Personagens de Quadrinhos

Personagem | Lady Loki

A personagem surgiu a partir de uma iniciativa da Marvel e do roteirista J. Michael Straczynski, que decidiram dar mais profundidade ao vilão Loki.

Por

Tiago Salveti

20 de junho de 2021

As séries da Marvel no Disney+ vem expandindo cada vez mais o universo cinematográfico da editora, e com isso nos apresentado muitos personagens novos e peculiares. Em Loki, conhecemos a Lady Loki, que na verdade se trata da contraparte feminina do vilão nos quadrinhos.

Sua introdução nas HQ’s aconteceu durante a série “Thor”, que foi publicada de 2007 a 2011. A trama dessa nova fase se passa após os eventos do Ragnarok, com Asgard tendo sido destruída, muito por conta das ações do próprio “Deus da Trapaça”.

[wpdiscuz-feedback id=”4oejooda47″ question=”O que vc achou sobre a Marvel introduzir uma versão feminina do Loki nas HQ’s?” opened=”0″]Nesta fase a Marvel e o roteirista J. Michael Straczynski (criador da série “Sense8“) decidiram dar mais profundidade ao Loki, que até então, era um personagem muito básico. Esse plano começou a partir a troca de gênero do personagem e a introdução de sua versão feminina nas HQ’s.[/wpdiscuz-feedback]

Comparado ao tempo que o autor trabalhou em Homem-Aranha ou Quarteto Fantástico, a “fase Thor” de Straczynski é bem mais curta, mas nem por isso é menos importante, afinal de contas, ele precisou lidar com o fato de que todos os deuses haviam morrido e Asgard tinha sido destruída.

A origem da Lady Loki nas HQ’s

No arco “O Renascer dos Deuses”, embora o Deus do Trovão tenha sido o único que sobreviveu ao evento, ele permaneceu em um sono profundo. Ao acordar ele precisou sair em busca dos outros deuses que haviam recebido novas encarnações na Terra, devido às suas essências estarem habitando os corpos de outras pessoas.

Durante um bom tempo, a missão de Thor foi encontrar os humanos que possuíam os espíritos dos asgardianos, para assim poder desperta-los novamente. O primeiro encontrado por ele foi Heimdall.

“Odinson” precisava dos olhos do “ex-guardião da Bifrost” para encontrar o paradeiro dos outros deuses, o mais rapidamente possível. Eles descobrem uma prisão que está sendo mantida pela armadura do Destruidor.

Thor está buscando pela reencarnação de Lady Sif, contudo, ao chegar no local o herói descobre que Loki se apossou do corpo que deveria ter sido destinado à ela. O que o herói não desconfiava é que a verdadeira Sif estava presa na existência de uma senhora com câncer terminal.

Lady Loki tenta persuadir seu irmão dizendo que irá levar uma nova vida, buscando um recomeço em todos os sentidos, já que não estaria mais presa ao seu destino predeterminado de trazer a ruína para Asgard.

Ela promete que sua vida de trapaças, artimanhas ou esquemas de manipulação, havia realmente chegado ao fim. Tudo que ela queria dessa vez, era poder viver em paz, tendo liberdade necessária para buscar tudo isso.

Mas é claro que não passava de mais uma mentira, e mesmo se tornando uma mulher, a personalidade dessa versão de Loki se mantinha praticamente a mesma. Assim, ela continua sendo capaz de ajudar ou atrapalhar, agindo como heroína ou vilã, de acordo com o que bem entender.

Na verdade, Loki foi o grande responsável por Lady Sif ter ido parar no corpo de uma mulher idosa que estava prestes a morrer, e como se não fosse o bastante, ele ainda lançou um feitiço que impedia Thor de encontrá-la.

O vilão estava ciente de tudo, demonstrando toda sua crueldade ao entregar a ela um espelho que mostrava sua verdadeira face, mas a impedindo-a de contar a alguém sobre quem ela realmente era.

Por sorte, Jane Foster conseguiu descobrir o paradeiro de Sif, que estava lutando para permanecer viva, e ajudou o Deus do Trovão a traze-la de volta, apenas restando alguns momentos antes daquela senhora falecer.

Lady Loki é tão ardilosa, que consegue ganhar a confiança de Balder, O Bravo, o que leva a população asgardiana a também acreditar em suas mentiras, uma vez que o irmão de Thor detém a confiança de todas as pessoas o reino.

Tudo isso prova que a essência de Loki na verdade se mantém igual, independentemente de seu renascimento em uma forma feminina, sendo que até o corpo assumido por ele, por si só, já faz parte de uma de suas trapaças.

A trajetória da personagem nas HQ’s

A Marvel manteve a nova versão de Loki ao longo do arco “Reinado Sombrio”, que tem início após Invasão Secreta. Durante essa fase, a antagonista se uniu a outros grandes vilões da editora como Norman Osborn, Doutor Destino, Namor e Emma Frost, formando o grupo conhecido como Cabala.

A organização funcionava como um tipo de Illuminati às avessas, e agia nas sombras, a fim de implantar seus planos maléficos de dominação, sem que os heróis conseguissem interferir, o que levou a um inevitável período de trevas nas histórias.

Graças a um desses planos, Lady Loki consegue trazer Borr (o pai de Odin) de volta dos mortos. A vilã coloca um encantamento que o faz enxergar a todos como monstros e o coloca no meio de Nova York, obrigando Thor a mata-lo.

Como castigo por ter assassinado um membro de sua própria família, o herói foi banido de Asgard por seu irmão Balder que estava sendo manipulado por Loki. O “Deus da Trapaça” mais uma vez enganou a todos e como resultado, conseguiu levar todos os asgardianos para o território da Latveria.

Lady Loki chegou a assumir a identidade da Feiticeira Escarlate, aproveitando que ela estava desaparecida desde os eventos do arco “Dinastia” e também que a formação original dos Vingadores não estava mais na ativa.

O plano da antagonista era enfraquecer a influência que Norman Osborn havia conquistado. Contudo, ela não contava que os Jovens Vingadores colocariam seu elaborado plano em xeque, ao descobrirem sua real identidade com a ajuda do Gavião Arqueiro.

Durante os eventos do arco conhecido como “Cerco”, o vilão volta à sua forma masculina e influência Osborn a atacar Asgard, subestimando o grande poder destrutivo do Sentinela, que colocou o lugar em ruínas e causou a morte do Deus da Trapaça.

Porém, ao chegar na presença de Hella, ela retira o seu nome do livro de Hell, fazendo com que sua alma não pudesse ser coletada. Como resultado disso, Loki renasce em uma nova forma, que ficou conhecida como Kid Loki.

Lady Loki no UCM

O material promocional da série Loki do Disney+, já trazia a premissa de que veríamos outras versões de Loki ao longo da trama. Logo no início, fica estabelecido que o provável vilão da história seria uma dessas “variantes”, ainda que sua real faceta não tivesse sido revelada.

Devido aos inúmeros vazamentos, provavelmente feitos pelos envolvidos na produção, a presença de Lady Loki já tinha sido praticamente confirmada antes mesmo da série estrear, o que nos levou a acreditar que ela assumiria o papel de antagonista.

A diferença aqui é que esta versão da personagem já teria uma história de origem completamente diferente dos quadrinhos, sendo parte de uma realidade alternativa, ao invés de ser o próprio Loki assumindo o corpo de outra pessoa, no caso de uma mulher.

Na verdade, a abordagem utilizada na série, se encaixa muito melhor com o fato de que a Marvel vem investindo pesado na criação do seu multiverso, estabelecendo definitivamente a existência das várias realidades alternativas e desenvolvendo a narrativa que o público tanto esperava.

Além disso a introdução da Lady Loki (Sophia Di Martino) no UCM poderia significar que, no futuro, poderemos ver algumas das histórias vividas por ela nos quadrinhos chegarem às telonas.

Isso pode significar também a introdução de novos núcleos e personagens, como os outros vilões e anti-heróis que integram a Cabala ao lado de Lady Loki em “Reinado Sombrio” por exemplo, mesmo que isso não venha a acontecer de imediato.

Entretanto, se temos uma certeza, é a de que a série Loki chega para implantar definitivamente o conceito de multiverso no UCM, uma abordagem que será amplamente utilizada no filme “Doctor Strange in the Multiverse of Madness” e provavelmente em toda a Fase 4 do universo da Marvel no cinema.

Alguns integrantes da produção também chegaram a comentar sobre a importância da utilização de um protagonista com gênero-fluido, e tudo que isso representa para a nova geração de fãs.

O roteirista da série Michael Waldron declarou em entrevistas, que o assunto era bastante valorizado por toda a equipe, e principalmente pela diretora Kate Heron, sendo algo em que eles trabalharam com muito carinho.

Resta agora esperarmos para conferir todas as possibilidades que a personagem Lady Loki trará para o Universo Cinematográfico da Marvel e torcer para que no futuro, o estúdio possa utiliza-la em novas histórias e sagas.

E aí “marvelmaníacos“, depois de todas essas informações e curiosidades sobre a Lady Loki, bateu aquela vontade de ler todas as histórias em que ela participa, não é mesmo?

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