The Boys chegou dando um grande “tapa na cara” daqueles que achavam que seria mais uma série de super heróis como as outras. Inicialmente parecia que a premissa era somente satirizar o gênero da forma mais violenta e absurda, porém depois de duas temporadas podemos perceber como o contexto político e social implícito na trama ficou muito mais evidente.
É fato que alguns dos personagens da história foram criados como paródia direta dos membros da Liga da Justiça (DC Comics), porém o enredo da série caminha por temas pesados da atualidade e faz duras críticas ao modelo altamente capitalista que se encontra inserido na sociedade contemporânea.
A adaptação de The Boys para o live-action
A história é construida a partir de um universo distópico onde a grande maioria dos heróis foi corrompida em troca de fama e riqueza. Neste contexto existe a equipe denominada “Os Sete”, um time de super-heróis soberanos pertencentes à poderosa corporação Vought International que comercializa e monetiza a sua imagem.
A série de TV foi desenvolvida por Eric Kripke para a plataforma Amazon Prime Video e segue os passos de uma equipe de justiceiros formada por pessoas normais que sofreram abusos por parte do regime opressor imposto pelos chamados “Super”.
A equipe é liderada por Billy Bruto (Karl Urban) que despreza todas as pessoas superpoderosas e principalmente o egoísta e instável Capitão Pátria. Tanto ódio é explicado pelo fato de o líder dos Sete ter abusado sexualmente de sua esposa.
Hughie Campbell (Jack Quaid) entretanto, é um rapaz comum até sua namorada ser morta pelo também membro do time da Vought conhecido como Trem Bala. Este fato faz com que ele crie um profundo sentimento de vingança e se una a equipe de Bruto.
As mudanças na segunda temporada de The Boys
O novo ano da série vem com uma proposta clara de ir mais fundo na história, pegando mais leve na loucura e aumentando o tempo de desenvolvimento dos personagens e suas respectivas jornadas.
A primeira temporada deu maior enfoque na relação entre Billy Bruto e Hughie, mas a segunda parte da mais espaço aos personagens da equipe como Kimiko vivida pela atriz Karen Fukuhara, Francês interpretado por Tomer Kapon e Leitinho vivido por Laz Alonso que ganham mais camadas no decorrer da trama.
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Outro exemplo de evolução é a personagem Luz-Estrela interpretada por Erin Moriarty que no começo era uma heroína jovem forçada a enfrentar a verdade sobre Os Sete, mas na segunda temporada esta muito mais madura e dona de suas ações.
Talvez a maior mudança esteja no odiável Capitão Pátria que é vivido brilhantemente pelo ator Anthony Starr. Além de precisar viver sem Madelyn Stillwell (Elisabeth Shue) ele se vê em uma situação onde não é o “maioral”.
A segunda temporada ainda conta com um time de novos atores de peso como é o caso de Giancarlo Esposito (Breaking Bad) e Jim Beaver (Supernatural), além de Aya Cash (Begin Again: Começar de Novo) que vive a heroína Tempesta.
Eric Kripke deixou bem claro em mais de uma ocasião que Tempesta seria uma personagem chave, capaz de dar a oportunidade da série responder à intolerância que se faz presente na atualidade.
Outra escolha acertada dos produtores foi a de lançar os episódios semanalmente. Este formato se integrou bem à narrativa da série, deixando ganchos que faziam com que The Boys dominasse os debates entre os fãs até o lançamento do capítulo seguinte.
A recepção do público e da crítica
A verdade que não quer calar é a de que The Boys “se provou” com a evolução do seu enredo afiado na segunda temporada e seu futuro se demonstra bem promissor, uma vez que a terceira temporada está encomendada e uma série spin-off já foi anunciada.
No Rotten Tomatoes, a segunda temporada obteve um índice de 97% de aprovação por parte dos críticos:
“The Boys sai balançando em uma excelente segunda temporada que se aprofunda em seus personagens complicados e aumenta a aposta da ação sem puxar nenhum de seus socos socialmente críticos.”
Embora a Amazon não divulgue os números específicos de visualização para seus programas a diretora do Amazon Studios Jennifer Salke declarou:
“Estamos empolgados com o fato de The Boys ter superado nossas previsões de exibição nas primeiras duas semanas e se tornado uma das series originais mais assistidas por nossos clientes do Amazon Prime Video.”
Material de origem das HQ’s
The Boys originalmente é uma série de HQ’s criada por Garth Ennis e Darick Robertson. Ennis escreveu todas as 72 edições publicadas no período de 2006 a 2012 e também uma minissérie em seis edições chamada Herogasm.
Robertson ilustrou as edições da série original e John McCrea ilustrou Herogasm. As primeiras edições da série foram publicadas pela DC Comics através de sua linha editorial WildStorm e o restante veio a ser publicado pela Dynamite Entertainment.
A história narra eventos ocorridos entre 2006 e 2008 em um universo onde os super-heróis em sua grande maioria tiveram seus valores corrompidos pela fama e celebridade que alcançaram se comportando de forma irresponsável e promíscua.
Por esse motivo a CIA designou um esquadrão de agentes que ficaram conhecidos como “The Boys”. Eles são responsáveis por monitorar as atividades da comunidade de pessoas super-poderosas.
A história se foca em Hugh “Wee Hughie” Campbell, que passou a odiar os “Super” após sua namorada ser morta durante um conflito entre heróis e vilões. Ele então é convidado por Billy Butcher para se juntar ao grupo.
As primeiras edições foram publicadas pela Wildstorm (um selo interno da DC Comics), mas depois de seis edições a editora decidiu cancelar a série por se incomodar com o conteúdo pesado das histórias que faziam críticas diretas e satirizavam os quadrinhos de super-heróis.
Em 2007 a Dynamite Entertainment anunciou que assumiria a série e em 2009 publicou o primeiro spin-off, a minissérie Herogasm ilustrada por John McCrea e Keith Burns. A história não envolvia o time, mas era uma sátira dos típicos crossovers de super-heróis.
Após a conclusão da série o criador Garth Ennis declarou ao Comic Book Resources que o termino do contrato com a Wildstorm lhe deu mais liberdade para escrever sem frustrações. A HQ The Boys foi indicada ao Eisner Awards na categoria “Melhor Série” em 2008 e ao Scream Awards na categoria “Best Comic Book or Graphic Novel” em 2010.
Por causa do grande sucesso da série do Amazon Prime, Garth Ennis anunciou o retorno das HQ’s que irão se chamar The Boys: Dear Becky. A história se passará 12 anos após os acontecimentos da série original.
Confira o trailer da segunda temporada de The Boys abaixo:
E você, o que acha da série The Boys? E qual sua expectativa para a terceira temporada da série?
Então não marque bobeira!!!
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