Ocean’s Thirteen ou Treze Homens e um Novo Segredo é a sequência direta de Doze Homens e Outro Segredo de 2005. O longa foi distribuído pela Warner Bros., e chegou aos cinemas em junho de 2007.
O terceiro filme da franquia foi dirigido por Steven Soderbergh e produzido por Jerry Weintraub, com roteiro escrito por roteiro de Brian Koppelman e David Levien, baseado nos personagens criados por George Clayton Johnson e Jack Golden para o clássico “Ocean’s Eleven” de 1960, estrelado por Frank Sinatra e Dean Martin.
Pouco antes do lançamento do remake de Onze Homens e um Segredo, em 2001, poucos acreditavam que o título pudesse se tornar uma das trilogias mais queridas pelo público até os dias de hoje.
Mesmo a ideia de retomada de um projeto que foi considerado como descartável na década 1960 (que por sinal, ganhou status Cult somente com o passar dos anos, devido a presença de Sinatra no elenco) já era vista como um grande risco, tendo em vista o envolvimento de tantas estrelas.
Para isso Clooney e Soderbergh criaram sua própria versão do time, chamando alguns dos nomes mais populares da indústria cinematográfica americana para participar do remake. Então vieram Brad Pitt, Julia Roberts, Andy Garcia e o então em ascensão Matt Damon.
O próprio “clássico” de 60 nunca foi considerado uma obra prima pelos críticos, que na época do lançamento não deram importância, e nos dias atuais o consideram como uma produção extremamente datada e repleta de clichês.
No entanto, o sucesso de crítica e bilheteria do remake lançado em 2001, contrariou todas as expectativas, e garantiu não só uma, como duas sequências, sendo elas, Ocean’s Twelve em 2004 e Ocean’s Thirteen em 2007, ambas dirigidas por Soderbergh, a chamada “Trilogia Ocean’s“.
“Onze Homens e um Segredo” tornou-se a maior bilheteria das carreiras de Soderbergh, Bradd Pitt, George Clooney e Julia Roberts. Com um orçamento estimado em US$ 85 milhões, o filme arrecadou um total de US$ 450,7 milhões no mundo.
A sequência Doze Homens e Outro Segredo, no entanto, não foi tão bem como o seu antecessor, sendo que muitos especialistas trataram o filme como “mais do mesmo”, além de uma produção desnecessária, apesar do resultado satisfatório nas bilheterias.
Devido a recepção negativa, o mais provável é que a franquia parasse por aí, devido à dificuldade que existia em emplacar uma boa história, que não tivesse tantos clichês e ainda fosse capaz de agradar o público.
Felizmente isso não aconteceu, uma vez que Steven Soderbergh já havia começado a ter as idéias para o filme enquanto ainda trabalhava na produção de “Doze Homens e um segredo”.
Com isso, Treze Homens e Um Novo Segredo (Ocean’s Thirteen) chega para encerrar a saga do grupo liderado pelo bandido Danny Ocean em grande estilo, sendo estrelado por um dos mais impressionantes elencos já reunidos em Hollywood.
Porém, a grande dificuldade seria unir novamente todos os atores envolvidos desde o primeiro filme, além de incluir Al Pacino, que havia sido escolhido para ser o vilão da história.
A tarefa coube a Jerry Weintraub, que precisou de muita paciência e horas ao telefone para conseguir um mesmo espaço nas agendas de George Clooney, Brad Pitt, Matt Damon, Andy Garcia e todos os outros.
No entanto, o produtor, já tinha deixado claro desde o começo do projeto, que o longa só aconteceria se continuasse com o mesmo time, o que de fato acabou acontecendo.
Como resultado, Treze Homens e Um Novo Segredo não somente é superior ao seu antecessor, como se sai bem até mesmo quando comparado ao primeiro filme da série, que já tinha ido muito bem.
Na verdade, muitos críticos o apontam como sendo o melhor dos três, e ainda mais depois de tantos deles terem se apressado ao dizer que a série terminaria depois do mau desempenho do segundo filme.
Uma das maiores qualidades de Ocean’s Thirteen é que ele vai além de um retorno às raízes da franquia, sendo humilde o suficiente para admitir sua simplicidade.
Fazendo apenas o básico, o longa se apresenta como uma obra impecável de puro entretenimento, sem tentativas de ser o que não se propõe a ser.
O filme fez bem em seu primeiro fim de semana, alcançando o primeiro lugar nas bilheterias da América do Norte, pesar de ter sido ligeiramente mais fraco que o anterior, fazendo cerca de $36 milhões, em comparação com $39 milhões de “Ocean’s Twelve”.
Contudo, no final de Dezembro de 2007, Ocean’s Thirteen havia faturado um total de $311.4 milhões em receitas de bilheteira em todo o mundo.
O longa teve recepção bastante favorável por parte da crítica especializada, alcançando uma pontuação de 62% no Metacritic, com base em 37 avaliações. Por votos de usuários do site, usada para avaliar a recepção do público, atingiu uma nota de 6.4.
Em Treze Homens e Um Novo Segredo, Reuben Tischkoff (que bancou financeiramente o assalto triplo aos cassinos de Terry Benedict) foi traído pelo magnata Willie Bank, um inescrupuloso dono de cassinos, e por causa disso acabou sofrendo um infarte e indo parar em um hospital.
Com sede de vingança, Danny novamente se reúne com sua equipe para executar seu mais recente plano de acabar com os negócios de Willie, e devolver a Reuben o que lhe pertence, sendo que para isso, contará com a ajuda intrigante de seu rival, Terry.
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O longa deixa de lado toda a enrolação das aventuras europeias de “Doze Homens e um Outro Segredo” e as trapalhadas amorosas de “Onze Homens e um Segredo” para focar nos detalhes do golpe e nas características dos personagens.
O que manda agora, é a pura sede de vingança, e todos os elementos do plano funcionando em perfeita harmonia. No final das contas, quem ganha é o público, que tem a oportunidade de ver tudo o que deu certo no primeiro filme por uma lente de aumento.
Um dos maiores trunfos de Treze Homens e Um Novo Segredo, talvez seja o fato de que estamos de volta a Las Vegas, o que traz todo um charme especial para a obra e remete à verdadeira identidade da série.
Aqui não temos as presenças femininas de Julia Roberts e Catherine Zeta-Jones, o que sabiamente tirou todo e qualquer elemento romântico da trama, contribuindo para um filme mais enxuto, contido em sua proposta, e mais bem sucedido no seu desenvolvimento.
Apesar de dramaticamente sentirmos a falta das belíssimas atrizes, o longa abre espaço para Ellen Barkin, além do próprio Al Pacino, que dispensam elogios. Os dois atuam juntos, dezoito anos depois de Vítimas de uma “Paixão”, de 1989
O elenco conta com os veteranos George Clooney como Danny Ocean, Brad Pitt como Rusty Ryan, Matt Damon como Linus Caldwell, Bernie Mac como Frank Catton, Elliott Gould como Reuben Tishkoff, Casey Affleck como Virgil Malloy, Scott Caan como Turk Malloy, Eddie Jemison como Livingston Dell, Don Cheadle como Basher Tarr, Shaobo Qin como “The Amazing” Yen e Carl Reiner como Saul Bloom e Vincent Cassel como François Toulour.
Além disso, os atores novatos, Al Pacino como Willy Bank, Ellen Barkin como Abigail Sponder, Bob Einstein como Robert “Bobby” Caldwell, Olga Sosnovska como Debbie, Julian Sands como Greco Montgomery
Treze Homens e Um Novo Segredo é o 6º filme em que o diretor Steven Soderbergh e o ator George Clooney trabalharam juntos. Os demais foram “Irresistível Paixão” de 1998, “Onze Homens e um Segredo” de 2001, “Solaris” de 2002, “Doze Homens e Outro Segredo” de 2004 e “O Segredo de Berlim” de 2006.
O enredo de Treze Homens e Um Novo Segredo
Reuben Tishkoff (Elliot Gould), agora empresário e um dos ex-membros do seleto grupo de ladrões formado por Danny Ocean, está tentando fazer negócios com o magnata Willie Bank (Al Pacino).
Contudo, ele é passado para trás em uma jogada inescrupulosa pela sociedade de um empreendimento gigantesco, o que acaba causando um infarto e o deixa à beira da morte.
Com isso, a equipe decide se reunir em uma “missão de vingança”, com o intuito de quebrar a banca de Bank, que está prestes a inaugurar seu novo cassino em Las Vegas.
Para realizar este feito, Danny (George Clooney), Rusty (Brad Pitt) e os outros, elaboram um novo e mirabolante golpe, sendo reforçados pelo expert em sistemas de seguranças Roman Nagel (Eddie Izzard).
Em um primeiro momento Nagel acha que o plano será impossível de ser realizado, mas se eles conseguirem utilizar o pequeno espaço de tempo com maestria, existe uma chance de que funcione.
Além disso, eles precisarão recorrer ao financiamento de um antigo inimigo que havia sido a vítima e pedra no sapato da equipe nos golpes anteriores, Terry Benedict (Andy Garcia).
O objetivo, além da doce vingança, são 500 milhões de dólares em dinheiro, e também os 250 milhões em jóias a serem roubados em um espaço de tempo curtíssimo, mais especificamente de 3 minutos e 20 segundos.
Mas dessa vez, os ladrões enfrentarão um desafio ainda maior do que nos outros roubos, pois terão de passar por Willie Bank e sua assistente Abigail Sponder (Ellen Barkin), além de um super sistema de vigilância, teoricamente intransponível.
O objetivo do golpe é derrotar Bank na noite de inauguração de seu mais luxuoso cassino, afundando-o financeiramente ao fazer com que os jogadores ganhem dinheiro a cada nove minutos, e também atingindo sua reputação.
Análise do filme
Quando o diretor Steven Soderbergh decidiu desenterrar o fracassado “clássico” Oceans’s Eleven dos anos 1960 e conseguiu transformá-lo em uma releitura diferenciada, alcançando sucesso de crítica e público, era quase óbvio esperar por uma ou mais sequências para a história.
Entretanto, qualquer esperança de que uma continuação fosse melhor ou superasse as expectativas, foi completamente frustrada pela dificuldade em se trazer novos elementos ou mesmo mantivesse o nível do primeiro filme.
Se Doze Homens e Outro Segredo já soava como uma sequência que não precisaria existir, o que dizer de uma terceira investida em uma história que parecia estar entrando em um ciclo decadente.
Pois é, não era isso que o diretor Steven Soderbergh e o ator George Clooney tinham em mente, uma vez que a finalização para a Trilogia Oceans já estava pronta para começar a ser produzida, assim que o segundo longa da franquia fosse lançado.
Dessa vez Sotenberg optou por uma história mais enxuta, para focar nas coisas que o público queria ver, e particularmente, foi isso transformou completamente o ritmo do filme, deixando a história muito mais leve, fluida e divertida.
Na verdade, a veia cômica parece estar mais afiada do que nunca, e além disso, o timing das piadas foi elaborado com maestria desta vez, sendo uma clara evolução do roteiro, em relação aos dois filmes anteriores.
Algumas das cenas são absurdamente hilárias, como a situação envolvendo os irmãos Malloy com os operários da fábrica ou mesmo a cena entre Linus (Matt Damon) e Abigail Sponder (Ellen Barkin).
Sem contar o fato de que agora temos um verdadeiro vilão, e não apenas um antagonista, como foi Terry Benedict. Willy Bank é trapaceiro, mesquinho, arrogante e não tem nenhum tipo de escrúpulos, o que torna prazeroso assistir sua ascensão e queda.
Em relação às atuações, não é de se espantar que ninguém tenha sido indicado ao Oscar por esse filme, uma vez que o elenco não está muito preocupado com a qualidade de suas interpretações, mas pelo contrário, estão trabalhando de forma relaxada e despretensiosa.
Não que isso tenha pesado negativamente, mas pelo contrário, já que a proposta do longa é justamente trazer esse tipo de diversão leve. O que vale aqui não é o teor dramático, mas a capacidade dos atores em entreter o público, tarefa que todos executaram perfeitamente.
Apesar de todo o elenco principal ter seu momento de destaque, algumas coisas precisam ser ressaltadas, como a excelente química entre George Clooney e Brad Pitt, que se mostram absolutamente à vontade nos papéis.
Isso pode ser notado principalmente nas sequências onde seus personagens são apenas velhos amigos, tendo conversas sobre temas banais do cotidiano e até mesmo sobre suas desilusões amorosas.
Ainda assim, todos têm uma participação de tela quase equivalente, como de costume na franquia. Matt Damon, por exemplo, serve como uma espécie de alívio cômico, uma vez que Linus Caldwell é usado como bode expiatório na maioria das vezes.
Outros atores que merecem ser citados, são Casey Affleck e Scott Caan, que parecem ter sido mais humanizados, além de Bernie Mac, que pontua os diálogos com boas doses de humor e o tom enrolador de seu personagem.
A parte técnica do filme é particularmente impecável, sendo que Steven Soderbergh não teve muito que fazer em relação à direção dos atores, onde entrosamento é o que não faltava.
Dessa forma, ele pode aproveitar ao máximo o cenário e os elementos do cassino para desenvolver sua belíssima assinatura, assim como já vinha fazendo nos outros filmes da franquia.
Podemos perceber isso nos planos-sequências, como a confusão que ocorre na fábrica mexicana ou onde ele mostra o plano de Danny em ação no cassino de Bank. O cineasta aproveita as cenas mais movimentadas para fazer o que sabe de melhor.
Além disso, Soderbergh consegue capturar o colorido de Las Vegas de uma forma única, atuando também como diretor de fotografia, sob o pseudônimo “Peter Andrews”, algo que já é recorrente durante sua filmografia.
Não poderíamos finalizar a análise sem falar sobre a excelente trilha sonora de David Holmes, que trabalhou de forma excepcional em toda a série e como já era de se esperar, não desaponta no terceiro filme, dando um tom ainda mais especial para o “gran finale“.
Por fim, Treze Homens e Um Novo Segredo é aquilo que se propõe a ser, deixando claro que respeito à inteligência e ao bom senso do público, são conceitos básicos no cinema e que não devem ser deixados de lado quando se busca o sucesso de uma produção.
O longa se encontra atualmente disponível em um das maiores plataformas de Streaming da atualidade, a HBO Max. Para conferir é só clicar aqui!
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