THQ

A empresa THQ fez a alegria de muitos jogadores ao longo da sua trajetória. Afinal, a companhia teve uma participação ativa no setor de jogos e trouxe alguns dos títulos mais queridos pelo público. Como resultado, alguns dos seus lançamentos ainda permanecem no imaginário de muitas pessoas.

Diante disso, vale a pena conferir a trajetória da companhia e como ela contribuiu para o mundo dos games. Então, continue a leitura e descubra sobre a fundação da empresa, de quem ela é propriedade, o que ela oferece e a sua história.

Quando a THQ foi fundada?

A THQ foi fundada em abril do ano de 1990 na cidade de Agoura Hills, Califórnia. “THQ” são as iniciais de “Toy Head Quarters” (“Sede de brinquedos”, na tradução para o português). Em seus primeiros anos, a companhia iniciou um processo de fusão reserva com a Trinity Acquisition Corp.

Esse acordo rendeu US$33 milhões em trocas de ações para os acionistas. A empresa manteve o seu nome após a fusão e Jack Friedman assumiu a cadeira da presidência. A partir daí, continuou o seu projeto de desenvolvimento de jogos e aquisição de outras empresas.

Quem são os fundadores da THQ?

Jack Friedman é o responsável pela fundação da THQ e permaneceu na companhia durante muitos anos, assumindo o posto de presidente do negócio.

Quem são os atuais donos da THQ?

A THQ enfrentou um processo de falência em 23 de janeiro do ano de 2013. Em junho do ano seguinte, a Nordic Games adquiriu o direito de usar a marca THQ. Desde então, a empresa tem lançado os seus títulos com a marca registrada adquirida, sendo conhecida agora como THQ Nordic.

O que a THQ oferece?

A THQ atuava no mercado de games como uma desenvolvedora e publicadora de jogos, além de atuar como fabricante de brinquedos. Durante os seus anos de operação ativa, a companhia produziu títulos para os mais variados consoles, inclusive para computador, celular e consoles portáteis.

Dentre os gêneros, a marca desenvolveu jogos de RPG, ação, puzzles e até simulação. Além disso, ela também desenvolveu jogos de tiro, esportes, aventura e muito mais. Além de criar, a THQ também concedeu licenças, distribuía jogos e conseguiu adquirir marcas reconhecidas no mercado.

Visando o futuro, a THQ trabalhou em alguns títulos para os consoles mais modernos e computadores. Por exemplo, jogos como Company of Heroes, Destroy All Humans!, Frontlines: Fuel of War e Saints Row e mais. A empresa THQ mantinha um relacionamento muito próximo com outras companhias, como a Nickelodeon, Disney/Pixar e WWE. Por esse motivo, a THQ tinha certa prioridade para lançar os jogos das franquias dessas empresas.

História da THQ

Jack Friedman fundou a THQ no começo dos anos 90 e no mesmo ano a empresa já conseguiu adquirir a New Ventures, sendo essa uma divisão da companhia Broderbund. Após isso, a THQ e a Trinity Acquisition Corp concordaram em se fundir por meio de um processo de fusão reversa.

Esse acordo envolveu trocas de ações em que o valor alcançava US$33 milhões. Os acionistas da THQ ficaram em vantagem, pois detinham 52% das ações da nova companhia. Enquanto Jack Friedman assumiu a cadeira de presidente, o acordo manteve o nome da THQ.

Tempos depois, a THQ conseguiu adquirir a Black Pearl Software, uma desenvolvedora de jogos. A partir daí, ao lançar os seus jogos para Sega, a THQ usava o nome Black Pearl Software na publicação. Quanto aos jogos para Nintendo, a empresa usava o nome Malibu Games.

Com o objetivo de se concentrar na área de videogames, a THQ encerrou as suas atividades no setor de brinquedos em 1994. No ano seguinte, Jack Friedman saiu da companhia a fim de co-fundar a Jakks Pacific, uma nova empresa de brinquedos.

Acordo com a Electronics Arts

Nesse mesmo ano, a THQ fechou um acordo com a Electronics Arts. O acordo dizia respeito ao desenvolvimento de jogos para consoles de 8 e 16 bits, além de consoles portáteis. O título Black Peral Software passou a ser utilizado para os games de 8 e 16 bits. Para os jogos de 32 bits, a THQ utilizou o selo Kokopeli Digital Studios.

Após a sua reincorporação em 1997 como Delaware Corporation, a THQ conquistou os direitos da San JosePacific Coast Power & Light em 1999. No mesmo ano, a THQ fechou um contrato de licença com a Codemasters para divulgar os títulos dessa empresa britânica nos consoles portáteis e também adquiriu licença para desenvolver jogos da franquia Power Rangers.

Expansão

Após adquirir a Volition, a THQ conseguiu aumentar o seu alcance interno de desenvolvimento e criação. Depois disso, a empresa alcançou o número de 11 estúdios para trabalharem nas mais variadas plataformas. Entre os estúdios estavam Juice Games, Kaos Studios e a própria Volition.

Um acordo com a Fox Interactive permitiu a THQ lançar cinco títulos da Fox para o Game Boy Color. Pouco tempo depois, a empresa conseguiu estender o seu contrato com a Nickelodeon, produzindo jogos das franquias Bob Esponja, Rocket Power, Rugrats, Avatar e Jimmy Neutron. O acordo também correspondia a criação de jogos originais e uma animação do mesmo jogo no canal de desenho.

Em maio de 2007, a THQ já registrava um lucro anual superior a US$1 bilhão. Apesar disso, a companhia fechou cinco dos seus estúdios no ano seguinte. Com o passar do tempo, as vendas da THQ começaram a cair e a empresa decidiu investir em menos companhias e mais em projetos de qualidade.

A receita bilionária da empresa a colocou no mesmo patamar da rival Activion. Contudo, embora os seus jogos fossem bem recebidos pela crítica, as vendas continuam a cair. O problema ficou ainda mais grave quando o público infantil passou a acessar jogos gratuitos da internet. Como resultado, as ações da THQ caíram e a empresa chegou a valer US$173 milhões em valor de mercado, bem abaixo dos concorrentes.

Esses eventos levaram a THQ a dividir alguns estúdios como companhias independentes e vender outras subsidiárias. Durante o ano de 2009, a empresa vendeu alguns dos seus estúdios enquanto tentava se reerguer adquirindo outras empresas por valores menores.

Ajustes e problemas financeiros

No começo do ano de 2010, a THQ fez uma reconfiguração no Rainbow Studios e Juice Games, mudando nome desses estúdios para THQ Digital Warrington e THQ Digital Phoenix. Como consequência da reconfiguração, essa fusão provocou a demissão de 60 funcionários, tanto do estúdio britânico Juice Game quanto do estúdio americano Rainbow.

A THQ lançou o uDraw GameTablet em agosto de 2010. Tratava-se de um dispositivo para o console da Nintendo capaz de interagir com a televisão, permitindo ao usuário jogar e desenhar na tela. A empresa confirmou que o acessório receberia uma atualização a cada dois meses.

Embora continuasse com os seus lançamentos, a THQ também sofria perdas, como a venda da divisão THQ Wireless. Após dois meses, as ações da empresa caíram para quase 30%. Em parte, a mídia especulou que a queda aconteceu por causa da má recepção do jogo Homefront. Depois de mais 3 meses, a THQ fechou a THQ Digital Warrington e Kaos Studios.

No mês seguinte, a empresa publicou um anúncio de que a franquia Red Faction não seria mais continuada. Assim como outros títulos da empresa, os jogos dessa linha também não receberam aclamação total do público. Devido as recentes perdas, a companhia anunciou que não continuaria a desenvolver jogos infantis e que se concentraria em outros projetos.

Tempos depois, a empresa encerrou a divisão THQ Digital Phoenix, assim como a franquia MX vs ATV. Para encerrar o ano, a THQ decidiu apostar no lançamento de um uDraw para Xbox 360 e PlayStation 3, porém as vendas do acessório foram muito abaixo do esperado. Como consequência, esse e outros fracassos colaboraram para os problemas financeiros e falência da companhia.

Fechamentos e prejuízos

No começo de 2012, a THQ encerrou de vez a sua participação no setor de jogos infantis. Agora, a companhia se dedicava ao setor de jogos para adultos, apesar de continuar a vender o seu catálogo antigo. Em paralelo, a fabricação do uDraw chegou ao seu fim.

Contabilizando as perdas, a empresa calculou um prejuízo líquido financeiro de quase US$ 240 milhões no ano fiscal de 2012. O prejuízo desse ano foi superior em US$100 milhões ao ano anterior. Apesar da nomeação de Jason Rubin como presidente nessa mesma época, a empresa montou um planejamento para repassar a licença de jogos UFC para a companhia Electronic Arts.

Falência

A THQ devia um valor de US$50 milhões à empresa Wells Fargo, anunciando no fim de 2012 que não poderia quitá-lo. Esse foi um período difícil para a empresa, visto que as ações continuavam a cair ao custo de centavos. À beira de falir, a empresa teve que adiar o lançamento de títulos que já estavam prontos para o lançamento no ano seguinte.

Com o objetivo de conseguir mais dinheiro, a THQ firmou uma parceria com a Humble Bundle. O Propósito era lançar o pacote Humble THQ Bundle, conseguindo arrecadar US$ 5 milhões após vender 800.000 cópias. O próprio presidente da THQ, Jason Rubin, ajudou na ação, gastando mais de US$ 11.000 em apenas 1 pacote.

Mesmo assim, a THQ solicitou o pedido de falência, visando vender os seus ativos para a companhia Clearlake Capital Group. A oferta recebeu negativa dos credores e da juíza Mary F. Walrath que em vez disso concordaram em leiloar individualmente as propriedades da empresa.

Após a partilha das propriedades, a THQ anunciou a venda das franquias recentes, assim como as propriedades licenciadas. Enquanto o leilão acontecia, a empresa decidiu desligar os servidores remanescentes de Nexuiz. Meses depois, foi a vez da Interplay Entertainment comprar os direitos da franquia Freespace. Quanto aos IPs e franquias que ainda restavam, a THQ decidiu leiloá-los para a Nordic Games.

Separação e transição

A princípio, os credores da THQ denunciaram que o processo de venda da THQ serviu somente para beneficiar Jason Rubin e a administração atual da empresa. No entanto, a juíza desacreditou as acusações infundadas. Em vista disso, os credores concordaram em liberar toda a administração da THQ a respeito de irregularidades na venda e valores pendentes.

O processo de falência da THQ afetou outros estúdios associados a ela. Por exemplo, a Blitz Games Studios também faliu no mesmo ano, afirmando que o encerramento da THQ influenciou nos problemas financeiros da companhia.

Quanto a transição, esse processo começou em 2014, quando a Nordic Games comprou a marca registrada da THQ. Dessa forma, o estúdio teria permissão para lançar jogos sob o título editorial THQ. Em 2016, a companhia mudou o seu nome para THQ Nordic, visando uma melhor associação com a marca.

Divisão pós-falência

A crise que a THQ enfrentou resultou numa série de iniciativas para reverter a situação. Por exemplo, fazer parcerias para lançamento de jogos e até distribuir gratuitamente cópias de um dos seus títulos via Facebook. Contudo, e já sem opções, a empresa solicitou a falência.

O leilão espalhou as propriedades intelectuais da companhia para outros estúdios. Além disso, a empresa também teve que desmembrar os seus estúdios para outros compradores. Como resultado, o leilão estabeleceu a divisão da seguinte maneira:

• Crytek adquiriu a franquia Homefront por US$ 544.000.
• Koch Media adquiriu a Volition Inc., responsável pela franquia Saint’s Row, por US$ 22 milhões. Além disso, a empresa também comprou a franquia Metro pagando US$ 5,9 milhões.
• Sega adquiriu a produtora Relic Entertainment, responsável pela franquia Company of Heroes, por US$ 26,6 milhões.
• Take-Two Interactive adquiriu o jogo Evolve pelo preço de US$ 11 milhões.
• Ubisoft adquiriu a THQ Montreal por US$ 2,5 milhões. Não o bastante, a Ubisoft também comprou a licença de desenvolvimento da franquia South Park por US$ 3,2 milhões.

Na época do leilão, a THQ ainda mantinha os direitos sobre algumas propriedades, como a produtora de Darksiders. Para a diretoria, o objetivo era garantir que empresas adequadas comprassem essas posses restantes e continuassem/melhorassem esses projetos.

Jogos criados pela THQ

Apesar do seu encerramento, a THQ conseguiu lançar alguns ótimos títulos enquanto funcionava e que marcaram um grande público. Muitos desses jogos continuaram disponíveis em diversos consoles e mídias. Se você ainda não conhece, confira a seguir alguns dos jogos mais famosos da empresa.

Amnesia

O jogo Amnesia tem aclamação da crítica e público e é considerado um dos melhores lançamentos da THQ. A trama mostra um homem sem memórias acordando em uma mansão misteriosa. O personagem deve encontrar respostas sobre si enquanto explora o local desconhecido.

Esse jogo é considerado assustador e promete causar tensão e medo ao jogador. O personagem deve ser capaz de evitar as ameaças do lugar sem lutar, já que não existem armas para ele no local.

Avatar: The Last Airbender

Inspirado na famosa série animada, o jogo mostra o avatar Aang partindo da Tribo da Água do Norte em direção ao reino da terra. O propósito da missão é resgatar Bumi, antigo amigo e professor de dominação do Avatar. Para tanto, eles devem adentrar na fortaleza da nação da terra repleta de guardas e soldados.

O jogador pode controlar tanto Aang quanto os parceiros dele, embora Aang seja a escolha primária do usuário. Além de batalhar contra inimigos, o jogador também deve solucionar quebra-cabeças. Embora haja a opção de jogar sozinho, o usuário pode jogar com outras pessoas ao mesmo tempo.

Company of Heroes

O jogo Company of Heroes se destacou entre os jogos com temática sobre a Segunda Guerra Mundial devido a grande qualidade da jogabilidade e enredo. O usuário é imerso num jogo de estratégia com bastante tensão. É necessário que o jogador fique atento as rodadas, visto que o raciocínio para superar o campo de batalha será necessário.

Embora o jogo tenha uma proposta simples, o resultado da jogabilidade surpreendeu pela inovação mecânica. Afinal, o jogo tem um gráfico bastante atraente e a diversão do usuário é garantida. Por causa do sucesso, a franquia recebeu outras continuações muito bem recebidas pelo mercado.

Darksiders

Darksiders é uma franquia da THQ bastante querida pelos jogadores fiéis. Afinal, o jogo entrega personagens cativantes, cenários muito bem construídos e um mundo de jogo desafiador. No game, o jogador assume o avatar da Guerra, um dos cavaleiros do Apocalipse.

A jogabilidade é bastante acessível e lembra outros jogos do gênero de fantasia. Mesmo assim, ele tem uma temática mais sombria e certo nível de violência. O jogo ganhou uma continuação com jogabilidade atraente e também foi bem recebido pelos jogadores fiéis.

Jovens Titãs

Baseado no cartoon de mesmo nome, jovens titãs é um jogo de ação e aventura com os membros da animação. Após receberem um videogame em casa, toda a equipe é transportada para dentro dele. Enquanto enfrentam os vilões já conhecidos da equipe, o grupo tenta encontrar a saída.

Cada personagem possui um conjunto diferente de habilidades e ações. Por isso, o jogador deve escolher bem o seu avatar ao enfrentar um vilão mais poderoso.

Red Faction

O jogo Red Faction é um jogo de tiro e ficção científica em primeira pessoa. Alguns dos pontos positivos são os cenários e o enredo muito bem trabalhados. Não o bastante, o jogador tem acesso a uma quantidade de ações bastante variada no jogo.

Red Faction exige que o jogador mantenha o seu foco nas missões. Em vez de atirar durante todo o jogo, o usuário deve resolver alguns problemas e desafios para avançar. Essa dinâmica ajuda a manter o jogo mais interesse e menos monótono.

Outro diferencial do jogo Red Faction é fazer o jogador se questionar a respeito das escolhas dele no jogo. Cada ação é complexa e cria um dilema entre o que é certo e errado. Como resultado, o usuário permanece envolvido em um jogo complexo e desafiador.

Saint’s Row

A princípio, Saint’s Row surgiu como uma brincadeira com a franquia GTA. No entanto, o jogo desenvolveu a sua própria marca e é bastante lembrado graças a diversão proporcionada ao jogador. Tanto por causa da jogabilidade, quanto por causa dos bugs e personagens mais atrevidos.

O jogo oferece mais liberdade e situações inusitadas para o player, tornando a experiência ainda mais divertida. Por exemplo, o personagem pode perseguir os outros usando um carrinho de golf ou surfar sobre os veículos com uma bazuca em suas mãos. Em suma, o jogo não se leva a sério e pode ser uma fonte de jogabilidade e risadas.

Star Wars: Episódio II: Ataque dos clones

Star Wars: Ataque dos Clones é baseado no filme de ficção científica de mesmo nome. O jogo recebeu o seu primeiro anúncio pouco tempo antes do lançamento do filme, como uma maneira de divulgar o longa.

No jogo, o usuário controlará alguns personagens famosos durante passagens importantes do ataque. Por exemplo, Obi-Wan à procura de Jango e Boba, Anakin Skywalker enfrentando o povo da areia ou o conflito entre os jedis e os separatistas.

Para tanto, o usuário controlará três personagens importantes do filme, sendo eles Anakin Skywalker, Mace Windu e Obi-Wan. É necessário passar por 11 níveis. Além de lutas corpo a corpo, o jogador controlará os personagens em perseguições de veículo.

WWE’13

Inspirado nas lutas de luta livre, WWE’13 traz para as telas o confronto entre as maiores estrelas desse tipo de atração. O jogador controlará os movimentos dos personagens a fim de criar sequências de golpes bem executados. A jogabilidade lembra bastante a versão WWE’12.

O jogador pode escolher entre 105 lutadores entre lutadores contemporâneos e personalidades consagradas da luta. Além disso, o jogo oferece 21 DLCs para incrementar a narrativa do game. A versão para colecionador traz itens exclusivos, como fotos autografada pelos lutadores e trajes especiais.

Considerações finais sobre a THQ

A THQ fez grandes apostas no mundo dos jogos para trazer um portfólio diferenciado para o público. Nesse sentido, é possível encontrar em seu catálogo jogos infantis, de tiro, ação e até terror. Independente do estilo escolhido, o jogador terá boas opções de entretenimento.

Apesar do seu encerramento, a empresa THQ marcou uma boa parcela do público com jogos nostálgicos, divertidos e com boa jogabilidade. Espera-se que as empresas herdeiras mantenham essas características em seus futuros lançamentos.