Ano passado a cerimônia do Oscar bateu um recorde negativo, com pouco mais de 10 milhões de espectadores, a edição foi a menos vista de toda a história do prêmio da Academia. Os números negativos foram muito influenciados pela situação vivida pelo mundo naquela época e pelo formato que a Academia teve que escolher, devido a tudo isso, para apresentação da cerimônia.
Com a pandemia em seu auge, as pessoas sem humor para festas e a necessidade de distanciamento social, a Academia escolheu fazer uma festa simples, sem muitos famosos e com quase tudo feito à distância, através de transmissões ao vivo, via internet. Tudo isso, fez com a maioria das pessoas perdesse interesse na cerimônia.
Contudo, há que se notar que a festa vem perdendo audiência de forma consistente desde, pelo menos, 2014. Por isso também, a Academia vem tentando, sem sucesso, atrair mais público para a cerimônia de entrega da premiação. É sabido que quanto maior a bilheteria dos filmes indicados ao prêmio, maior também é a audiência da festa. Por exemplo, em 2004, quando O Senhor dos Anéis — O Retorno do Rei foi o maior vencedor da noite, levando 11 prêmios para casa, a cerimônia teve sua maior audiência em tempos modernos, sendo assistida por mais de 43 milhões de pessoas.
Por esse motivo, a Academia aumentou o número de indicados ao prêmio de melhor filme e tentou também inserir na cerimônia filmes mais “populares”, além de usar o “star power” de atores e atrizes, explorando bastante as categorias de interpretação (melhor ator, atriz, ator coadjuvante, atriz coadjuvante) e tentando trazer grandes nomes para a apresentação das categorias.
Por tudo isso, os números da cerimônia desse ano eram bastante esperados. Era sabido que, muito provavelmente, a audiência melhoraria em relação ao ano passado, já que aquela foi uma situação bastante excepcional. Contudo, todos queriam saber se as medidas implantadas pela Academia funcionariam e a tendência de queda dos últimos anos seria revertida.
Porém, a resposta parece ser “não”. A cerimônia desse ano foi vista por pouco mais de 16 milhões de pessoas, uma subida significativa em relação ao ano passado, mas mesmo assim essa foi a segunda cerimônia menos assistida de toda a história da premiação (vencendo apenas a do ano passado).
Para um programa televisivo que já chegou a ter mais de 40 milhões de espectadores e quase 50% de “share” (porcentagem de televisores ligados assistindo a um determinado programa), 16 milhões de pessoas é muito pouco. Durante quase toda a sua história, a festa da Academia sempre foi assistida por pelo menos mais de 30 milhões de espectadores.
Até 2018, quando pela primeira vez, uma cerimônia foi vista por apenas 26 milhões de pessoas. Agora, parece que a festa da Academia está tendo dificuldades até mesmo para chegar na casa dos 20 milhões de espectadores. Agora, é esperar os próximos anos para ver se essa tendência de queda permanece ou se consegue ser revertida pela Academia.