O universo que cerca o Homem-Aranha, conhecido também como Aranhaverso ou Spiderverse, é bem variado e envolve uma gama de versões alternativas do herói, com diferentes histórias de origem e gêneros, que são representantes de inúmeras realidades.
Os fãs mais assíduos já estão familiarizados com esse conceito, mas quem é mais casual e não acompanha as HQ’s do “Teioso”, ou mesmo quem só conhece os filmes do herói, pode não entender muito bem o motivo de existirem tantas facetas diferentes do personagem.
A grande verdade é que a Marvel dedicou muitos anos tentando expandir a marca Homem-Aranha além de Peter Parker, com diferentes homens, mulheres e até mesmo alguns animais interpretando o herói.
Todas essas variantes deram origem ao arco Aranhaverso das HQ’s, uma saga que se passou em 2014, durante as edições 9 a 15 da revista “The Amazing Spider-Man”, e em outros títulos que são voltados para suas versões alternativas, como Miles Morales do universo Ultimate e a Mulher-Aranha (Jessica Drew), por exemplo.
Esse evento foi responsável por resgatar e reunir, praticamente todas as versões do Homem-Aranha que já foram vistas na mídia, incluindo quadrinhos, séries televisivas, filmes e games.
[wpdiscuz-feedback id=”df6xkqzkgw” question=”O que vc acha de tantos Homens Aranha em uma mesma história?” opened=”0″]A ideia era prestar homenagem à criatividade de todos aqueles que já trabalharam com o “Cabeça de Teia” ao longo dos anos, até mesmo em suas versões mais bizarras, e ao mesmo tempo, uni-los em uma grande aventura.[/wpdiscuz-feedback]
O arco também nos apresentou à novos personagens, como a Teia de Seda ou Silk (Cindy Moon, que foi mordida pela mesma aranha que Peter Parker), a Spider-Gwen (uma versão de Gwen Stacy que foi mordida no lugar de Peter) e May Parker (filha de Peter e Mary Jane vinda em outra realidade).
O Aranhaverso nos quadrinhos da Marvel, foi idealizado pelo roteirista Dan Slott e pelo desenhista Olivier Coipel, acontecendo por aproximadamente 30 edições no total.
Com base em um conceito estabelecido pelo quadrinista J. Michael Straczynski, que trabalhou nas HQ’s do Homem-Aranha por mais de uma década, Slott explorou a ideia de que heróis e vilões que tem seus poderes representados por animais, possuem um Totem relacionado a este animal.
Essas pessoas carregam a essência destes seres vivos na natureza, através das várias realidades, sendo responsáveis por fazer a conexão e manter o equilíbrio entre os reinos humano e animal.
Dessa maneira, todos os universos alternativos teriam seu representante deste mesmo Totem, cada um com as características próprias do seu mundo de origem.
Ao fazer uma publicação em seu perfil no Twitter, Dan Slott declarou que a história também foi fortemente influenciada pelo jogo “Spider-Man Shattered Dimensios” lançado em 2010 com versões para Nintendo DS, PlayStation 3, Wii, Xbox 360 e PC.
Conhecido originalmente como “Spiderverse”, a história pode ser encontrada no Brasil em “O Espetacular Homem-Aranha #7 – #12” de 2016, e também nos encadernados “O Espetacular Homem-Aranha: Prelúdio para o AranhaVerso” e “O Espetacular Homem-Aranha: Aranhaverso”, ambos publicados em 2019.
Vale lembrar que todos os compilados foram publicados pela editora Panini, sendo possível ler apenas o arco separadamente. Contudo, a história fica muito mais interessante se toda a fase do autor for acompanhada.
Mesmo com alguns furos de roteiro e pequenos deslises, é uma história incrível para aqueles que se divertem com HQ’s de aventura e tramas complexas envolvendo viagens pelo multiverso.
Dan Slott é muito habilidoso ao criar e reaproveitar versões do Homem-Aranha, conseguindo equilibrar muito bem o tempo de cada uma delas.
O autor foi feliz ao abraçar o “absurdo” em uma trama colossal, onde até robôs gigantes, como o poderoso Leopardon de Takuya Yamashiro, tem o seu momento.
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Contudo, o Aranhaverso não é uma saga fácil de ser entendida, devido ao conhecimento prévio que o leitor precisa ter sobre as diferentes fases do herói nos quadrinhos.
Além disso, o arco se espalha por todas as revistas do Homem-Aranha da época, correndo por praticamente 30 edições ao todo.
A trama do Aranhaverso
A história do Aranhaverso nos quadrinhos, teve seu início a partir da controversa, mas popular história, na qual o Doutor Octopus conseguiu transferir sua mente para o corpo de Peter, após viajar para o ano de 2099.
Esta versão do herói ficou conhecida como Homem-Aranha Superior, que na verdade, é o personagem central deste, que se tornou um dos arcos mais importantes e representativos das HQ’s do personagem.
Contudo, seu retorno ao passado, pulando através das diferentes realidades pelo multiverso, o levou a um ponto no qual Parker conseguiu recuperar novamente o controle sobre seu corpo, e dessa forma, dois Peters da Terra-616 acabaram participando do evento.
Morlun é um velho conhecido do Homem-Aranha, que inclusive já foi derrotado mais de uma vez pelo herói, sendo apresentado pela primeira vez, na revista “O Espetacular Homem-Aranha: De Volta Ao Lar“, publicada em 2001.
O vilão é uma espécie de vampiro multiversal que se alimenta da força vital dos seres vivos. Entretanto, ele necessita de uma fonte genuína dessa energia para sobreviver, assim como a que os Totens possuem.
O mais puro elo de ligação existente entre humanos e animais é o Totem da Aranha, que por várias gerações, sempre possuiu uma personificação, sendo que atualmente no universo 616 da Marvel, é representada por Peter Parker.
Durante o Aranhaverso descobrimos que Morlun é na verdade, um dos integrantes de um clã conhecido como Os Herdeiros, uma família de seres caçadores, que também se alimentam da energia vital dos Totens, principalmente das aranhas.
Na história “Pecado Original“, publicada em 2014, que tem início com a morte do Vigia Uato, Peter Parker fica sabendo que a mesma aranha que o picou anos atrás, também picou Cindy Moon.
A garota foi mantida em um bunker pelos últimos treze anos por Ezekiel Sims, um Totem Aranha que já havia estudado os métodos de Morlun, e estava tentando protegê-la de também ser caçada pelo vilão.
Sem saber sobre os planos de Ezekiel, Peter decide ir ao encontro de Cindy e retira-la de seu aprisionamento, mas ao mesmo tempo, acaba despertando os sentidos de Morlun, fazendo com que ele descobra sua localização.
Percebendo que a jovem (mais tarde conhecida como Teia de Seda) foi libertada pelo Homem-Aranha, o vilão declara que “A Grande Caçada” iria começar, onde ele e sua família deveriam matar todos os Totens Aranhas existentes no Multiverso.
Toda essa empreitada dos vilões, está relacionada com uma antiga profecia que dizia que “derrotando O Outro, A Noiva (Cindy Moon) e O Descendente, nunca mais surgiriam Totens Aranhas” e dessa forma, os Herdeiros poderiam viver eternamente.
Em um passado distante, Morlun e sua família, composta pelos irmãos Bora, Verna, Brix, Daemos, Jennix e Karn, o Patriaca Solus e a Matriarca, participaram em uma batalha contra a divindade conhecida como Mestre Tecelão da Terra 001.
Esta entidade é responsável por tecer a teia do Multiverso, sendo uma espécie de guardião, que mantem as portas das diferentes realidades conectadas entre si, para que a vida possa fluir naturalmente entre elas.
O clã formado pelos vilões teve sucesso em escraviza-lo e utilizar seu poder para viajar entre as várias dimensões existentes, e dessa forma poder caçar e absorver cada um dos Totens Aranha.
Como os Herdeiros mataram vários Totens com poderes aracnídeos, o Homem-Aranha de Otto Octavius (ou Homem-Aranha Superior), que descobriu uma forma de saltar entre as realidades, decidiu reunir uma equipe formada por versões alternativas do “Cabeça de Teia” para lutar contra os poderosos irmãos.
O grande problema é que mesmo matando os Herdeiros, eles sempre ressurgem novamente, como se fossem imortais. Isso ocorre, pois todos possuem uma enorme quantidade de clones, produzidos na Terra 802, que recebem sua essência, toda vez que são mortos.
Enquanto a Grande Caçada ocorre, o Exército-Aranha formado pelo Homem-Aranha Superior e suas várias frentes de ataque, deverão encontrar uma maneira eficaz de derrotar Morlun, Karn, e o resto dos Herdeiros de uma vez por todas.
O Aranhaverso no cinema
Homem-Aranha no Aranhaverso- Bob Persichetti
A saga das HQ’s serviram como inspiração para o filme de 2018 chamado “Homem-Aranha no Aranhaverso”, que foi um grande sucesso de público e crítica, ganhando inclusive o Oscar de “Melhor Animação” em 2019.
O longa venceu também o Globo de Ouro de 2019 na categoria de “Melhor Filme de Animação” e foi indicado para a mesma categoria no Critics’ Choice Movie Awards.
O consenso crítico do site Rotten Tomatoes diz que:
” Spider-Man: Into the Spider-Verse combina narrativa ousada com animação impressionante para uma aventura puramente agradável com coração, humor e muita ação de super-herói”.
No Metacritic o filme obteve uma pontuação média de 87 pontos em 100, com base na análise de 50 críticos, resultado que indica uma “aclamação universal”. O filme arrecadou um total de US$ 375 milhões ao redor do mundo.
Na história, Miles Morales é transferido para um novo colégio, mas depois da aula costuma fugir para a casa de seu tio Aaron Davis.
Quando os dois vão a uma estação de metrô abandonada para fazer pichações nas paredes, o jovem é picado por uma aranha radioativa e ganha habilidades incríveis.
O longa faz a introdução do jovem Miles e mostra como foi sua transformação em Homem-Aranha. Junto a isso, um distúrbio no Multiverso acontece, graças aos planos de Wilson Fisk e várias versões do super-herói surgem de outras dimensões.
Homem-Aranha no Aranhaverso é dirigido por Bob Persichetti, Peter Ramsey e Rodney Rothman, com roteiro escrito por Phil Lord e Rothman.
O elenco é composto por Shameik Moore interpretando Miles Morales, além de Hailee Steinfeld, Mahershala Ali, Jake Johnson, Liev Schreiber, Brian Tyree Henry, Luna Lauren Velez, Lily Tomlin, Nicolas Cage, Kimiko Glenn e John Mulaney.
O Espetacular Homem-Aranha de Marc Webb
A segunda versão do Homem-Aranha nos cinemas dirigida por Marc Webb, foi lançada em 2012 e contou com a interpretação de c na pele do astuto Peter Parker.
O longa dirigido por Marc Webb, com roteiro assinado por James Vanderbilt, Alvin Sargent e Steve Kloves é um um reboot da série cinematográfica, sendo completamente independente da trilogia anterior comandada por Sam Raimi.
Além de Adrew Garfild no papel principal, o elenco ainda conta com Emma Stone como Gwen Stacy, Rhys Ifans como Dr. Curt Connors, Martin Sheen como Ben Parker e Sally Field como May Parker.
Apesar dos dois filmes dirigidos por Webb não terem sido muito bem recebidos pelos fãs na época, a crítica não considerou o longa como um total fracasso. Boyd Van Hoeija da revista “Variety” fez a seguinte declaração:
“Adrew Garfild interpreta um herói que atrai atenção porque seus problemas envolvem pessoas reais em vidas reais”.
A sequência “Espetacular Homem-Aranha 2: A Ameaça de Electro“, trazia Jamie Foxx interpretando Max Dillon, o vilão que dá nome ao filme.
A aclamada trilogia de Sam Raimi
Se os filmes de Marc Webb não tiveram uma boa aceitação por parte dos fãs, a versão apresentada pelo diretor Sam Raimi para o Homem Aranha por outro lado, é super aclamada por público e crítica e com certeza fez com que a popularidade do herói fosse muito além dos amantes de histórias quadrinhos.
O primeiro longa chegou aos cinemas em 2002 e foi a maior bilheteria do ano nos Estados Unidos, faturando cerca de US$ 822 milhões ao redor do mundo. No Brasil o longa foi visto por 8,5 milhões de espectadores, maior desempenho desde Titanic de 1997, rendendo duas sequências.
Os filmes dirigidos por Sam Raimi traziam Tobey Maguire como o protagonista Peter Parker, Kirsten Dunst como Mary Jane Watson e Alfred Molina como o vilão Dr. Otto Octavius.
Homem Aranha: De Volta ao Lar – Jon Watts
Homem Aranha: De Volta ao Lar é o segundo reboot da franquia Homem-Aranha no cinema, lançado em 2017. É o primeiro filme do herói a integrar o Universo Cinematográfico da Marvel, e dessa vez é interpretado pelo jovem Tom Holland.
A nova versão faz parte de um acordo entre o Marvel Studios e a Sony Pictures para compartilhar os direitos do personagem, que até então só havia feito uma participação no filme “Capitão América: Guerra Civil” de 2016.
Após regressar de sua luta contra o “Time Capitão América” na Alemanha, Peter precisará conciliar sua vida no colégio com as aventuras do “Amigão da Vizinhança”. Ele só não contava com a ameaça de um novo vilão, capaz de voar com seu super-traje.
O filme é dirigido por Jon Watts, com roteiro escrito por Jonathan Goldstein e John Francis Daley, Watts e Christopher Ford, e Chris McKenna e Erik Sommers.
Além da participação de Tom Holland, o elenco ainda conta com Michael Keaton, Jon Favreau, Zendaya, Donald Glover, Jacob Batalon, Laura Harrier, Tony Revolori, Bokeem Woodbine, Tyne Daly, Marisa Tomei e Robert Downey Jr.
O longa foi muito bem recebido por crítica e público, chegando à 92% de aprovação no Rotten Tomatoes e garantindo uma sequência intitulada Homem-Aranha: Longe de Casa.
Peter Parker agora é recrutado por Nick Fury (Samuel L. Jackson) e Quentin Beck (Jake Gyllenhaal), o clássico vilão Mystério, para enfrentar ameaças de outra dimensão.
Tudo isso, enquanto o garoto está em uma viagem escolar para conhecer a Europa e precisa esconder sua identidade dos colegas, além de estar tentando conquistar o coração de Michelle Jones.
E aí aficionado, o que achou de todas essas informações e curiosidades sobre o Aranhaverso de Dan Slott. Deixe sua opinião nos comentários e continue acompanhando as análises e notícias da equipe Proddigital POP!!!
