Invocação do Mal 3: A Ordem do Demônio
Imagem: Invocação do Mal 3: A Ordem do Demônio/ Reprodução

Vários fatores podem ser apontados como responsáveis pelo grande sucesso de Invocação do Mal. A excelente química entre Patrick Wilson e Vera Farmiga, as histórias baseadas em fatos reais, ou mesmo os roteiros muito bem adaptados e os monstros cada vez mais apavorantes.

Dessa vez o diretor Michael Chaves (“A Maldição da Chorona“- 2019), é o responsável pelo novo episódio de uma das franquias mais aclamadas no cinema de horror nos últimos anos, substituindo James Wan que dirigiu “Invocação do Mal” de 2013 e “Invocação do Mal 2” de 2016.

A brilhante assinatura de Wan, tornou-se uma das marcas registradas nos filmes da série, e aqui, sentimos a falta do seu olhar dinâmico em alguns momentos. Contudo, na maior parte do tempo, Chaves conseguiu cumprir seu papel, mantendo o tom sombrio da trama.

O diretor demonstra toda sua capacidade em criar uma atmosfera aterrorizante, com alguns toques de romance gótico. O resultado é um belo filme, que demonstra todo seu amor pelo gênero, e seus clássicos, através de referências visuais e influências até mesmo ao que já tinha sido feito por James Wan.

Continue depois da publicidade

Há quem diga que Patrick Wilson e Vera Farmiga carregam o longa nas costas, e não podemos negar que a dupla realmente se mostra cada vez mais entrosada, mas também precisamos dizer que a maioria dos coadjuvantes tem bons momentos.

Invocacao do Mal 3: A Ordem do Demônio
Imagem: Invocacao do Mal 3: A Ordem do Demônio/ Reprodução

Além de Wilson e Farmiga, o elenco ainda conta com os atores Sterling Jerins como Judy Warren, Ruairi O’Connor como Arne Cheyenne Johnson, Sarah Catherine Hook como Debbie Glatzel, Charlene Amoia como Judy Glatzel, Julian Hilliard como David Glatzel, John Noble como Kastner, Ronnie Gene Blevins como Alan Bono, Shannon Kook como Drew Thomas, Eugenie Bondurant como Isla Kastner e Ronnie Gene Blevins como Bruno Sauls.

Com roteiro escrito por David Leslie e Johnson-McGoldrick, o longa foi produzido por Peter Safran em parceria com James Wan, e distribuído pela Warner Bros. Pictures.

Invocação do Mal 3: A Ordem do Demônio foi lançado nos cinemas americanos em 4 de junho de 2021, e simultaneamente no serviço de streaming HBO Max por lá. No Brasil o filme estreou em 3 de junho de 2021.

Continue depois da publicidade

O enredo de Invocação do Mal 3: A Ordem do Demônio

O casal de investigadores paranormais Ed e Lorraine Warren, terá de enfrentar novamente, uma história de horror inspirada em um dos casos reais que mais repercutiram na mídia.

Se trata do julgamento de Arne Cheynne Johnson, o primeiro réu dos Estados Unidos a se defender de uma acusação de homicídio, sob a alegação de estar possuído por um demônio.

Para lidar com um caso extremamente delicado, a fórmula de casa assombrada dos outros filmes foi deixada de lado, dando espaço à uma investigação policial com intuito de reunir evidências para justificar o ato cometido pelo jovem rapaz de 19 anos.

A história começa com um intenso ritual, onde Ed e Lorraine tentam ajudar o pequeno David Glatzel, que está sendo atormentado por uma entidade maligna. Contudo, ao tentar ajudar seu irmão durante o exorcismo, Arne acaba se tornando o novo hospedeiro para o demônio.

Continue depois da publicidade

As coisas se acalmam durante um tempo, mas tudo volta a ficar extremamente complicado, quando Arne Cheyenne Johnson se declara culpado por ter matado o proprietário do local onde morava com sua namorada na cidade de Brookfield, Connecticut, em 1981.

Arne Cheyenne Johnson
Imagem: Arne Cheyenne Johnson/ Reprodução

A partir daí, Ed e Lorraine precisarão se unir às autoridades locais para encontrar elementos concretos que provem a inocência de Arne. Além disso, eles terão que seguir as pistas para descobrir quem está por trás dos trabalhos realizados na casa onde o pequeno David foi possuído.

Até aqui, a franquia sempre lidou somente com ameaças sobrenaturais e espíritos malditos, porém Invocação do Mal 3: A Ordem do Demônio traz uma proposta diferente, introduzindo dessa vez um antagonista humano.

As motivações de Isla, a ocultista interpretada por Eugenie Bondurant, são misteriosas no início, mas uma reviravolta termina por explicar como sua devoção se conecta ao culto sinistro no filme “Annabelle” de 2014, conhecido como Os Discípulos do Carneiro.

Continue depois da publicidade

O longa nos revela que ela é filha adotiva do Padre Kastner, que foi fundamental para levar os satanistas à justiça. Além disso, ele tem sua própria sala de artefatos, muito parecida com a dos Warren, repleta de livros sobre ocultismo e itens de sua pesquisa.

Ele diz aos Warren que enquanto o culto estava em julgamento, a esposa do promotor principal deu à luz um bebê cujo coração havia crescido do lado de fora do corpo e isso fez com que a mulher se suicidasse.

Descobrimos então, que o Padre Kastner criou uma filha em segredo e enquanto tentava acabar com o culto, não percebia que ela vinha se tornando cada vez mais obcecada por sua pesquisa.

Isla Kastner
Imagem: Isla Kastner/ Reprodução

O fascínio da menina pelo trabalho do pai, foi o que a atraiu para as artes das trevas e a conhecer as atividades dos Discípulos do Carneiro, que por sinal, tiveram já tiveram um papel importante na franquia.

Continue depois da publicidade

Ela acabou se distanciando do pai e mergulhando em seu interesse pelas artes das trevas. Não sabemos se Isla é membro dos Discípulos do Carneiro, mas suas atitudes malignas estão diretamente ligadas ao culto.

É bem provável que a seita satânica ganhe mais espaço no futuro da franquia Invocação do Mal, com o culto ressurgindo e seus adoradores espalhando o terror, enquanto Ed e Lorraine investigam os casos de possessão demoníaca.

Os Discípulos do Carneiro

Os Discípulos do Carneiro se tratam de um culto satânico que, segundo Padre Kastner, é dedicado exclusivamente a causar o caos e o desespero, através de blasfêmia e dor.

Eles estão ligados ao homicídio da família Higgins no filme “Annabelle” de 2014, onde o Sr. Higgins (Brian Howe) e a Sra. Higgins (Kerry O’Malley) foram brutalmente assassinados por sua filha Annabelle e seu amante.

Continue depois da publicidade
Invocacao do Mal 3: A Ordem do Demônio
Imagem: Anabelle Higgins/ Reprodução

“Annabelle 2: A Criação do Mal” de 2017 é uma prequela desses eventos, que nos mostrou Annabelle Higgins como sendo a identidade assumida por Janice (Talitha Eliana Bateman), uma órfã que foi possuída pela entidade que se encontrava na boneca Annabelle.

A garota é adotada pela família Higgins, mas quando cresce, perde contato com seus pais adotivos, se juntando aos Discípulos do Carneiro enquanto ainda estava possuída pelo demônio.

Mia Form (Annabelle Wallis) descobre que “Janice” e seu namorado eram membros do culto na época dos assassinatos dos Higgins. Eles trabalhavam para invocar espíritos inumanos, que necessitam de uma alma para permanecer em nosso plano.

Essas entidades têm como alvo principal, os fracos e indefesos, como crianças e bebês, um ponto importante que nos leva diretamente aos eventos de “Invocação do Mal 3: A ordem do Demônio”.

Continue depois da publicidade

A nova proposta de Invocação do Mal 3: A Ordem do Demônio

Invocação do Mal foi um dos raros casos em que James Wan assinou o original e voltou para uma sequência. Depois de cinco anos lançando derivados repetitivos, “Invocação do Mal 3: A Ordem do Demônio” é como um tipo de respiro para a franquia.

Podemos dizer que “Annabelle 3: De Volta para Casa” de 2019, conseguiu utilizar ao máximo, a fórmula criada pelo cineasta. Dessa forma é aceitável que Michael Chaves tenha optado por seguir outro caminho.

O resultado é um filme que busca constantemente se distanciar dos anteriores sem perder a identidade. Porém, é inevitável que a produção abra mão de alguns elementos neste processo.

Ao iniciar o longa com uma cena pesada de exorcismo, que antes era reservada para os momentos finais da obra, o diretor demonstra claramente que deseja encontrar sua própria linguagem.

Continue depois da publicidade

O foco em Ed e Lorraine Warren é praticamente o único elo que mantém a trama anexada ao universo construído por Invocação do Mal. Contudo, o filme abraça o tom de um “Thriller”, algo em que a relação entre os protagonistas sempre demonstrou se encaixar.

Invocação do Mal 3: A Ordem do Demônio
Imagem: Invocação do Mal 3: A Ordem do Demônio/ Reprodução

Além disso, apesar de manter muito da estética e as belas cenas que são a marca registrada de Invocação do Mal, o longa abre mão de muitos dos sustos para focar em uma linha muito mais investigativa.

Os chamados “Jumpscares” são artifícios muito importantes para os amantes de terror, mas aqui, a escolha foi por focar na jornada de Ed e Lorraine. Existem sim, alguns momentos bem aterrorizantes, porém neste aspecto, o longa não chega nem perto de seus antecessores.

O caso que inspirou o filme

Em 1981, um jovem morador da cidade de Brookfield, no estado de Connecticut, chamado Arne Cheyenne Johnson, foi declarado culpado de ter matado Alan Bono, o proprietário do local onde morava com Debbie Glatzel.

Continue depois da publicidade

No dia do acontecido, Arne estava em casa junto Debbie, acompanhados por Wanda e Mary Glatzel (irmã e prima de Debbie). Bono, que era amigo próximo do casal, trouxe comida e passou a tarde com eles, bebendo muito.

Invocacao do Mal 3: A Ordem do Demônio
Imagem: Arne Cheyenne Johnson/ Reprodução

Ele administrava um canil na casa onde Arne e Debbie moravam, e todos eles foram até o local para conversar. Porém, o comportamento de Alan se tornava cada vez mais insano e descontrolado.

Quando Debbie retirou sua irmã do local, ele tentou agarrar Mary Glatzel, o que gerou uma discussão entre todos. Foi nesse momento que Arne Johnson pegou seu canivete de bolso e assassinou Alan Bono, com cinco golpes.

Esse foi o primeiro assassinato da história da cidade e no dia do homicídio, Arne se declarou culpado, sendo levado ao Centro Correcional de Bridgeport. Porém, no dia seguinte, após uma visita de Ed e Lorraine Warren, ele declarou inocência

Continue depois da publicidade

A participação do casal no caso veio de antes mesmo do assassinato, pois o irmão mais jovem de Debbie, David Glatzel, supostamente teria sido possuído por um demônio ao se mudar para uma nova casa localizada em Brookfield.

Como último recurso, os pais de David contataram os Warren, que realizaram múltiplas sessões de exorcismo no garoto. Em uma dessas sessões, Arne estava presente, e seria ali que o demônio de David teria se alojado em seu corpo.

A história é cheia de controvérsias, já que o irmão de David e Debbie, Carl Glatzel veio a público em 2017, relatar que toda a história havia sido fabricada por Ed e Lorraine, que desejavam apenas ganhar status com a tragédia.

Carl afirma que o seu irmão mais novo, sofria com alucinações e distúrbios psicológicos severos desde que era criança, e que o casal se aproveitou de seus ataques para forjar falsos rituais.

Continue depois da publicidade

No entanto, no dia seguinte à prisão de Arne Cheyenne Johnson, Lorraine Warren contatou toda a mídia e a polícia, para declarar que ele havia cometido um crime por estar sob a influência de um demônio.

Ela e seu marido foram as principais testemunhas da defesa, no caso que ficou conhecido como “Julgamento do Assassinato Demoníaco“, ou The Devil Made Me Do It “O Diabo me Mandou”, nome este, que acabou sendo usado no título do filme.

Invocacao do Mal 3: A Ordem do Demônio
Imagem: Ed e Lorraine Warren/ Arquivo pessoal

Nos meses seguintes, o caso ganhou uma grande repercussão nos veículos de comunicação norte-americanos, muito por conta do envolvimento de Ed e Lorraine Warren, que na época já eram bastante conhecidos.

O julgamento começou no dia 28 de outubro de 1981 e Arne se declarou culpado com a justificativa de possessão demoníaca, o que indiretamente funcionaria como uma declaração de inocência.

Continue depois da publicidade

Contudo, o juiz responsável pelo caso negou a declaração, alegando que não havia provas concretas e reais que pudessem atestar a veracidade das afirmações.

Assim, a defesa mudou de argumento e decidiu atestar legítima defesa e os jurados passaram três dias deliberando com base nas provas e argumentos, chegando à conclusão de que Arne era culpado.

Em 24 de novembro de 1981, Arne Cheyenne Johnson foi sentenciado com uma pena de dez a vinte anos de prisão por homicídio culposo. Entretanto, ele só cumpriu cinco anos em regime fechado e foi solto por bom comportamento.

Continue depois da publicidade

E aí cinéfilos, depois de todas essas curiosidades sobre Invocação do Mal 3: A Ordem do Demônio, bateu aquela vontade de conferir se é bom de verdade, não é mesmo?

Então não marque bobeira!!!

Fique por dentro das novas produções de Hollywood na página Proddigital POP e também siga nossas redes sociais Instagram, Twitter, Facebook e Pinterest para não perder nenhuma novidade no universo da cultura POP!!

 

Leia também:

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui