A Build a Rocket Boy, estúdio fundado pelo ex-produtor de GTA, Leslie Benzies, está enfrentando uma crise séria após o lançamento desastroso de MindsEye.
Menos de duas semanas depois da estreia do jogo, o estúdio iniciou um processo formal de demissão em massa, acendendo um alerta vermelho sobre o futuro da empresa e de seus projetos.
A crise não veio como surpresa e ela chegou como consequência.
Segundo o IGN, o estúdio iniciou o processo legal de consulta coletiva de demissão no Reino Unido, obrigatório quando uma empresa pretende cortar 100 ou mais funcionários em até 90 dias.
O prazo de consulta é de 45 dias, e até lá o time tenta encontrar soluções que evitem ou ao menos suavizem esse impacto. Mas os sinais não são bons. Os cortes devem ser profundos.
Para se ter uma ideia, atualmente, a Build a Rocket Boy emprega cerca de 300 pessoas no Reino Unido e mais 200 em escritórios internacionais.
O silêncio do estúdio quanto aos números exatos não esconde a gravidade da situação. O próprio tipo de consulta acionado já indica que o corte mínimo será na casa das centenas.
O responsável? MindsEye, o lançamento mais controverso do ano.
Lançado em 10 de junho para PS5, PC e Xbox Series X/S, o título despontava como um suposto sucessor espiritual de GTA, prometendo mundos abertos, narrativa cinematográfica e ambição técnica.
Mas na prática, entregou bugs, IA quebrada, performance irregular e uma avalanche de críticas. O resultado: 38 de nota no PC e apenas 28 no PS5, segundo o Metacritic.
A recepção foi tão catastrófica que a Sony começou a emitir reembolsos, algo que só costuma ocorrer em situações excepcionais.
O número de jogadores despencou: de 3.300 simultâneos no lançamento para menos de 60 em poucos dias. Um colapso vertiginoso.
Com vendas decepcionantes e pedidos de reembolso em massa, o futuro de MindsEye parece selado. Atualizações, DLCs, multiplayer — tudo está em risco.
O que deveria marcar um recomeço glorioso para seu criador pode acabar se tornando o epitáfio de um estúdio que sonhou alto demais.
No fim das contas, nem sempre a ambição é o problema — o verdadeiro erro é acreditar que ela, sozinha, basta. MindsEye não é o primeiro, e certamente não será o último jogo inacabado lançado às pressas.
Sinceramente, é triste perceber que isso já parece ter se tornado tendência em uma indústria que já chegou a entrar em colapso por falta de controle de qualidade no passado — como no crash de 1983.