Cena de The Flash. Imagem: Warner Bros. Pictures.
Cena de The Flash. Imagem: Warner Bros. Pictures.

Em entrevista publicada nessa quarta-feira no site do Yahoo Entertainment, o ator norte-americano Nicolas Cage disse que a cena que ele filmou para The Flash, não é a mesma que aparece no filme. “Quando fui ao cinema, era eu lutando contra uma aranha gigante. Eu não fiz isso. Não foi isso que eu fiz”, disse ele, que ainda completou dizendo: “Não acho que tenha sido [criado por] IA. Foi CGI, para que eles pudessem me ‘desenvelhecer’ e estou lutando contra uma aranha. Eu não fiz nada disso, então não sei o que aconteceu”.

Recriação da versão de Superman estrelado por Nicolas Cage que aparece em The Flash. Crédito: Warner Bros. Pictures.
Recriação da versão de Superman estrelado por Nicolas Cage que aparece em The Flash. Crédito: Warner Bros. Pictures.

Na entrevista, Cage também chamou a inteligência artificial de desumana e disse concordar com as críticas feitas por Tim Burton em relação a seu uso no cinema. “Eu sei que Tim [Burton] está chateado com a IA, assim como eu. Eu entendo o que Tim quer dizer. Eu sei o que ele quer dizer. Eu ficaria muito infeliz se as pessoas pegassem minha arte… e se apropriassem dela. Entendo. Quer dizer, concordo com ele nesse aspecto. IA é um pesadelo para mim. É desumano. Não há nada mais desumano do que a inteligência artificial”, disse o ator na mesma entrevista.

Nicolas Cage disse ainda que ele passou poucas horas no estúdio filmando a cena e que Andy Muschietti, diretor de The Flash, pediu apenas para que ele passasse alguns sentimentos para o público, já que sua cena é bem curta e não tem falas. “Eu literalmente fui filmar uma cena por talvez uma hora com o traje [de Superman], olhando para a destruição de um universo e tentando transmitir os sentimentos de perda, tristeza e terror em meus olhos. Foi tudo o que fiz. Eu acho que eles fizeram algo com isso e, novamente, está fora do meu controle”, disse Cage.

Nicolas Cage em teste de figurino na pré-produção de Superman Lives
Nicolas Cage em teste de figurino na pré-produção de Superman Lives

O ator ainda complementou: “O que eu deveria fazer era literalmente testemunhar a destruição do universo. Kal-El estava testemunhando o fim de um universo, e você pode imaginar com o pouco tempo que tive, o que isso significaria em termos do que posso transmitir. Não tive diálogo [então tive que] transmitir a emoção com os olhos. Então foi isso que eu fiz. Fiquei no set por talvez três horas”. Apesar das críticas em relação ao que fizeram com a cena que ele filmou, Cage elogiou o diretor Andy Muschietti: “Eu acho que [Andy] é um ótimo diretor, ele é um cara legal e um ótimo diretor e eu adorei seus dois filmes It”, disse o ator.

The Flash: Fracasso de público e críticas por uso excessivo de recursos de IA

The Flash estreou mundialmente em junho desse ano e foi um enorme fracasso de bilheteria. Produzido a um custo aproximado de 200 milhões de dólares, o filme arrecadou apenas cerca de 270 milhões nas bilheterias do mundo todo. Um fracasso tão retumbante que algumas fontes calculam que a Warner Bros. Pictures, distribuidora do filme, tenha perdido cerca de 200 milhões de dólares só com o filme. O fracasso de The Flash se soma ao fracasso do Universo Estendido da DC (DCEU) como um todo. Franquia que, aliás, devido exatamente a esses seguidos fracassos, será rebootado a partir de 2025.

Ezra Miller interpretando duas versões diferentes de Barry Allen em The Flash (2023).
Ezra Miller interpretando duas versões diferentes de Barry Allen em The Flash (2023).

Vários fatores explicam o enorme fracasso comercial de The Flash. Nós, inclusive, analisamos cada um desses fatores em profundidade nesse texto aqui. Contudo, uma das coisas mais criticadas do filme foi o excesso de uso de inteligência artificial e CGI para poder recriar versões antigas de super-heróis e até mesmo “ressuscitar” atores já falecidos, como Christopher Reeves e Adam West que fizeram “participações” no filme. Tim Burton, inclusive, chegou a criticar fortemente o uso de inteligência artificial para reusar seus trabalhos e o tema está entre os principais motivos por trás das greves tanto de roteiristas quanto de atores que têm chacoalhado Hollywood esse ano.

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