Jogos Vorazes: A Esperança - O Final
Jogos Vorazes: A Esperança - O Final - Imagem: Lionsgate

Jogos Vorazes: A Esperança – O Final começa com Katniss Everdeen se recuperando na Seção 13 após ser atacada por Peeta Mellark que sofreu lavagem cerebral. A Presidente Alma Coin estava relutante em deixá-la ir ao Capitólio antes de garantir o controle do Distrito 2, o último distrito sob o domínio do Capitólio. Coin envia Katniss para ajudar a capturar o arsenal do Distrito 2 e buscar o apoio dos rebeldes. Katniss enfrenta grandes desafios e perdas junto com o Star Team, incluindo Gale e Finnick, e Peeta se junta ao grupo para espalhar a palavra.

Durante a missão no Capitólio, a Equipe Star usa um mapa holográfico para evitar armadilhas, mas o líder Boggs morre e passa o mapa para Katniss para avisá-la sobre Korn. Enquanto a equipe se refugiava nos esgotos, mutantes atacaram eles vorazmente, resultando na morte de Finnick. Eles encontram refúgio em Tigris, uma ex-estilista de Jogos Vorazes. Katniss e Gale secretamente infiltram-se na mansão de Snow, mas uma bomba explode, matando Prim e rompendo a missão.

Após a vitória dos rebeldes, Katniss confronta Snow, que afirma que Coin é a responsável pelo bombardeio, a fim de virar seus seguidores contra ele. Katniss começa a desconfiar de Coin, especialmente quando a presidente sugere usar os filhos dos líderes do Capitólio para um último Jogos Vorazes. Durante a execução pública de Snow, Katniss descobre a ameaça que Coin representa, e desvia sua flecha em direção a vila. Snow é linchado por uma multidão, enquanto Katniss é levada sob custódia. Peeta impede Katniss de cometer suicídio e ela é perdoada mais tarde.

De volta ao Distrito 12, Katniss lamenta a perda de Prim e começa a reconstruir sua vida com a recuperação de Peeta. Anos depois, eles se casaram e tiveram dois filhos. Katniss promete contar aos seus filhos sobre os desafios e triunfos que derrotaram nos Jogos Vorazes enquanto Panem começa a se curar e a prosperar em uma nova era de paz e liberdade.

Impacto de Jogos Vorazes: A Esperança – O Final

Séries como The Walking Dead, Gotham, Peaky Blinders entre outras grandes produções que possuíam duração de 1 hora em média, estavam ganhando a graça do público mais e mais a cada episódio semanal. A redução de ano para semanas no tempo de espera para ver a próxima continuação de uma produção grande ficou intrincada na maior parte do público. 

Ademais, há quem diga que a divisão da adaptação aconteceu com o intuito de arrecadar mais nas bilheterias, somente suposições. De qualquer forma, foi um verdadeiro “tiro no pé” pois o último filme arrecadou a menor bilheteria da saga, falaremos mais disso no decorrer dessa resenha. 

Francis Lawrence fez questão de não cometer esse erro novamente com o filme Jogos Vorazes: A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes, em uma entrevista exclusiva disponível em aframe.oscar.org intitulada “Why ‘Hunger Games’ Director Francis Lawrence Said Yes to ‘The Ballad of Songbirds & Snakes’ (Exclusive)” podemos nos certificar disso.

Em última análise, as críticas sobre a adaptação de Jogos Vorazes: A Esperança foram majoritariamente sobre a divisão do mesmo em duas partes. E mostraram para a indústria cinematográfica que obras redundantes teriam cada vez menos espaço nas salas de cinema.

Direção do filme Jogos Vorazes: A Esperança – O Final

E no fechamento da saga o renomado e conceituado diretor Francis Lawrence se manteve à frente mais uma vez da direção do filme. Se no filme anterior a ação e emoção se mostrou pouco presente, inegavelmente nesta sequência essas características acompanham quase todo o filme. Um exemplo disso está no terceiro ato, onde o esquadrão 451 percorre o subterrâneo a fim de chegar ao centro da capital.

Essa cena mostra bem a capacidade do diretor de organizar elementos e aproveitá-los construindo uma composição que muitos filmes de terror não conseguem. Com isso podemos concluir que com relação à emoção, este filme não deixa a desejar.

Por outro lado, não podemos deixar de mencionar o desenvolvimento ruim que alguns personagens tiveram. Por exemplo, Finnick Odair, um dos personagens mais importantes e profundos da trama, sua morte apesar de memorável perdeu impacto por conta das pouquíssimas aparições e diálogos curtos. 

Tendo em vista que o filme foi dividido em duas partes, alguns personagens deviam ter sido melhor aproveitados. Apesar disso, Jogos Vorazes: A Esperança – O Final conseguiu ser bem melhor que o filme anterior.

Proposta de Jogos Vorazes: A Esperança – O Final

A representação dos distritos e da capital parece fazer uma alusão aos estados e a União de constitui aquilo que chamamos de nação. Em suma, este filme trabalhou bem o clássico e injusto drama dos mais fortes mais fortes que exploram e escravizam os mais fracos. Essa camada ainda é bem subjetiva na obra, que por sua vez enfatiza muito mais as motivações conflituosas dos personagens do que propriamente o cenário de guerra.

Tendo tudo isso em vista, podemos concluir que a mensagem e a essência do filme é a liberdade individual, liberdade entre estados, e liberdade entre ideias. 

Notamos a liberdade individual quando Katniss resolve ir contra toda a opinião pública ao alvejar com sua flecha Alma Coin ao invés do presidente Snow. Podemos ver a liberdade de estado quando os distritos iniciam uma represália à capital. Podemos ver a liberdade de ideias através de um Tordo que inspirou resistência e ascendeu uma esperança para os oprimidos.

Portanto, essa essência tornou tanto o livro quanto o filme, obras que vão além de seu tempo.  Tomando como base a sociedade atual, tomada por ideologias e “Verdades irrefutaveis”, que tanto vemos hoje nos meios de comunicação, hoje mais que nunca, a proposta desse filme se mostra relevante.

O que não foi mostrado Jogos Vorazes: A Esperança – O Final

A princípio, a obra escrita por Suzanne Collins que inspirou este filme é extremamente rica em detalhes. Dessa forma, apesar de vermos muita coisa presente no filme, vários elementos tiveram que ficar de fora da trama. Alguns desses, detalhes são:

Conspirações de Coin: Nessa sequência nos ocorre a revelação de que a presidente Coin é tão monstruosa quanto Snow. No livro ela libera Primrose (Irmã da protagonista) para atuar como socorrista na invasão à capital, mesmo não tendo idade suficiente para fazer isso.

Luz mortal: No filme, quando a equipe está no metrô, o chão começa a ser tomado por serras giratórias. Enquanto todos estão correndo, um dos membros da equipe, Messalla, atingido por um feixe de luz, se despedaça em pequenos quadradinhos. No livro, a luz faz a pele dele derreter.

Finnick Odair, e o seu karma: Tanto no livro quanto no filme, Finnick é o personagem que mais rouba a atenção, para o bem ou para o mau. Mas o que não é mostrado no filme é a forma brutal de sua morte, sendo decapitado pelos mutantes nos esgotos. 

Peeta, Prim, e Delly: Quando Peeta está amarrado em uma maca recebendo tratamento para se recuperar do sequestro emocional, Prim vai até ele com o intuito de ajudá-lo a recuperar algumas de suas lembranças. No livro, quem vai até ele com esse mesmo objetivo é uma garota chamada Delly.

Esta peça de Suzanne Collins, que modernizou Jogos Vorazes: A Esperança – O Final, se mostra rica em detalhes, muitos dos quais não poderiam aparecer no filme. Esses detalhes enriquecem a narrativa, adicionando complexidade e profundidade aos personagens e ao enredo. O filme captura a essência da história, enquanto os leitores do livro desfrutam de uma experiência mais completa e detalhada.

Crítica

Jogos Vorazes: A Esperança - O Final
Jogos Vorazes: A Esperança – O Final – Imagem: Lionsgate

Comida, bebida e entretenimento eram ferramentas do estado para estabelecer a organização e a paz entre a população da antiga Roma. Estratégia usada antes que um colapso ocorresse e a população repudiasse e derrubasse o governo. Isso tudo lhes parece familiar? 

Isso foi denominado política do pão e circo ou em latim, Panem. Um detalhe verdadeiramente genial atribuído a trama por Suzanne Collins.

Sobre essa perspectiva a trama de Jogos Vorazes: A Esperança – O Final está carregada de personagens. Alguns dos personagens apesar de terem sua importância, não receberam um desenvolvimento adequado como, já falado anteriormente, o caso de Finnick.

Mas o elenco desempenhou ótimas performances, se com a divisão da obra em duas partes proporcionou tempo para aprofundar as relações dos personagens, o que tornou o filme superficial? Muito possivelmente são os diálogos rasos e clichês, isso se mostrou presente não só nessa adaptação como também no filme “Convergente”.

Assim, o filme teve menos alcance e desempenhou a pior bilheteria da saga. Em outras palavras, o público ficou saturado. Por fim, podemos observar esse declínio no ilustre IMDB, com uma classificação de 6,6 estrelas e pouco mais de 300 mil votos.

Trilha sonora de Jogos Vorazes: A Esperança – O Final

A princípio, podemos destacar uma faixa “Prim Visits Peeta” que representa toda a essência dessa adaptação. A ideia de desolação está intrincada em toda a trama. Por exemplo, quando Prim vai conversar com Peeta, essa música acompanha e intensifica toda a tensão dramática da cena. Uma canção harmoniosa e tímida reflete a intenção de Prim ao tentar penetrar no subconsciente de Peeta, com o intuito de mostrar o verdadeiro inimigo.

“Your Favorite Color Is Green”: Esta é uma música mais introspectiva que conta a história de uma conversa íntima entre Katniss e Peeta. A melodia suave e cativante destaca a profundidade emocional de seu reencontro, enfatizando temas de amor e redenção.

Outra melodia que retrata bem a desesperança é “Send Me To District 2”, quando Katniss chega ao distrito 2. Tons mais graves e potentes, com um compasso mais lento passam uma sensação de isolamento. Além disso, essa faixa também enfatiza o ambiente rudimentar e as adversidades dos desafios que estão por vir, reforçando sensações intensas que permeiam toda a trajetória da nave 451.

Onde assistir aos Jogos Vorazes: A Esperança – O Final?

Se você está procurando as melhores plataformas para assistir “Jogos Vorazes: A Esperança – O Final”, três opções destacadas são Amazon Prime Video, Netflix e YouTube. Apesar de ser uma obra com diálogos um pouco datados, o filme oferece uma experiência cinematográfica bem interessante. Portanto, vale a pena dedicar uma maratona de Jogos Vorazes e se emocionar com as leis hostis de Panem.

Conclusão

“Entraremos num período de paz em que todos concordam em não repetir os recentes horrores. Claro, os humanos são seres idiotas e sem memória, com grande talento para autodestruição. Embora, quem sabe, dessa vez a gente aprenda” – Jogos Vorazes: A Esperança. Cruel e injusta, essa são as características mais marcantes sobre a realidade em Panem.

A nossa sociedade contemporânea não é imune à mesma dinâmica. Depois dos grandes conflitos houve um período de reflexão e de compromissos de “nunca mais”, como aconteceu depois das duas guerras mundiais e de outros grandes conflitos históricos. Contudo, à medida que o tempo passa, a memória destes horrores desvanece-se, especialmente para as gerações que não viveram diretamente a guerra. 

Isto permitiu que a retórica belicosa e o ultranacionalismo ganhassem mais uma vez força, perpetuando ciclos de violência e destruição. As lições aprendidas com tanto sofrimento correm o risco de ser esquecidas à medida que surgem novas crises que testam a capacidade da humanidade de reter e aplicam as dolorosas lições do passado.

A narrativa de Jogos Vorazes: A Esperança – Final é um poderoso alerta contra essa amnésia coletiva. Em Panem, como na nossa realidade, a verdadeira paz só pode ser mantida através do esforço contínuo para lembrar e aprender com os horrores do passado. Isto requer educação, memória histórica e vigilância constante contra os impulsos autodestrutivos da humanidade. 

Ao refletirmos sobre a devastação causada pela guerra e o sofrimento humano que ela causa, podemos trabalhar para a construção de um futuro onde a paz não seja apenas um amortecedor entre conflitos, mas uma nação pacífica baseada na justiça e na memória activa das lições do passado.

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