O Esquadrão Suicida
Imagem: O Esquadrão Suicida/ Divulgação

Como a maioria das pessoas já sabem, a recepção por parte da crítica e do público em relação ao filme do Esquadrão Suicida de David Ayer, lançado em 2016, não foi tão boa quanto o estúdio esperava.

Investir novamente no grupo de vilões da DC Comics, depois do fiasco na primeira tentativa, no início parecia realmente ser mais uma daquelas ideias que não fazem nenhum sentido.

Mas mesmo nadando contra a correnteza, o estúdio resolveu que daria mais uma chance para a franquia. O resultado foi um grande presente para os fãs de quadrinhos e também para o público em geral.

O fato é que a equipe tem um grande apelo entre os leitores, e para alcançar o mesmo sucesso nas telonas, seria necessário utilizar uma estratégia diferente, que só poderia ser implantada por alguém com uma mente visionária.

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O Esquadrão Suicida
Imagem: O Esquadrão Suicida/ Divulgação

Vale lembrar que o trabalho de David Ayer não pode ser completamente desmerecido, uma vez que ele não teve a liberdade criativa necessária para lidar com o material de origem, sem contar o fato de seu filme ter sido totalmente picotado pelas mentes corporativas.

A Warner Bros. decidiu que iria trabalhar do jeito certo dessa vez, e acabou apostando todas as suas fichas no talento e na capacidade de James Gunn para escrever e dirigir o novo longa, e ele por sua vez, se afirma como um dos melhores profissionais da atualidade.

Servindo como uma espécie de reboot da franquia, O Esquadrão Suicida foi lançado exclusivamente nos cinemas, no dia 05 de agosto de 2021. O longa foi produzido pela DC Films, Atlas Entertainment e The Safran Company, e distribuído pela Warner Bros. Pictures.

É bom lembrar que James Gunn foi o responsável por transformar “Os Guardiões da Galáxia”, que era uma equipe relativamente desconhecida do grande público, em um dos títulos mais amados do Marvel Studios.

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Em O Esquadrão Suicida também, o diretor cumpre sua missão com maestria, apagando por completo a má impressão deixada pelo primeiro filme. O caminho para o futuro da franquia foi moldado definitivamente, podendo se tornar inclusive, uma das mais rentáveis para o estúdio.

Gunn entrega um produto final incrivelmente caótico e bizarro, que ao mesmo tempo é divertido, coeso e alinhado com as expectativas daqueles que aguardavam por uma adaptação cinematográfica respeitosa ao material original das HQ’s.

Como um bom filme de “super heróis”, a ação se destaca em vários momentos da trama, mas é interessante se atentar à forma como ele se distancia do senso de moralidade e justiça que o gênero costuma trazer.

O Esquadrão Suicida
Imagem: O Esquadrão Suicida/ Reprodução

Quem acompanhou a série “The Boys” do Prime Video, provavelmente irá notar algumas semelhanças ao conduzir a história, onde podemos refletir melhor sobre como os poderes dos “heróis” seriam utilizados no mundo real, e a quem estariam servindo.

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A assinatura de James Gunn também é muito marcante em quase todas as características técnicas da produção. A trilha sonora, que por sinal remete bastante à “Guardiões da Galáxia“, está impecável, variando entre clássicos do rock e baladas dos anos 80.

A edição dá enfoque na paisagem natural, mas não foge dos efeitos especiais impecáveis quando necessário. Até mesmo nas sequências de luta e ação, podemos notar a fotografia que foi aplicada de maneira exemplar.

Há quem diga que as cores mais presentes deixaram a obra muito caricata, mas temos que concordar que a intenção sempre foi essa. Particularmente, os trechos mais saturados são a identidade que faltava, com destaque para as cenas com Starro e para as maravilhosas lutas da Arlequina.

É impressionante a maneira como o diretor trabalha com o instinto assassino dos personagens, mas sem perder a leveza da trama, onde até mesmo o sangue jorrando dos inimigos é utilizado para compor o cenário.

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O enredo de O Esquadrão Suicida

Logo no início de O Esquadrão Suicida já é possível notar o total controle criativo e a assinatura peculiar de James Gunn, mas também que se trata de uma continuação direta do filme comandado por David Ayer.

A trama rapidamente contextualiza alguns dos personagens que foram utilizados em 2016, reintroduzindo Amanda Waller, Rick Flag, Capitão Bumerangue e Arlequina, mas partindo do princípio de que o público já sabe o que eles viveram no passado.

David Ayer
Esquadrão Suicida- David Ayer

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Entretanto, o retorno dos quatro, o modo como os integrantes da equipe são escolhidos e o tipo das missões para as quais eles serão enviados, são as únicas semelhanças entre as histórias dos longas de 2016 e 2021.

Aqueles que não assistiram o filme de David Ayer, são colocados a par da situação, à medida que Flag explica os objetivos da nova missão para Sábio.

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O vilão deverá se unir a equipe para invadir o território de Corto Maltese, em busca de um projeto ultrassecreto que ameaça a segurança do planeta inteiro. Em troca, se conseguirem obter sucesso e mantendo-se vivos, os prisioneiros terão suas penas diminuídas.

É bom lembrar dessa vez, existe uma equipe muito maior e mais diversificada, que talvez represente o que existe de pior e mais irrelevante nos quadrinhos da DC. Aliás, é bom não se apegar muito a nenhum deles, tendo em vista que todos são completamente descartáveis.

Desde o início, o enredo faz questão de demonstrar todo o seu sarcasmo, que é regado à boas doses de violência gratuita e muita ação, resultando em cenas extremamente espalhafatosas.

Basicamente, essa é a temática que dita o tom no decorrer da história, onde tudo que funcionou em 2016 é novamente utilizado, porém “elevando ao cubo”.

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O roteiro de O Esquadrão Suicida não traz nada de inovador, tendo em vista que a premissa de um grupo de desajustados que se une para derrubar regimes ditatoriais, já foi utilizada em diversas produções de Hollywood.

No entanto, Gunn se utiliza desta simplicidade, para desenvolver melhor os personagens, mostrando mais de suas personalidades. O diretor também utiliza o maior tempo de tela, e as belas atuações, para lidar com as questões pessoais de cada um deles.

Esquadrão Suicida
Imagem: Esquadrão Suicida/ Reprodução

Na verdade, o longa tem uma construção bastante sólida, podendo até soar estranho em um primeiro momento, mas que o coloca facilmente em uma posição diferenciada, quando comparado à outras produções adaptadas de HQ’s.

De fato, O Esquadrão Suicida é um recomeço bastante animador, capaz de fazer rir e também chorar, tendo em vista que essas características, não são nenhuma novidade para quem tem acompanhado os últimos trabalhos de James Gunn.

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Os personagens de O Esquadrão Suicida

James Gunn se inspira nos filmes de guerra da década de 1990 e também nos quadrinhos do “Esquadrão Suicida” dos anos 80 da fase John Ostrander, explorando o cânone da DC Comics de maneira divertida, para adaptar os piores personagens da história da editora

Mesmo utilizando alguns membros do elenco anterior, o diretor decidiu explorar novos personagens em uma história que se passa separadamente da narrativa do primeiro filme.

Blackguard (Pete Davidson), Doninha (Sean Gunn), Bolinha (David Dastmalchian), Sanguinário (Idris Elba), O.C.D. (Nathan Fillion) e alguns outros que chegam, mas que no final das contas, acabam servindo apenas como massa de manobra nas mãos da impecável Amanda Waller (Viola Davis).

Personagens
Imagem: Personagens/ Esquadrão Suicida

O diretor não se preocupa em retirar de cena, alguns dos atores mais requisitados de Hollywood, sem dó nem piedade. Particularmente, depois desse projeto, James Gunn deve se sentir orgulhoso por ter pensado em tantos tipos de morte possíveis.

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A equipe continua contando com as performances da sempre impecável Margot Robbie, como Arlequina, Joel Kinnaman como Rick Flag e Jai Courtney como Capitão Bulmerang, que é mais um dos que não duram muito tempo.

O novo reforço, no entanto, chega com os atores John Cena como O Pacificador, Idris Elba como Sanguinário, David Dastmalchian como Homem das Bolinhas e Daniela Melchior como a Caça Ratos 2.

Vale ressaltar que a atriz portuguesa contrariou as expectativas e roubou a cena enquanto esteve sob os “holofotes”, servindo por várias vezes, como bússola moral e emocional para a equipe.

Ao lado de seu ratinho camarada, Sebastian, e Nanaue, dublado por Sylvester Stallone, a Caça-Ratos 2 ajuda a unificar os integrantes do grupo de forma mais autêntica quando comparado ao primeiro filme.

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Isso não quer dizer que os outros personagens não foram bem aproveitados, sendo que Sanguinário e Pacificador têm algumas das sequências mais violentas e engraçadas que se possa imaginar.

Rick Flag, que era apenas um soldado obedecendo ordens em 2016, desenvolve melhor sua personalidade e não tem medo de contrariar Amanda Waller quando é necessário.

Joel Kinaman
Imagem: Rick Flag/ Joel Kinaman

O Pensador, interpretado por Peter Capaldi, também tem bons momentos e mostra com poucos segundos de cena, todo seu poder de manipulação e genialidade, apesar de seu visual extremamente bizarro.

Conclusão

O Esquadrão Suicida pode não agradar a todos, principalmente aos que preferem filmes mais reflexivos e questionadores, mas com certeza, é necessário admitir que o salto de qualidade da franquia foi obtido com sucesso.

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A seriedade e a racionalidade com certeza foram colocados de lado, mas desde o início do projeto, essa nunca foi a intenção. Quem buscar características parecidas, com certeza vai se decepcionar.

Nem tudo são flores e algumas derrapadas acontecem, principalmente na velocidade com que as coisas progridem no primeiro ato do filme, assim como o tempo de algumas piadas, que aparentam soar demasiadamente forçadas.

Contudo, quando o elenco principal começa a se entrosar e o carisma dos atores é colocado à prova, a história se mostra capaz de fluir saborosamente, apesar de surpreender bastante com diálogos e cenas grotescas.

O mais interessante é pensar em como um filme tão violento e recheado de piadas escrachadas e trechos que abusam do gore, consegue se estabelecer ao mostrar que seus personagens podem ser muito mais do que apenas agentes do caos.

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