Quem vencerá o Oscar 2025 de Melhor Filme

Montagem com os filmes indicados a Melhor Filme no Oscar 2025
Montagem com os filmes indicados a Melhor Filme no Oscar 2025

No próximo domingo, dia 2 de março, acontece diretamente do Dolby Theatre, em Los Angeles, na Califórnia, a cerimônia de entrega da 96ª edição do famoso “Prêmio da Academia”, mais conhecido como Oscar. Pela primeira vez na história, a cerimônia será comandada pelo comediante e apresentador Conan O’Brien e, nos Estados Unidos, será transmitida pelo canal ABC, como ocorre tradicionalmente desde 1976, e também, pela primeira vez na história, pela plataforma de streaming Hulu.

No Brasil, a cerimônia do Oscar deve ser transmitida pelo canal pago TNT e pela plataforma de streaming Max, que há anos transmitem a cerimônia, além também da Rede Globo, que volta a transmitir a cerimônia depois de anos de ausência. Devido ao fato de o filme brasileiro Ainda Estou Aqui estar indicado em três categorias, incluindo Melhor Filme, a Rede Globo decidiu transmitir a cerimônia e deixar a transmissão dos desfiles das escolas de samba do Rio de Janeiro em segundo plano. Isso devido ao feito inédito obtido pelo filme brasileiro.

Nesse ano, cobrimos as principais premiações da temporada e, como não poderia deixar de ser, também cobriremos o Oscar, já que essa é a principal e mais importante premiação da temporada. Aliás, todas as premiações são quase que apenas uma prévia do Oscar. Dessa forma, analisaremos cada uma das categorias do Oscar desse ano e ponderaremos as chances de vitória de cada concorrente em cada uma delas. Começaremos nossa análise por essa que é a mais importante categoria do Oscar. Mas primeiro, você sabe o que se premia nessa categoria? Te explicamos abaixo.

O que é o Oscar de Melhor Filme

Como talvez você já saiba, essa categoria é a mais importante do Oscar e premia aquele filme que os membros da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood (AMPAS), instituição que entrega o Oscar, acreditam ser o melhor do ano. Por ser a principal categoria do Oscar, seus vencedores são sempre anunciados por último na cerimônia de entrega, geralmente, no último bloco que, quase sempre, é dedicado inteiramente para o anúncio do vencedor e para os discursos e comemorações que vem depois do anúncio. Ademais, esse anúncio é quase sempre feito por uma figura icônica do cinema.

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Além disso, devido a sua enorme importância essa é a única categoria do Oscar em que todos os membros votantes da Academia podem sugerir indicados e votar nos vencedores. Isso porque, nas outras categorias os indicados são escolhidos apenas pelos membros de seu “capítulo” ou “seção” correspondente. Dessa forma, intérpretes escolhem os indicados para as categorias de intérpretação, diretores para a categoria de direção e assim sucessivamente. Aliás, em algumas categorias, até mesmo os vencedores são escolhidos apenas por membros de seus correspondentes “capítulos” ou “seções”.

Como já é possível imaginar, essa categoria é uma das originais do Oscar, tendo sido criada junto com a própria premiação e sendo entregue desde a primeira cerimônia do Oscar, ocorrida em 16 de maio de 1929. No entanto, a categoria teve diversos nomes e formatos ao longo da história. Na primeira edição do Oscar, por exemplo, haviam na verdade duas categorias destinadas a premiar o melhor filme do ano, as categorias de “Outstanding Picture” e “Best Unique and Artistic Picture”. Já na segunda edição do Oscar, essa última categoria foi abandonada e só a primeira continuou ativa.

Já nos anos 1930, a categoria mudou seu nome para “Academy Award for Outstanding Production” e depois, em 1941, mudou novamente para “Academy Award for Outstanding Motion Picture”. Poucos anos depois, em 1944, a categoria passou a se chamar “Academy Award for Best Motion Picture” e somente em 1961 adotou o nome atual “Academy Award for Best Picture”, ou “Prêmio da Academia para Melhor Filme”, em tradução literal para o português,

Além disso, como dito antes, seu formato também mudou ao longo dos anos. Em seu primeiro ano, apenas três filmes foram indicados nessa categoria. Contudo, como mencionado acima, haviam duas categorias para reconhecer o melhor filme do ano. Depois, até 1931, cinco filmes eram indicados por ano. A partir de 1932, o número de indicados variava, passando de dez em alguns anos. Esse formato durou até 1945, quando a Academia adotou o formato de cinco filmes indicados por ano. Formato esse que perdurou por quase 70 anos.

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Em 2010, no entanto, a Academia passou a indicar dez concorrentes a Melhor Filme por ano, em um formato que dura até os dias atuais. A mudança no número de indicados teria ocorrido devido ao mal estar causado em 2009 pelo fato de Batman: O Cavaleiro das Trevas e WALL-E terem sido esnobados pela Academia. As duas produções eram filmes bem comerciais, do tipo que a Academia geralmente não reconhece com prêmios, mas tinham sido extremamente bem recebidos pela crítica especializada.

Cena de Anora (2024). Distribuição: Neon.
Cena de Anora (2024). Produção é uma das mais cotadas para vencer o Oscar de Melhor Filme. Distribuição: Neon.

Com a mudança, a Academia ganha espaço para reconhecer mais filmes por ano, ao mesmo tempo em que também abre espaço para produções mais comerciais, atraindo assim mais público interessando em assistir a cerimônia de entrega do Oscar. Se não fosse essa mudança, por exemplo, dificilmente Ainda Estou Aqui teria sido indicado a Melhor Filme nesse ano. Feito único para o cinema brasileiro.

Quem o Oscar de Melhor Filme premia

Lembrando sempre que quem é premiado nessa categoria são os produtores dos filmes. Portanto, essa é uma categoria destinada a reconhecer eminentemente o trabalho desses profissionais. Inclusive, até 1951, quem era realmente indicado e premiado nessa categoria eram os estúdios. No entanto, com o ocaso do “studio system” e também com o fortalecimento do cinema independente norte-americano, os produtores passaram a ser nominalmente indicados a partir da 24ª edição do Oscar, ocorrida em 1952.

Por tudo isso, inclusive, atualmente, a prévia mais importante dessa categoria do Oscar é normalmente o Producers Guild of America Awards (ou PGA Awards, como é mais conhecido), premiação entregue pelo Sindicato dos Produtores da América, organização que representa a maioria dos diretores de cinema e televisão atuando nos Estados Unidos, muitos deles, inclusive, sendo eleitores do Oscar.

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É necessário também se lembrar do papel importantíssimo que o produtor tem no cinema. Aliás, não existe filme sem ele, porque normalmente é ele quem começa o processo de feitura de um filme. É ele quem consegue financiamento, muitas vezes contrata diretores e roteiristas e é também a ponte entre o estúdio e os profissionais que estão efetivamente fazendo o filme. No início do cinema, inclusive, ele era até mesmo a mente artística por trás do filme, com o diretor sendo apenas mais um profissional trabalhando no filme, alguém que estava ali apenas para orientar a equipe e garantir que todas as cenas fossem filmadas de forma correta.

Nessa época, inclusive, o produtor tinha o “corte final”, ou seja, era quem escolhia o formato final que o filme teria e efetivamente controlava qual filme seria apresentado ao público. Atualmente, apesar de ainda ser comum alguns produtores exercerem esse controle criativo sobre os filmes, não é comum que ele tenha direito ao corte final, já que a maioria dos diretores (principalmente, aqueles com carreira mais consolidada), não aceitam mais isso. Mesmo assim, é importante destacar esse papel importantíssimo que produtores têm no cinema.

Devido a essa importante relação entre produtores e diretores é comum que os filmes que ganhem o Oscar de Melhor Filme também ganhem o Oscar de Melhor Direção. Só para se ter uma ideia, dos 96 filmes premiados com o Oscar de Melhor Filme até hoje, 69 também venceram o Oscar de Melhor Direção. Além disso, nas 96 edições do Oscar ocorridas até hoje, em apenas seis ocasiões uma produção venceu o Oscar de Melhor Filme sem sequer ser indicada a Melhor Direção. A última vez que isso ocorreu foi em 2022, com No Ritmo do Coração.

Curiosamente, Steven Spielberg, que é provavelmente o diretor de cinema vivo mais conhecido do grande público, é também a pressoa com mais indicações nessa categoria, 13 no total. O que só mostra sua competência também como produtor. Além disso, apesar de o Oscar estar cada vez mais intercionalizado, é notável a predominância de vitórias de filmes norte-americanos nessa categoria. O que não é surpresa para ninguém, dado o fato de que o Oscar é uma premiação norte-americana e também dada a força do cinema produzido nos Estados Unidos.

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Para deixar mais claro o que estamos dizendo, dos 611 filmes que já foram indicados nessa categoria em toda a história do Oscar, apenas 19 eram falados em outra língua que não o inglês e apenas um deles, o thriller Parasita, ganhou o Oscar nessa categoria. E essa primeira vitória de uma filme não falado em inglês ocorreu apenas em 2020, ou seja, há apenas cinco anos atrás. Vale lembrar novamente, que estamos na edição 97 do Oscar. Dito tudo isso, fica ainda mais claro o tamanho do feito de Ainda Estou Aqui.

Ano passado, pela primeira vez na história, três filmes falados em línguas que não são o inglês estavam indicados ao Oscar de Melhor Filme. Esse ano, esse número caiu para dois: Ainda Estou Aqui e Emilia Pérez. Isso mostra que o Oscar tem buscado cada vez mais se internacionalizar para também se tornar cada vez mais significativo para o público internacional, mantendo assim o título de premiação mais importante do cinema mundial

Crítérios de elegibilidade

É importante ter em mente que para ser elegível a concorrer ao Oscar nessa categoria, um filme deve ter estreado entre meia noite de 1 de janeiro e meia noite de 31 de dezembro de um determinado ano no Condado de Los Angeles, na Califórnia. Por isso, todos os filmes que estão concorrendo ao Oscar de Melhor Filme desse ano estrearam em Los Angeles entre 1 de janeiro e 31 de dezembro de 2024, sem exceções.

Além de estrear em Los Angeles, a produção também tem que permanecer em exibição na cidade por pelo menos sete dias consecutivos, sendo exibido em pelo menos três sessões diferentes, sendo que ao menos uma dessas sessões deve ocorrer entre entre 6 da tarde e 10 da noite no horário local. Além disso, filmes em língua estrangeira devem, obrigatoriamente, possuir legendas em inglês.

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Essas regras valem para praticamente todos os filmes que concorrem ao Oscar em todas as categorias, com exceção das categorias de Melhor Filme Internacional, Melhor Documentário e as categorias dedicadas a premiar curtas-metragens. É claro que isso é o mínimo que um filme tem que fazer para concorrer ao Oscar, mas normalmente, as produções que chegam a receber uma indicação a premiação passaram meses fazendo campanha para isso.

Quem vencerá o Oscar de Melhor Filme em 2025

Explicado praticamente tudo que você precisa saber sobre como funciona o Oscar de Melhor Filme, vamos ao que interessa: Quem vencerá essa categoria em 2025? O problema é que pela primeira vez em muitos anos essa questão é bem difícil de se responder. No entanto, podemos dizer que existem três produções com chances muito boas de vitória. Eles são: O Brutalista, Anora e Conclave. O primeiro, foi amplamente considerado favorito a vitória durante boa parte da temporada, devido a sua consagradora vitória no Globo de Ouro desse ano, ocorrido no início de janeiro.

Adrien Brody em O Brutalista (2024). Distribuição: A24.
Adrien Brody em O Brutalista (2024). Filme é ainda tem boas chances de vencer o Oscar de Melhor Filme. Distribuição: A24.

A produção que conta com quase 3h30 de duração conta a história de László Tóth, um arquiteto judeu que sobrevive ao Holocausto e se muda para os Estados Unidos para reconstruir sua vida. Ele, no entanto, passa por enormes dificuldades até encontrar um rico empresário que admira sua obra. O arquiteto, contudo, ao mesmo tempo que admira o talento de Tóth também o inveja. O Brutalista estreou no Festival de Veneza do ano passado onde venceu o Leão de Prata de Melhor Direção.

O filme venceu praticamente todas as principais premiações do ano, a começar pelo Globo de Ouro, até que sua sorte começou a mudar na primeira semana de fevereiro, quando a obra perdeu o Critics’ Choice Awards, o Directors Guild of America Awards e o Producers Guild of America Awards em um mesmo final de semana. O principal vencedor dessas três premiações foi o mesmo filme, o que fez com O Brutalista deixasse de ser considerado favorito a vencer Melhor Filme. A produção, no entanto, está indicada em 10 categorias e é o segundo filme com mais indicações (ao lado de Wicked) e, apesar de tudo, ainda está firme e forte na disputa pelo Oscar.

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Já Anora é justamente o filme que venceu o Critics’ Choice Awards, o Directors Guild of America Awards e o Producers Guild of America Awards em um único final de semana e, por isso, atualmente é considerado pela maioria dos especialistas como o principal candidato a levar o Oscar de Melhor Filme para casa. A produção conta a história de uma stripper que acaba se envolvendo com o filho de um rico e poderoso oligarca russo. A obra foi dirigida, escrita, co-produzida e montada por Sean Baker, que está indicado a quatro Oscars e pode fazer história se vencer todos eles.

Anora se tornou favorito a vitória no Oscar não apenas por ter vencido algumas premiações, mas justamente pelo tipo de premiação que ele venceu, duas delas premiações de sindicato. O Producers Guild of America Awards é especialmente importante, porque muitos produtores filiados a esse sindicato são também membros da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood (AMPAS) e, portanto, são eleitores do Oscar. Por esse motivo é extremamente comum que quem vença o PGA Awards também vença o Oscar de Melhor Filme.

Aliás, a última vez que um filme venceu o PGA Awards e perdeu o Oscar de Melhor Filme foi em 2020, ou seja, cinco anos atrás, quando o vitória de Parasita pegou todo mundo de surpresa. Desde que o PGA Awards foi instituido em 1990, a coincidência entre as duas premiações é enorme. Só para se ter uma ideia, nas últimas 21 edições do PGA Awards, 16 produções que venceram o prêmio de Melhor Filme também venceram o Oscar nessa mesma categoria. Ou seja, uma coincidência superior a 76%. Por isso, é inegável o favoritismo de Anora.

Por último, entre os que ainda têm grandes chances de vitória, temos Conclave. A produção vem correndo por fora desde o início da temporada de premiações. Nunca aparecia como principal favorito em nenhuma das principais premiações, mas estava sempre entre os que tinham chances reais de vitória. A sorte do filme, no entanto, começou a melhorar com sua arrebatadora vitória no BAFTA, onde a produção venceu as categorias de Melhor Filme e Melhor Filme Britânico.

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É claro que como Conclave é uma produção anglo-britânica e o BAFTA é conhecido por preferir premiar filmes britânicos a filmes de outros países (o que é natural se tratando de uma premiação britânica), muita gente ficou com um pé atrás em incluir Conclave entre os principais favoritos a vencer o Oscar. Até porque, Oscar e BAFTA têm eleitorados diferentes. No entanto, a vitória do filme no SAG Awards do último final de semana deixou muito claro que ele está na briga pelo prêmio de Melhor Filme do ano.

Isso porque, Conclave venceu a categoria de Melhor Elenco, que geralmente é entregue para aquele filme que os eleitores do SAG Awards acreditam ser o melhor do ano. Além disso, o SAG Awards é considerado uma prévia importantíssima do Oscar, porque é entregue pelos Sindicato de Atores de Cinema que tem muitos dos seus filiados entre os votantes do Oscar. Ou seja, existe uma grande coincidência entre votantes do SAG Awards e votantes do Oscar.

E ainda mais importante, atores e atrizes constituem a maioria dos eleitorado que elege os vencedores na categoria de Melhor Filme. Por esse motivo, há que se supor que se quem votou em Conclave para Melhor Elenco também votou nele para Melhor Filme, a produção tem sim chances reais de vitória no Oscar. O problema para Conclave é que seu diretor, o alemão Edward Berger, não foi indicado ao Oscar e a Academia dificilmente premia um filme sem premiar seu diretor.

Isso só aconteceu seis vezes nos quase 100 anos de existência do Oscar, sendo a última vez em 2022. Contudo, três dessas seis vezes ocorreram nos últimos 15 anos. Além disso, a não indicação de Berger foi considerada uma das maiores surpresas e também maiores injustiças desse ano. Portanto, é possível que os membros da Academia considerem isso em seus votos.

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Entre os outros sete filmes lutando por uma vitória nessa categoria, provavelmente, os três quem têm mais chances de vitória sejam Um Completo Desconhecido, A Substância e Emilia Pérez, justamente porque seus diretores estão indicados a Melhor Direção. Esse último, inclusive, é o filme com mais indicações ao Oscar, 13 no total. Em condições normais, inclusive, poderíamos estar aqui colocando a produção francesa entre os grandes favoritos a vitória no Oscar desse ano.

No entanto, publicações antigas da atriz Karla Sofía Gascón, protagonista do filme, no X (antigo Twitter) acabaram por destruir todas as chances do filme no Oscar. Dessa forma, é provável que Emilia Pérez leve para casa apenas as categorias de Melhor Atriz Coadjuvante e Melhor Canção Original e não seria nem sequer surpresa se até essas categorias o filme perdesse.

Já A Substância é uma das obras mais elogiadas do ano passado, mas é um filme de terror e a Academia não costuma premiar produções desse gênero. Aliás, em seus quase 100 anos de história apenas seis produções desse gênero foram indicadas a Melhor Filme e apenas uma, O Silêncio dos Inocentes (1991), conseguiu vencer nessa categoria. Isso porque, O Silêncio dos Inocentes é muito mais um thriller psicológico do que um terror no sentido estrito da palava. Por tudo isso, é possível dizer que as chances de A Substância são bem pequenos.

Já Um Completo Desconhecido é uma biografia musical, um gênero que a Academia costuma adorar e seu diretor, James Mangold, além de estar indicado a Melhor Direção e ser bastante respeitado em Hollywood ainda tem experiência com biografias musicais, já que dirigiu o premiado Johnny & June (2005). No entanto, o ano está muito concorrido e, por isso, Um Completo Desconhecido parece ter ficado para trás. Em qualquer outro ano, no entanto, a produção provavelmente teria boas chances nessa categoria.

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Dos outros quatro filmes que restaram, Wicked e Duna: Parte Dois parecem ser os que tem mais chances de vitória. No entanto, mais uma vez é necessário destacar que essas chances são mínimas. Em qualquer outro ano, produções desse tamanho provavelmente teriam uma melhor chance no Oscar, mas nesse ano a concorrência está realmente forte. Aliás, incrivelmente, ambas as produções começaram a temporada como favoritas a serem grandes vencedores do Oscar.

Duna: Parte Dois deveria ter estreado em 2023, mas sua estreia foi adiada devido a greve de roteiristas e intérpretes em Hollywood. Por isso, antes mesmo de sua estreia, muita gente previa que o filme tinha potencial para dominar a temporada de premiações de 2024/2025. A combinação de uma superprodução impecável tecnicamente, com um roteiro bem amarrado, um diretor talentoso e um protagonista que é um dos queridinhos atuais de Hollywood era poderosa.

No entanto, mesmo assim o filme acabou não conseguindo chegar com forças ao Oscar. O mesmo pode ser dito de Wicked. Uma superprodução musical, do jeito que Hollywood gosta, com um enredo que é uma releitura de um dos mais amados filmes da história, tudo isso combinado com um elenco de primeiríssima linha. O que poderia dar errado? Nada, certo? No entanto, apesar de suas dez indicações ao Oscar, a produção só deve vencer em algumas categorias técnicas e nada mais. Talvez, a segunda parte do filme que será lançada no final desse ano tenha mais sorte.

Por último, chegamos em Ainda Estou Aqui e Nickel Boys, que parecem ser os “patinhos feitos” da disputa desse ano. O filme brasileiro já fez história e surpreendeu a todos ao conseguir uma indicação a Melhor Filme. Nunca um filme brasileiro conseguiu isso. Essa indicação, portanto, é uma grande vitória para o cinema produzido no Brasil. Já Nickel Boys também pode comemorar e muito essa indicação ao Oscar.

Cena de Conclave. Filme deve vencer diversas categorias do BAFTA 2025. Distribuição: Focus Features,
Cena de Conclave. Filme corre por fora, mas ainda tem boas chances de vencer o Oscar de Melhor Filme. Distribuição: Focus Features,

Isso porque, o filme foi produzido com apenas 3 milhões de dólares, uma mixaria para os padrões do cinema norte-americano, e fez toda a sua carreira no circuito de filmes independentes e alternativos. Mesmo assim, a produção conseguiu ser indicado na categoria mais importante do prêmio mais importante da indústria cinematográfica. Isso sem falar que esse é apenas o segundo longa-metragem da carreira de RaMell Ross, sendo seu primeiro filme de ficção. Um começo e tanto para um diretor de apenas 42 anos de idade.

MELHOR FILME

  • Anora – Produtores: Alex Coco, Samantha Quan e Sean Baker (Vencerá o Oscar)
  • O Brutalista – Produtores: Trevor Matthews, Nick Gordon, Brian Young, Andrew Morrison, Andrew Lauren, D.J. Gugenheim e Brady Corbet (Tem Chances de Vencer)
  • Um Completo Desconhecido – Produtores: Fred Berger, James Mangold e Alex Heineman (Corre por Fora)
  • Conclave – Produtores: Tessa Ross, Juliette Howell e Michael A. Jackman (Tem Chances de Vencer)
  • Duna: Parte Dois – Produtores: Mary Parent, Cale Boyter, Tanya Lapointe e Denis Villeneuve (Corre por Fora)
  • Emilia Pérez – Produtores: Pascal Caucheteux e Jacques Audiard (Corre por Fora)
  • Ainda Estou Aqui – Produtores: Maria Carlota Bruno e Rodrigo Teixeira (Corre por Fora)
  • Nickel Boys – Produtores: Dede Gardner, Jeremy Kleiner e Joslyn Barnes (Corre por Fora)
  • A Substância – Produtores: Coralie Fargeat, Tim Bevan e Eric Fellner (Corre por Fora)
  • Wicked – Produtor: Marc Platt (Corre por Fora)

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