Stephen Amell em
Stephen Amell em "Arrow" - Imagem: CW

A greve dos roteiristas e atores de Hollywood continua, mas parece que nem todos os artistas estão a favor da paralisação. Stephen Amell, conhecido por interpretar o papel principal na série “Arrow”, apesar de expressar apoio ao sindicato, revelou que não apoia a paralização. Contudo, após sua fala um tanto quanto problemática, o artista veio a público e voltou atrás no que disse.

A greve dos atores começou no dia 13 de junho, e muitos artistas e cineastas famosos estão lutando a favor da causa. Mas nem todos os famosos estão a favor da paralização, como é o caso de Stephen Amell, estrela de “Arrow”. Durante uma sessão de perguntas e respostas na convenção Galaxycon, um dos fãs presentes no local perguntou ao artista sua opinião sobre a greve, visto que anteriormente em suas redes sociais, o ator havia compartilhado:

Eu apoio meu sindicato, sim, e estou com eles. Mas eu não apoio nenhum tipo de greve. Eu acho que é uma tática de negociação reducionista e acho toda essa coisa extremamente frustrante. Quando se trata da produção de séries como a que eu estou (“Heels”), acho que a tática do sindicato é míope.

Contudo, a opinião polêmica de Amell gerou grande comoção negativa nas redes sociais. Por fim, o astro da série “Arrow” teve que se explicar em seu perfil no Instagram, esclarecendo seu comentário e voltando atrás em algumas de suas opiniões, e explicando outras. Afinal, como ele mesmo disse, seu apoio ao sindicato é “incondicional”, mas considera o ato de fazer greve uma forma redutiva de negociação.

Ao longo de seu segundo comunicado, uma espécie de carta aberta aos fãs, o astro alegou que sua opinião pode ter sido tirada de contexto. Desse modo, ainda deixando claro que tem muito respeito por todos seus colegas sindicalistas. Por fim, assumiu que entende os motivos que levaram os profissionais a iniciarem a paralização. Confira o anúncio do ator e a tradução completa a seguir:

Eu sou um ator e falei da boca para fora por mais de uma hora durante a convenção. Eu me emociono, mas certamente não acho que essas questões sejam simples. Nossa liderança tem um trabalho incrivelmente complicado, e sou grato pelo que eles fazem. Apesar de alguns dos meus terríveis primeiros trabalhos como ator, garanto a você que eu não sou um robô. Do ponto de vista intelectual, entendo porque estamos fazendo a greve, mas isso não significa que não seja emocionalmente frustrante em muitos níveis para todos os envolvidos.

Por fim, após Amell responder a lista de réplicas a ele mesmo nos comentários, rebatendo todos os seus pontos problemáticos, o astro conclui: “Estou simplesmente triste por não termos a chance de celebrar uma série pela qual todos nós, figurativamente, e eu literalmente, quebrei minhas costas… Pelo menos no futuro previsível, escolho ficar com minha união. Quando você me vir em uma manifestação, por favor, não jogue nenhuma fruta dura em mim. Se eu puder me auto depreciar por um momento, eu não faço ideia do que eu estava querendo dizer aqui”.

Vale lembrar que a série à qual o ator tanto se refere é “Heels”, um novo programa da Starz sobre uma dupla de irmãos que são lutadores profissionais, que estreou no dia 28 de julho. Atualmente, a produção já está na segunda temporada e garantiu boa aclamação do público e crítica.

Ou seja, Stephen Amell pode ter ficado um pouco desconfortável pelo fato de no momento não poder promover nada que seja designado como “trabalho em greve”. Afinal, a SAG-AFTRA está ativa em Hollywood pedindo por melhores condições trabalhistas, juntamente com o WGA, o Sindicato dos Roteiristas, após negociações mal-sucedidas.

Assim, qualquer tipo de promoção como estreias, entrevistas e tapetes vermelhos sobre determinado projeto não é aceito pelo sindicato, que proíbe a promoção de qualquer produção enquanto a greve durar. Contudo, aparições em convenções independentes podem acontecer, não é à toa que o ator compareceu ao Galaxycon, onde fez seu depoimento.

A SAG-AFTRA, sindicato dos atores de Hollywood, paralisou os roteiristas faz alguns meses, e os atores desde o meio de junho. Tal intuito inclui melhores acordos sobre mento de residuais (o dinheiro que atores recebem pela reprodução de projetos na TV e no streaming) e proteções contra o uso de inteligência artificial na produção de filmes e séries, e ambos os sindicatos lutam praticamente pelos mesmos motivos.

Além disso, o SAG-AFTRA realizou uma votação em junho para averiguar quem estava a favor da greve. Na ocasião, 98% dos atores estavam a favor da greve, mostrando que grande parte do sindicato está disposta a lutar para ter suas demandas atendidas.

Os atores de Hollywood não entram em greve desde 1980, e tal situação implica na paralisação, adiamento e cancelamento de diversos projetos. Até o presente momento, nenhum acordo foi realizado e não há previsão para o fim das paralisações.

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