Matrix Resurrections é o quarto filme de uma das franquias mais importantes da história do cinema, que ajudou a moldar a estrutura das cenas de ação e que revolucionou o modo como a indústria olhava para os efeitos especiais na época.
Co-escrito e dirigido por Lana Wachowski, que esteve ao lado de sua irmã Lilly Wachowski na trilogia original, o longa é uma produção conjunta entre a Warner Bros. e a Village Roadshow Pictures, que chegou aos cinemas no dia 22 de dezembro de 2021.
O roteiro foi escrito por Wachowski, David Mitchell e Aleksandar Hemon, a mesma equipe que escreveu o episódio final da série “Sense8″ da Netflix. Vale lembrar que as Wachowskis também dirigiram anteriormente a adaptação do romance “Cloud Atlas” (“A Viagem” – 2012) em conjunto.
Lilly Wachowski disse que não tinha nada a acrescentar sobre o universo de Matrix, mas deu seu aval aos envolvidos no projeto. Além disso, na época a diretora decidiu não se envolver na produção, devido ao seu trabalho na série “Work in Progress”.
Mesmo contrariando a todas as expectativas, o filme foi anunciado oficialmente pela Warner Bros. em agosto de 2019, e começou a ser rodado na cidade de São Francisco, em fevereiro de 2020.
Contudo, a produção foi paralisada em março de 2020 por causa da pandemia, e só retornaria em agosto do mesmo ano, quando o próprio Keanu Reeves confirmou que as filmagens seriam retomadas, desta vez em Berlim.
Matrix Ressurrections precisava existir?
Ao contrário da visão de sua irmã, Lana Wachowski encontrou na falta de necessidade de Matrix Resurrections existir, uma justificativa plausível para entregar uma nova imersão neste universo tão rico.
Ao fazer uma mistura entre referências e nostalgia, a diretora tenta fazer uma crítica à busca pela zona de conforto, como é observado nos reboots e nas sequências de clássicos do passado, assim como no descaso de Hollywood com as ideias originais.
“Vivemos uma era de continuações e reboots, como um loop de histórias familiares, onde ninguém sai de sua zona de conforto.”
O filme chega a citar a Warner com todas as letras, onde Wachowski entrega nas entrelinhas que está fazendo o filme “como uma obrigação”, uma vez que ele seria produzido mesmo sem a sua supervisão.
Matrix de 1998 certamente poderia ter sido um filme isolado, mas os fãs certamente iriam querer saber mais sobre aquele universo. De fato, tudo seria explicado em Reloaded e Revolutions, mas mesmo na época, muita gente não aprovou as sequências.
Talvez por este motivo, Wachowski tenha aproveitado a oportunidade para fazer com que seu novo longa trouxesse uma perspectiva diferente para o universo que ela mesmo ajudou a compor.
Diferentemente de seus antecessores, Matrix Resurrections, traz a mensagem sobre a força do amor e da união, além de uma possível interpretação sobre almas gêmeas que são destinadas uma para outra.
Agora Trinity também possui um grande poder, o que coloca não apenas Neo como O Escolhido, mas o casal representando um poder maior. Somente estando unidos, eles teriam a capacidade de fazer frente às Máquinas.
Essa perspectiva inovadora é provavelmente um dos grandes motivos que levou Lana Wachowski a encarar o desafio de desenvolver Matrix Resurrections.
Não é segredo para ninguém, que enquanto trabalhavam na trilogia original, as irmãs Wachowski já deixavam claro que não tinham nenhuma intenção de fazer uma continuação após “Matrix Revolutions”.
Para se ter uma ideia, no começo de 2015, enquanto trabalhava na promoção de “Ascensão de Júpiter”, Lilly disse publicamente que o retorno de Matrix era “uma ideia particularmente repulsiva”, pois naquela época já considerava a possibilidade do estúdio em trazer sequências ou reboots.
Mas durante quase duas décadas, muitas coisas mudaram, e talvez a pior delas tenha sido o falecimento dos seus pais, algo que provavelmente deve ter despertado em Lilly uma nova visão sobre sua vida e seu trabalho.
“Eu tive uma grande tragédia na minha vida, meus pais faleceram, e eu precisava de algo para me ajudar com o luto. Inventar uma história em que duas pessoas voltam para vida foi reconfortante e ajudou a me curar. Eu não julguei, apenas escrevi isso, então mostrei para um colega que me disse, ‘Oh meu Deus, você precisa contar essa história.”
Como resultado, a trama complexa que foi responsável por repelir grande parte do público na trilogia inicial, cede espaço para uma narrativa que se baseia quase que inteiramente no grande amor entre Neo e Trinity.
Os diálogos carregados de expressões difíceis e explicações continuam, mas o quarto capítulo deste universo, carrega uma maior “simplicidade” que talvez seja o que o primeiro longa bem mais acessível ao grande público.
Para um filme que precisa explicar como seus dois protagonistas estão vivos, além de inserir uma nova geração de personagens importantes, Matrix Resurrections faz um ótimo trabalho ao simplificar tais questões.
Além disso, é impressionante observar como depois de tantos anos, Carrie-Anne Moss e Keanu Reeves voltam aos seus papéis de forma natural. O casal que fez história em uma das maiores trilogias da história está de volta, com as mesmas características e intensidade.
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Em poucas palavras, Matrix Resurrections é “diferentão”, e na verdade funciona como um ponto fora da curva quando comparado aos seus antecessores.
Uma sequência que faz refletir sobre as escolhas e o livre arbítrio, em tempos onde as pessoas se apegam em tecnologias para ironicamente deixar de acompanhar o que se passa no mundo real e viverem em suas bolhas de perfeição.
O enredo de Matrix Ressurrections
Thomas Anderson é um famoso desenvolvedor de games que mora em São Francisco, nos Estados Unidos. Bem-sucedido, ele se tornou uma verdadeira lenda para os profissionais de sua área, por criar a aclamada e revolucionária trilogia do jogo Matrix.
Ele leva uma vida infeliz, mesmo com toda a sua fama, e tudo parece estar ficando pior agora, pois ele precisa lidar com a pressão de produzir um quarto game da franquia.
Mas a grande verdade é que quando a Matrix original foi resetada por conta das ações de Neo, as pessoas começaram a querer sair dela, e isso acarretou uma grande perda de energia para as máquinas.
Dessa forma, ocorreu uma grande guerra entre a facção das máquinas que não queriam manter a Matrix ativa, e as outras que queriam voltar a escravizar os seres humanos, onde o segundo grupo acabou vencendo.
A nova Matrix implantada pelas máquinas é bem parecida com o mundo atual, onde todos estão distraídos por seus smartphones, e a rotina do dia-a-dia é amenizada com as distrações que a tecnologia é capaz de proporcionar.
O programa antigo era um mundo realista, mas com falhas, onde eventualmente várias pessoas começavam a sentir que não faziam parte dele, ou que havia algo de errado.
Mas dessa vez, as máquinas conseguiram se tornar bem mais eficientes, criando todo um arcabouço para justificar este sentimento. Além disso, Neo foi ressuscitado e reintroduzido nessa realidade simulada, onde era o criador de uma trilogia de jogos chamada Matrix.
A história dos games se tornou um sucesso mundial, sendo que agora, todos conheciam “Matrix”. Se alguém tivesse uma sensação estranha em relação ao que se passava ao seu redor, associava diretamente ao jogo.
Neste contexto, Thomas Anderson se consulta com um estranho psiquiatra, apresentado apenas como O Analista, que o ajuda a enfrentar suas crises.
Ele convence Thomas de que suas alucinações devem ser tratadas como um problema mental, onde o protagonista se perdeu entre o que é realidade e o que é ficção, receitando pílulas azuis que o mantém preso à esta “realidade”.
Thomas Anderson também enfrenta dificuldades na vida amorosa, onde cativa um grande sentimento por Tiffany, uma bela mulher que frequenta a mesma cafeteria que ele.
Logo de cara, os dois sentem uma atração inexplicável e a estranha sensação de que já tinham se visto antes. Contudo, ela é casada e mãe de dois filhos, situação que impede qualquer aproximação.
E como se não fosse o bastante, o sócio de Thomas na empresa de videogames é ninguém menos que o Agente Smith, ou uma versão dele, adaptada para servir como contraponto e ajudá-lo a criar os jogos.
A realidade em que Thomas vive agora, começa a entrar em colapso quando ele se encontra com Morpheus, uma versão que foi criada como um Modal (uma máquina virtual rodando em loop até criar consciência própria) por ele mesmo antes de morrer.
Morpheus conta com a ajuda de Bugs e a tripulação de sua nave para resgatar Neo de dentro da Matrix. Ela é uma jovem que acordou da simulação depois de uma experiência onde Thomas iria se jogar de um prédio.
Eles conseguem acordar Neo novamente, que desta vez se encontrava preso em uma cápsula em um local completamente isolado, e com apenas outra pessoa próxima dele.
Ao acordar da Matrix, Neo é informado que 60 anos se passaram desde a revolução, e que um dos grupos de Máquinas se aliou aos humanos, o que resultou na queda de Sion e no começo da construção de IO.
A nova civilização humana é comandada pela General Niobe, que vem tentando reconstruir o mundo ao lado das Máquinas aliadas, e não deseja voltar aos tempos de guerra.
Agora Neo sabe que precisa resgatar Trinity e fazer com que ela acorde da Matrix, mas para isso ele terá que enfrentar o poder do Analista, além de convencer Niobe a apoiar seu plano.
Personagens principais de Matrix Ressurrections
Neo/Thomas Anderson
Thomas Anderson, novamente interpretado por Keanu Reeves, é um famoso desenvolvedor de games que vê seu mundo entrar em colapso quando descobre que seus sonhos e ilusões, na verdade são lembranças do seu passado.
Quando a Matrix foi resetada, as Máquinas decidiram ressuscitar seu corpo para que ele, junto de Trinity gerassem a energia necessária para o abastecimento de grande parte de seu império.
Na nova realidade simulada, Thomas é um programador de sucesso que criou o jogo mais revolucionário do mundo. Mas na verdade, este jogo chamado Matrix funciona como um um arcabouço para justificar a sensação que as pessoas têm de algo estar errado.
Ao ser resgatado por Bugs e sua equipe, Neo percebe que também precisará ir atrás de Trinity, que foi mantida em uma cápsula próxima a sua durante os 60 anos, onde estiveram sob o domínio da nova Matrix.
Neo precisará usar todo seu amor e sua força de vontade nessa nova realidade simulada, em busca de fazer com que Trinity se lembre dele e escolha sair da ilusão em que vive com seus dois filhos e seu marido.
Trinity
Trinity, novamente interpretada por Carrie-Anne Moss, agora se chama Tiffany nessa nova realidade simulada que foi criada depois que a Matrix 6.0 foi resetada por conta das ações de Neo.
Ela vive com seus dois filhos e seu marido e não faz ideia do que realmente aconteceu no passado. Contudo, ao encontrar Thomas Anderson em uma cafeteria, ela tem a estranha sensação de já conhecê-lo.
A partir daí, Tiffany começa a investigar a vida de Thomas e descobre que o jogo que ele criou tem uma personagem muito parecida com ela, que também é capaz de despertar estranhas lembranças em sua mente.
Trinity terá que fazer uma difícil escolha entre continuar com sua vida na Matrix com sua família, ou abrir os olhos e voltar para a realidade junto com seu verdadeiro amor.
Bugs
Bugs, interpretada por Jessica Henwick, nasceu na Matrix, e cresceu sem saber que estava vivendo em uma simulação, trabalhando como limpadora de janelas em arranha-céus.
Alguns anos atrás, Thomas Anderson teve um colapso mental em uma festa no terraço para comemorar o lançamento de seu novo videogame, onde em meio a suas alucinações iria saltar da sacada.
Como nenhum dos convidados da festa conseguiu reagir a tempo de detê-lo, as Máquinas não tiveram escolha a não ser “congelar” a simulação, deixando-o impossivelmente pendurado no ar.
Bugs viu Neo pairando no ar, e até viu seu RSI voltar à sua forma original por um breve momento, e isso a levou a questionar a natureza de sua realidade, colocando-a em um caminho para encontrar membros da resistência humana.
Mesmo que a maioria das pessoas no mundo real pensasse que Neo morreu anos atrás, o breve vislumbre de Neo de Bugs a convenceu de que as Máquinas o estavam escondendo em algum lugar da Matrix, levando-a a montar uma equipe determinada a encontrá-lo.
Morpheus
Morpheus, desta vez interpretado por Yahya Abdul-Mateen II, foi criado como parte de um Modal, baseado em parte, no Morpheus original e em Smith.
Ele perceberia que estava dentro de uma realidade simulada, vendo seu código em vários locais, incluindo um espelho. Ver o código ajudou a libertar sua mente e a abrir para a possibilidade de mais em sua vida do que apenas sua programação básica.
Morpheus se juntou à tripulação da Mnemosyne e trabalhou junto com Bugs e o resto de sua tripulação para ajudar a encontrar Neo e trazê-lo de volta da Matrix.
Depois de resgatar Neo, todos se uniram com base em um plano elaborado por Sati em busca de trazer Trinity de volta também.
O Analista
O Analista, interpretado pelo ator Neil Patrick Harris, é o terapeuta de Thomas Anderson e o principal antagonista de Matrix Resurrections.
Ele foi criado para entender a psicologia humana a fim de controlá-los melhor de certa forma, o que faz dele, uma nova tentativa do Arquiteto em replicar o papel que originalmente seria do Oráculo.
No entanto, enquanto a melhor compreensão da humanidade do Oráculo a levou a ficar do lado deles, o Analista fez o oposto, e passou a enxergar o controle matemático da humanidade do Arquiteto como incompetente.
Segundo ele, o Arquiteto nunca percebeu que os humanos não se importam com fatos, mas com a ficção, onde tudo o que importa é o mundo composto dentro de sua própria mente.
O Analista estava presente quando Neo se sacrificou na Cidade das Máquinas para derrotar Smith, e foi encarregado de analisar o seu corpo para tentar entender melhor o código Anomalia que lhe concedeu poderes de distorção da realidade dentro da Matrix.
Ele logo descobriu que os poderes de Neo como “o Escolhido” estavam ligados à Trinity, e que a Anomalia foi ativada pelo vínculo entre eles.
Por este motivo ele também recuperou o cadáver de Trinity, depois convenceu seus superiores a gastar consideravelmente energia e esforço para repará-los e ressuscitá-los, para continuar sua pesquisa.
General Niobe
General Niobe, novamente interpretada pela atriz Jada Pinkett Smith, vem tentando reconstruir o mundo ao lado das Máquinas aliadas, e não deseja voltar aos tempos de guerra.
Depois da queda de Zion, ela vem reunindo cientistas e Máquinas para construir a nova civilização que agora se chama IO.
Quando fica sabendo dos planos de Bugs para trazer Neo de volta, ela não fica nada contente, e menos ainda quando descobre que eles também planejam recuperar Trinity de sua cápsula.
Niobe fica chocada ao saber que Sati sempre soube que Neo e Trinity ainda estavam vivos e não havia contado a ninguém. Sati explica que, embora tenha duvidado de sua decisão, IO precisava de Niobe e a cidade tinha que ser construída para o bem de ambos os seus povos.
Smith
Smith, desta vez interpretado por Jonathan Groff, assim como Neo, também foi ressuscitado pelo Analista, por causa de sua conexão com o Escolhido.
Mas nesta nova realidade, Smith é um parceiro de negócios de Thomas Anderson e também não se lembra de sua vida pregressa, antes da Matrix ser resetada por conta das ações de Neo.
Smith exige que Thomas comece a trabalhar em “Matrix 4“, afirmando que a Warner Bros, a empresa responsável pela publicação dos jogos, poderia retirar seu financiamento de projetos futuros.
Essa é uma clara referência à maneira como Lana Wachowski foi praticamente “forçada” pelo estúdio a trabalhar na sequência para a trilogia de filmes.
Sati
Sati, novamente interpretada pela atriz Priyanka Chopra, foi criada sem um propósito, ela nasceu exilada e teria sido agendada para exclusão se as Máquinas descobrissem que ela existia.
No entanto, seus pais fizeram um acordo com o Merovíngio para levá-la para a Matrix, oferecendo o código de terminação para a casca externa do Oráculo.
Sessenta anos depois, Sati revela a Neo, que tentou ficar de olho nele e ele se lembra de encontrá-la algumas vezes na Matrix.
Ela explica que seu pai Rama, tinha sido o engenheiro-chefe que projetou as cápsulas de ressurreição, onde Neo e Trinity ficaram presos por 60 anos.
Eles agora têm a oportunidade extraordinária de resgatar Trinity, pois os projetos do Anamoleum foram deixados para ela como um tipo de herança.
Matrix Resurrections leva a franquia para outro rumo
Se o primeiro Matrix era uma crítica ao sistema, que cria papéis sociais e nos mantém enredados por eles, Matrix Resurrections vem para mostrar que a sociedade aceita muito bem esses papéis.
É muito mais fácil chegar em casa de uma rotina cansativa e descarregar toda sua raiva em um videogame, no Streaming ou mesmo no feed do Facebook, do que fazer alguma coisa para mudar de vida.
Em Matrix Resurrections temos uma nova geração de personagens e uma humanidade mais complexa, ao mesmo tempo em que observamos as pessoas totalmente encarceradas dentro de suas bolhas.
O primeiro ato é praticamente todo dedicado a mostrar que uma nova Matrix foi criada para que as Máquinas voltassem a ter energia, sendo que Neo e Trinity eram os principais fornecedores dela.
O plano das Máquinas deu certo por muito tempo, o que nos mostra que a trilogia é oficial e tudo que aconteceu antes no universo Matrix é verdadeiro.
Além disso, depois que somos apresentados à IO, Niobe conta que Morpheus acabou perdendo a vida enquanto tentava resgatar o corpo de Neo, que por sinal foi muito bem escondido pelos inimigos.
Contudo, muitos devem estar se questionando nesse momento, como Neo e Trinity não podiam ser localizados depois que a nova Matrix começou a rodar.
Isso fica esclarecido quando Neo percebe que a Matrix criou novas identidades visuais, para que ninguém o reconhecesse e também para que ele próprio não conseguisse perceber o que estava acontecendo.
Se prestarmos bastante atenção, percebemos que a aparência de Thomas Anderson e até de Tiffany mudam quando estão sendo refletidas. Isso também explica o novo visual de Smith, e justifica outro ator assumir o papel.
Não podemos deixar de citar a parte em que Neo tenta entrar na nova Matrix para resgatar Trinity. Depois de vencer a bela luta contra Smith, ele corre para contar tudo sobre a Matrix para ela, que ainda vive como Tiffany.
Esta sequência nos leva a uma das partes mais importantes do filme, pois é aí que o Analista finalmente aparece para colocar as cartas na mesa e começar a responder os grandes mistérios que Matrix Ressurrection esconde.
Ele foi o responsável por trazer Trinity e Neo de volta à vida, e ainda compreendeu que se deixasse os dois próximos o suficiente, sem que estivessem totalmente juntos, isso seria como uma fonte de energia inesgotável para as Máquinas.
Por este motivo, Thomas Anderson e Tiffany eram mantidos separados nessa nova realidade criada pela Matrix, uma vez que se estivessem juntos, isso significaria a completa destruição da mesma.
Após conseguirem escapar do poderoso Analista, outra personagem do passado de Neo ressurge para finalmente dar uma resposta sobre como acordar Trinity e trazê-la de volta.
Sati, a mesma menina da primeira trilogia, agora crescida, é um dos programas que buscam por vingança contra as Máquinas. Isso tudo devido ao uso corrompido das criações do pai dela.
Ela inclusive, conta que seus pais foram eliminados por não concordarem com o desejo das Máquinas. Dessa forma, descobrimos que o pai de Sati desenvolveu as cápsulas onde estavam sendo mantidos os corpos de Trinity e Neo.
Neo sabe que se tirar Trinity, a nova Matrix perderá praticamente toda a sua força, uma vez que ela já se tornou instável sem ele. Com isso, faz uma proposta ao Analista de deixá-la decidir se quer deixar essa realidade ou continuar sua vida simulada.
Após um breve momento de indecisão, Trinity muda de ideia e se lembra de quem é na verdade. O Analista ainda tenta congelar o tempo para a impedir, mas é surpreendido por Smith, que foi libertado de sua programação depois que Neo deixar a Matrix.
Smith, antes de tudo, deseja ter sua própria liberdade, sem precisar se sujeitar às vontades do Analista, ficando preso à Neo, ou à Thomas Anderson se fosse o caso.
Em um dos momentos mais empolgantes de Matrix Resurrections, Neo e Trinity tentam voar e somente Trinity consegue. Ela deixa aquela realidade simulada e o reencontro dos dois no mundo real finalmente acontece.
A metalinguagem é de fato, um dos recursos mais interessantes que o cinema pode oferecer, e usar esse maquinário para criticar o sistema no qual está inserido e a estrutura exploratória que faz essa engrenagem girar, se torna uma combinação perfeita.
Matrix Resurrections é o tipo de ficção ideal para isso, uma vez que encarna literalmente o debate sobre uma realidade criada para parecer perfeita, enquanto subverte suas fontes de energia para que elas continuem cumprindo seu papel sem criar perturbações.
A verdade é que o novo longa de Lana Wachowski é uma evolução que não se perde em sua essência primordial.
É uma franquia que se reinventa sem desrespeitar o seu legado e busca não ultrapassar as barreiras do que seria aceitável para uma sequência que pode ser considerada, no mínimo, inusitada.
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