Fundação: | 8 de julho de 1992 |
Sede | Redwood City, Califórnia, EUA |
Fundador | Madeline Canepa, Judy Lange e Dave Morse |
Atuais donos | Embracer Group AB |
Países que opera | Atuação Global |
O que oferece | Desenvolvimento de games |
A Crystal Dynamics é atualmente uma empresa de desenvolvimento de jogos, sediada em San Mateo, Califórnia, Estados Unidos da América, famosa em todo o mundo por estar a frente, desde 2006, da franquia Tomb Raider.
Outra característica marcante em sua trajetória é que ela já possuiu algumas empresas-mãe bem conhecidas, como é o caso da gigante japonesa Square Enix.
Neste artigo, vamos conhecer um pouco mais da história da empresa, processos de aquisições pelas quais ela passou ao longo do tempo, seus principais jogos e muito mais. Acompanhe!
Quando a Crystal Dynamics foi fundada?
O estúdio foi fundado no dia 8 de julho de 1992, em Palo Alto, Califórnia, Estados Unidos da América.
Quem são os fundadores da Crystal Dynamics?
Os grandes nomes por trás da fundação da empresa são Madeline Canepa, Judy Lange e Dave Morse. Esses são três nomes bem conhecidos do cenário executivo.
Quem são os atuais proprietários da Crystal Dynamics?
Desde o ano de 2022, a Crystal Dynamics é uma propriedade direta da Embracer Group AB, uma holding sueca de jogos e mídia. No entanto, ela atua sob a tutela de uma das subsidiárias do grupo, a CDE Entertainment, que é, efetivamente, sua empresa-mãe.
Ao longo de sua história, porém, o estúdio já teve outros proprietários, como a Eidos Interactive (1998 a 2009) e a própria Square Enix (2009 a 2022).
O que a Crystal Dynamics oferece?
A Crystal Dynamics é uma empresa de jogos que atua hoje no setor de desenvolvimento, mas que também já foi uma editora, publicando títulos de outros estúdios e algumas de suas próprias obras.
Desenvolvimento de jogos
Foi no campo de desenvolvimento que o estúdio ganhou notabilidade, principalmente por seu trabalho nas franquias Tomb Raider, Legacy of Kain e Gex. Nesse caso, ela trabalha no setor desde 1993 até os dias presentes.
Publicação de jogos
Entre 1994 e 1996 a Crystal Dynamics também publicou jogos, com destaque para títulos como: The Horde, Star Control II e Pandemonium!, da Toys for Bob; PaTaank, da PF.Magic; Slam ‘N Jam ’95, da Left Field Productions; Blazing Dragons, da The Illusions Gaming Company; e Blood Omen: Legacy of Kain, dela e da Silicon Knights.
Um pouco da história da empresa
A história da Crystal Dynamics começa nos anos iniciais da década de 90, com a ação de três integrantes da The 3DO Company, uma empresa de jogos co-fundada em 1991 pelo mesmo fundador da Electronic Arts, Trip Hawkins.
O que houve, nesse caso, é que se chama de spin-off corporativo, onde uma empresa separa uma de suas partes, enquanto ainda permanece ativa normalmente. Ou seja, a Crystal nasceu diretamente da 3DO.
Madeline Canepa, Judy Lange e Dave Morse, que foram os responsáveis por lançar a nova empresa, já tinham carreiras consolidadas no período. Canepa e Lange, por exemplo, já haviam trabalhado como executivos de marketing da Sega (con grande relevância no lançamento de Sonic); enquanto Morse era um co-fundador da Amiga Corporation, que lançou os computadores domésticos Amiga, e também da New Technology Group, que tinha como objetivo produzir consoles de videogame.
Lançamento do primeiro jogo
O foco inicial da Crystal Dynamics era no console doméstico desenvolvido pela The 3DO Company, o 3DO Interactive Multiplayer. Por isso, os primeiros títulos desenvolvidos pelo estúdio foram voltados para ele.
Anunciados de forma simultânea, e com sua produção iniciada no mesmo período, Crash ‘N Burn e Total Eclipse foram as grandes estreias da desenvolvedora, sendo, inclusive, os títulos de lançamento para o referido console. A chegada, de todo modo, aconteceu em momentos diferentes, como Crash ‘N Burn lançado em 1993 e Total Eclipse em 1994.
Na época, o presidente e CEO da Crystal Dynamics era o recém-contratado Strauss Zelnick, que havia acabado de deixar o estúdio de cinema 20th Century Fox, onde cumpria as mesmas funções.
A chegada de Zelnick foi muito importante para a evolução da empresa, uma vez que ele tanto investiu quanto trouxe novos investidores, parceiros antigos. Ele próprio adquiriu um percentual entre 25% a 50% da desenvolvedora, com outras aquisições importantes sendo da Home Box Office e da King World Productions, ambas comprando 10% do estúdio. Tudo isso aconteceu ainda em 1993, antes do lançamento dos títulos de estreia, mencionados acima.
Parceria com o Playstation
Com o 3DO Interactive Multiplayer vivendo um mau período já há algum tempo, Zelnick queria mudar o foco da empresa para outros consoles. Foi assim que a Crystal Dynamics fez uma parceria com o recém-lançado Playstation, da Sony, tornando-se a primeira desenvolvedora norte-americana licenciada para console.
Mesmo assim, o fraco desempenho do 3DO impactou bastante as finanças da empresa. Em 1995, com Zelnick deixando o comando para assumir a BMG na América do Norte, embora tenha permanecido como acionista, acabou fortalecendo os rumores de uma possível venda do estúdio.
Venda para a Eidos Interactive
Em meio a esse cenário, a Crystal Dynamics continuou a desenvolver e publicar seus jogos, com destaque para o lançamento de Gex, em 1995, e Blood Omen: Legacy of Kain, em 1996. Ambos se tornaram franquias no futuro.
Mas as dificuldades financeiras, acentuadas pelo próprio mercado em crise, provocaram as mudanças no estúdio. Eles, inicialmente, demitiram funcionários para enxugar os gastos, descontinuaram o setor de publicação de jogos, até chegar ao ponto de serem adquiridos por outra empresa.
A aquisição foi concluída em 1998, pela editora britânica Eidos Interactive. E a negociação ficou na casa dos US$ 47,5 milhões, pagos em dinheiro pela marca.
Assumindo o comando de Tomb Raider
Foi como propriedade da Eidos que a Crystal Dynamics conseguiu o seu maior sucesso, franquia pela qual é mais conhecida pelo público: Tomb Raider. Antes disso, é claro, ela já havia feito outros trabalhos sob a nova tutela, como os jogos Mad Dash Racing (2001) e Whiplash (2003).
A decisão da editora em passar a responsabilidade de desenvolvimento da série para o estúdio se deu logo após o fracasso do jogo Tomb Raider: The Angel of Darkness, de 2003, a sua sexta entrada principal, que foi criado pela Core Design.
Assim, o primeiro título elaborado pela Crystal chegou em 2006, sendo o sétimo jogo principal da franquia, Tomb Raider: Legend, que tornou-se um grande sucesso comercial, vendendo milhões de cópias.
O estúdio lançou ainda o remake da obra original Tomb Raider: Anniversary, em 2007, que tinha sua jogabilidade baseada em Legend. E em 2008 veio o fim da trilogia Legend, com Tomb Raider: Underworld.
Chegada ao grupo Square Enix
No ano de 2009, a gigante japonesa Square Enix acabou adquirindo todo o grupo da editora Eidos Interactive. Consequentemente, a Crystal Dynamics também entrou nesse processo, migrando de empresa-mãe final.
Sob o comando da nova proprietária, o estúdio continuou a frente da série Tomb Raider, mas agora com objetivos de reiniciar a série, atingindo novos públicos. Considerando as obras principais, a Square Enix planejou uma trilogia reboot. Mas, enquanto tudo era devidamente organizado, a Crystal trabalhou em um título secundário da série, Lara Croft and the Guardian of Light, um spin-off lançado em 2010.
O primeiro jogo da nova trilogia chegou em 2013, sendo intitulado apenas como Tomb Raider; o segundo foi lançado em 2015, com o nome Rise of the Tomb Raider; enquanto o terceiro, Shadow of the Tomb Raider, chegou em 2018.
Um ponto importante é que, nesse meio termo, a Crystal Dynamics também lançou o spin-off sequencial de Lara Croft and the Guardian of Light, que foi o jogo Lara Croft and the Temple of Osiris, em 2014.
Além disso, com a Square Enix iniciando uma parceria com a Marvel em 2017, o estúdio começou a trabalhar em alguns jogos dentro desse cenário, a exemplo de Marvel’s Avengers, que entrou no mercado em 2020. Isso fez com que o terceiro título de reboot de Tomb Raider tenha sido apenas co-desenvolvido pela Crystal. Quem efetivamente ficou a frente do projeto foi o estúdio irmão Eidos-Montréal.
Compra pelo Grupo Embracer
Por fim, outro ponto importantíssimo na história da Crystal Dynamics foi sua recente aquisição, em 2022, por parte do Embracer Group, da Suécia. A negociação envolveu não apenas o estúdio em si, mas sim diversos estúdios e ativos, referentes a Square Enix Europe. Os valores chegaram a casa dos US$ 300 milhões.
Ao todo, migraram da Square Enix para a Grupo Embracer, as desenvolvedoras Crystal Dynamics, Eidos-Montréal e Square Enix Montreal, bem como diversas propriedades intelectuais, onde destacam-se Tomb Raider, Thief, Deus Ex, Legacy of Kain, dentre outros.
A franquia de jogos Gex não entrou nessa negociação, e continua nas mãos da marca japonesa. Mas Tomb Raider e Legacy of Kain, como observado, que são diretamente ligados ao estúdio, sim. E os planos da nova empresa-mãe é de dar continuidade a ambas as franquias, criando remasterizações, remakes e sequências das mesmas.
Quais são os principais jogos da Crystal Dynamics?
Depois de conhecer a história da empresa, veremos agora alguns dos principais jogos e sagas desenvolvidos pelo estúdio ao longo desse tempo. O destaque, é claro, fica para Tomb Raider, mas há também outras obras importantes em seu catálogo. Acompanhe!
Tomb Raider: trilogia Legend
Sob o comando da Eidos, a Crystal Dynamics lançou o que podemos chamar de trilogia Legend, com jogos lançados em 2006, 2007 e 2008.
Tomb Raider: Legend (2006)
Esse é o sétimo título principal da série, e traz novas origens para a protagonista Lara Croft. Agora, quando criança, ela acaba sofrendo um terrível acidente de avião, o que leva ao desaparecimento de sua mãe, nas montanhas do Himalaia.
Já com 19 anos de idade, enquanto busca desvendar os segredos da espada Excalibur, Lara acaba descobrindo que esse mistério está diretamente ligado ao que aconteceu com sua mãe.
O jogo foi lançado para o Windows, PlayStation 2 e 3, Xbox e Xbox 360, PSP, Nintendo DS e Gamecube, alcançando um grande sucesso, e reacendendo a saga.
Tomb Raider: Anniversary (2007)
Sendo o oitavo título principal, e o segundo da nova trilogia, Anniversary é justamente uma recriação do jogo original, que foi lançado ainda em 1996. Mas, como mencionado, tem bastante do conceito apresentado nessa nova saga.
Lara Croft é contratada por Jacqueline Natla, responsável por dirigir a Natla Technologies. Seu objetivo é recrutar um artefato misterioso, muito provavelmente, escondido em uma tumba no Peru.
Em sua busca, a protagonista acaba descobrindo que não é a única que está atrás do artefato, e que seu próprio pai já havia tentado destruí-lo, devido ao grande poder que ele possui.
O jogo chegou para o Windows, PlayStation 2, 3 e Portable, além do Xbox 360, Wii e o OS X.
Tomb Raider: Underworld (2008)
O nono jogo principal de Tomb Raider, e o terceiro e último da saga Legend chegou para os mesmos consoles e plataformas que o anterior, adicionando-se a lista o Nintendo DS, que também ganhou uma versão.
Ainda em busca do paradeiro de sua mãe, Lara Croft agora segue o mito de Thor, deus nórdico do trovão. Seu objetivo é encontrar o martelo do deus, a fim de que ele possa lhe dar as respostas que ela tanto procura.
Tomb Raider: trilogia reboot
Nas mãos da Square Enix, a Crystal Dynamics ficou com a responsabilidade de fazer uma trilogia reboot de Tomb Raider, tendo desenvolvido os dois primeiros títulos da saga. Como já mencionado, o terceiro, Shadow of the Tomb Raider (2018), teve somente o auxílio do estúdio. Esse é um novo início para a história.
Tomb Raider (2013)
Embora a Crystal tenha desenvolvido o jogo Lara Croft and the Guardian of Light, em 2010, ele era somente um spin-off da franquia. É realmente Tomb Raider (2013) que marca o décimo título principal da saga, e se caracteriza por novamente não ter relação com a história apresentada nos lançamentos anteriores.
Na obra, Lara Croft é uma recém graduada em arqueologia, e que possui uma ótima teoria sobre onde pode estar o reino perdido de Yamatai. Assim, a família Nishimura, que descende diretamente desse povo, acaba se convencendo em financiar a expedição de busca do reino.
Rise of the Tomb Raider (2015)
Do mesmo modo que o anterior, em 2014, o estúdio chegou com o título Croft and the Temple of Osiris, mas sendo esse somente um spin-off. Ou seja, é Rise of the Tomb Raider, de 2015, que marca o décimo primeiro jogo principal de toda a saga, sendo o segundo nessa nova era de reboot.
Depois da busca pelo reino de Yamatai, a experiência que Lara teve com o sobrenatural acabou sendo encoberta pela Trindade, uma organização que atua no setor. Agora, tentando provar que tudo o que viu não é mentira e que não está louca, a protagonista acaba ficando obcecada em encontrar a verdade sobre mitos em todo o mundo.
Gex
Gex é uma série de jogos de plataforma desenvolvidos pela Crystal Dynamics desde 1995. O título original chegou ainda para o 3DO, mas ganhou versões para outras plataformas com o passar do tempo. A saga acompanha a lagartixa antropomórfica chamada Gex, que dá nome a série.
O animal, inclusive, chegou a ser o mascote do estúdio até os anos 2000, o que mostra a relevância que a obra possui dentro da história da empresa. No enredo inicial, Gex é completamente obcecado pela televisão, e deve viajar através dessa dimensão da mídia, a fim de derrotar o Rex, que é o vilão do jogo.
Sob a tutela do estúdio, a franquia recebeu títulos de continuação como Gex: Enter the Gecko (1998) e Gex 3: Deep Cover Gecko (1999).
Legacy of Kain
Inaugurada em 1996, Legacy of Kain é mais uma série conhecida da Crystal Dynamics. Os jogos unem ação e aventura com fantasia sombria, e se passa na terra fictícia de Nosgoth (onde a fantasia gótica reina).
Tudo gira em torno de Kain, personagem principal – que é um anti-herói vampiro – e em sua busca por desafiar seu destino, restaurando o equilíbrio do mundo. A franquia conta com títulos como:
- 1996 – Blood Omen: Legacy of Kain
- 1999 – Legacy of Kain: Soul Reaver
- 2001 – Soul Reaver 2
- 2002 – Blood Omen 2
- 2003 – Legacy of Kain: Defiance
Marvel’s Avengers (2020)
Marvel’s Avengers trata-se de um jogo eletrônico de RPG de ação, focado em combates corpo a corpo. Fruto de uma parceria da Square Enix com a Marvel Comics, o título baseia-se nos HQs dos Vingadores. Mas tem bastante também do próprio Universo Cinematográfico Marvel.
A história se passa cerca de cinco anos depois do A-Day, uma celebração onde ocorre uma verdadeira tragédia, resultando em muitas mortes e destruição. Assim, com a equipe de heróis recebendo toda a culpa pelo evento.
Agora, os Vingadores se vêem forçados a se reunirem para salvar o mundo da I.M.A., uma organização secreta de criminosos, que é liderada pelo super vilão MODOK, em seu plano de exterminar com o mundo de heróis.
Considerações finais
Como foi possível observar, a história da Crystal Dynamics é marcada por uma trajetória de desafios, mudanças de propriedade e, ao mesmo tempo, uma série de sucessos notáveis no mundo dos jogos eletrônicos.
A aquisição pela Eidos marcou o início de uma nova fase para o estúdio, culminando com ele assumindo a icônica franquia Tomb Raider. Sob a direção da nova empresa-mãe, a Crystal trouxe uma nova abordagem à série.
A transição para a Square Enix trouxe uma continuidade na liderança de Tomb Raider, com a desenvolvedora lançando títulos remodelados e com uma nova visão.
A última virada significativa na história do estúdio ocorreu quando ela foi adquirida pelo Grupo Embracer. A negociação envolveu não apenas a Crystal Dynamics, mas também outros estúdios e propriedades intelectuais da Square Enix Europe.