7 atores que interpretaram James Bond no cinema

Todos os atores que interpretaram James Bond no cinema.
Todos os atores que interpretaram James Bond no cinema.

James Bond é seguramente o mais famoso de todos os espiões retratados no cinema. Até por isso, ele também acaba funcionando como uma espécie de protótipo para outros espiões que também deram as caras nas telonas. Com a recente aquisição do controle criativo do personagem pela MGM é bem provável que em breve um novo intérprete de James Bond seja escolhido. Enquanto isso, que tal revisitarmos todos os atores que já interpretaram esse icônico personagem no cinema? Para isso, listamos a seguir todos os intérpretes que em algum momento encarnaram James Bond em um filme. Confira.

James Bond – Uma criação literária transformada em uma máquina de fazer dinheiro

James Bond, o espião mais famoso da história, foi criado pelo escritor britânico Ian Fleming e apareceu pela primeira vez no livro “Casino Royale”, publicado originalmente em 13 de abril de 1953. Fleming escreveria mais 13 livros protagonizados pelo personagem, antes de sua morte, em 12 de agosto de 1964. Os livros protagonizados por Bond se tornariam best-sellers vendendo mais de 100 milhões de cópias no mundo todo, fazendo de Fleming um escritor rico e famoso.

É claro que esse sucesso todo atrairia a atenção de produtores de cinema e televisão. O personagem foi primeiramente adaptado para a televisão ainda em 1954, em um episódio de uma hora da série antológica Climax! (1954-1958), exibido pela canal norte-americano CBS, que na época pagou apenas mil dólares (ou cerca de US$12 mil dólares em valores atuais) para levar o personagem para a telinha. Nessa adaptação, inclusive, o personagem se tornou norte-americano afim de agradar a audiência da CBS.

Mas é claro que foi no cinema que James Bond se tornou mundialmente conhecido. Segundo consta, em 1961, o produtor de teatro e cinema canadense Harry Saltzman leu Goldfinger (1959), sétimo livro da série protagonizada pelo personagem, e imediatamente viu potencial cinematográfico no livro. Ele se juntou ao também produtor de cinema Albert R. Broccoli e eles adquiriram os direitos de adaptação do personagem para o cinema.

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Eles então fundaram a Eon Productions para produzir o primeiro filme da franquia e convenceram a United Artists a financiar a produção. A dupla decidiu que o primeiro livro a ser adaptado para o cinema seria Dr. No (1958), que na verdade é o sexto livro escrito por Ian Fleming tendo James Bond como protagonista.

007 contra o Satânico Dr. No custou pouco mais de 1 milhão de dólares para ser produzido, mas arrecadou bem mais do que isso. Somente no Reino Unido, o filme arrecadou 6 milhões de dólares, apenas durante seu lançamento original, se tornando o quinto filme mais visto do ano no país. Nos Estados Unidos, o filme também foi um grande sucesso, arrecadando 2 milhões de dólares somente em “theatrical rentals”, ou seja, a parte da bilheteria que fica com o distribuidor do filme. Somado a bilheteria mundial do filme e também a arrecadação com seus relançamentos, 007 contra o Satânico Dr. No acabaria arrecadando quase 60 milhões de dólares.

O enorme sucesso comercial do filme fez com que a Eon Productions e a United Artists logo quisessem produzir sua sequência. Dessa forma, já em 1963, From Russia, with Love (1957), quinto livro da série escrita por Ian Fleming, foi adaptado para o cinema se tornando Moscou Contra 007 (1963). O filme também seria um grande sucesso comercial e daí para frente os filmes estrelados pelo espião mais charmoso do mundo não parariam mais de ser produzidos.

Entre 1962 e 1965, seriam lançados filmes estrelados por James Bond em todos os anos. A partir de 1965, o intervalo entre um filme e outro passaria a ser quase sempre de dois anos, com exceção de um período entre 1973 e 1977, esse padrão seria mantido até 1989. Ou seja, por quase 25 anos, um ano sim e outro não, era lançado um filme estrelado por James Bond. Entre 1989 e 1995, diversos problemas jurídicos fariam com que nenhum filme de James Bond fosse lançado.

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Ian Fleming lendo seu livro Casino Royale (1953). Imagem: bondfanevents.com
Ian Fleming lendo seu livro Casino Royale (1953). Imagem: bondfanevents.com

Em 1995, o lançamento de filmes estrelados pelo espião mais famoso do cinema seria retomado e o padrão de um filme a cada dois anos seria mantido até 1999. Depois disso, o lançamento de produções estreladas por James Bond não seguiria um padrão regular. No período entre 2015 e 2021, ficamos seis anos sem um filme estrelado por Bond e agora esse hiato já chega a quatro anos e deve ser ainda mais longo. Isso porque, a MGM, que agora assumiu o controle criativo sobre os filmes de 007, nem sequer escolheu um ator para interpretar Bond em um futuro novo filme da franquia.

Se somado, a Eon Productions produziu 25 filmes estrelados por James Bond. Os filmes foram lançados entre 1962 e 2021 e arrecadaram juntos quase 8 bilhões de dólares em bilheterias, sendo a quinta franquia comercialmente mais bem-sucedida de toda a história do cinema mundial. Se ajustada a inflação do período, a arrecadação total dos filmes chega a mais de 19 bilhões de dólares.

Com mais de 60 anos de duração ininterrupta e com um arrecadação bilionária, James Bond é dono de uma das franquias mais longevas e bem-sucedidas de toda a história da sétima arte. Além dos filmes da Eon Productions, que fazem parte do cânone oficial do personagem, mais dois filmes “não-oficiais” protagonizados por James Bond foram produzidos nesses mais de 60 anos de história no cinema.

Não a toa, o espião é uma figura universalmente conhecida e seus filmes têm forte presença na cultura popular mundial, influenciando diretamente cinema, literatura, música, videogames e diversas outras artes. É por tudo isso, que hoje trazemos para você a lista completa dos sete atores que tiveram a honra de interpretar James Bond no cinema. Sem mais delongas, vamos a lista completa.

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Sean Connery (1961–1967, 1970–1971 e 1982–1983) – O primeiro James Bond

O escocês Sean Connery foi o primeiro ator a ser escolhido para interpretar James Bond no cinema. Connery, que nasceu em 25 de junho de 1930 em Edimburgo, na Escócia, tinha apenas 31 anos quando foi escolhido para viver o espião em 007 contra o Satânico Dr. No (1962). Connery já tinha até tido alguns papéis de destaque no cinema quando foi escolhido para viver Bond, mas estava muito longe de ter uma carreira cinematográfica consolidada.

Connery também não foi a primeira escolha nem dos produtores Harry Saltzman e Albert R. Broccoli nem do escritor Ian Fleming, que na época ainda estava vivo e participou de diversas decisões relacionadas ao filme. Saltzman e Broccoli, a princípio, queriam um ator mais famoso e ofereceram o papel a Cary Grant. O ator até se interessou em interpretar James Bond em 007 contra o Satânico Dr. No, mas só naquele filme e em nenhum outro.

Como Saltzman e Broccoli já pensavam em adaptar os outros livros de Fleming para o cinema, caso 007 contra o Satânico Dr. No fizeram sucesso, eles acabaram desistindo de Grant. Depois de muito buscar, eles acabaram por decidir pela contratação de Sean Connery para o papel. A escolha desagradou bastante a Ian Fleming, que acreditava que o ator só tinha músculos e carecia da finesse e elegância necessárias para interpretar Bond.

A idade de Connery também contava contra ele, já que o James Bond dos livros, já estava perto dos 40 anos de idade, enquanto que o ator escocês acabará de chegar a casa dos 30. Por tudo isso, Fleming preferia que alguém como David Niven interpretasse Bond no cinema. Connery realmente carecia de tal finesse tanto é assim que compareceu a audição para o papel com as roupas amarrotadas.

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Mesmo assim, Connery conseguiu impressionar os produtores e ganhar o papel. Depois que sua escolha já havia sido definida, o diretor Terence Young o levou ao alfaiate e ao cabeleireiro e apresentou a ele a vida da alta classe britânica levando-o também a alguns dos melhores restaurantes e cassinos de Londres e também lhe apresentando a diversas das mulheres mais bonitas da cidade.

Para além de parecer com o James Bond dos livros Sean Connery teria sido escolhido para o papel muito devido a sua beleza e sexy appeal, que Saltzman e Broccoli acreditavam que ajudariam a atrair público para o filme aumentando assim, suas chances de sucesso comercial. Além disso, eles precisam que o ator escolhido para o papel tivesse virilidade e aparência para convencer no papel de um espião que estava sempre utilizando essa virilidade para derrotar seus inimigos e conquistar mulheres.

A escolha se mostrou acertada, já que Connery definiria de forma definitiva a aparência e a personalidade que Bond teria para milhões de pessoas. Sua forma de interpretar o famoso espião influenciaria não apenas outros atores que também interpretariam James Bond, mas também aqueles que interpretariam outros espiões no cinema.

Sean Connery como James Bond em uma das cenas mais icônicas da história do cinema

É possível dizer, inclusive, que Sean Connery é o James Bond definitivo. O protótipo que, de uma forma ou outra e em um grau ou outro, serviu de base para os atores que vieram depois dele. Bond também fez de Connery uma grande estrela de cinema e deu a ele uma posição que, provavelmente, sem interpretar o personagem, ele nunca teria alcançado.

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Sean Connery interpretou James Bond em seis filmes produzidos pela Eon Productions. O ator viveu Bond nos cinco primeiros filmes da franquia, lançados entre 1962 e 1967, antes de se recusar a voltar a viver o espião em um sexto filme. Dessa forma, Bond acabou sendo interpretado, nesse sexto filme, por outro ator. Depois disso, a United Artists ofereceu um cachê de mais de um milhão de dólares e o financiamento de seus dois próximos filmes, para que Connery voltasse a interpretar James Bond.

O ator escocês concordou e voltou a viver Bond em 007 – Os Diamantes São Eternos (1971), que seria sua última vez na pele do espião mais famoso do cinema. A última vez, pelo menos em um filme da Eon Productions, já que Connery voltaria a viver um versão já envelhecida de Bond em 007 – Nunca Mais Outra Vez (1983), filme distribuído pela Warner Bros. e que era uma nova adaptação do livro Thunderball (1961), que já havia sido adaptado para o cinema em 007 Contra a Chantagem Atômica (1965), filme que também foi estrelado pelo próprio Connery.

Filmes em que Sean Connery interpretou James Bond:

  • 007 Contra o Satânico Dr. No (1962)
  • Moscou Contra 007 (1963)
  • 007 Contra Goldfinger (1964)
  • 007 Contra a Chantagem Atômica (1965)
  • Com 007 Só Se Vive Duas Vezes (1967)
  • 007 – Os Diamantes São Eternos (1971)
  • 007 – Nunca Mais Outra Vez (1983) – Obs: O filme não foi produzido pela Eon Productions e, portanto, não faz parte do cânone oficial de James Bond.

David Niven (1967)

Em 1967, o “sonho” de Ian Fleming de ver David Niven interpretando James Bond se realizou. No entanto, a essa altura, o escritor já tinha falecido. Como dissemos antes, Niven era o favorito de Fleming para interpretar o espião em 007 Contra o Satânico Dr. No (1962). No entanto, apesar disso, foi o Sean Connery quem foi escolhido para o papel. Niven, no entanto, interpretaria Bond em 1967 na comédia satírica Casino Royale, cuja intenção era justamente fazer graça com os filmes de 007.

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Na época, Niven já tinha 56 anos de idade e interpretou uma versão “aposentada” de James Bond e mais fiel ao espião dos livros de Fleming. No filme, dá-se a entender que o Bond interpretado por Niven é o original que se aposentou e passou o nome e o número (007) para outro espião para manter seu legado vivo, se tornando assim quase que uma “lenda”. Esse “outro espião” seria justamente o James Bond interpretado por Sean Connery nos filmes da franquia da Eon Productions.

É bom deixar bem claro que Casino Royale não é um filme produzido pela Eon Productions e, por isso, não faz parte do cânone oficial de James Bond. Aliás, nessa época, quem ainda interpretava Bond nos filmes da Eon era Sean Connery, que inclusive, foi convidado a estrelar Casino Royale. Ele, no entanto, pediu 1 milhão de dólares pelo papel. Como o filme tinha um orçamento relativamente baixo, eles rejeitaram a proposta de Connery.

O segundo ator a ser convidado para interpretar Bond no filme foi Peter Sellers, que também recusou o papel, por achar o personagem muito engessado. Sellers, no entanto, foi convencido a atuar em Casino Royale interpretando um agente que finge ser James Bond. Isso porque, no filme, para enganar seus inimigos, o verdadeiro James Bond convence outros seis agentes a fingir que são ele.

Trailer oficial de Casino Royale (1967)

Apesar de ser um sátira debochada, Casino Royale contou com elenco e equipe de primeira linha. Entre seus diretores estava o lendário John Huston e sua trilha sonora foi composta por Burt Bacharach, que inclusive, compôs a canção “The Look of Love” que acabou sendo indicada ao Oscar. No elenco, além de David Niven e Peter Sellers, estavam ainda Ursula Andress, Orson Welles, Woody Allen, Deborah Kerr, William Holden, John Huston, George Raft e Jean-Paul Belmondo, entre outros.

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Apesar de ter tido uma recepção fria por parte da critica especializada, Casino Royale foi um grande sucesso comercial. Produzido a um custo estimado em cerca de 12 milhões de dólares, o filme arrecadou mais de 41 milhões de dólares em bilheterias. Provavelmente, a presença de James Bond no filme, em uma época em que o espião estava em seu auge de popularidade, somado a seu elenco estelar ajudou o filme a conseguir essa ótimo resultado comercial.

Filmes em que David Niven interpretou James Bond:

  • Casino Royale (1967) – Obs: O filme não foi produzido pela Eon Productions e, portanto, não faz parte do cânone oficial de James Bond.

George Lazenby (1968-1969)

Como dissemos antes, depois de filmar Com 007 Só Se Vive Duas Vezes (1967), seu quinto filme como James Bond, Sean Connery decidiu não mais estrelar filmes protagonizados pelo espião. Dessa forma, Harry Saltzman e Albert R. Broccoli foram atrás de encontrar outro ator para protagonizar o próximo filme de 007. Mais de 400 atores foram considerados para o papel, incluindo diversos já com a carreira consolidada, como Terence Stamp, por exemplo. No final, o escolhido foi o australiano George Lazenby.

Lazenby era um modelo, com pouquíssima experiência em televisão e nenhuma em cinema quando foi escolhido para ser o novo 007. O trabalho mais importante do ator até então havia sido um comercial para televisão para a Fry’s Chocolate Cream, uma barra de chocolate da época. Aliás, foi esse comercial que chamou a atenção de Broccoli que o convidou para um teste para o papel. No tal teste, Lazenby acabou acertando um soco de verdade em um dublê, o que impressionou ainda mais o produtor, que resolveu contratá-lo para o papel.

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Além da entrada de George Lazenby, o novo filme de 007, chamado de 007 – A Serviço Secreto de Sua Majestade, contava também com um novo diretor, Peter R. Hunt. O britânico havia editado todos filmes da franquia e até mesmo servido como diretor de segunda unidade em dois deles e há bastante tempo vinha pleiteando dirigir ele próprio um dos filmes da franquia. Albert R. Broccoli, no entanto, estava receoso em dar essa oportunidade a Hunt porque ele não tinha nenhuma experiência como diretor de cinema.

Contudo, quando Lewis Gilbert, que dirigiu Com 007 Só Se Vive Duas Vezes (1967), resolveu não voltar para dirigir 007 – A Serviço Secreto de Sua Majestade, Broccoli finalmente aceitou dar a Hunt sua primeira oportunidade como diretor. Sedento para impor seu estilo ao filme e também para “mostrar serviço” em sua primeira oportunidade como diretor, Peter R. Hunt fez com que 007 – A Serviço Secreto de Sua Majestade tivesse uma estética e um estilo muito diferentes dos outros filmes da franquia.

A inexperiência tanto de Hunt quanto de Lazenby e também esse novo estilo imposto ao filme pelo diretor acabou desagradando ao público e também a crítica especializada. Produzido a um custo de 7 milhões de dólares, 007 – A Serviço Secreto de Sua Majestade arrecadou mais de 64 milhões de dólares em bilheterias no mundo todo, se tornando um sucesso comercial e também um dos filmes mais vistos do ano.

No entanto, esse valor era cerca de metade dos mais de 111 milhões de dólares em bilheteria arrecadados por Com 007 Só Se Vive Duas Vezes (1967). Além disso, a bilheteria de 007 – A Serviço Secreto de Sua Majestade só foi superior numericamente aos 59.5 milhões de dólares arrecadados por 007 Contra o Satânico Dr. No (1962), primeiro filme da franquia lançado em uma época em que James Bond era ainda desconhecido do grande público.

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O filme também não foi muito bem recebido pela crítica especializada, que criticou tanto o filme quanto o desempenho de George Lazenby. O estilo diferente de 007 – A Serviço Secreto de Sua Majestade desagradou a maioria dos críticos e a atuação de Lazenby também foi duramente criticada pela maioria deles. Muitos consideraram que o ator australiano até tinha físico e aparência convincentes para interpretar James Bond, mas não tinha talento suficiente como ator e que a forma como ele entregava suas falas e suas expressões corporais não eram convincentes.

Durante muito tempo, inclusive, George Lazenby foi amplamente considerado o pior James Bond da história e 007 – A Serviço Secreto de Sua Majestade um dos piores filmes da franquia. No entanto, nos últimos anos isso tem mudado e o filme tem ganhado cada vez mais fãs e também mais reconhecimento, com seu estilo “diferente” sendo o que mais tem sido exaltado por esses novos defensores do filme.

A principio, George Lazenby deveria interpretar James Bond por diversos filmes, no entanto, o ator só assinou contrato para atuar em 007 – A Serviço Secreto de Sua Majestade e as discussões para estender seu contrato que ocorreram durante a produção do filme nunca chegaram a lugar algum.

George Lazenby como James Bond em 007 – A Serviço Secreto de Sua Majestade (1969)

No final, o agente de Lazenby convenceu-o de que o personagem ficaria datado nos anos 1970 e que, dessa forma, sairia de moda. Isso fez com que o ator não perseguisse a ideia de interpretar o personagem em outros filmes. Além disso, depois do “fracasso” de 007 – A Serviço Secreto de Sua Majestade os produtores do filme também não tinham mais interesse tanto interesse assim no ator para o papel.

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George Lazenby foi provavelmente o único ator cuja carreira não se beneficiou ao interpretar James Bond. Sua fama de ator ruim e também toda a repercussão negativa que veio após o lançamento de 007 – A Serviço Secreto de Sua Majestade acabaram por prejudicar bastante sua carreira e também sua vida pessoal, fazendo com que ele, inclusive, sofresse de depressão.

Lazenby nunca conseguiria se estabelecer como ator e acabaria se tornando sinônimo de algo esquecível, com muita gente nem sequer tendo ciência de o ator foi, a um tempo, James Bond nos cinemas. O “fracasso” de 007 – A Serviço Secreto de Sua Majestade também levou Peter R. Hunt a deixar a franquia para sempre.

Filmes em que George Lazenby interpretou James Bond:

  • 007 – A Serviço Secreto de Sua Majestade (1969)

Roger Moore (1972–1985) – O mais longevo James Bond

Após o “fracasso” de 007 – A Serviço Secreto de Sua Majestade e a decisão de George Lazenby de não mais interpretar James Bond, tanto Harry Saltzman e Albert R. Broccoli quanto a United Artists, estúdio que financiava a distribuía os filmes da franquia, foram atrás de um novo ator para interpretar o espião mais famoso do mundo.

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Diversos atores do primeiro escalão do cinema foram considerados para o papel, tanto atores britânicos quanto norte-americanos. No final, Saltzman e Broccoli escolheram Roger Moore, mas o ator estava no meio das filmagens da série The Persuaders! e não pôde aceitar o papel. Além disso, o presidente da United Artists na época, David Picker, queria Sean Connery de volta ao papel e estava decidido a pagar qualquer preço para isso.

Dessa forma, o ator escocês voltaria a viver James Bond uma última vez por um salário de 1.25 milhões de dólares e mais 12.5% da arrecadação do filme, uma fortuna para a época. Após o lançamento de 007 – Os Diamantes São Eternos (1971), Connery resolveu se aposentar de vez do papel, não aceitando de forma alguma voltar a interpretar James Bond no próximo filme da franquia.

Dessa forma, Saltzman e Broccoli e a United Artists voltaram a procurar alguém para ser o novo 007. O estúdio que era norte-americano queria que um ator norte-americano interpretasse James Bond e chegou a cogitar nomes como os de Steve McQueen, Paul Newman e Burt Reynolds. Esse último, já tinha sido cogitado antes e chegou a se reunir com Albert R. Broccoli, mas não quis o papel por achar que o personagem tinha que ser interpretado por um ator britânico.

Da mesma forma Saltzman e Broccoli insistiam que James Bond era britânico e, por isso, era imprescindível que ele fosse interpretado por um ator britânico. No final, a vontade dos dois produtores prevaleceu e Roger Moore foi finalmente anunciado como o novo James Bond. Moore já era um ator com carreira consolidada na época e tinha estrelado diversas produções da televisão britânica, incluindo a série O Santo (1962–1969), que foi um imenso sucesso de público.

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Moore interpretaria James Bond em sete filmes, mais do que qualquer outro ator, e seria o rosto do espião mais famoso do cinema por boa parte dos anos 1970 e metade dos anos 1980. O ator mudaria completamente o estilo e a personalidade de Bond que passaria a ser mais irônico, mais humorado, mais charmoso e elegante. Um gentleman inglês com uma capacidade irresistível de seduzir e muita destreza e inteligência para ludibriar seus inimigos.

Nas mãos de Moore, Bond que deveria, segundo alguns, se tornar obsoleto e antiquado nos anos 1970 perdendo sua popularidade, não apenas sobreviveu a essa década, como prosperou nela. Roger Moore tinha 45 anos quando começou a interpretar James Bond, ou seja, um Bond bem mais velho do que Sean Connery, que tinha 31 anos quando começou a interpretar o personagem e 41 quando apareceu pela última vez na pele do espião mais famoso do cinema mundial.

Já Moore seria James Bond até 1985, quando já tinha 58 anos de idade. O ator diz que na época ainda tinha condições físicas de interpretar o personagem, mas seu rosto já estava envelhecido e que o fato de seus pares românticos nos filmes serem mulheres bem mais novas tornava as coisas ainda mais difíceis.

Em entrevista em 2017, Moore disse: “Não foi por causa da parte física, pois eu ainda conseguia jogar tênis duas horas por dia e fazer uma hora de treino todas as manhãs. Fisicamente eu estava bem, mas facialmente comecei a parecer… bem, as protagonistas eram jovens o suficiente para serem minhas netas, e isso se tornou nojento”. O ator ainda disse que na época ele parecia velho demais para “andar com mulheres de vinte e poucos anos sem parecer um estranho”

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O primeiro filme de Roger Moore no papel de James Bond, Com 007 Viva e Deixe Morrer (1973), também trouxe diversas inovações para a franquia. Aproveitando do auge do blaxploitation, o filme trouxe diversos elementos desse subgênero que era muito popular, principalmente, com a população negra dos Estados Unidos. Por isso também, boa parte do filme se passa no Caribe e em outros locais com grande população negra, como o bairro do Harlem, em Nova York, e a cidade de Nova Orleans.

Roger Moore como James Bond em cena de Com 007 Viva e Deixe Morrer (1973)

Com 007 Viva e Deixe Morrer também traz elementos de vodu e magia negra, comum em filmes de blaxploitation, e ao invés de combater um super vilão megalomaníaco e que quer dominar o mundo, James Bond vai atrás de um mega traficante, que na verdade, é um tirânico e corrupto ditador de uma ilha do Caribe. O filme conta ainda com o primeiro (e único até hoje) vilão principal negro de toda a franquia, Dr. Kananga/Mr. Big, interpretado por Yaphet Kotto.

Além disso, Com 007 Viva e Deixe Morrer conta também com a primeira bond girl negra de toda a história da franquia, Rosie Carver, interpretada por Gloria Hendry. Aliás, o elenco principal do filme é majoritariamente negro. Ademais, Com 007 Viva e Deixe Morrer também é o primeiro filme da franquia a ser indicado ao Oscar de Melhor Canção Original, por sua canção-título “Live and Let Die”, composta por Paul e Linda McCartney e interpretada pela sua banda,Wings.

Subsequentemente, a indicação de canções-título de filmes da franquia ao Oscar se tornaria quase que uma tradição. Por tudo isso, é possível perceber que a escolha de Roger Moore para interpretar James Bond e todas as mudanças que ele trouxe ao personagem foram não apenas bem-sucedidas, mas trouxeram um novo vigor tanto para o personagem quanto para os filmes de 007.

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Filmes em que Roger Moore interpretou James Bond:

  • Com 007 Viva e Deixe Morrer (1973)
  • 007 Contra o Homem com a Pistola de Ouro (1974)
  • 007 – O Espião que me Amava (1977)
  • 007 Contra o Foguete da Morte (1979)
  • 007 – Somente para seus Olhos (1981)
  • 007 Contra Octopussy (1983)
  • 007 – Na Mira dos Assassinos (1985)

Timothy Dalton (1986–1994)

Inicialmente, o contrato de Roger Moore era para estrelar apenas três filmes: Com 007 Viva e Deixe Morrer (1973), 007 Contra o Homem com a Pistola de Ouro (1974) e 007 – O Espião que me Amava (1977). Todos os outros filmes da franquia estrelados por ele foram negociados individualmente. Após estrelar 007 Contra o Foguete da Morte (1979) e 007 – Somente para seus Olhos (1981), Moore queria deixar o papel. Supostamente, o ator norte-americano James Brolin já tinha até mesmo sido escolhido para ser o novo 007 e já estava, inclusive, se preparando para viajar para Londres para iniciar as filmagens do novo filme da franquia.

No entanto, a notícia de que Sean Connery voltaria a interpretar James Bond em 007 – Nunca Mais Outra Vez (1983) fez com que os produtores convencessem Moore a estrelar 007 Contra Octopussy (1983), já que tanto os produtores quando o estúdio acreditavam que seria mais fácil concorrer com Connery tento um ator já conhecido interpretando Bond no filme. Os mesmos produtores ainda conseguiram convencer Moore a voltar ao papel em 007 – Na Mira dos Assassinos (1985).

No entanto, nessa altura, o ator já tinha quase 60 anos de idade e achava que sua aparência não combinava mais com a juventude das atrizes que interpretavam seus pares românticos nos filmes da franquia. Dessa forma, começou uma busca para encontrar qual ator interpretaria James Bond em 007 – Marcado para a Morte, próximo filme da franquia. Depois de uma busca extensiva, vários atores foram testados, incluindo o neozelandês Sam Neill, o irlandês Pierce Brosnan e o galês Timothy Dalton.

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Neill teria agradado bastante a alguns dos produtores, mas foi Brosnan quem foi inicialmente escolhido para o papel. O ator, no entanto, ainda tinha um contrato válido para estrelar a série televisiva Jogo Duplo (1982-1987), da NBC. A série, contudo, tinha sido cancelada e o contrato de Brosnan com a emissora venceria em poucos dias. No entanto, as notícias de que Brosnan seria o novo 007 fizeram com que o interesse do público na série aumentasse e, com isso, a NBC resolveu exercer seu direito de renovar seu contrato com o ator pouquíssimos dias antes do vencimento.

Timothy Dalton como James Bond em cena de 007 – Marcado para a Morte (1987)

Isso fez com que Albert R. Broccoli imediatamente desistisse de Brosnan para o papel, já que ele não queria um personagem tão icônico quanto James Bond associado a uma série de televisão. Apesar de inicialmente não se mostrar interessado em contratar Dalton, Broccoli aceitou se encontrar com ele após ser convencido por sua esposa. Dalton, a princípio, rejeitou o papel porque estava comprometido com as filmagens de um outro filme. No entanto, com as demoras na produção de 007 – Marcado para a Morte, o ator acabou recebendo um segundo convite de Broccoli e dessa vez aceitou.

O James Bond de Timothy Dalton seria totalmente diferente daquele de Roger Moore. Se Moore interpretava um 007 charmoso, galanteador e com um senso de humor afiado, o Bond de Dalton era sério, obscuro, impiedoso, menos interessado em conquistar mulheres, com quase nenhum humor, sem tempo para se divertir, alguém totalmente focado em seu trabalho e exercendo-o desconfortavelmente, quase que por obrigação. Dalton criou um James Bond mais duro do que o de Moore e mais próximo do 007 dos livros de Ian Fleming.

É importante lembrar que antes de ser escolhido para interpretar James Bond nos cinemas, Timothy Dalton era um ator muito mais dedicado ao teatro do que ao cinema. Apesar de ter feito diversos filmes antes de 007 – Marcado para a Morte, sua carreira teatral era muito mais consolidada do que sua carreira cinematográfica. É bem possível que essa sua experiência como ator de teatro tenha influenciado a forma como ele interpretaria James Bond.

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Timothy Dalton, no entanto, só seria James Bond por dois filmes. Isso porque, após o lançamento de 007 – Permissão para Matar (1989) e o início da produção do terceiro filme da franquia estrelado por Dalton, uma série de situações levariam a Danjaq, empresa que pertencia a Albert R. Broccoli e possuía os direitos sobre os filmes de 007, a processar a Metro-Goldwyn-Mayer, que na época era dona da United Artists, estúdio que financiava e distribuía os filmes da franquia.

O imbróglio jurídico só seria resolvido no final de 1992 e o novo filme de 007 só começaria a ser desenvolvido em 1993. Na ocasião, o contrato de Timothy Dalton de três filmes ou seis anos de duração já tinha vencido. Mesmo assim, Broccoli ofereceu o papel novamente ao ator, dizendo que ele poderia voltar a interpretar Bond no próximo filme da franquia se quisesse. Dalton se interessou, mas só queria fazer mais um filme. Broccoli, no entanto, queria um ator que ficasse na franquia por vários filmes e, por isso, acabou preferindo procurar outro ator para viver o espião mais famoso do cinema.

Filmes em que Timothy Dalton interpretou James Bond:

  • 007 – Marcado para a Morte (1987)
  • 007 – Permissão para Matar (1989)

Pierce Brosnan (1994–2004)

Com Timothy Dalton aposentado do papel de James Bond os produtores foram atrás de outro ator para interpretar o personagem. A princípio, diversos atores foram cogitados para o papel, incluindo Mel Gibson, Hugh Grant e Liam Neeson, que recusaram o papel e Ralph Fiennes, que anos depois interpretaria “M” em três filmes da franquia. No final, no entanto, os produtores e o estúdio resolveram dar o papel para Pierce Brosnan, que já havia sido escolhido em 1986, mas que na época não pôde aceitá-lo devido a compromissos contratuais com a emissora de televisão NBC.

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Pierce Brosnan criaria um James Bond que seria uma mistura de diversos outros Bonds anteriores. Brosnan conseguiu trazer para o personagem a suavidade, elegância e charme do Bond de Roger Moore ao mesmo tempo em que também trazia a masculinidade e a coragem do Bond de Sean Connery. Apesar de ainda preservar muito do humor e ironia do personagem, Brosnan criou um 007 que era mais sério que o de Moore, mas menos sério e sisudo que o Bond de Timothy Dalton.

A beleza e elegância já característicos de Pierce Brosnan fizeram com que o ator se adaptasse bem ao novo estilo dos filmes de 007 e também ao novo estilo do próprio James Bond. O ator conseguia convencer no papel de um playboy internacional ricaço que atraia os mais variados tipos de mulheres e que por vezes parecia inofensivo, mas que, de uma hora para outra, podia realizar as mais incríveis proezas. Isso porque o atletismo natural de Brosnan não deixava dúvida no público de que ele era capaz disso.

Os filmes da franquia protagonizados por Brosnan tentaram adaptar a elegância clássica de objetos, lugares, carros e roupas que nunca envelhecem, com as engenhocas usadas por James Bond que são sempre o mais moderno que a tecnologia pode oferecer. Além disso, os novos filmes da franquia também se adaptaram ao estilo de filme de ação dos anos 1990, com cenas espetaculares e ação frenética. O Bond de Brosnan se tornou também mais físico, novamente, se adaptando ao tipo de cinema comercial que era feito na época.

Pierce Brosnan como James Bond em cena de 007 – O Amanhã Nunca Morre (1997)

Além disso, a boa aparência de Pierce Brosnan também permitiu que os roteiristas adaptassem James Bond aos novos tempos e o tornassem menos sexual e dominante em relação as mulheres. Dessa forma, o personagem se tornou um rico bon vivant que era capaz de atrair as mulheres simplesmente por sua beleza, charme, elegância e inteligência.

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A princípio, Pierce Brosnan assinou um contrato para atuar em três filmes, com a possibilidade também de atuar em um quarto filme da franquia. Brosnan cumpriu seu contrato com 007 – O Mundo Não é o Bastante (1999), mas ainda voltou para um quarto filme em 007: Um Novo Dia para Morrer (2002), algo que já estava previsto em seu contrato. Apesar de Brosnan já ter quase 50 anos de idade nessa época e 007: Um Novo Dia para Morrer não ter sido assim tão bem recebido pela crítica especializada, Brosnan ainda era considerado um bom James Bond tanto pela crítica quanto pelo público.

Por esse motivo, a princípio, os produtores Barbara Broccoli e Michael G. Wilson, filhos de Albert R. Broccoli e que haviam herdado o controle sobre a franquia, o convidaram para interpretar Bond em um quinto filme e as negociações começaram a ser feitas. O roteiro de 007 – Cassino Royale (2006) foi, inclusive, escrito tendo em mente que Brosnan ainda era o 007. No entanto, logo os produtores mudaram de ideia e o ator foi comunicado de que não seria James Bond no próximo filme da franquia. Supostamente, o salário pedido por Brosnan pesou bastante na decisão de Broccoli e Wilson.

É inegável o impacto que Brosnan teve na franquia, adaptando o personagem aos anos 1990 e recuperando-o depois de um hiato de seis anos de incerteza quanto a continuidade da franquia. Brosnan era um ator com treinamento para teatro e que já tinha uma carreira relativamente consolidada quando foi escolhido para viver James Bond nos cinemas. No entanto, é inegável também que o personagem transformou Brosnan em uma estrela global e levou sua carreira para outro nível. Carreira essa, que o ator com seu talento soube manter muito bem.

Filmes em que Pierce Brosnan interpretou James Bond:

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  • 007 Contra GoldenEye (1995)
  • 007 – O Amanhã Nunca Morre (1997)
  • 007 – O Mundo Não é o Bastante (1999)
  • 007: Um Novo Dia para Morrer (2002)

Daniel Craig (2005–2021)

Com a decisão de que Pierce Brosnan não voltaria ao papel de James Bond, Barbara Broccoli e Michael G. Wilson começaram a procurar um novo intérprete para o personagem. Eles ofereceram o papel para Hugh Jackman, Clive Owen e Christian Bale, que recusaram. Karl Urban, Sam Worthington e Dougray Scott foram considerados para o papel. Enquanto que Goran Višnjić, Henry Cavill, Sam Heughan, Matthew Rhys e Michael Fassbender chegaram a fazer testes para o papel. Foi Fassbender, inclusive, quem sugeriu Daniel Craig para o papel.

Segundo Martin Campbell, que dirigiu 007 – Cassino Royale (2006), entre esses todos, apenas Cavill realmente chegou perto de se tornar o novo 007. No entanto, ele acabou sendo considerado jovem demais para interpretar James Bond. No final, Barbara Broccoli ofereceu o papel para Daniel Craig. O ator, sabendo de toda a carga que o personagem trazia consigo, ficou em dúvida se aceitava ou não o papel, mas foi aconselhado pelo próprio Pierce Brosnan a aceitar.

Craig foi oficialmente anunciado como o novo James Bond em outubro de 2005. Sua escolha causou polêmica e uma reação negativa por parte de muitos fãs. Sua aparência física, incluindo seus cabelos loiros, muito diferente de todos os outros atores que interpretaram o personagem fez com que muitos fãs e membros da imprensa o considerassem inadequado para o papel. Alguns desses fãs, inclusive, ameaçaram boicotar o novo filme da franquia.

Com a escolha de Daniel Craig para viver James Bond, não foi apenas a aparência do personagem que mudou. Toda a franquia também sofreu mudanças. Na verdade, foi completamente rebootada. Não à toa, o primeiro filme dessa nova era foi justamente 007 – Cassino Royale (2006), filme adaptado de Casino Royale (1953), primeiro livro de Ian Fleming a ser protagonizado pelo personagem James Bond.

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Além disso, nessa nova era da franquia, os produtores decidiram investir mais em histórias e cenas de ação mais realistas e filmadas de forma prática, com menos uso de CGI. A violência também ficou mais explítica e mais realista, com os enredos mais bem engendrados e menos fantasiosos, se inspirando um pouco no estilo de outros filmes de espião de sucesso dos anos 2000, como as produções das franquias Missão: Impossível e A identidade Bourne.

Aproveitando a aparência mais “brutal” e menos “bela e elegante” de Daniel Craig, o 007 “criado” por ele era mais do que tudo uma máquina de matar impiedosa. Alguém que colocava medo em seus inimigos e ia direto ao ponto. Um James Bond menos elegante e suave e mais brutal, físico e feroz. Apesar disso, esse é um Bond muito mais emotivo ou emocionalmente aberto e instável. Tanto é assim que ele é diretamente influenciado por suas emoções em alguns momentos o que o torna, inclusive, influenciável.

Daniel Craig como James Bond em Cassino Royale (2006)

Essa é uma mudança bastante significativa em relação a outras encarnações do espião, que era quase sempre frio e sem emoção, a ponto de ser quase sádico. Um Bond que não só não era manipulável, mas estava sempre um passo a frente de seus inimigos. Dessa forma, o Bond de Daniel Craig acaba sendo mais humano.

Aliás, essa humanização do personagem, fica claro no trato com as mulheres nessa era da franquia que também mudou completamente. Ao invés de ser o James Bond que apenas usava as mulheres e depois as descartava, o Bond de Daniel Craig passou a se envolver emocionalmente e se apaixonar pelas bond girls, a ponto de ser traído, cair em armadilhas e até mesmo arriscar perigosamente sua vida por elas. Aliás, a morte de uma delas passa a ser um tema recorrente por toda essa era e influencia os acontecimentos nos outros filmes.

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Aliás, a era de Craig vivendo James Bond é a única em que os enredos dos filmes estão diretamente ligados um ao outro. Antes disso, os filmes da franquia eram quase que capítulos isolados, que podiam ser assistidos sem a necessidade de se assistir qualquer outro filme anterior da franquia. Dessa forma, mesmo quando um acontecimento de um filme anterior era citado em um filme subsequente, ele raramente era fundamental para o entendimento do enredo desse filme subsequente.

Nessa era Craig tudo isso muda e os acontecimentos de um filme interferem diretamente nos acontecimentos do filme seguinte. Muitas vezes, inclusive, a história do próximo filme é uma continuação direta da história do filme anterior. Dessa forma, é quase como se os cinco filmes de 007 estrelados por Daniel Craig fossem uma única grande história.

Como consequência disso é possível ver claramente a evolução do personagem ao longo desses filmes como resultado de suas vivências. Prova disso, é que a era Daniel Craig é a única que tem uma conclusão. Ou seja, Craig foi o único 007 que formalmente se despediu do público em um filme concebido para ser a conclusão desse grande enredo que se desenrola por cinco filmes.

Como dito antes, Daniel Craig interpretou James Bond em cinco filmes. O ator se aposentou do personagem logo após o lançamento de 007 – Sem Tempo para Morrer e a Metro-Goldwyn-Mayer, que recentemente assumiu controle criativo sobre a franquia, já procura outro ator para ser o novo intérprete de James Bond. Como é possível perceber pelo texto acima, o legado de Craig é enorme e, por isso, será interessante observar qual será a escolha do estúdio.

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Talvez a MGM procure um ator que possa interpretar um Bond parecido com o de Craig. Ou talvez, eles possam ir para um caminho totalmente diferente e procurar alguém completamente diferentemente de Craig, tentando assim construir um Bond totalmente diferente dos que já existiram. A resposta para essa questão só será respondida quando a MGM anunciar o nome do ator (ou atriz, quem sabe), que viverá 007 no novo filme da franquia.

Filmes em que Daniel Craig interpretou James Bond:

  • 007 – Cassino Royale (2006)
  • 007 – Quantum of Solace (2008)
  • 007 – Operação Skyfall (2012)
  • 007 Contra Spectre (2015)
  • 007 – Sem Tempo para Morrer (2021)

Conclusão

E aí, gostou do nosso texto? Como sempre além de apresentarmos os nomes dos sete atores que viveram James Bond nos cinemas também apresentamos o contexto em que eles foram escolhidos para o papel, o tipo de personagem que eles conseguiram construir, o impacto que suas atuações tiveram na franquia e também o impacto que ser escolhido para viver esse icônico personagem teve na carreira de cada um deles. Se você gostou do nosso texto, não esqueça de deixar um comentário. Isso é muito importante para nós.

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