Em Maze Runner: Prova de Fogo (2015), a trama se inicia com um flashback em que a mãe de Thomas o entrega à cientista Ava Paige e à organização WCKD. Essa organização coloca Thomas e outras crianças em um labirinto como parte de experimentos para analisar a imunidade ao vírus Flare, uma epidemia que transforma pessoas em seres insanos conhecidos como Cranks.
Depois de fugirem do labirinto, Thomas e os Clareanos são conduzidos a uma instalação comandada pelo Sr. Janson, que garante proporcionar um abrigo seguro. Contudo, Thomas suspeita e, com o auxílio de Aris, descobre que Ava Paige está viva e segue realizando experimentos com jovens imunes. Ao se darem conta de que são cobaias, o grupo foge para o mundo arruinado conhecido como Scorch.
Ao longo da fuga, eles enfrentam tempestades, enxames de Cranks e a morte de Winston, que tira a própria vida após ser infectado. Eles se deparam com Brenda e Jorge, líderes de um grupo de sobreviventes, que se juntam aos Clareanos na busca pelo grupo rebelde Braço Direito, adversário da WCKD. Durante a jornada, Brenda é mordida e contaminada, porém o grupo consegue alcançar um acampamento rebelde nas montanhas.
Nesse local, Mary Cooper, uma ex-cientista da WCKD, revela que Thomas foi informante dos rebeldes e tenta resgatar Brenda usando uma enzima extraída de indivíduos imunes. No entanto, Teresa, permanecendo leal à WCKD, trai o grupo ao revelar a localização da base, o que provoca um ataque devastador. Mary é assassinada, e vários imunes, entre eles Minho, são aprisionados.
Com o auxílio de Jorge e Brenda, Thomas consegue escapar e promete salvar seus amigos e eliminar a WCKD de uma vez por todas. O filme termina com Thomas decidido a confrontar Ava Paige e Janson, marcando o começo da rebelião final contra a organização.
Direção de Maze Runner: Prova de Fogo
Enquanto no primeiro filme somos envolvidos por uma atmosfera carregada de suspense e mistério, em Maze Runner: Prova de Fogo o diretor Wes Ball apostou bem mais na ação e no terror. Wes Ball e T.S. Nowlin mantêm o ritmo de Prova de Fogo evitando repetir a investigação do primeiro filme. Ao priorizar ação contínua e fugas perigosas, transformam o suspense em experiência visceral, expandindo o universo e aprofundando a tensão sem sobrecarregar o enredo com mistérios adicionais.
Houve algumas mudanças que influenciaram no cenário do filme. Por exemplo, a mudança do diretor de fotografia foi Gyula Pados, substituindo o trabalho de Eduard Grau no primeiro filme. Pados apresentou uma perspectiva mais dinâmica e abrangente, empregando locais reais e cenários abertos para evocar uma sensação de imensidão e desolação, típica do contexto pós-apocalíptico da trama.
O passado de alguns personagens importantes foi deixado de lado, como por exemplo o de Newt. Nesse segundo filme ele é infectado e morre, no livro esse momento revela um pouco do passado de Newt e como algumas crianças não imunes foram colocadas no grupo de controle para ajudar ainda mais na coleta de dados.
Maze Runner: Prova de Fogo solidifica a franquia com uma perspectiva mais séria e profunda, ampliando o universo e focando na sobrevivência em um ambiente hostil, mantendo o impacto emocional dos personagens.
Diferenças entre o livro e o filme
Assim como no primeiro filme, “Maze Runner: Prova de Fogo” apresenta algumas diferenças com relação à obra original. O livro apresenta várias provas e armadilhas criadas pela C.R.U.E.L., com enigmas, ilusões e fenômenos climáticos artificiais. O filme elimina quase todas essas provas, trocando-as por perseguições e combates, tornando a narrativa mais contínua e física. Algumas das outras principais diferenças que o filme apresenta são:
Os Cranks:
- Nos livros: o Fulgor é uma doença que causa insanidade e deformações graduais, os Cranks são humanos ainda parcialmente conscientes.
- No filme: eles são retratados como criaturas zumbificadas e violentas, muito mais próximas de monstros de terror, para intensificar o impacto visual e a ação.
Judas:
- No livro, Teresa traz Thomas como parte de um teste psicológico imposto pela C.R.U.E.L.
- No filme: a traição é motivada por convicção moral, ela acredita que a C.R.U.E.L. está certa em buscar a cura. Isso torna sua escolha mais ideológica que manipulada.
Ausência de elementos científicos:
- O livro: Há diversos detalhes técnicos sobre os experimentos da C.R.U.E.L., os sensores cerebrais e a lógica por trás das provas.
- O filme: Todos esses conceitos são simplificados, focando na experiência e não na explicação, deixando o público descobrir o essencial por meio da ação.
Essas foram algumas das diferenças entre o filme e o livro, que apesar de tudo não apaga a essência da obra original. Ao priorizar o ritmo e a intensidade das cenas, o filme constrói uma experiência própria, voltada à ação e ao suspense, ainda que perca parte da complexidade psicológica e simbólica que marca o livro.
Orçamento e bilheteria de Maze Runner: Prova de Fogo
Embora tenha apresentado um desempenho comercial robusto, Maze Runner: Prova de Fogo conseguiu ultrapassar a bilheteria do filme inaugural da franquia, reafirmando o êxito da série entre os jovens. O filme arrecadou aproximadamente US$ 312 milhões em bilheteria mundial, evidenciando a popularidade do título, mesmo frente a concorrentes de peso nas salas de cinema durante aquele período. Seu orçamento, estimado em US$ 61 milhões, foi cerca do dobro do custo de produção do filme anterior.
Em termos de custo-benefício, a Prova de Fogo manteve a boa rentabilidade da franquia. Por outro lado, o lucro líquido foi bem menor por conta do aumento no orçamento e dos gastos com efeitos visuais e locações reais. Ainda assim, consolidou a franquia como uma das adaptações literárias mais lucrativas da década, superando títulos como “Insurgente”. Naquele mês, alguns filmes como “Everest”, “Hotel Transylvania 2” e “Black Mass”. Assim, podemos notar que o lançamento de “Maze Runner: Prova de Fogo” foi lançado em uma data estratégica, não tendo muitos concorrentes do mesmo gênero.
Crítica
De toda a trilogia, “Maze runner: Prova de Fogo” foi o filme com menos profundidade na trama. O filme alcançou 6.8/10 estrelas no IMDB em uma escala de 299 mil votos. Essa adaptação dividiu ainda mais a opinião das críticas. Por exemplo, muitos textos apontam que o roteiro é fraco e episódico, com lacunas lógicas e um enredo que aparenta apenas “fugir” de um perigo a outro, sem senso de direção claro. Por outro lado, a obra caiu nas graças do grande público, como já destacado a sua avaliação no IMDB. Mais um reflexo da opinião popular pode ser conferida no Rotten Tomatoes, onde essa obra alcançou 54% de aprovação em uma escala de 50 mil votos.
Há reclamações sobre o desenvolvimento superficial dos personagens: muitos críticos apontam que não há tempo suficiente para que o público se importe com eles ou compreenda suas motivações. Um exemplo claro disso é, Aris o esquisitão que guia e revela, Thomas, sobre a verdadeira natureza Janson (Antagonista).
Trilha sonora de Maze Runner: Prova de Fogo
A trilha sonora de Maze Runner: Prova de Fogo (2015) foi composta por John Paesano, o mesmo compositor do primeiro filme da franquia. Além disso, o músico já compôs músicas para filmes como O Segredo que Guardamos e Tesla.
Enquanto no primeiro filme predominam tons sombrios e claustrofóbicos, refletindo o confinamento do labirinto, em Prova de Fogo ele apostou em texturas eletrônicas e orquestrais amplas, criando uma sonoridade mais desértica, desesperadora e expansiva, que acompanha o grupo ao explorar o mundo devastado fora do labirinto.
A faixa principal de Maze Runner: Prova de Fogo, de John Paesano, combina cordas sombrias e sintetizadores tensos com percussões eletrônicas, refletindo perigo e urgência. Motivos melódicos evocam heroísmo e resiliência, enquanto crescendos controlados acompanham ação, criando uma paisagem sonora intensa que eleva a experiência emocional e narrativa do filme.
Conclusão
Embora “Maze Runner: Prova de Fogo” apresente algumas limitações narrativas e um enredo menos coeso que o primeiro filme, ele se destaca por ampliar o escopo da franquia e explorar com intensidade o caos do mundo exterior. A direção de Wes Ball equilibra bem ação e suspense, criando momentos de tensão autêntica e visualmente impactantes. A trilha sonora e a cinematografia reforçam a sensação de urgência e desolação, tornando esta sequência uma ponte fundamental para o desfecho épico da trilogia, mantendo viva a força emocional e o espírito de resistência dos personagens. Até a próxima!










