“Maze Runner: Correr ou Morrer”, começa com Thomas acordando em um elevador sem lembranças e é acolhido por um grupo em um local isolado conhecido como Clareira, rodeado por enormes muros que criam um labirinto. Neste lugar, os chamados Clareanos estabeleceram uma sociedade simples, na qual cada um desempenha uma função específica. O labirinto, que Corredores exploram, é a única saída possível, porém se fecha ao anoitecer, quando criaturas mortais chamadas Verdugos (Grievers) surgem.
Depois que um Griever ataca um dos meninos, Thomas desobedece as regras e entra no labirinto para resgatar dois companheiros, sobrevivendo à noite, um feito inédito que o transforma em herói e o designa como novo Corredor. Em seguida, uma garota chamada Teresa chega trazendo antídotos e revelando que é a última enviada. Ao procurarem pistas, Thomas e Minho percebem que o labirinto segue um padrão e possui um dispositivo capaz de indicar a saída.
Quando os portões permaneceram abertos, os Verdugos atacam a Clareira, provocando destruição. Para recuperar suas memórias, Thomas se machuca com o ferrão de um Griever e descobre que ele e Teresa eram funcionários da organização WCKD, responsável pelo experimento com os jovens, criados para testar uma possível cura para o vírus Flare, que causou a devastação do planeta.
Gally, dominado pelo medo, tenta sacrificar Thomas e Teresa, porém um grupo consegue escapar e descobre um laboratório repleto de cadáveres. Uma gravação mostra que tudo era parte de um experimento conduzido pela cientista Ava Paige, que simula um suicídio durante a invasão do local.
Depois de mais uma tragédia, os sobreviventes são salvos por soldados e conduzidos para fora do labirinto. Ao final, Ava Paige surge viva, declarando que o experimento teve sucesso e que os sobreviventes progrediram para a Fase Dois, indicando que a provação ainda está longe de terminar.
Direção de Maze Runner: Correr ou Morrer
Antes de tudo, o filme “Maze Runner: Correr ou Morrer” contribuiu muito para popularizar a franquia. A grande repercussão que essa obra alcançou em sua estreia, de fato, é a prova da proposta forte e cativante que a trama oferece. Wes Ball dirigiu “Maze Runner: Correr ou Morrer”, marcando sua estreia em longas-metragens com essa produção. Antes disso, Ball ganhou notoriedade por seus curtas e trabalhos em animação digital, especialmente pelo aclamado curta Ruin (2012), que atraiu a atenção da 20th Century Fox e lhe garantiu a direção da adaptação de Maze Runner.
A identidade visual do cineasta em “MAze Runner: Correr ou Morrer” se mostrou bem “enxuta”, por assim dizer. Nesse sentido decidiu evitar efeitos de CGI extravagante, e apostou na construção profunda de um suspense. Assim, a construção narrativa desse longa metragem é seu ponto mais forte.
Wes Ball cria o suspense em Maze Runner ao explorar o enigma do labirinto, a atmosfera claustrofóbica e a tensão visual. Com câmeras dinâmicas e som opressor, ele gera uma sensação constante de ameaça e confinamento, equilibrando ainda mais o terror psicológico com uma ação intensa.
Além disso, o labirinto e os verdugos impressionam pelo realismo e design detalhado. A fusão de efeitos práticos e digitais cria uma ambientação sombria e crível, intensificando o suspense visual de Maze Runner. A soma dessas decisões resultou em um filme rico de terror e mistério, capaz de envolver qual cinéfilo com tensão e suspense até os dias de hoje.
Em que foi baseado Maze Runner: Correr ou Morrer?
“Maze Runner: Correr ou Morrer” (2014) é baseado no livro de James Dashner (2009). Inspirado por obras como O Senhor das Moscas, Cubo e 1984, apresenta jovens presos em um labirinto mortal, usados em experimentos da organização C.R.U.E.L., explorando temas de identidade, controle e sobrevivência em um mundo pós-apocalíptico.
Porém, há algumas diferenças sutis como por exemplo o tom da trama. Se você assistiu ou vai assistir “Maze Runner: Correr ou Morrer” irá perceber que a trama é carregada de ação e suspense. Já o livro, apresenta uma atmosfera de terror psicológico e suspense. No filme, a profundidade emocional e a construção lenta do mistério são reduzidas para priorizar o impacto visual e o dinamismo da trama. Há outras diferenças entre o livro e o filme, falaremos disso em seguida.
Diferenças entre o livro e o filme
Apesar do filme se manter fiel a essência da obra original, há diversas decisões criativas tomadas por Wes Ball que divergem com elementos específicos da obra. Por exemplo, os Verdugos são criaturas gelatinosas com partes mecânicas no livro. No filme, os monstros parecem uma mistura de pulga, escorpião, e aranha, com uma aparência mais funcional e consistente. Algumas das outras diferenças que podemos encontrar entre o livro e a adaptação são:
Telepatia: No livro Thomas e Teresa foram submetidos a diversas experiências, até com mais frequência que outras cobaias. Isso resultou em uma ligação telepática entre os dois. Isso não foi trazido para o livro. Convenhamos, seria bem extravagante encaixar telepatia em um filme de ficção científica, suspense, e terror.
CRUEL é bom: No filme as motivações da organização CRUEL se mostram ambíguas até o fim. No livro, desde cedo, é revelado que essa organização busca uma cura contra o Fulgor, e quando falham mudam o foco para reconstruir a humanidade a partir das novas pessoas geneticamente imunes. Esse lado humano da organização é uma das maiores diferenças com relação ao livro.
Zombie Runner: No filme, o primeiro infectado apresentado, pelo Fulgos, é Bem, um dos corredores da comunidade. Porém, no livro, para chegar ao estágio final de “Zumbi”, é necessário meses, pois a transformação é bem gradual.
Apesar de Maze Runner: Correr ou Morrer manter a essência da história de James Dashner, a versão de Wes Ball reinterpreta vários aspectos para intensificar o impacto visual e o clima de suspense. As criaturas, as intenções da C.R.U.E.L. e até a falta de telepatia entre Thomas e Teresa demonstram decisões que favorecem a fluidez do filme em vez da fidelidade literal, resultando em uma versão mais sombria e prática do universo original.
Orçamento e bilheteria de Maze Runner: Correr ou Morrer
“Maze Runner: Correr ou Morrer” custou US$ 34 milhões, dessa maneira podemos concluir que esse filme foi um pequena produção. Nas bilheterias mundiais, essa adaptação arrecadou US$ 348 mil dólares, se tornando um dos filmes mais rentáveis de 2014. Essa adaptação não alcançou nem as 10 maiores bilheterias do ano. Porém, se levarmos em conta o critério de custo benefício, “Maze Runner: Correr ou Morrer” se encontra na quarta posição entre os filmes mais rentáveis do ano, ficando atrás somente de produções como: “A Culpa é das Estrelas”, “Garota Exemplar”, e “Lucy”.
Esse desempenho evidencia a eficiência de Maze Runner: Correr ou Morrer em transformar um investimento modesto em um fenômeno comercial. A combinação de apelo jovem, suspense envolvente e direção dinâmica consolidou o filme como um marco das adaptações distópicas, provando que grandes retornos não exigem necessariamente grandes orçamentos.
Crítica
Esse filme teve uma boa recepção com relação a crítica, podemos ver reflexo disso em grandes portais de classificação. Por exemplo, no IMDB essa adaptação alcançou 6.8/10 estrelas em uma escala de 547 mil votos. Além disso, no Rotten Tomatoes o filme alcançou uma aprovação de 68% em uma escala de 50 mil votos. Podemos concluir que Maze Runner: Correr ou Morrer teve uma recepção pouco acima da média.
De modo geral, o público considerou “Maze Runner: Correr ou Morrer” uma adaptação razoavelmente fiel, mas com simplificações notáveis. Porém, há muitas críticas que apontam o desenvolvimento superficial dos personagens, previsibilidade no roteiro, e um final sem uma conclusão satisfatória.
São críticas bem vazias se levarmos em conta, respectivamente, que a trama gira em torno de uma história razoavelmente simples, e que o projeto como um todo já previa sequências futuras. A única crítica mais plausível é a dos personagens carecerem de um desenvolvimento mais profundo, pois no livros cada um tem uma personalidade marcante.
Trilha sonora de Maze Runner: Correr ou Morrer
A trilha sonora de “Maze Runner: Correr ou Morrer”, foi composta John Paesano, um compositor americano conhecido por criar atmosferas densas e emocionais em filmes e séries, combinando orquestra tradicional com elementos eletrônicos para intensificar o suspense e a ação do labirinto. Algumas de seus principais trabalhos na indústria cinematográfica incluem: “Quando o Jogo Está Alto”, “Diário de Um Banana” (2021), e o “Planeta dos Macacos: O Reinado”
A faixa principal “The Maze Runner”, de John Paesano, traduz o mistério e a tensão da jornada de Thomas. Com orquestra intensa, percussões marcantes e toques eletrônicos, a música equilibra suspense e heroísmo, destacando a luta pela sobrevivência e reforçando a atmosfera sombria e futurista do filme. Vale deixar uma menção para os efeitos sonoros. Os efeitos sonoros de Maze Runner criam imersão e tensão. Liderados por Paul N. J. Ottosson, destacam-se sons metálicos e profundos, como o das portas do labirinto, reforçando o suspense e o clima ameaçador. Portanto, a trilha sonora formou um conjunto impactante com os efeitos sonoros, ao ponto de ser realmente um diferencial nesse filme, se mostrando um dos elementos mais fortes.
Conclusão
“Maze Runner: Correr ou Morrer”, marcou o início de uma boa trilogia, no cinema. A forma como as relações sociais entre os personagens foi costurada, e como gradualmente foi desconstruída até alcançar a bestialização revela a capacidade do diretor Wes Ball em criar narrativas de modo eficaz.
A semelhança entre Maze Runner, Divergente e Jogos Vorazes vem do movimento das distopias juvenis dos anos 2010. Todos apresentam jovens desafiando sistemas opressores em sociedades controladas, com estética sombria e temas de manipulação e sobrevivência, refletindo o medo coletivo do colapso social e institucional da época.
 
				 
								


















