todas as outra cinco foram produzidas utilizando técnicas tradicionais de animação.
O único ano com duas animações na lista é 1940, ano em que foram lançados Bambi e Fantasia. Isso só foi possível porque Fantasia é uma antologia, ou seja, uma coleção de pequenas histórias reunidas em um só filme. Dessa forma, o filme pôde ser produzido aos poucos, com os artistas trabalhando em grupos, produzindo cada segmento de forma independente, sem se preocupar muito com o produto final, como ocorreria em um longa-metragem de animação “comum”.
Podemos observar também, que a década de 2000 tem dois representantes na lista, Shrek e Procurando Nemo, que são, aliás, os dois únicos filmes produzidos no século XXI a aparecer na lista, o que é compreensivo já que, como dissemos, ela foi compilada e publicada em 2008, ou seja, ainda no inicio do século. Solitário, temos Branca de Neve e os Sete Anões, único filme da década de 1930 presente na lista, o que também é compreensível já que esse foi o primeiro longa-metragem de animação produzido nos Estados Unidos e também um dos dois únicos longas-metragens de animação produzidos nos anos 1930, assim seria muito difícil que essa década tivesse outro representante na lista.
Também solitário, temos Cinderela, como único filme da lista produzido nos anos 1950. Como dito acima, o sucesso comercial do filme tirou a Walt Disney Productions do buraco depois de uma década de 1940 abarrotada de fracassos de bilheteria, devido a Segunda Guerra Mundial e ao “bloqueio” do mercado europeu.
Por último, é possível observar que a lista não traz nenhum representante do stop-motion, uma das técnicas de animação mais antigas do cinema, mas também uma das mais difíceis de se executar, principalmente, para a produção de longas-metragens e, igualmente, uma das menos populares com o público. Por isso, é bastante compreensível que nenhum representante do stop-motion esteja presente na lista.
Por fim, percebe-se que todos os filmes da lista, com exceção de Procurando Nemo, foram escolhidos para preservação no National Film Registry, projeto do Biblioteca do Congresso Americano que visa preservar em uma coleção os filmes mais importantes produzidos nos Estados Unidos. É bem provável, que daqui há alguns anos Procurando Nemo também seja escolhido para preservação, devido a sua importância já reconhecida por críticos e profissionais de cinema.
Conclusão
E aí, gostou da nossa lista. Tentamos não apenas listar os filmes, mas também explicar sua importância e os possíveis motivos que os levaram a ser escolhidos pelo American Film Institute em sua lista de dez maiores animações de toda a história do cinema norte-americano. Se você gostou dessa lista, não deixe de comentar, isso nos motiva a produzir mais conteúdos parecidos com esse. Lembre-se sempre que seu comentário é muito importante para nós.