Em 27 de dezembro do ano passado, o mundo do cinema ficou chocado ao saber que o premiado diretor canadense Jean-Marc Vallée havia morrido subitamente aos 58 anos de idade, no dia de natal, enquanto passava o feriado em uma cabana à beira de um lago em Quebec, no Canadá. A morte pegou todo mundo de surpresa, porque o diretor era bastante jovem e não tinha nenhum histórico recente de problemas sérios de saúde.
Na época, nenhuma causa exata foi dada para sua morte, mas a polícia canadense já havia descartado a possibilidade de ela ter sido causada por violência praticada por terceiro, por suicídio ou mesmo por alguma doença pré-conhecida. Agora, quase quatro meses depois, o relatório final do legista responsável pela investigação do caso, finalmente revelou a causa exata da morte do cineasta. Segundo esse relatório, Vallée teria morrido de “causas naturais”. O diretor teria sido acometido por uma “arritmia cardíaca fatal secundária à aterosclerose coronariana grave“.
A arritmia cardíaca é uma condição médica em que o coração passa a bater em ritmo irregular, mais rápido ou mais devagar do que o normal. As arritmias cardíacas podem ser causadas por diversos problemas médicos. No caso de Vallé, ela foi causada por uma aterosclerose grave não diagnosticada a tempo. A aterosclerose, por sua vez, é uma doença vascular crônica e progressiva que causa a inflamação da “túnica íntima” (que é a camada mais interna dos vasos que compõem o sistema cardiovascular) das artérias de grande e médio porte do sistema circulatório.
Jean-Marc Vallée nasceu na cidade de Montreal, no Canadá e estudou cinema na Universidade do Quebec em Montreal. O cineasta começou a sua carreira dirigindo curtas-metragens e clipes musicais até ter a chance de dirigir seu primeiro longa-metragem (“Black List”) em 1995. Vallée dirigiu mais dois longas nos anos 1990 (“Los Locos: Posse Rides Again” e “Loser Love”) até se destacar com o filme “C.R.A.Z.Y. — Loucos de Amor”, de 2005, que ele co-escreveu e dirigiu. A obra ganhou diversos prêmios e foi muito bem avaliada pela crítica especializada sendo, inclusive, escolhida para representar o Canadá na categoria de Melhor Filme Estrangeiro do Oscar.
Depois disso, carreira de Vallée decolou e ele esteve a frente de diversos projetos importantes, incluindo, os filmes “Clube de Compras Dallas” (2013) e “Livre” (2014) que receberam diversas indicações ao Oscar. Além disso, o diretor também esteve à frente das séries de televisão “Big Little Lies” e “Sharp Objects” que, assim como seus filmes, foram muito bem recebidos tanto pela crítica quanto pelo público. Na época de sua morte, Vallée estava à frente de outra série da HBO, chamada “Gorilla and the Bird”, que acabou sendo engavetada (pelo menos por hora) depois do falecimento do diretor.
