Ocean’s Twelve ou Doze Homens e Outro Segredo é a sequencia direta do sucesso “Onze Homens e um Segredo” de 2001, distribuído pela Warner Bros., que chegou aos cinemas no dia 10 de dezembro de 2004.
O longa foi dirigido por Steven Soderbergh e produzido por Jerry Weintraub, com roteiro escrito por George Nolfi, baseado nos personagens criados por George Clayton Johnson e Jack Golden para o classico “Oceans’s Eleven” de 1960, que foi estrelado por Frank Sinatra.
Doze Homens e Outro Segredo conta com um time de peso, sendo um diretor vencedor do Oscar e duas atrizes que também já ganharam suas estatuetas. No time masculino, temos um vencedor do prêmio da Academia, três indicados e mais um vencedor do Globo de Ouro.
Contudo, se perguntassem para qualquer especialista em cinema, ainda em 2001, pouco antes do lançamento do remake de Onze Homens e um Segredo, se haveria a possibilidade de uma sequencia para a produção, muitos deles dariam risada.
Mesmo a ideia de retomada de um projeto que foi considerado como descartável na década 1960 (que por sinal, ganhou status Cult somente com o passar dos anos, devido a presença de Sinatra no elenco) já era vista como um grande risco, tendo em vista o envolvimento de tantas estrelas.
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O próprio “clássico” de 60 nunca foi considerado uma obra prima pelos críticos, que na época do lançamento não deram importância, e nos dias atuais o consideram como uma produção extremamente datada e repleta de clichês.
No entanto, o sucesso de crítica e bilheteria do remake lançado em 2001, contrariou todas as expectativas, e garantiu não só uma, como duas sequências, sendo elas, Ocean’s Twelve em 2004 e Ocean’s Thirteen em 2007, ambas dirigidas por Soderbergh, a chamada “Trilogia Ocean’s“.
“Onze Homens e um Segredo” tornou-se a maior bilheteria das carreiras de Soderbergh, Bradd Pitt, George Clooney e Julia Roberts. Com um orçamento estimado em US$ 85 milhões, o filme arrecadou um total de US$ 450,7 milhões no mundo.
A sequência Doze Homens e Outro Segredo, no entanto, não foi tão bem como o seu antecessor, partindo de US$ 110 milhões que foram gastos, para um faturamento que não ultrapassou a marca dos US$ 363 milhões.
A crítica também não recebeu o segundo longa da franquia com muitos elogios, e diferentemente do longa de 2001, foram poucos os elogios ao trabalho apresentado por Steven Soderbergh.
Muitos especialistas trataram o filme como “mais do mesmo”, além de uma produção desnecessária, que não acrescentou nada em nenhum aspecto, e ainda se mostrou como uma obra genérica e cheia de clichês.
No entanto, ainda existe quem defenda a ideia de que o longa não almeja vender nada além daquilo que oferta, sendo um entretenimento leve e descompromissado.
Precisamos ressaltar que no quesito diversão, Doze Homens e Outro Segredo não pode ser considerado como um filme ruim, sendo que o brilho e o carisma dos atores, em parte, consegue suprir a falta de inovação e o roteiro questionável.
O elenco conta com os veteranos George Clooney como Danny Ocean, Brad Pitt como Rusty Ryan, Matt Damon como Linus Caldwell, Bernie Mac como Frank Catton, Elliott Gould como Reuben Tishkoff, Casey Affleck como Virgil Malloy, Scott Caan como Turk Malloy, Eddie Jemison como Livingston Dell, Don Cheadle como Basher Tarr, Shaobo Qin como “The Amazing” Yen e Carl Reiner como Saul Bloom e Julia Roberts como Tess Ocean.
Além disso, os atores novatos, Catherine Zeta-Jones como Detetive da Europol Isabel Lahiri, Andy García como Terry Benedict, Vincent Cassel como Barão François Toulour/Raposa Noturna, Albert Finney como Gaspar LeMarc, Eddie Izzard como Roman Nagel e Bruce Willis, chegam na franquia para completar o time de estrelas.
O enredo de Doze Homens e Outro Segredo
Três anos se passaram desde o golpe na rede de cassinos Bellagio e os integrantes do grupo recrutado por Daniel Ocean (George Clooney) se espalharam para tocar suas vidas sem levantar suspeitas, usando suas partes do dinheiro para tentar andar dentro dos limites da lei.
Aliás, isso é o que Tess (Julia Roberts) mais deseja que o marido faça, mas quando Terry Benedict (Andy Garcia) descobre a identidade de todos e decide acertar contas, Danny precisará retornar à vida de crimes.
O magnata localiza cada um dos integrantes da equipe, exigindo que devolvam o valor total do que arrecadaram no golpe, com juros, dando a eles um prazo de 15 dias para isso.
Como se trata de uma quantia absurdamente alta, a única forma encontrada pelo grupo para sanar a “dívida” acumulada, é realizar um novo assalto.
Entendendo que estão sob alta suspeita em solo norte-americano, Danny e Rusty (Brad Pitt) reúnem a equipe e viajam para a Europa, na expectativa de roubar o cofre de um colecionador milionário, que criou uma fortaleza em sua própria residência.
Contudo os criminosos não contavam que alguém mais habilidoso e astuto se anteciparia e roubaria o cofre antes deles.
François Toulour (Vincent Cassel), conhecido como o Raposa Noturna, é um ladrão astuto e inteligente, que aprendeu todas as suas técnicas com o maior ladrão da história, Gaspar LeMarque (Albert Finney).
Toulour propõe um desafio quase impossível de ser realizado para a equipe de Denny Ocean. Se o seu time conseguir roubar o ovo da Coroação da Fabergé, um artigo considerado o suprassumo da ourivesaria, ele quitará a dívida do grupo com Benedict.
Mas além desse pequeno impasse, Danny, Rusty, Linus (Matt Damon) e os outros criminosos, precisarão lidar com as investigações da ex-namorada de Rusty Ryan, a detetive Isalbel Lahiri (Catherine Zeta-Jones).
Análise de Doze Homens e Outro Segredo
Quando o diretor Steven Soderbergh decidiu desenterrar o fracassado “clássico” Oceans’s Eleven dos anos 1960 e conseguiu transformá-lo em uma releitura diferenciada, alcançando sucesso de crítica e público, era quase óbvio esperar por uma ou mais sequências para a história.
Entretanto, qualquer esperança de que uma continuação fosse melhor ou superasse as expectativas, foi completamente frustrada pela dificuldade em se trazer novos elementos ou mesmo mantivesse o nível de linearidade do primeiro filme.
Para dizer a verdade, toda a premissa e o pano de fundo inicial são bem interessantes e nos deixam intrigados quanto ao que pode acontecer, mas a partir do segundo ato, o longa se perde em seus próprios clichês.
O fato é que já vimos este tipo de história várias vezes, mas ainda tínhamos alguma esperança de que a investida feita em 2001 pudesse ter um desenvolvimento bem mais competente.
Manter-se fiel aos esquemas parecia uma boa ideia, e realmente seria se a história não patinasse tanto, principalmente do meio para o final de Doze Homens e Outro Segredo.
O longa cai frequentemente em arcos convencionais que poderiam ser evitados, e que funcionam como cansados estigmas de um reaproveitamento de gênero, em outras palavras, mais do mesmo.
Mas se a trama central é praticamente a mesma do filme anterior, ao menos ganhamos no quesito cenário, que sai a visualmente poluída Las Vegas, e entra no continente europeu.
A direção de arte também merece ser mencionada, pois consegue aproveitar todas as belíssimas locações, assim como os cenários internos, o que transforma o filme em uma obra visual que vale a pena ser contemplada, sem contar a ótima trilha sonora, que se encaixa muito bem na proposta.
Vale destacar a mansão de Toulour, um local que respira história por trás de cada escultura, pintura e detalhe. O mesmo vale para o museu onde o Ovo Fabergé é exposto, com uma arquitetura repleta de tons dourados e riquíssima em detalhes.
Doze Homens e Outro Segredo foi filmado em cidades como Paris, Amsterdã, Paris, Roma, entre outras. A título de curiosidade, na Sicília, a segurança teve de ser reforçada para evitar problemas com a máfia local.
E se for para entrar no quesito beleza, podemos ressaltar a presença marcante de Catherine Zeta-Jones, que por sinal, é uma das coisas que verdadeiramente brilham no filme.
Zeta-Jones encarna o papel de Isabel Lahiri, a ex-namorada de Rusty Ryan, que se tornou uma investigadora implacável e deseja acabar com os planos do grupo de Ocean, custe o que custar.
Outro ponto fora da curva e funcionando como contraponto, é a sempre divertida Julia Roberts, responsável sem dúvida, pela melhor piada do filme, além de sua ótima performance ao lado de Bruce Willis.
Doze Homens e Outro Segredo, a princípio, segue os mesmos rumos do seu anterior, mas logo percebemos que desta vez, a sorte não estará tão a favor, e a escolha de introduzir um personagem que está sempre um (ou dois) passo à frente, é uma boa estratégia
François Toulour se mostra uma espécie de “agente duplo”, fazendo com que a trama pareça um grande jogo de ladrão contra ladrão, onde quem enganar melhor vence.
Nesse ponto, o roteiro é eficiente em prender a atenção do espectador, mesmo utilizando de um ritmo menos acelerado. Vincent Cassel rouba toda a cena em que está presente, já que o ladrão francês possui um charme sedutor e envolvente.
O lado negativo vem com a demora para o ponto de virada, que só acontece nos 20 minutos finais de filme, o que passa uma sensação de ideia mal trabalhada, totalmente oposto ao que encontramos na obra anterior.
Contudo, as atuações seguem repletas de carisma, e ainda que George Clooney continue sendo o protagonista, Brad Pitt acaba roubando a cena, uma vez que possui um arco dramático mais trabalhado dessa vez.
Particularmente, Doze Homens e Outro Segredo é um bom filme, mas a verdade é que não entrega nada de novo para a franquia. Apenas mais do mesmo, divertido e descompromissado, ainda que seja uma típica sequência.
O longa não irá mudar a vida de quem o assistir, mas é competente como produto de entretenimento, e pode ser considerado como uma opção até bem razoável, indicada para aqueles que apenas desejam desligar o cérebro e curtir a viagem.
Doze Homens e Outro Segredo está atualmente disponível no catálogo de filmes do HBO Max. Para conferir é só clicar aqui!
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