A DC Comics, juntamente com a Warner Bros., apresentaram nessa terça-feira na CinemaCon, o segundo trailer oficial de The Flash, filme que deve ser o 13º capítulo do Universo Estendido DC (DCEU) e estreará em 16 de junho desse ano. O filme, é mais uma tentativa da DC e da Warner de tentar “salvar” a DCEU. O trailer, assim como outras novidades da franquia, foi apresentado pessoalmente por Peter Safran, que em novembro do ano passado, se tornou, ao lado de James Gunn, chefão da DC Studios e, consequentemente, do Universo Estendido DC. Gunn, que está promovendo Guardiões da Galáxia Vol. 3, que estreará agora em 5 de maio e foi seu último projeto junto com a Marvel Comics, não pôde comparecer ao evento.
No novo trailer de The Flash, é possível ver Ezra Miller interpretando duas versões de Barry Allen/The Flash. Além disso, é possível também ver diversos outros personagens do Universo Estendido DC. Entre os maiores destaques do trailer estão as aparições de Michael Keaton e Ben Affleck, como duas versões diferentes de Batman. Keaton, interpreta o Batman “original” da primeira versão do herói para o cinema, na franquia que gerou quatro filmes e se estendeu entre 1989 e 1997. A versão de Keaton, portanto, é um Batman muito mais envelhecido e experiente.
Já Affleck, interpreta o Batman do próprio Universo Estendido DC (DCEU), ou seja, o personagem que ele representou em três outros filmes da franquia. Além disso, Michael Shannon retorna ao DCEU no papel do General Zod, um dos principais arqui-inimigos do Superman e o principal vilão de O Homem de Aço, primeiro filme da franquia, lançado em 2013.
Para enfrentá-lo, Barry Allen contará com a ajuda da Super Girl, interpretada por Sasha Calle. Essa será a primeira vez que a personagem aparecerá em um filme do Universo Estendido DC e Calle será a primeira atriz de origem latina a interpretar a Super Girl em toda a história.
Rebootando um universo
The Flash deve servir como uma espécie de reboot de todo o Universo Estendido DC e, por isso, representará uma tentativa da DC e da Warner de “recomeçar” a franquia. No filme, Barry Allen, consumido pela culpa e pela tristeza, utiliza seus poderes para voltar no tempo e tentar impedir o assassinato de sua mãe.
Contudo, isso “bagunça” todo a linha do tempo, “ressuscitando” o General Zod e fazendo com que Allen encontre, além de outra versão sua, outras versões também do Batman. O enredo básico do filme, portanto, é bastante parecido com o de Homem-Aranha: Sem Volta para Casa, filme do Universo Cinematográfico Marvel (MCU). No entanto, não sabemos até que ponto a obra em si, será realmente parecida com o filme da Marvel.
É possível que, assim como Homem-Aranha: Sem Volta para Casa, The Flash também tente atrair o público utilizando para isso, o saudosismo. No caso do filme da Marvel, o grande atrativo era ver Andrew Garfield e Tobey Maguire de volta ao papel de Peter Parker. Aqui, seguramente, o grande atrativo será ver Michael Keaton, novamente, no papel de Batman.
Aliás, a divulgação de que o ator apareceria no filme, causou enorme comoção em 2020 quando foi anunciado. Lembrando que Homem-Aranha: Sem Volta para Casa arrecadou quase 2 bilhões de dólares no mundo todo e foi o filme mais visto de 2021. Se The Flash arrecadar pelo menos metade desse valor, já se tornará um dos filmes mais vistos de todo o DCEU.
O uso do recurso do “multiverso”, aliás, pode ser muito útil para a DC Comics porque permitirá que ela “mate” ou “ressuscite” qualquer personagem do DCEU e que apresente versões novas e antigas de qualquer dos personagens da franquia, sem ter que se justificar muito. Isso poderá permitir que o estúdio simplesmente “esqueça” o que ocorreu nos filmes anteriores e simplesmente crie novas histórias para personagens que já apareceram nos outros filmes da franquia lançados até aqui.
Desde que o primeiro filme do Universo Estendido DC (DCEU) foi lançado há cerca de 10 anos, a DC Comics, enfrenta dificuldades para “emplacar” a franquia e fazer com que ela gere grandes lucros, como os gerados pelo Universo Cinematográfico Marvel (MCU), criado pela sua principal rival, a Marvel Comics.
A demora da DC em entrar no lucrativo negócio dos universos cinematográficos, fez com que ela tivesse que “apressar” as coisas, o que fez com que os roteiros dos filmes não fossem tão bem “encaixados” como os do MCU. Por isso, desde sempre, os filmes da franquia enfrentam resistências tanto do público quanto da crítica especializada.
Por tudo isso, no final do ano passado, a DC Comics entregou o controle da DC Studios (que produz os filmes da franquia) para Peter Safran e James Gunn, na esperança de que os dois “salvassem” o Universo Estendido DC. Gunn, foi um dos diretores por trás do sucesso do MCU, e os chefões da DC Comics esperam que ele possa replicar esse sucesso no DCEU. O plano de Safran e Gunn parece ser o de “rebootar” toda a franquia e tentar “começar tudo de novo”.
The Flash: Diretor criativo e elenco recheado de estrelas
The Flash foi dirigido por Andy Muschietti, o diretor argentino só dirigiu quatro longas-metragens (incluindo The Flash) em toda a sua carreira, mas três deles podem ser considerados super-produções. Portanto, Muschietti pode ser considerado relativamente experiente no gerenciamento de grandes orçamentos e na lida com elencos estelares. Contudo, esse será o primeiro filme do diretor fora do gênero terror.
Os três filmes anteriores de Muschietti, Mama (2013), It (2017) e It – Capítulo 2 (2019), são de terror. Contudo, todos as três produções foram muito bem nas bilheterias. Além disso, com um orçamento de cerca de 200 milhões de dólares, The Flash, é o filme mais caro dirigido pelo argentino e, portanto, um marco em sua carreira.
Apesar de ter um elenco estelar, um dos principais problemas iniciais já enfrentado por The Flash é com seu protagonista, Ezra Miller. O ator se envolveu em diversas confusões no ano passado e acabou sendo, inclusive, preso diversas vezes. Por isso, Miller não participou da divulgação do segundo trailer do filme ontem na CinemaCon e pode nem sequer participar da divulgação do filme durante a sua estreia em junho desse ano. As confusões criados pelo ator, têm sido um enorme problema para a equipe de marketing do filme, que tem que desvincular suas ações, ao nível pessoal, do filme em si. Além disso, terão que, eventualmente, arrumar uma forma de divulgar toda uma produção sem a presença de seu protagonista.
O resto do elenco, no entanto, conta com diversos nomes de peso que podem “compensar” a ausência de Miller. Como falamos antes, The Flash conta com as interpretações de Ben Affleck, Michael Keaton, Michael Shannon e Sasha Calle. Além disso, conta ainda com Ron Livingston, na pele de Henry Allen, e Maribel Verdú, como Nora Allen, respectivamente, pai e mãe de Barry. Livingston substitui Billy Crudup, que interpretou Henry em Liga da Justiça (2017), mas não pôde reprisar o papel em The Flash.
Além deles, Kiersey Clemons deve interpretar Iris West, jornalista pela qual Barry tem uma queda, Antje Traue deve reprisar o papel de Faora-Ul, braço direito do General Zod, e Temuera Morrison deve interpretar novamente Thomas Curry, personagem que já apareceu em Aquaman (2018) e deverá também aparecer em Aquaman and the Lost Kingdom, que estreia em dezembro desse ano.
O destino de The Flash nas bilheterias, poderá determinar também todo o futuro do Universo Estendido DC nos cinemas. Se o reboot da franquia der certo, talvez a DC consiga “recomeçar” o DCEU e ainda salvar o que resta dele. Se o filme fracassar com o público, talvez seja necessário que o estúdio repense seus planos. Não esquecendo que nesse ano, a DC já viu Shazam! Fúria dos Deuses afundar nas bilheterias e além de The Flash, terá também as estreias de Besouro Azul, em agosto, e Aquaman and the Lost Kingdom, em dezembro.
Confira abaixo, o segundo trailer de The Flash: