Alex Kurtzman, que dirigiu a refilmagem de A Múmia, lançada em 2017 e estrelada por Tom Cruise, disse em uma entrevista ao podcast Bingeworthy, que o filme foi o maior fracasso de toda a sua vida, tanto do ponto de vista pessoal quanto do ponto de vista profissional. “Esse foi, provavelmente, o maior fracasso da minha vida, tanto pessoal quanto profissionalmente. Há cerca de um milhão de coisas das quais me arrependo”, disse ele.

Kurtzman, contudo, admite que aprendeu bastante durante o processo de produção do filme. “Eu tendo a concordar com o ponto de vista de que você não aprende nada com seus sucessos e aprende tudo com seus fracassos”, disse o diretor. Afirmando ainda, que a obra lhe deu muitos “presentes que são indescritivelmente lindos”. “Eu não me tornei diretor até fazer aquele filme, e não foi porque ele foi bem dirigido, mas sim porque ele não foi”. Kurtzman disse ainda que é grato pela oportunidade que teve de dirigir a obra. “Sou muito grato pela oportunidade de cometer esses erros, porque eles me tornaram uma pessoa mais forte, e também me tornaram um cineasta melhor”.

Tom Cruise e Annabelle Wallis em cena de A Múmia (2017)

O diretor disse ainda, que o processo de produção de A Múmia também lhe ensinou a confiar mais em seus instintos. “Está claro para mim hoje, que quando eu tenho um sentimento de que algo não está certo, não devo me calar sobre isso. Literalmente, não irei prosseguir quando tiver esse tipo de sentimento. Não vale a pena para mim”, afirmou ele. Dizendo ainda, que não é possível aprender esse tipo de coisa até se ter uma experiência do tipo que ele teve ao fazer o filme.

Alex Kurtzman começou sua carreira como roteirista e produtor executivo das séries de televisão Hércules: A Lendária Jornada e Xena: A Princesa Guerreira. Depois escreveu, dirigiu e produziu diversas outras séries de sucesso, incluindo Alias — Codinome Perigo, Fringe e Star Trek. Em 2005, ele começou sua carreira cinematográfica co-escrevendo os roteiros de A Ilha (2005) e A Lenda do Zorro (2005). Kurtzman escreveu ainda, roteiros para diversos blockbusters de sucesso, até ter sua primeira experiência como diretor no filme Bem-Vindo à Vida (2012). Seu segundo filme como diretor já foi A Múmia, de 2017.

Kurtzman na San Diego Comic Con International de 2019. O cineasta dirigiu A Múmia (2017).

O projeto era o primeiro “capítulo” oficial de uma audaciosa franquia que a Universal Pictures pretendia iniciar. Chamada de “Dark Universe“, o estúdio pretendia resgatar todos os seus “monstros clássicos” que fizeram muito sucesso nos anos 1930, 1940 e 1950 e criar um “universo compartilhado” com eles. Por isso, o estúdio investiu pesado (quase 200 milhões) em A Múmia, trazendo Tom Cruise para estrelar o papel principal. O ator, deveria ser o grande “fio guia” da franquia. Uma espécie de “Tony Stark” do “Dark Universe”. O que, aliás, fica bem claro pelo final de A Múmia.

O estúdo trouxe também David Koepp, Christopher McQuarrie e Dylan Kussman para escrever o roteiro do filme. Todos os três roteiristas experientes e premiados. Além disso, a Universal apostou na famosa (pelo menos na terra da rainha) atriz inglesa Annabelle Wallis e na novata atriz e bailarina franco-argeliana Sofia Boutella para estrelar a película ao lado de Cruise. À frente disso tudo, estava Kurtzman, dirigindo seu sendo longa-metragem para cinema.

Sofia Boutella em famosa cena de A Múmia (2017)

Apesar de todo o investimento, o filme foi um retumbante fracasso tanto de crítica quanto de público. Nas bilheterias, a obra arrecadou apenas 410 milhões de dólares, insuficientes até mesmo para cobrir todos os seus enormes custos de produção e de divulgação. Calcula-se, inclusive, que a Universal tenha perdido até 100 milhões de dólares com o filme. Assim como o público, a crítica também odiou A Múmia. No mais famoso agregador de críticas e avaliações da internet, o Rotten Tomatoes, a obra mantêm uma aprovação de apenas 16%.

Cena de O Homem Invísivel (2020), que acabou sendo produzido mesmo após o fracasso de A Múmia (2017)

Devido a todos esses fatores, a Universal desistiu de produzir a tal franquia. O estúdio até continuou o desenvolvimento de alguns filmes que, originalmente, seriam parte do Dark Universe”. Contudo, eles foram (ou serão) lançados com “filmes independentes” e não parte de uma franquia. O caso mais famoso, é do filme O Homem Invisível (2020), que deveria ser o próximo “capítulo” do Dark Universe. Após o fracasso de A Múmia, a obra foi completamente repensada. Produzida com atores menos famosos e com um orçamento de apenas 7 milhões de dólares, o filme acabou sendo um enorme sucesso de crítica e público. Arrecadando quase 150 milhões de dólares em bilheterias e sendo elogiado por críticos e cinéfilos do mundo todo.

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