Forza Horizon 6, durante o Xbox Tokyo Game Show 2025, chegou com a promessa de ser o ápice da franquia: um mapa ainda maior, ambientado no Japão, com densidade inédita de conteúdo e a chance de explorar um dos destinos mais desejados pelos fãs. Top, né?!
Mas junto desse hype, surgem dúvidas incômodas. Afinal, o Japão que veremos será uma celebração autêntica da cultura automotiva ou uma versão estilizada para consumo rápido? E mais: será que a franquia ainda representa liberdade automobilística ou já estará virando só mais um serviço disfarçado de jogo?
O Japão real ou apenas uma caricatura?
A Playground Games promete que Forza Horizon 6 não será uma cópia literal do Japão, mas sim uma “reinterpretação estilizada” que capture a essência cultural. Isso soa poético, mas abre espaço para uma crítica delicada: até que ponto essa escolha vai honrar a riqueza cultural e até que ponto vai transformá-la em caricatura?
Veja bem, o Reino Unido de Forza Horizon 4 parecia um parque rural, bonito, mas limpo demais. O México de Horizon 5 recebeu elogios pela diversidade visual, mas suavizou elementos sociais e culturais.
Agora, com o Japão, a responsabilidade cresce. Trata-se de um país cuja cena automotiva influenciou gerações, com drift, tuning e os lendários JDMs. Reduzir isso a um punhado de eventos de pista e ruas iluminadas por néons seria desperdiçar a oportunidade de construir algo realmente histórico.
O maior mapa não garante o melhor jogo
Outro ponto que merece atenção é o tamanho do mapa. Segundo os desenvolvedores, o cenário japonês será o maior da franquia, superando até mesmo o México de Horizon 5. No entanto, quem jogou o quinto título sabe que “maior” não significou, necessariamente, “melhor”.
Na época, surgiram críticas recorrentes sobre playlists repetitivas e sobre a sensação de apenas cumprir checklists em vez de viver aventuras espontâneas. Assim, o risco de repetição volta a rondar a série.
Em Forza Horizon 6, Tóquio promete ruas elevadas, múltiplas camadas urbanas e densidade de conteúdo. Porém, a questão permanece: isso se traduzirá em experiências únicas ou apenas em mais ícones piscando no mapa, implorando para serem coletados?
Portanto, é importante destacar que um mundo aberto gigantesco pode ser tão entediante quanto um pequeno se não houver variedade significativa. Dessa forma, a promessa de densidade precisa vir acompanhada de profundidade.
De festival da liberdade a corrida de serviço?
Quando nasceu, a série Horizon representava um ar de liberdade. O jogador podia entrar em um carro, dirigir sem destino e simplesmente descobrir o mundo. No entanto, com o tempo, essa sensação foi se perdendo em meio a playlists semanais, desafios sazonais e eventos obrigatórios. Assim, a transição para um modelo quase de live service mudou parte essencial da identidade da franquia.
Agora, Forza Horizon 6 chega com a promessa de um Japão vibrante e repleto de atividades. Mas surge a dúvida: essas atividades simbolizam liberdade ou apenas mais trabalho? A densidade anunciada pode facilmente se transformar em uma prisão dourada, em que o jogador deixa de aproveitar a estrada para apenas cumprir missões.
Portanto, aqui está a crítica mais contundente: a franquia corre o risco de se afastar justamente daquilo que a tornou especial.
Cuidado com o Hype
É impossível negar o potencial de Forza Horizon 6. Um jogo ambientado no Japão, com carros icônicos, estações sazonais e cidades densas, mexe naturalmente com a imaginação de qualquer fã de jogos de corrida.
No entanto, depois de cinco títulos lançados, uma análise mais crítica revela um lado menos glamouroso. Existe o risco de o Japão se tornar apenas uma variação de mapa, entregando mais do mesmo. Assim, a tão falada liberdade pode acabar cedendo espaço a um modelo de jogo como serviço disfarçado de festival.
Por enquanto, nada pode ser confirmado, já que nenhum gameplay foi mostrado no Xbox Tokyo Game Show – o que, inclusive, gerou críticas. A Xbox já informou que novidades só serão reveladas no próximo ano.
O lançamento de Forza Horizon 6 está previsto para 2026. No primeiro momento, o título chega ao Xbox Series X|S e PC, incluso no Game Pass (Ultimate e PC Game Pass) já no dia inicial. Além disso, a Playground confirmou que haverá uma versão para PlayStation 5 posteriormente.
Portanto, se o estúdio conseguir equilibrar autenticidade cultural, variedade de conteúdo, inovação no gameplay e a essência de liberdade que tornou a série única, FH6 pode alcançar sua consagração definitiva. Caso contrário, será lembrado como o momento em que a franquia acelerou demais e acabou errando a marcha.