Robert Downey Jr. é um dos artistas mais carismáticos e queridos da atualidade, considerado um ator brilhante, que já deu vida para personagens tão diferentes, que vão desde o irreverente Charles Chaplin, ao milionário arrogante Tony Stark.
Vale lembrar, que apesar de ter estreado nas telas em 1970, aos 5 anos de idade, ele também é um ótimo cantor, além de compositor e pianista, o que deixa sua veia artística mais do que evidente.
Na ativa por mais de quatro décadas e dono de uma voz grave e afinada, Downey Jr. já dublou o desenho animado “God, the Devil and Bob” (2000) e também se aventurou no mundo da música em 2004, lançando o disco “The Futurist“.
Ele também fez bonito na televisão, onde faturou um Globo de Ouro, além de outros prêmios e indicações por Larry Paul, personagem do seriado “Ally McBeal” (2000 – 2002).
Ainda assim, nem tudo são flores em sua história de vida, tendo em vista a sua intensa relação com o mundo das drogas, abusos no consumo de álcool e seus constantes problemas com a lei.
Foram muitos episódios e escândalos que quase acabaram com sua carreira por completo, e durante muito tempo, destruíram sua reputação e imagem diante de Hollywood, assim como com o público em geral.
Contudo, sua jornada de superação e sua ascensão estrondosa como ator, são vistas atualmente como um grande exemplo e como inspiração por milhões e milhões de fãs ao redor do mundo todo.
Robert Downey Jr. é hoje um dos atores mais bem pagos da história do cinema, com seu nome ocupando esse posto na lista da Forbes entre 2013 e 2015, e mantendo-se nas primeiras posições desde então.
Eleito em 2008 como uma das 100 pessoas mais influentes do mundo, pela tradicional revista Time, ele mantém como suas marcas registradas, o humor sarcástico e um jeito peculiar de interpretar personagens excêntricos.
Em 2010, Downey Jr. ganhou sua cobiçada estrela na Calçada da Fama, em Los Angeles, em frente ao Grauman’s Chinese. Uma homenagem mais do que merecida, para um grande ator, que caiu, mas soube se levantar.
A infância de Robert Downey Jr.
Robert Downey Jr. é judeu e nasceu em Manhattan, Nova York, sendo o mais novo de dois filhos. Ele e sua irmã, Allyson, cresceram em Greenwich Village, uma ampla e tradicional área residencial, a leste de East Village.
Seu pai, Robert Downey Sr., é um conhecido diretor, escritor, ator e produtor de filmes independentes, e sua mãe, Elsie Downe, também era uma atriz, tendo aparecido em diversos filmes de Downey.
Por esse motivo, o garoto vivenciou desde pequeno o meio artístico do cinema, o que posteriormente o ajudaria bastante na sua carreira como ator.
Leia também:
Seu nome de batismo era Robert Elias, mas ele mudou seu sobrenome para “Downey” quando ainda era menor de idade. Quando criança, seu grande sonho era se alistar no exército.
Com apenas 5 anos de idade, Downey Jr. apareceu no filme “Pound” (1970), e aos 7 anos em “Greaser’s Palace” (1972), ambos dirigidos e escritos por seu pai, uma experiência que se repetiria outras vezes no futuro, como em “Hugo Pool” (1997).
Quando criança, Downey vivia em um ambiente que pode no mínimo ser considerado impróprio para sua idade. Seu pai era um usuário assíduo de drogas, que permitia que o filho consumisse maconha aos 6 anos de idade.
O ator já afirmou em diversas entrevistas, que o consumo de drogas tornou-se um vínculo emocional entre ele e seu pai. Da mesma forma, não demorou para que ele começasse a abusar do álcool todas as noites.
“Quando meu pai e eu nos drogavamos juntos, era como se ele estivesse tentando expressar seu amor por mim da única forma que sabia.”
Aos 10 anos, Robert Downey Jr. viveu na Inglaterra e estudou balé clássico para melhorar sua performance. Ele também participou do Stagedoor Manor Performing Arts Training Center, uma escola de artes para jovens artistas.
Quando seus pais se divorciaram em 1977, ele se mudou para Los Angeles com seu pai e trabalhou em um restaurante e em uma loja de sapatos, além de atuar em algumas produções de teatro local.
Em 1982, Downey Jr. foi para Nova York morar com a mãe, em busca de começar uma carreira como ator, trabalhando meio-período.
O início da carreira e o problema com as drogas
De fato, Robert Downey Jr. não teve uma formação dramática acadêmica, mas os contatos do pai ajudaram a abrir algumas portas bem importantes. Aos 19 anos, ele fez uma ponta no filme “Quando Se Perde a Ilusão“ do diretor Michael Apted.
No ano seguinte, o ator fez alguns episódios de “‘Saturday Night Live”, o que lhe daria a projeção necessária para tentar a sorte em Hollywood.
Em 1987 protagonizou o filme “O Rei da Paquera”, do diretor James Toback’s, onde faz par com a então ídolo teen Molly Ringwald, mas o sucesso viria ainda naquele ano, em “Abaixo de Zero”, onde representou um jovem viciado em cocaína.
A imprensa na segunda metade da década de oitenta, chegou a dizer que Robert Downey Jr. estava destinado a ser “o melhor ator de sua geração”.
Mas o verdadeiro marco na carreira do ator, viria aos 27 anos, quando ele ganhou o papel principal no filme “Chaplin” de Sir Richard Attenborough, onde interpretou Charles Chaplin, o que lhe rendeu uma indicação ao Oscar de “Melhor Ator”.
Mas mesmo com todo o talento que transbordava em ótimas atuações no cinema, o problema com álcool e drogas era algo que manchava cada vez mais a sua imagem. Em 1996 os tabloides o rotulavam como o “enésimo viciado de Hollywood”.
Downey Jr. foi preso ao dirigir, segundo ele mesmo descreve na revista Rolling Stone, sob o efeito da “melhor cocaína que tinha experimentado desde a que consumia com meu pai e Jack Nicholson”.
Um mês depois, entrou em uma casa por engano e dormiu na cama dos dos vizinhos. A ligação da dona da casa à polícia, vazou na Internet e na imprensa, simbolizando o retrato perfeito de uma pessoa famosa que estava na lama.
Seus amigos Sean Penn e Dennis Quaid tentaram interná-lo em um centro de reabilitação, mas ele fugiu pela janela do banheiro. A polícia o deteve drogado, conduzindo seu Porsche, pelado e jogando ratos imaginários pela janela.
Um ano depois, Downey Jr. faltou a um controle antidrogas e foi condenado a 113 dias de reclusão.
“Jamais contarei as piores coisas que me aconteceram na prisão”
Em 1999, Downey Jr. não compareceu a um teste de narcóticos, uma violação à liberdade condicional que o levou a mais uma condenação de três anos (onde cumpriu um ano). O ator promissor indicado ao Oscar, passou a ganhar oito centavos de dólar por hora, esfregando bandejas.
Depois de solto, ele levaria apenas sete dias para conseguir trabalho em Hollywood, e sua participação em “Ally McBeal: Minha Vida de Solteira” como o advogado Larry Paul, foi responsável por aumentar a audiência da série em 11%.
Seu carisma e sua personalidade sarcástica fizeram com que ele fosse convidado a permanecer como parte do elenco fixo. Pelo seu trabalho no programa, ele acabou ganhando um Globo de Ouro e um SAG Award.
Mas após outra recaída, Robert seria afastado do elenco devido novamente ao seu envolvimento com drogas e compromissos em tribunal. Por conta disso ele permaneceu um ano em reabilitação, sendo liberado somente em abril de 2002.
Seus problemas com drogas também causaram o fim de dois relacionamentos, o primeiro com a atriz Sarah Jessica Parker, e o segundo com Deborah Falconer, com quem teve o seu primeiro filho, Indio Falconer Downey.
Quando Woody Allen tentou escalá-lo para fazer parte do filme “Melinda e Melinda”, de 2004, descobriu que nenhuma companhia de seguros estava disposta a cobrir a apólice de seus contratos, que eram considerados voláteis demais.
A recuperação de Robert Downey Jr.
Robert Downey Jr. tinha a indústria do seu lado, e isso porque nunca se envolveu em discussões, jamais chegou tarde às gravações e sempre foi conhecido por levantar o astral das equipes.
O ator Mel Gibson, que o conheceu durante as filmagens de “Air America: Loucos Pelo Perigo”, em 1990, pagou o seguro do próprio bolso para que ele protagonizasse “Crimes de Um Detetive” de Keith Gordon, no ano de 2003.
Em 2003, enquanto filmava “Gothika”, Downey Jr. conheceu a produtora Susan Levin e os dois iniciaram secretamente um romance, embora ela tivesse rejeitado as investidas românticas do ator duas vezes.
Apesar das preocupações de Susan, que achava que o romance não duraria após a conclusão da gravação porque “ele é um ator, eu tenho um trabalho real”, o relacionamento do casal continuou.
No Dia da Independência, ainda em 2003, Robert Downey Jr. parou em um Burger King na estrada da costa do Pacífico, e enquanto comia um hambúrguer, decidiu jogar todas as suas drogas no mar.
O ator relata que exercícios físicos como o pilates, além da filosofia oriental, a meditação e o Kung-fu, ajudaram a canalizar sua síndrome de abstinência, e ele não deixou de frequentar a terapia desde então.
Robert e Susan se casaram no dia 27 de agosto de 2005, em uma cerimônia judaica, na cidade de Amagansett, New York. Ele credita sua esposa por tê-lo ajudado a acabar de vez com seus problemas com drogas e álcool.
“Ela era perfeita, perfeita, perfeita, perfeita combinação de personalidades e dons”
O casal teve dois filhos, Exton Elias Downey, que nasceu em fevereiro de 2012 e Avri Roel Downey, que veio ao mundo em novembro de 2014.
A crítica também voltaria a se interessar pelo ator, e David Fincher explicou que o contratou para “Zodíaco” (2007) porque seu personagem desapareceria no meio do filme, e precisava de um ator que deixasse sua marca para que o público tivesse saudade dele.
O sucesso do ator em Hollywood
Em 2007 a Marvel fundou a sua própria produtora, mas não detinha os direitos de suas propriedades intelectuais consideradas mais populares, como Homem-Aranha e X-Men.
Foi então que eles decidiram começar seu universo cinematográfico com o Homem de Ferro, pois o sucesso de Batman Begins mostrava que o público preferia as artimanhas tecnológicas ao invés da magia e da fantasia.
O empresário arrogante Tony Stark parecia o super-herói mais moderno, verossímil e barato de produzir. O diretor contratado foi Jon Favreau, que sugeriu Robert Downey Jr. para o papel, mas na época a Marvel queria Tom Cruise.
De fato, aqueles não eram bons tempos para os super-heróis do cinema, tendo em vista que X-Men 3: O Confronto Final, Homem-Aranha 3, Superman: O Retorno e O Incrível Hulk tinham decepcionado os fãs.
Dessa forma, o estúdio sabia que precisaria de um grande astro de Hollywood para alavancar um personagem de quadrinhos, que até então era completamente desconhecido pelo grande público.
Mas Jon Favreau os convenceu, prometendo que Downey Jr. faria por sua saga, o que Johnny Depp havia feito por “Piradas do Caribe”, fornecendo “a energia elétrica de um ator que dançaria com seus diálogos como um músico de jazz, além de ser um homem que faz os outros curtirem”.
O ator fez um teste de casting pela primeira vez, depois de “Chaplin”, e o Marvel Studios não pôde continuar considerando os outros candidatos. Ele era o Tony Stark!
Ainda em 2008 Robert Downey Jr. estrelou o filme “Homem de Ferro”, considerado como um grande sucesso, aclamado pela crítica e pelos fãs do personagem.
O longa marcou definitivamente a volta do ator, arrecadando cerca de 585 milhões de dólares nas bilheterias.
“Sou um fã do Homem de Ferro porque ele não é um herói comum. Tem problemas com a bebida, é mulherengo, carismático e agradável… Se já houve algum personagem que eu ficaria feliz em ficar associado, seria o Tony Stark, porque é o trabalho mais legal que já tive.”
Um novo triunfo de sua carreira, viria naquele mesmo ano, com mais uma indicação ao Oscar por “Trovão Tropical” de Ben Stiller, graças ao personagem Kirk Lazarus, um bem-sucedido ator australiano, que realiza uma cirurgia de pigmentação na pele para interpretar um negro.
Em mais um filme produzido por sua mulher, Susan Levin, Robert trabalhou em “Sherlock Holmes” do diretor Guy Ritchie, onde interpreta o protagonista, ao lado de Jude Law, que faz as vezes do “Dr. Watson”.
Por seu papel no longa de 2009, o ator ganharia um Globo de Ouro, na categoria “Melhor Ator em Comédia ou Musical”.
De fato, o Homem de Ferro foi um personagem que ajudou a salvar a carreira de Robert Downey Jr. e a transformá-lo em um dos atores de maior bilheteria e mais bem pagos da história.
Ele recebeu meio milhão de euros (2,2 milhões de reais) pelo primeiro filme, com um contrato que abrangia mais duas sequências, com as quais acabou ganhando 9 milhões de euros (40,5 milhões de reais) e 28 milhões de euros (126 milhões de reais).
Em 2013, Downey Jr. ainda seria contemplado com três prêmios People’s Choice Awards, como “Ator Favorito”, “Filme Favorito de Super Herói”, “Filme Favorito de Ação” por “Homem de Ferro“.
Vale lembrar que o longa foi rodado sem roteiro e com um orçamento abaixo da média (140 milhões de dólares), que precisou improvisar os diálogos, marcando o ritmo e o tom para os personagens que chegaram depois.
Ainda interpretando o personagem, ele recebeu 67 milhões de euros (335 milhões de reais) por mais cinco vezes, em “Os Vingadores” e sua sequência, “Capitão América: Guerra Civil”, “Vingadores: Guerra Infinita” e “Vingadores: Ultimato”.
Chama a atenção o seu cachê desproporcional em “Homem-Aranha: De Volta ao Lar” (2017), que foi de 13 milhões de euros (82 milhões de reais), por apenas três dias de trabalho.
Provavelmente, chegar a essa quantia só foi possível pela necessidade que o estúdio tinha de introduzir o Homem Aranha de Tom Holland no Universo Cinematográfico da Marvel, com Tony Stark como seu padrinho.
Ao contrário da maioria dos astros de Hollywood, Robert Downey Jr. não tem problemas em falar de seu salário nas entrevistas, que geralmente acontecem em sua casa e costumam ser interrompidas pela visita de sua mulher e seu filho Exton.
Esta incrível personalidade de Hollywood sem dúvidas merece ser exaltada, se não por ter conseguido sair do fundo do poço, pelo imenso talento como ator, assim como pelo seu carisma e dedicação aos personagens que representa.
E aí aficionado, o que achou do nosso conteúdo? Deixe sua opinião nos comentários e acompanhe as notícias e análises preparadas pela equipe Proddigital POP para continuarmos crescendo juntos!