Montagem com Clint Eastwood, Nicholas Hoult e Toni Collette.
Montagem com Clint Eastwood, Nicholas Hoult e Toni Collette.

Segundo várias reportagens da imprensa americana, Clint Eastwood já teria recrutado os dois atores principais de seu próximo filme. Além disso, o lendário ator e diretor norte-americano já estaria próximo, inclusive, de receber a “luz verde” da Warner Bros. Pictures, estúdio que é o principal parceiro do diretor, para iniciar a produção. Além dos atores, o filme já teria definido o seu nome, o seu roteiro e até os seus produtores.

40º trabalho de direção de Clint Eastwood

Se tudo der certo, esse deve ser 40º filme oficialmente dirigido por Clint Eastwood, que completará 93 anos de idade em maio desse ano. Portanto, pode ser que esse filme seja o último da carreira do “último grande herói americano”, como ele é chamado por muitos. A obra já tem nome, deve se chamar “Juror #2” (ou “Jurado #2”, na tradução livre para o português) e deve ser estrelado por Nicholas Hoult e Toni Collette. A película, cujo roteiro foi escrito por Jonathan Abrams, conta a história de um jurado que durante um julgamento descobre que foi ele quem, em um acidente de carro, causou a morte da vítima. Agora, ele deve tentar ajudar a inocentar o réu, sem se incriminar.

Clint Eastwood trabalhando na direção de um de seus filmes.
Clint Eastwood trabalhando na direção de um de seus filmes.

Como tem sido costume durante quase toda a carreira de Eastwood, além de dirigir, ele também deve produzir a obra ao lado de Adam Goodman, Matt Skiena, Tim Moore e Jessica Meier, tendo Ellen Goldsmith-Vein e Jeremy Bell como produtores executivos. Pelo que se sabe até agora, Nicholas Hoult deve protagonizar o filme, fazendo o papel do tal Jurado #2, enquanto Toni Collete deve viver uma juíza.

Clint Eastwood não dirige um filme desde 2021, quando dirigiu, produziu e atuou em Cry Macho – O Caminho para a Redenção. Desse vez, não se sabe se ele ficará apenas atrás das câmeras ou também fará algum papel no filme. Devido à idade já avançada, nos últimos anos, o cineasta tem escolhido, muitas vezes, ficar apenas atrás das câmeras, atuando apenas na direção e produção de seus projetos, como aconteceu com Sniper Americano (2014), Sully – O Herói do Rio Hudson (2016) e O Caso Richard Jewell (2019).

Se confirmada, a participação de Nicholas Hoult no filme, significará uma boa sequência de produções importantes para o jovem ator que no ano passado já apareceu no elogiado O Menu e esse ano aparecerá em Reinfield, releitura do clássico Drácula em que atua ao lado de Nicolas Cage, que, inclusive, estreia nesse final de semana. Hoult também deverá estar no elenco da animação Garfield, programada para ser lançada em maio do ano que vem, e na refilmagem do clássico Nosferatu, que ainda não tem data de lançamento. Isso sem falar na série The Great, que está em sua terceira temporada, e já lhe deu indicações ao Globo de Ouro, ao Emmy Awards e ao SAG Awards.

Clint Eastwood em cena de Cry Macho (2021).
Clint Eastwood em cena de Cry Macho (2021).

Coincidentemente, Toni Collete também está em cartaz com um filme que estreou nos Estados Unidos nesse final de semana, a comédia Mafia Mamma: De Repente Criminosa. A talentosa atriz australiana ainda deve aparecer em outro filme nesse ano, a animação da DreamWorks, Ruby Marinho, Monstro Adolescente, que estreia em junho. Já para o ano que vem, está confirmada a participação de Colette em Mickey 17, novo filme do diretor sul-coreano Bong Joon-ho (que ganhou o Oscar por seu trabalho em Parasita) que deve estrear em 29 de março de 2024. Isso sem falar na série de televisão O Poder, que estreou em 31 de março desse ano e é estrelada por ela.

60 anos de carreira

Em 2025, o lendário diretor Clint Eastwood completará 70 anos de carreira no cinema. Seu primeiro papel, mesmo que não creditado, foi no terror A Revanche do Monstro, de 1955. Naquele mesmo ano, ele teria seu primeiro papel creditado na comédia Francis na Marinha. Eastwood chegou ao sucesso nos Estados Unidos com a série Rawhide (1959-1965), que durou oito temporadas e onde o ator fazia um dos personagens principais. Contudo, a fama no cinema só veio realmente quando Eastwood abandonou Hollywood e foi (como diversos atores americanos da época), fazer filmes de faroeste na Itália.

Clint Eastwood, em cena de Rawride.
Clint Eastwood, em cena de Rawride. Seu primeiro sucesso como ator.

Pelas mãos do mestre do gênero, Sergio Leone, o ator protagonizou a chamada “Trilogia dos Dólares”, começando em 1964, Eastwood fez o papel do famoso “Pistoleiro sem nome”, em três filmes: Por um Punhado de Dólares (1964), Por uns Dólares a Mais (1965) e Três Homens em Conflito (1966). As obras foram enormes sucessos de público e crítica, ajudando a consolidar não apenas o gênero de faroestes italianos (chamados de “Spaghetti Western”), mas também as carreiras de Sergio Leone, Ennio Morricone e Eastwood, que desde então não parou mais de fazer filmes.

De volta aos Estados Unidos, o ator emplacou diversos grandes sucessos nos anos 1970 e 1980, incluindo Perseguidor Implacável (ou “Dirty Harry”, como ficou mais conhecido) (1971), Alcatraz: Fuga Impossível (1979) e O Cavaleiro Solitário (1985). A partir de 1971, sob influência de Don Siegel, Eastwood começou a dirigir alguns de seus filmes e não parou mais. Apesar de muitos dos seus filmes nos anos 1980 terem sido elogiados pela crítica, foi só a partir de 1988, com Bird (biografia do jazzista americano Charlie “Bird” Parker), que suas obras começaram a ser reconhecidas também por premiações como o Oscar, o BAFTA e o Globo de Ouro. Em 1992, com o estrondoso sucesso de Os Imperdoáveis (filme que redefiniu o gênero faroeste), Eastwood passou a ser realmente respeitado por seu trabalho como diretor.

Clint Eastwood na pele do "Pistoleiro sem nome".
Clint Eastwood na pele do “Pistoleiro sem nome”, personagem que o consagrou como astro mundial.

Atualmente, Clint Eastwood possui 11 indicações e 4 vitórias no Oscar, além de 13 indicações no Globo de Ouro, também com 4 vitórias. Já no BAFTA, são apenas três indicações, com nenhuma vitória. A partir, principalmente, do início dos anos 2000, seus filmes têm sido constantemente indicados a premiações importantes. Contudo, é inegável que Eastwood ainda sofra alguns preconceitos por sua origem como diretor e também por ser visto como produtor de cinema mais comercial.

Clint Eastwood em cena de Os Imperdoáveis (1992).
Clint Eastwood em cena de Os Imperdoáveis (1992).

No entanto, é indiscutível sua influência e sua importância para o cinema mundial e, por isso também, é de se esperar que todos estejam “de olho” e ansiosos pelo lançamento de seu novo filme que, como já dito, pode ser também o último de sua brilhante carreira.

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