Segundo reportagem exclusiva do site norte-americano Deadline, Jimmy Kimmel irá apresentar a cerimônia do Oscar 2023. Essa é a terceira vez que o apresentador será o anfitrião do show, após tê-lo sido em 2017 e 2018. Com isso, a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood (AMPAS), entidade que organiza a premiação, busca, de alguma forma, um retorno a um formato mais tradicional de cerimônia e com isso, quem sabe, uma recuperação de sua audiência perdida.
Como nós, inclusive, já escrevemos aqui, há anos a cerimônia vem perdendo telespectadores. Fenômeno esse, que se acentuou bastante durante a pandemia de COVID-19. Sendo que a cerimônia de 2021, no auge da pandemia, apresentada por meio de uma cerimônia virtual e sem nenhum anfitrião, foi a menos vista, em solo norte-americano, de toda a história do Oscar, tendo uma audiência média de apenas 10,4 milhões de telespectadores.
Crise de audiência
Nesse ano, a audiência melhorou. A cerimônia voltou a ser apresentada por um “anfitrião”, entre aspas, já que o papel coube a três pessoas: as comediantes, Regina Hall, Amy Schumer e Wanda Sykes. Apesar de muita gente ter torcido o nariz para o desempenho (e também para as piadas) das três a frente da cerimônia, a festa acabou tendo um aumento significativo no número de telespectadores do ano anterior.
A média de audiência de 2022 foi de 16,66 de pessoas, o que representou um aumento na audiência de cerca de 60%. Aumento esse, que já era esperado, já que a audiência da cerimônia de 2021 havia sido muito abaixo da média. Contudo, esses números estão ainda bem abaixo dos 20 milhões de média que o Oscar costumava atingir facilmente (e que já eram considerados ruins) nos anos anteriores. Ou mesmo, dos 30 milhões que sempre foi a média de audiência durante boa parte de sua história. Ou ainda, dos 43 milhões de média que a cerimônia atingiu no histórico ano de 2004, quando O Senhor dos Anéis – O Retorno do Rei levou 11 estatuetas para casa.
Tentativas de recuperar a audiência perdida
O retorno de Kimmel, um anfitrião experiente e apresentador de um dos talk-shows mais famosos dos Estados Unidos (o Jimmy Kimmel Live!), para apresentar o Oscar 2023, é mais uma das medidas tomadas pela Academia para tentar, de alguma forma, “popularizar” a festa e “aproximar” a premiação do “público comum”. Entre outras medidas tomadas nesse sentido, estão o aumento no número de indicados na categoria de Melhor Filme, para assim dar mais chances a blockbuster e gerar mais interesse por parte do público comum. Dar mais ênfase às categorias de atuação, principalmente, Melhor Ator e Melhor Atriz, que agora são apresentadas um pouco antes da categoria de Melhor Filme, para assim tentar explorar o “star power” dos famosos astros hollywoodianos
E até mesmo a introdução de uma (polêmica) categoria de “Melhor Filme Popular” que seria votada pelo público e que apesar de não ter saído oficialmente do papel (e de ter gerado bastante polêmica) acabou sendo “implantada” informalmente pela Academia no ano passado na forma de uma votação pelo Twitter, chamada de “Movie Lovers Unite” ou “Amantes de Filme Unidos”, em português.
O fato é que a Academia tem feito de tudo para tentar recuperar o público perdido. Por isso também, a escolha de Kimmel para apresentar o Oscar do ano que vem foi bastante celebrada pelos produtores da festa, Glenn Weiss e Ricky Kirshner. “Estamos super empolgados. Sabemos que ele (Kimmel) será engraçado e estará pronto para qualquer coisa”, disseram eles. E completaram: “Jimmy é o anfitrião perfeito. Seu amor por filmes, experiência com televisão ao vivo e sua capacidade de se conectar com o público, criará uma experiência inesquecível para nossos milhões de espectadores em todo o mundo”.O
O Oscar 2023 deve acontecer em 12 de março do ano que vem e será apresentada diretamente do Dolby Theatre, em Los Angeles. Nos Estados Unidos, a festa será transmitida pela ABC. Já no Brasil, a cerimônia ainda não tem transmissão confirmada, mas tradicionalmente a premiação é transmitida em TV fechada pela TNT e em TV aberta pela Rede Globo. As indicações ao prêmio devem ser divulgadas em 24 de janeiro do ano que vem e o filme brasileiro Marte Um corre atrás de uma vaga na categoria de Melhor Filme Estrangeiro, categoria que agora passou a se chamar “Melhor Filme Internacional”.
