Análise | As Crônicas de Nárnia: O Leão, a Feiticeira, e o Guarda-Roupa

As Crônicas de Nárnia: O Leão, a Feitiçeira, e o Guarda-Roupa
As Crônicas de Nárnia: O Leão, a Feitiçeira, e o Guarda-Roupa/Teaser - Imagem: Walt Disney Pictures

“As Crônicas de Narnia: O Leão, a Feiticeira, e o Guarda-Roupa” se passa durante a Segunda Guerra Mundial, quatro irmãos, Pedro, Susana, Edmundo e Lúcia, são enviados para o interior da Inglaterra para escapar dos bombardeios em Londres. Lá, hospedados na casa de um misterioso professor, Lúcia descobre um guarda-roupa que serve de portal para um mundo mágico: Nárnia.

Nárnia é uma terra encantada dominada pelo inverno eterno da cruel Feiticeira Branca, que se autoproclama rainha. Ela mantém o povo sob opressão com promessas e medo, e transforma os que se opõem em pedra. Quando todos os irmãos cruzam o guarda-roupa, eles se veem envolvidos em uma antiga profecia: quatro humanos libertarão Nárnia e restaurarão seu equilíbrio.

A história ganha força com a chegada de Aslan, o leão majestoso e verdadeiro rei de Nárnia, que simboliza nobreza, esperança e sacrifício. Em um ato de redenção, Aslan se entrega à Feiticeira em troca da vida de Edmundo, que havia traído os irmãos por ambição. A cena de sua morte é emblemática, carregada de simbolismo cristão, mas seu retorno triunfante reverte o curso da guerra.

O filme, além de uma fantasia envolvente, é uma jornada emocional sobre coragem, perdão, amadurecimento e fé. Cada irmão enfrenta seus próprios desafios e descobre forças interiores que os transformam de crianças comuns em herois lendários. Visualmente deslumbrante, com batalhas épicas e paisagens encantadas, o longa combina mitologia, simbolismo cristão e aventura com uma sensibilidade rara.

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Em Que Foi Baseado As Crônicas de Nárnia: O Leão, a Feiticeira, e o Guarda-Roupa

“As Crônicas de Nárnia: O Leão, a Feiticeira, e o Guarda-Roupa” foi escrita por C.S Lewis, um professor conceituado do século II. Ele lecionou em academias renomadas como, Oxford. Seu estilo se caracteriza como uma mistura de símbolos e significados baseados principalmente na mitologia, literatura cristã, fantasia, e literatura clássica. Esses são os gêneros, que em geral, resumem a identidade literária do C.W Lewis. Sua maestria em construir histórias complexas e lúdicas são uma prova de sua criatividade literária.

Diferentemente de adaptações homônimas comuns, As Crônicas de Nárnia foram baseadas não nos eventos do primeiro filme, mas sim, a partir do segundo livro escrito por C.S Lewis. 

Caso esteja se perguntando a razão disso, a resposta é simples: Porque a ordem de lançamento dos livros é diferente da ordem cronológica da trama.

Em resumo, os eventos do livro “O Sobrinho e o Mago” aconteceram antes dos eventos “O Leão, a Feiticeira, e o Guarda-Roupa”, mas só foram publicados em 1955. Em “O Sobrinho e o Mago”, conta a criação de Nárnia e como o guarda-roupa foi parar na casa do professor.

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As Crônicas de Nárnia Tem Alguma Relação Com Harry Potter?

Como uma obra verdadeiramente apaixonante, “As Crônicas de Nárnia” é acompanhada por vários fãs com imaginações demasiadamente afloradas. Algumas das teorias mais populares que permeiam o filme é que as escolas do universo de Harry Potter foram inspiradas nos Brasões de cada rede desse filme.

As divisões de classes Grifinória, Sonserina, Corvinal, e Lufa-Lufa muito se assemelham às divisões emblemáticas dos reinos de Nárnia. Como resultado, muitos fãs gostam de compará-los às casas de Hogwarts por causa dos traços de personalidade dos personagens e das terras que governam. 

No entanto, Rowling já mencionou C.S. Lewis como influências na sua infância. Mas não há nenhum elemento canônico, ou mesmo menção da autora J.K. Rowling ter se inspirado em algum elemento de “As Crônicas de Narnia”.

Curiosidades por trás de “As Crônicas de Nárnia: O Leão, a Feiticeira, e o Guarda-Roupa”

“As Crônicas de Nárnia” é, indubitavelmente, enigmática em sua essência. Porém, os mistérios dessas obras vão muito além da trama. mistério que permeia essa obra não se restringe apenas a trama. Dessa maneira algumas curiosidades que descobri sobre o filme são:

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Professor Digory: “O Mago e o Sobrinho” é uma prequela lançada no ano de 1955. A obra explica a criação de Nárnia e a origem de elementos importantes dos livros seguintes. Digory Kirke protagoniza toda a trama, o que poucas pessoas sabem é que Digory é o senhor que acolhe Pedro, Edmundo, Lúcia, e Suzana. 

Lobos: Em algumas cenas do filme podemos ver que alternavam os lobos de CGI com, aparentemente, Lobos reais, talvez uma tentativa um pouco forçada e nada efetiva de realçar o realismo do filme. Os produtores tentaram fazer essa mesma estratégia com as renas do Papai Noel, contudo, o governo local não aceitou a ideia

2 gênios na mesma geração: C.S Lewis, o criador de “As Crônicas de Narnia: O Leão, a Feiticeira, e o Guarda-Roupa” é amigo de J.R.R Tolkien, o criador da icônicos trilogia de “Senhor dos Aneis”.

O Leão: Aslan esteve presente em todas as obras escritas por Lewis. Porém, em “O Leão, a Feiticeira, e o Guarda-Roupa” ele foi introduzido posteriormente pelo escritor.

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Adaptação anterior: Antes de “O Leão, a Feiticeira, e o Guarda-Roupa” ser adaptado no longa-metragem de 2005, houve outras tentativas de dar vida a obras em audiovisual. Um exemplo disso é a minissérie da BBC lançada 1988, que apesar de ser simples mostra reverência a obras originais.

Essas foram algumas trivias sobre o “As Crônicas de Nárnia: O Leão, a Feiticeira, e o Guarda-Roupa”. O filme gerou diversos detalhes interessantes que, de fato, agradam os entusiastas desse universo.

Diferenças Entre o Filme e o Livros

O livro tem uma abordagem bem mais leve com relação a guerra. Notoriamente, o filme acrescenta diversas coisas mais interessantes que melhora bastante a trama, se compararmos ao livro. Por exemplo, no segundo ato os 4 irmãos são perseguidos por Lobos, e se arriscam para atravessar a cachoeira congelada a fim de despistá-los. Nos livros, essa cena simplesmente não existe. Algumas das outra diferenças entre o livros e o filme são:

Motivações de Edmundo: 

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  • No livro, tudo é mais simples, o garoto é motivado somente pelos manjares que a Feiticeira oferece 
  • No filme, Edmundo guarda mágoas de seus irmãos e não lida bem com o afastamento de sua mãe e pai.

Bombardeios: 

  • No livro os bombardeios da guerra são só sugeridos
  • No filme, uma cena mais detalhada mostra como acontecem os ataques, e como a família Pevensie se protegia das bombas

Narração:

  • No livro, o narrador em terceira pessoa, faz comentários e dá opiniões. No filme não há narrador.

Enquanto o livro preserva o encanto de uma fábula clássica com lições morais diretas e um narrador quase paternal, o filme aposta em dinamismo e profundidade dramática, criando uma Nárnia mais realista e instigante, sem, no entanto, perder a essência mágica da obra original de C.S. Lewis.

As Melhores Cenas do Filme

“As Crônicas de Nárnia: O Leão, a Feiticeira, e o Guarda-Roupa” passa pelo filtro do tempo, mostrando uma obra prima tanto em estética, quanto narrativa. Particularmente falando, essa performance do filme se deve a fidelidade do diretor Andrew Adamson teve para com a obra original. Sua visão criativa projetou bem um mundo lúdico e fantasioso sem parecer artificial e forçada. Todo esse empenho tornou esse filme, umas das melhores adaptações do cinema. Um prova disso são as sua cenas memoráveis, como por exemplo:

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Santa Claus: Após escaparem dos lobos, o irmãos Pevensie caminha vagarosamente. Quando estão prestes a entrar em uma floresta, percebem que um trenó puxado por várias renas os perseguem. Inesperadamente, um velhinho barbudo, com roupas vermelhas, e um saco cheio de presentes, desce. Ele dá a cada irmã um item de batalha e segue seu caminho.

Guerra entre céu e inferno: No último ato, vemos Nárnia se dividindo em 2, Aslan e a Feiticeira. Essa é uma das melhores sequências de batalha já feitas no cinema. A cena se destaca pela amplitude do cenário em um enquadramento tão amplo que dava para ter uma real noção do tamanho dos exércitos. E os personagens feitos em CGI ficaram interagindo excepcionalmente bem com o ambiente, tornando tudo ainda mais realista.

A qualidade de CGI desse longa-metragem se destaca pelo realismo caprichoso. Por exemplo, a própria figura de Aslan feita na época ficou meticulosamente bem detalhada, se mostrando tão boa quanto obras mais atuais como o Live action de “Rei Leão”. Além disso, o filme consegue nos envolver ainda mais por sua música que mistura um estilo espiritual e épico.

Trilha Sonora do filme As Crônicas de Nárnia: O Leão, a Feiticeira, e o Guarda-Roupa

O músico à frente da trilha sonora de “As Crônicas de Nárnia: O Leão, a Feiticeira, e o Guarda-Roupa” é Harry Gregson-Williams, o compositor já trabalhou com ícones como Han Zimmer. Williams já compôs para grandes sucessos como “O Protetor”, “Shrek”, “Reino dos Céus”, e o Live Action de “Mulan”. Sua versatilidade, permite que o músico transite entre diversos gêneros cinematográficos. Animações, dramas, épicos, são exemplos disso.

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Umas das faixas que mais expressa a essência do filme “As Crônicas de Nárnia: O Leão, a Feiticeira, e o Guarda-Roupa”, é “The Battle”. O coro épico da música realça a dimensão divina do momento. As faixas, em geral, se caracterizam por cordas tensas e percussões carregadas

O álbum desse filme contribui fortemente para nos envolver na trama épica. Além disso, resume muito bem a essência emocional e mítica de Nárnia — onde o bem e o mal se enfrentam num mundo repleto de magia, sacrifício e redenção.

Conclusão

Apesar de algumas algumas coisas bem estranhas no roteiro desse filme, como por exemplo, o fato do Aslan ter se transformado cada guerreiro petrificado no castelo da Feiticeira, e num passe de mágica terem chegado a tempo de ganhar a guerra. Ou mesmo o curto período de tempo que os irmãos Pevensie levavam para transitar entre a casa dos castores até o castelo da Feiticeira mais de uma vez na mesma noite. 

Esses furos não são o suficiente para estragar a experiência fantasiosa que o filme proporciona. A perspectiva de Andrew Adamson sobre a história escrita por C.S Lewis foi muito bem executada.

Além disso, a estética dos figurinos é um show à parte, um exemplo disso é o visual dos centauros, minotauros, sátiros. Isso rendeu ao filme um Oscar  de Melhor Maquiagem e Penteados na cerimônia de 2006, para Howard Berger, junto com Tami Lane. Portanto, “As Crônicas de Nárnia: O Leão, a Feiticeira, e o Guarda-Roupa” é um filme que parece nunca ficar datado. Até a próxima!

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