Grande Prêmio do Cinema Brasil
Grande Prêmio do Cinema Brasil - Divulgação
Primeira edição2000
Onde ocorreRio de Janeiro
FundadorAcademia Brasileira de Cinema
Tipo de premiaçãoPremiação de cinema
Quando é realizado?Anualmente

O Grande Prêmio do Cinema Brasil, também chamado de Prêmio Grande Otelo, é o maior e mais importante prêmio da indústria cinematográfica brasileira. Nesse caso, ele é entregue aos filmes de destaque dentro da produção nacional e, além de coroar, incentiva a criação e aperfeiçoamento dessas obras no país.

Nesse artigo, iremos conhecer mais profundamente a história dessa premiação tão importante para indústria, seus criadores, etc. Além disso, vamos conferir algumas obras de destaque que já foram laureadas com o Grande Otelo. Acompanhe!

O que é o Grande Prêmio do Cinema Brasil?

O grande prêmio do cinema Brasil é o grande destaque considerando as premiações nacionais. E sua relevância deve, em muito, pelo fato dele ser entregue pela própria Academia Brasileira de Cinema, que realiza anualmente uma cerimônia de entrega.

O objetivo do prêmio é valorizar e incentivar a produção de conteúdos autenticamente brasileiros. Além de incentivar a excelência da performance dos profissionais do ramo. Com isso, tem ajudado a impulsionar ainda mais a indústria por meio desse reconhecimento tão importante. Vale lembrar que a seleção dessas obras e artistas é feita pelos próprios profissionais associados à academia.

Outro ponto importante da premiação é que ele é bastante abrangente, ou seja, não há um gênero específico que não se enquadre na seleção. A promoção do evento leva em consideração todos os tipos, desde que sejam criações brasileiras.

Quando o Grande Prêmio do Cinema Brasil foi criado?

A premiação aconteceu pela primeira vez em 2002, sendo apresentado no Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Assim, deu início a uma nova era para o cinema nacional.

Quem criou o grande prêmio do cinema Brasil?

O grande prêmio do cinema Brasil foi uma iniciativa do próprio Ministério da Cultura do Brasil. Por isso, ele é organizado pela Academia Brasileira de Cinema e Artes Audiovisuais (ABCAA).

Um pouco da história do Grande Prêmio do Cinema Brasil

Para entender mais sobre o Grande Prêmio do Cinema Brasil é importante se aprofundar um pouco mais na história do evento.

O contexto por trás da criação do prêmio

A história do Grande Prêmio do Cinema Brasil se funde diretamente com a da Academia Brasileira de Cinema. Isso porque ambas nasceram no ano de 2002, na cidade do Rio de Janeiro. A academia surgiu justamente com o propósito de promover a premiação, de modo a impulsionar e fortalecer a indústria do cinema no país.

Contextualizando suas criações, nos anos anteriores, a indústria audiovisual do país havia passado por um longo período de “escassez”, por assim dizer. Toda essa dificuldade do cinema se manter ativo foi causado principalmente após os anos de 1999, quando o governo encerrou o apoio voltado para a produção do cinema.

Assim, após um longo período onde pouco era produzido, o governo voltou a se empenhar para o renascimento da sétima arte. Esse processo se deu não só com incentivos fiscais, mas também criando premiações para os profissionais e obras produzidas.

Foi a partir de então que surgiu a academia e o então Grande Prêmio BR do Cinema Brasileiro, como foi chamado inicialmente. Com patrocínio da BR Distribuidora de combustível aconteceu a primeira premiação exibida no teatro municipal do Rio de Janeiro.

Homenagem a Grande Otelo

Atualmente, o Grande Prêmio do Cinema Brasil também é conhecido popularmente como Prêmio Grande Otelo, isso como forma de homenagem a Grande Otelo, um dos mais importantes atores brasileiro.

O tributo ao artista também é representado na estatueta em forma de um homem segurando uma espada, toda banhada em ouro, que o representa. A representação foi esculpida por Altair Souza a partir de um desenho do cartunista Ziraldo.

Sebastião Bernardes de Souza Prata conhecido artisticamente como Grande Otelo foi um compositor, ator, cantor, comediante e produtor brasileiro natural de Uberlândia. O ator ganhou bastante destaque por suas performances em diversos filmes que participou, entre eles seus personagens no filme Macunaíma e chanchadas.

Filmes importantes que já venceram o Grande Prêmio do Cinema Brasil

Desde de seu lançamento, o Grande Prêmio do Cinema Brasil vem sendo entregue ininterruptamente, tentando ao longo das suas 22 edições homenagear as melhores produções e honrar os melhores profissionais nas mais diversas áreas do setor.

É importante ressaltar que esse prêmio só leva em consideração filmes produzidos ou co-produzidos no Brasil, então, todos os filmes listados abaixo são produções nacionais. Confira agora algumas das obras que foram laureadas com a premiação:

Bicho de Sete Cabeças

“Bicho de Sete Cabeças” é um filme  lançado em 2000, baseado no livro “Canto dos Malditos” de Austregésilo Carrano Bueno. Nesse caso, ele foi dirigido por Laís Bodanzky e roteirizado por Luiz Bolognesi.

O drama gira em torno de Neto (Rodrigo Santoro), um jovem rebelde que tem uma relação conturbada com os pais. Um dia, ao encontrar um cigarro de maconha dentro de uma peça de roupa do rapaz, seu pai decide interná-lo em um hospital psiquiátrico.

O local funciona de modo bem duvidoso, maltrata os pacientes que se opõem às regras do lugar ou se recusam a tomar a medicação. Depois de chegar lá enganado, o jovem é internado mesmo sem ser feito nem um exame que conste sua saúde mental e lá é submetido a vários medicamentos, sedativos e descargas elétricas caso tente fugir ou desobedeça alguma regra.

O filme traz uma crítica ao modo como funcionavam as instituições psiquiátricas no Brasil. Vale lembrar que “Bicho de Sete Cabeças” foi bastante aclamado em seu lançamento, tanto que é considerado pela Abraccine como um dos 100 melhores filmes nacionais. Uma mostra disso é que recebeu várias indicações a prêmios relevantes no meio, vencendo diversas delas. Dentre eles, ficou com o Grande Otelo de Melhor Filme de Ficção na edição de 2002, além de outras 6 estatuetas em outras categorias.

Cidade de Deus

“Cidade de Deus” é uma produção brasileira de drama e ação lançada em 2002 sendo uma adaptação literária de mesmo nome de Paulo Lins. O filme teve direção de por Fernando Meireles e tem fama até hoje como um dos filmes nacionais mais importantes de todos os tempos.

O drama é contado a partir do ponto de vista de Buscapé (Alexandre Rodrigues), o protagonista é também narrador da história. A partir dele, acompanha-se a trajetória de vários personagens, como a de Zé Pequeno (Leandro Firmino) e também a ascensão do crime organizado na Cidade de Deus e como se tornou um dos bairros mais perigosos do Rio de Janeiro.

A adaptação foi bem recebida pela crítica recebendo várias indicações a prêmios importantes, como quatro indicações ao Oscar. Aliás, ele foi o único filme nacional a alcançar tal façanha.

Na edição de 2003 do Grande Prêmio do Cinema Brasil, foi o grande vencedor como Melhor Filme de Ficção. A obra recebeu ainda outras 5 estatuetas do prêmio, em outras categorias.

O Homem que Copiava

“O Homem que Copiava” é um romance/drama lançado em 2003 e dirigido por Jorge Furtado. Este foi o grande vencedor da terceira edição do Grande Prêmio do Cinema Brasil em 2004, como Melhor Filme de Ficção.

O enredo gira em torno de André (Lázaro Ramos), um jovem humilde que mora com a mãe e para ganhar a vida trabalha na fotocopiadora em uma papelaria. Ao se interessar por sua vizinha que trabalha como vendedora em uma loja de roupas, André traça um plano para se aproximar da pretendente.

Assim, o rapaz resolve aparecer no trabalho da moça fingindo interesse em comprar um presente para sua mãe. No entanto, ele não tem o valor necessário para comprar tal presente. Isso o fará tentar todas as formas para conseguir o que quer.

É Proibido Fumar

“É Proibido Fumar” é um filme de drama lançado em 2009 com roteiro e direção de Anna Muylaert. Na produção, embarcamos na deprimente vida da professora de violão Baby (Glória Pires).

A solitária mulher vive em um apartamento que ganhou de herança de sua mãe e tem uma relação conturbada com o resto da família. Tudo isso a leva a se afundar mais ainda em seu vício em cigarros.

Toda essa reclusão tem a chance de acabar quando Baby ganha um novo vizinho, um músico chamado Max (Paulo Miklos). Esse romance abrirá as portas para uma nova vida a ela, e dará até mesmo forças para abandonar seu vício.

O longa-metragem conquistou 5 estatuetas no Grande Prêmio do Cinema Brasil em 2010, incluindo a de Melhor Filme de Ficção, além de outras inúmeras indicações e vitórias em outras premiações importantes.

Tropa de Elite 2: O Inimigo Agora é Outro

“Tropa de Elite 2: O Inimigo Agora é Outro” é um longa-metragem, lançado em 2010, de drama e ação policial e tem a direção de José Padilha.

A história acontece 3 anos depois do primeiro filme “Tropa de Elite” e agora a vida do Capitão Nascimento (Wagner Moura) mudou completamente. Recém separado, ele vê agora seu filho Rafael (Pedro Van Held) na adolescência e cada dia mais distante dele.

Para piorar, sua ex-esposa Rosane (Maria Ribeiro) está se relacionando com seu arqui-rival, Fraga (Irandhir Santos). Agora, ele já não faz mais parte do BOPE, sendo enviado para a inteligência da secretaria de segurança pública do estado. Neste cargo, ele terá que combater inimigos mais perigosos do que está acostumado.

Em sua estreia, o filme ganhou bastante destaque recebendo críticas positivas e desempenhando um ótimo número de espectadores. Em 2011, venceu 9 categorias do Grande Prêmio do Cinema Brasil, incluindo a de Melhor Filme de Ficção.

O Palhaço

“O Palhaço” é um longa-metragem de comédia e drama, dirigido e estrelado por Selton Mello e lançado em 2011. Em 2012, a produção concorreu e ganhou como Melhor Filme de Ficção no Prêmio Grande Otelo.

A história se passa em torno da vida de Benjamin (Selton Mello)  que trabalha em um circo com seu pai Valdemar (Paulo José). Juntos, os dois formam uma dupla de palhaços que levam a alegria ao público.  Porém, a vida no picadeiro já não encanta mais Benjamin, que decide largar a vida no circo e ir em busca de um novo objetivo de vida.

Faroeste Caboclo

“Faroeste Caboclo” é uma adaptação cinematográfica de uma das músicas mais famosas de Legião Urbana, banda de rock brasileira dos anos de 1982.  O longa teve lançamento em 2013, com direção de René Sampaio, laureado como Melhor Filme de Ficção no Grande Prêmio do Cinema Brasil de 2014.

Assim como na canção, o drama gira em torno de João (Fabrício Boliveira), um garoto pobre que ficou órfão de pai muito cedo, e que se achava deslocado na sua cidade natal, na Bahia. Então, resolve ir embora dali para tentar mudar sua vida.

É assim que João vai parar em Brasília, onde começa a trabalhar como aprendiz de carpinteiro. Mas isso não lhe proporciona a vida que ele queria. Ao conhecer Pablo (Cesar Troncoso), um primo traficante, ele acaba por se influenciar e entra no tráfico também.

Todo esse período turbulento acaba quando ele conhece Maria Lúcia (Ísis Valverde) e se apaixona loucamente pela garota. Com planos de construir uma família com a amada, ele resolve sair da vida de crime e volta a ser carpinteiro, no entanto ele descobre que sair dessa vida é mais complicado do que imagina e de repente se ver em uma disputa com Jeremias (Felipe Abib), um traficante da cidade.

Bacurau

“Bacurau” é um filme franco-brasileiro de ficção científica, terror gore, fantasia e drama lançado em 2019, e tem Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles no roteiro e direção.

A história se passa em um pequeno vilarejo chamado Bacurau, no oeste de Pernambuco. Tudo começa a ficar diferente quando a quase centenária carmelita (Lia de Itamaracá) de 94 anos morre.

Acontecimentos estranhos passam a ser percebidos pela população, como a chegada de estrangeiros. Drones são vistos observando no céu e algumas pessoas são executadas a tiro, além de a cidade simplesmente sumir do mapa. A população local começa a ter a estranha sensação de que precisam se unir para lutar pela sua sobrevivência e de sua cidade.

A produção foi o vencedor de 2020 do Prêmio Grande Otelo, como Melhor Filme de Ficção, além de receber outras premiações, como o Prêmio do Júri no Festival de Cannes no mesmo ano. 

Marighella

Marighella é uma produção lançada em 2021, onde Wagner Moura estreia como diretor. O filme é uma adaptação da biografia escrita por Mário Magalhães intitulada Marighella: O Guerrilheiro que Incendiou o Mundo. Em 2022, o filme conquistou a categoria de Melhor Filme de Ficção do prêmio.

Como já mencionado, a obra mostra a vida de Carlos Marighella, um político marxista-leninista e escritor, natural de Salvador, que lutou bravamente contra um dos períodos mais tumultuados do Brasil. O personagem é interpretado por Seu Jorge.

Ambientado no ano de 1969, em um Brasil sufocado por uma ditadura militar implacável, o longa-metragem apresenta uma narrativa que oscila entre as complexidades políticas e as imensas lutas da época.

Considerações finais

Por fim, como observado ao longo deste artigo, o Grande Prêmio do Cinema Brasil é um prêmio de extrema importância. Afinal, por meio de sua entrega, há toda uma valorização e incentivo a indústria do cinema brasileiro.

Carioca, estudante de Direito, servidora pública e apaixonada por vídeo games, tecnologia e cultura pop em geral. Tenho como hobbies consumir e produzir conteúdos relacionados a esses temas que me interessam, e adoro passar horas adquirindo conhecimento sobre os assuntos que mais gosto, tanto que mantenho um canal no Youtube sobre games há 4 anos. Meu contato com inglês vem de longa data, quando notei que para ter acesso a todo um universo de informações, dominar a língua era fundamental.

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