Animações Clássicas que Marcaram nossa Infância - fairyhighet (Devianart)
Animações Clássicas que Marcaram nossa Infância - fairyhighet (Devianart)

Voltando lá atrás, nos primórdios da história da animação, em uma época em que a tela ganhava vida com traços mágicos, personagens saltitantes e histórias que faziam crianças e adultos sorrirem. Vamos dar um passeio pela origem da animação e descobrir como os pioneiros da animação moldaram nossa cultura e imaginação.

Pois bem, no final do século XIX e começo do século XX, o mundo passava por uma série de transformações profundas. A Revolução Industrial estava em pleno curso e trazia avanços tecnológicos que iriam mudar para sempre a forma como o povo vivia, trabalhava e se divertia.

Nesse cenário de rápida mudança, foram surgindo os primeiros experimentos com a animação, que seria uma forma de arte que combinaria habilidades artísticas tradicionais com a crescente influência da tecnologia. James Stuart Blackton, Émile Cohl e Winsor McCay, entre outros pioneiros, estavam na vanguarda desse movimento e exploravam maneiras de dar vida a imagens estáticas para contar histórias de forma inovadora.

Hoje queremos te levar de volta ao passado, trazendo um pouquinho da história da animação e como ela evoluiu. Não somente como ela era e é produzida, mas também como ela era e é consumida. Prepare-se para muita nostalgia.

Experimentos Fotográficos de Eadweard Muybridge (1880s-1890s)

A primeira geração de animações foi marcada por experimentações iniciais e técnicas rudimentares. Um dos pioneiros na história da animação, Eadweard Muybridge, foi essencialmente o primeiro a capturar movimento com suas séries de fotografias sequenciais de humanos e animais em movimento.

Esses estudos fotográficos foram fundamentais para o desenvolvimento da animação, pois permitiram aos artistas entenderem melhor como retratar o movimento de forma realista.

As animações desse período eram basicamente compostas por desenhos simples, mas envolviam muito trabalho manual. Era um tempo em que os cartunistas estavam explorando as possibilidades do que poderia ser feito com imagens em sequência, desenhando quadro a quadro para criar a ilusão de movimento.

“Humorous Phases of Funny Faces” (1906) de James Stuart Blackton

Considerado um dos primeiros desenhos animados da história da animação, “Humorous Phases of Funny Faces” de James Stuart Blackton usava técnicas de stop-motion para animar desenhos simples em um quadro negro. As animações mostravam rostos engraçados que se transformavam e evoluíam de maneiras divertidas, estabelecendo as bases para o que se tornaria a animação moderna.

Juntamente com dois sócios (mágicos/ilusionistas), Blackton fundou o estúdio “Vitagraph”, que acabou se tornando um dos mais importantes da época. Blackton foi um dos primeiros cineastas a utilizar as técnicas de stop-motion e animação desenhada, sendo considerado o pai da animação americana por muitos historiadores.

“Fantasmagorie” (1908) de Émile Cohl

Émile Cohl, que também é conhecido como o “Pai da Animação”, criou “Fantasmagorie” em 1908, que é muitas vezes citado o primeiro desenho animado oficial. Este curta-metragem usava linhas simples para criar uma série de transformações visuais alucinantes e criativas, inspirando muitos animadores futuros.

“Fantasmagorie” é composto por 700 quadros desenhados a mão e cada quadro é exibido duas vezes no slide, totalizando pouco mais de um minuto e meio de duração. Apesar de extremamente cura, a obra era uma verdade dança hipnotizante de linhas e formas e encantou plateias com sua originalidade e inovação.

“How a Mosquito Operates” (1912) de Winsor McCay

Winsor McCay, mais um dos grandes nomes da primeira geração de animadores, criou “How a Mosquito Operates”, um curta que mostrava um mosquito gigante sugando sangue de um homem adormecido. McCay impressionou o público com seu uso detalhado e realista do movimento, além de seu domínio da narrativa visual.

Mas, talvez a animações mais influente de McCay tenha sido “Gertie the Dinosaur”. O dinossauro Gertie era amável e interativo, foi um dos primeiros personagens animados a exibir uma personalidade própria. McCay se apresentava ao lado da tela durante a exibição do filme, interagindo com Gertie e encantando o público com essa inovação.

Vale mencionar que esse curta-metragem não só avançou as técnicas de animação, mas também estabeleceu um novo padrão para a interação entre personagens animados e o público. Além de presentear o público com uma história interessante, também mostrou que a animação poderia ultrapassar as barreiras da realidade. O cara era um verdadeiro gênio da criatividade, transformando tinta e papel em emoções palpáveis.

McCay, além de presentear o público com uma história interessante, também mostrou que a animação poderia ultrapassar as barreiras da realidade. O cara era um verdadeiro gênio da criatividade, transformando tinta e papel em emoções palpáveis.

Segunda Geração da Animação (1920-1940)

A segunda geração de animações trouxe avanços técnicos importantes, desenvolvimento de narrativas mais complexas e a popularização da animação como forma de entretenimento de massa. Durante esse período da história da animação, algumas obras começaram a incorporar som e cores, além de explorar enredos mais elaborados e personagens mais desenvolvidos. Esse foi um período de grande inovação, onde os estúdios competiam para criar os desenhos animados mais impressionantes e encantadores.

Technicolor - Animações Coloridas
Technicolor – Animações Coloridas

Nos anos 1930, a animação passou por uma transformação radical com a introdução do Technicolor e uma série de avanços técnicos que elevaram a qualidade e o impacto visual dos filmes animados. O Technicolor foi uma verdadeira virada de jogo. Com sua paleta vibrante e rica, permitiu aos estúdios explorar cores de maneiras nunca antes possíveis. O primeiro uso significativo do Technicolor na animação foi com o curta “Flowers and Trees” (1932) da série Silly Symphonies de Walt Disney.

“Felix the Cat” (1919) de Pat Sullivan e Otto Messmer

Embora Felix tenha sido introduzido pela primeira vez no finalzinho da primeira geração, sua popularidade e desenvolvimento começaram a crescer nos anos 1920. Felix the Cat se tornou um dos primeiros personagens animados a alcançar fama mundial. Sua capacidade de comunicação sem palavras, usando apenas expressões faciais e gestos era uma característica interessante que cativou audiências globais e estabeleceu a base para a linguagem visual da animação.

Felix The Cat - Feline Follies - Animação de 1919
Felix The Cat – Feline Follies – Animação de 1919

Walt Disney

Walt Disney foi uma figura central na segunda geração, revolucionando a indústria com sua visão sofisticada e inovações técnicas. Até hoje, Walt Disney é um nome muito grande na história da animação, mas, como todos, teve um início:

“Steamboat Willie” (1928) – Este curta-metragem mercê destaque por ser a primeira animação a ter implementado som sincronizado. A estreia de Mickey Mouse encantou o público rapidamente, além de estabelecer um novo modelo de referência para a indústria. A música e os efeitos sonoros, sincronizados com a ação na tela, trouxeram uma nova dimensão à experiência de assistir desenhos animados.

Animação Steamboat Willie (1928)
Steamboat Willie (1928)

“Silly Symphonies” (1929-1939) A série “Silly Symphonies” foi uma coleção de curtas-metragens musicais que permitiu ao estúdio Disney experimentar novas técnicas de animação e contar histórias curtas independentes. Cada um dos 75 episódios era uma história única, muitas vezes baseada em contos de fadas ou fábulas, e serviu como um campo de testes para inovações técnicas e artísticas. A série ajudou a refinar o uso da cor (Technicolor), som e movimento, devolvendo métodos que seriam aplicados em futuros longas-metragens da Disney.

Animação Silly Symphonies (1929-1939)
Silly Symphonies (1929-1939)

Os episódios de Silly Symphonies foram muito elogiados dentro da indústria cinematográfica, ganhando sete vezes o Oscar de melhor curta-metragem de animação.

“Dizzy Dishes” (1930) de Max Fleischer

A personagem Betty Boop, criada por Max Fleischer, apareceu pela primeira vez em “Dizzy Dishes” e se tornou um ícone cultural com seu visual de flapper dos anos 1920 e sua personalidade ousada e charmosa. A série de Betty Boop abordava temas mais adultos e muitas vezes controversos para a época, introduzindo um estilo de animação que era ao mesmo tempo cativante e provocativo. A personagem chamava muito a atenção pela sua sensualidade e estilo distinto, algo inédito na história da animação.

Animação Dizzy Dishes (1930) - A estreia de Betty Boop
Dizzy Dishes (1930) – A estreia de Betty Boop

“Popeye” (1933) também de Max Fleischer

Popeye, o marinheiro que ganhava força super-humana ao comer espinafre, se tornou um dos personagens de animação mais queridos e, por muito tempo, fez grande sucesso na industria. Criado também pelo Fleischer Studios, Popeye era conhecido por seu humor físico e suas batalhas contra o rival Brutus. A série não apenas popularizou o personagem, mas também destacou o uso de som e música para complementar a narrativa – Além de ser considerada uma excelente influencia para as crianças consumirem mais legumes.

Animação Popeye (1933)
Popeye (1933)

A Invenção da Câmera Multiplano de Walt Disney

No final da década de 1930, a Walt Disney Studios revolucionou a animação com a invenção da câmera multiplano. Essa inovação técnica, desenvolvida sob a supervisão de Walt Disney, permitiu a criação de uma sensação de profundidade nunca antes vista na animação.

Câmera Multiplano de Walt Disney - Imagem AndrezzaPinheiro24 (Disney Fandom)
Câmera Multiplano de Walt Disney – Imagem AndrezzaPinheiro24 (Disney Fandom)

A câmera multiplano funcionava filmando várias camadas de ilustrações que podiam se mover independentemente umas das outras. Imagine um cenário de floresta: a camada mais próxima pode ter galhos e folhas, a do meio mostra árvores e a mais distante, o céu.

Com a câmera multiplano, essas camadas podiam se mover a diferentes velocidades, imitando a perspectiva natural quando a câmera se movia através de uma cena.

Essa técnica foi usada pela primeira vez no curta “The Old Mill” (1937) e alcançou seu auge com “Branca de Neve e os Sete Anões” (1937). O efeito criado por essa câmera foi impressionante, proporcionando uma profundidade tridimensional aos filmes animados e dando vida a cenários de uma maneira mais realista e envolvente. A câmera multiplano foi um passo crucial na história da animação, transformando-a em uma forma de arte mais sofisticada, capaz de contar histórias complexas e visualmente deslumbrantes.

“Branca de Neve e os Sete Anões” (1937) – O primeiro longa-metragem de animação da Disney foi uma verdadeira obra-prima. “Branca de Neve” demonstrou que a animação podia contar histórias complexas e emocionantes, com personagens profundos e desenvolvimento narrativo sofisticado. O sucesso do filme solidificou a animação como uma forma de arte legítima e respeitável.

Animação Branca de Neve e os Sete Anões (1937)
Branca de Neve e os Sete Anões (1937)

Não podemos deixar de mencionar que o ápice do uso do Technicolor pode ser visto em “Branca de Neve e os Sete Anões” (1937). O projeto utilizou cores de forma magistral para definir personagens, criar atmosferas e transmitir emoções. As cores vívidas ajudaram a trazer os personagens à vida, tornando a experiência do público muito mais envolvente e memorável. As cenas do filme eram como quadros pintados em movimento, cada uma cuidadosamente planejada para aproveitar ao máximo a nova tecnologia de cores.

Terceira Geração da Animação (1940-1960)

A terceira geração de animações foi marcada por uma expansão considerável de estilos e técnicas, com a animação ganhando uma influência internacional crescente e é até hoje considerada a “Era de Ouro das Animações”.

A Disney dominava a indústria com suas produções de alto padrão de qualidade, mas outros estúdios e cineastas ao redor do mundo começaram a trazer suas próprias inovações também.

A animação se tornou uma forma de arte verdadeiramente global, capaz de abordar uma vasta gama de temas e estilos diferentes. Este período, inclusive, preparou o terreno para a era moderna da história da animação, mostrando que esta forma de arte tinha um potencial quase que ilimitado para expressão criativa.

“Gulliver’s Travels” (1939) de Fleischer Studios

Embora lançado no final da década de 1930, “Gulliver’s Travels” da Fleischer Studios só acabou se tornando influente na década seguinte. Esse longa-metragem de animação adaptou o clássico de Jonathan Swift e foi uma das primeiras tentativas de rivalizar com a Disney no campo dos longas de animação. O filme destacou o talento de Fleischer para a inovação técnica e a habilidade em criar personagens memoráveis e uma narrativa envolvente.

Animação Gulliver's Travels (1939)
Gulliver’s Travels (1939)
  • Rotoscopia: Fleischer Studios usou a técnica de rotoscopia para capturar movimentos humanos realistas, especialmente para o personagem de Gulliver, aumentando o realismo das animações.
  • Uso de Música e Som: O filme integrou música e efeitos sonoros de forma inovadora, sincronizando-os com a ação para criar uma experiência mais imersiva.
  • Detalhamento de Cenários: A atenção aos detalhes nos cenários e nos designs dos personagens de Lilliput contribuiu para um mundo animado mais rico e envolvente.
Rotoscópio original de Dave Fleischer - Wikipedia
Rotoscópio original de Dave Fleischer – Wikipedia

Puss Gets the Boot (1940) – Metro-Goldwyn-Mayer

Tom e Jerry fizeram sua primeira aparição no curta-metragem “Puss Gets the Boot” (“Aprendendo a Ser Amigos”), lançado em 10 de fevereiro de 1940.

Tom e Jerry
Tom e Jerry

Dirigido por William Hanna e Joseph Barbera, esse curta que amamos, apresentou o gato chamado Jasper (mais tarde renomeado para Tom) e o rato sem nome (mais tarde chamado de Jerry).

Embora “Puss Gets the Boot” não tenha sido inicialmente criado como um episódio de Tom e Jerry, o filme propôs a fórmula básica da série, com os dois personagens em uma perseguição cômica. Este curta-metragem recebeu uma indicação ao Oscar de Melhor Curta de Animação em 1941. Merecido!

A Wild Hare (1940) – Warner Bros

Pernalonga (Bugs Bunny) fez sua primeira aparição no curta-metragem “A Wild Hare” (“Uma Lebre Selvagem”), lançado em 27 de julho de 1940. Dirigido por Tex Avery, este curta marcou a estreia de Pernalonga, embora ele tenha sido inicialmente chamado de “Happy Rabbit”. “A Wild Hare” é considerado um clássico da história da animação e apresenta o encontro inicial entre Pernalonga e Hortelino Troca-Letras, que se tornaria um de seus principais antagonistas.

Pernalonga - Warner Bros
Pernalonga – Warner Bros (“O que é que há, velhinho?”)

O curioso é que Pernalonga é resultado de um trabalho conjunto de vários nomes importantes na Warner Bros. Pictures: Tex Avery, Chuck Jones, Bob Clampett, Robert Mckimson e Bob Givens. Juntos deram vida ao coelho mais engraçado dos desenhos animados.

O Império da Disney

“Dumbo” (1941) – é um exemplo brilhante de como a simplicidade (para os padrões da Disney, claro) pode ser poderosa. Com uma duração mais curta e um orçamento menor, “Dumbo” conta a história de um elefante com orelhas enormes que aprende a voar. O filme é um conto de aceitação e superação, abordando questões de bullying e autoimagem com uma ternura que ressoa até hoje. Se você já teve a oportunidade de assistir, deve ser lembrar da cena da “Canção dos Elefantes Rosas” que é especialmente impressionante pela sua criatividade visual e surrealismo.

Animação Dumbo (1941)
Dumbo (1941)
  • Simplicidade e Eficiência: “Dumbo” demonstrou que a simplicidade pode render muito, otimizando as técnicas de animação sem comprometer a qualidade visual.
  • Efeitos Surreais: A famosa sequência dos “Elefantes Rosas” utilizou animação surrealista para criar uma cena visualmente deslumbrante e inovadora.
  • Movimento e Expressividade: Apesar do orçamento limitado, os animadores conseguiram transmitir emoções complexas e desenvolver personagens cativantes com movimentos simples e eficazes.

“Pinóquio” (1940) – Esse filme é um dos grandes clássicos da história da animação, uma obra-prima técnica e narrativa. “Pinóquio” elevou o padrão para a animação com seu uso inovador de efeitos visuais, como a água e a iluminação, e com personagens complexos e bem desenvolvidos. Diante disso, a trajetória do boneco de madeira que sonha em se tornar um menino de verdade é um conto emocionalmente envolvente que explora temas de moralidade, coragem e redenção.

Animação Pinóquio (1940)
Pinóquio (1940)
  • Efeitos Visuais Avançados: “Pinóquio” utilizou efeitos visuais inovadores, como a simulação de água e a iluminação dinâmica, que criaram um ambiente mais realista e imersivo.
  • Uso da Câmera Multiplano: A técnica da câmera multiplano permitiu criar profundidade e complexidade visual, dando uma sensação tridimensional às cenas.
  • Animação de Personagens Complexos: A movimentação e expressividade dos personagens, especialmente Pinóquio e o Grilo Falante, demonstraram um nível de sofisticação na animação de personagens nunca antes visto.

“Bambi” (1942) –  Conhecido por seu realismo visual e emocional, “Bambi” é um dos filmes mais queridos da Disney. A animação capturou a beleza da natureza com um nível de detalhe nunca antes visto. A história do jovem cervo aprendendo a sobreviver na floresta é ao mesmo tempo comovente e dramática, abordando temas de perda, crescimento e a interconexão da vida.

  • Realismo na Animação: “Bambi” é conhecido por seu realismo detalhado na representação da natureza e dos animais, com movimentos naturais e expressões faciais incríveis.
  • Estudo de Movimentos de Animais: Os animadores estudaram exaustivamente os movimentos de animais reais para passar autenticidade, o que resultou em uma animação fluida e muito convincente.
  • Uso Avançado de Cor e Luz: O filme utilizou técnicas avançadas de coloração e iluminação para criar atmosferas e emoções variadas, contribuindo para a narrativa visual.

Walter Lantz e o Pica-Pau

Walter Lantz foi um renomado animador, produtor e diretor de cinema, mais conhecido por criar um dos personagens mais adorados por nós brasileiros: o Pica-Pau (Woody Woodpecker). Nascido em 1899, Lantz começou sua carreira na animação em 1916, trabalhando para os estúdios de animação de William Bray em Nova York. Ele se mudou para Hollywood em 1927, onde começou a trabalhar para a Universal Pictures.

Walter Lantz (1983) - Imagem Alan Light (Wikipedia)
Walter Lantz (1983) – Imagem Alan Light (Wikipedia)

“Knock Knock” (1940) – Em 1930, Lantz fundou então seu próprio estúdio de animação, o Walter Lantz Productions, que se tornaria famoso por produzir os curtas-metragens de Pica-Pau. Pica-Pau fez sua primeira aparição no curta “Knock Knock” (1940) e rapidamente se tornou um dos personagens mais populares da história da animação.

animação Knock Knock (1940)
Knock Knock (1940)

Os curtas de Pica-Pau abordavam uma grande variedade de temas e cenários, como florestas e cenários urbanos, e até mesmo aventuras fantásticas. Essa versatilidade permitiu que o personagem mantivesse um “fator novidade” ao longo das décadas. A animação do Pica-Pau sempre foi conhecida por seu humor físico exagerado e “pastelão”, que inclusive influenciou muitos outros desenhos animados e se tornou um elemento central na comédia animada.

A série do Pica-Pau foi uma das primeiras animações a aproveitar ao máximo o Technicolor, criando visuais vibrantes e atraentes que destacavam as aventuras coloridas e frenéticas do personagem. Indo mais além, a série utilizava efeitos sonoros de maneira criativa para acentuar as travessuras do Pica-Pau. A risada icônica do personagem, dublada por Mel Blanc e, mais tarde por Grace Stafford, esposa do próprio Walter Lantz, virou uma marca registrada na história da animação.

Além do Pica-Pau, Lantz também criou outros personagens importantes, como Andy Panda, Picolino e o Inspetor Bugiganga. Ele continuou a produzir animações até os anos 1970 e recebeu vários prêmios ao longo de sua carreira, incluindo um Oscar honorário em 1979.

O sucesso que perdura por décadas pode ser atribuído à sua capacidade de se adaptar e evoluir conforme o tempo. Desde sua criação até se tornar um fenômeno global, Pica-Pau já passou por várias melhorias, tanto de design, quanto o amadurecimento da personalidade, humor e enredos. Mais do que isso, a abordagem de Walter Lantz para a criação e evolução do personagem mostrou a importância de ouvir o público e adaptar-se às mudanças culturais e tecnológicas.

Animação e a Era da Televisão (1950-1970)

A chegada da televisão foi um período de mudança para a animação, com a mudança do foco da produção de curtas-metragens para séries de televisão. Durante esse tempo, houve um aumento considerável na competição, com a ascensão de estúdios de animação dedicados exclusivamente à TV.

As técnicas de animação de baixo custo, embora inicialmente uma medida de economia, demonstraram que histórias envolventes e personagens carismáticos poderiam cativar audiências sem a necessidade de animações complexas e caras. O foco era produzir toneladas de conteúdo para gerar audiência e vender espações publicitários, explorando o marketing infantil. Algo muito similar ao que vemos hoje em dia com Youtube, Yiktok, Facebook, Instagram e outros explorando diferentes abordagens do marketing digital.

“A Revolução dos Bichos” (1954) – John Halas e Joy Batchelor

“A Revolução dos Bichos” (Animal Farm) foi uma adaptação animada do romance de George Orwell (autor do famoso livro “1984”), e é muito relevante por ser uma das primeiras animações a explorar temas políticos e sociais complexos.

Animação Animal Farm (1954)
Animal Farm (1954)

O drama foi produzido por Halas e Batchelor e financiado em parte pela Agência Central de Inteligência (pois é, a CIA), que também fez contribuições para o roteiro original.

A alegoria sobre a Revolução Russa e o totalitarismo foi inovadora por seu conteúdo sério e sua abordagem madura, demonstrando que a animação podia ser uma forma poderosa de comentário social e político.

  • Estilo Artístico Distintivo: O filme utilizou um estilo visual distintivo que combinava realismo com simbolismo, criando um impacto visual forte e memorável.
  • Uso de Narração: A narração foi usada para guiar a história e transmitir a mensagem política, complementando a animação e ajudando a esclarecer os temas complexos da obra.

“Os Flintstones” (1960) – Hanna-Barbera Productions

Yabba Dabba Doo!! A série animada de televisão foi criada por William Hanna e Joseph Barbera, e produzida pela Hanna-Barbera Productions. Ela foi ao ar originalmente de 30 de setembro de 1960 a 1º de abril de 1966, tornando-se uma das primeiras séries animadas de horário nobre da televisão americana.

Animação Os Flintstones (1960)
Os Flintstones (1960)

A série é ambientada na Idade da Pedra e segue as aventuras da família Flintstone, composta por Fred Flintstone, sua esposa Wilma, sua filha Pedrita e seu dinossauro de estimação, Dino. Fred trabalha em uma pedreira e sua melhor amizade é com seu vizinho Barney Rubble, que é casado com Betty Rubble. A série é conhecida por seu humor situacional, muitas vezes satirizando a vida na década de 1960, mas com um toque pré-histórico.

“Os Flintstones” foi pioneira como uma das primeiras séries animadas de horário nobre na televisão e foi a primeira animação a retratar uma família como protagonista. Utilizou técnicas de animação de baixo orçamento para reduzir custos, o que envolvia a reutilização de quadros e movimentos repetitivos.

Embora essa técnica economizasse tempo e dinheiro, ainda conseguiram criar personagens e histórias altamente cativantes. A série foi aclamada pelo público e pela crítica, ganhando vários prêmios, incluindo o Primetime Emmy Award de Melhor Série Animada em 1961. “Os Flintstones” também teve um grande impacto cultural, tornando-se um ícone da cultura pop no mundo (inclusive no Brasil quando chegou aqui), além de ter inspirado inúmeras outras séries animadas e filmes ao longo dos anos.

“Os Jetsons” (1962) – Hanna-Barbera Productions

“Os Jetsons” é uma série animada de televisão criada por William Hanna e Joseph Barbera, produzida pela Hanna-Barbera Productions. A série foi ao ar originalmente de 23 de setembro de 1962 a 3 de março de 1963, com um total de apenas uma temporada de 24 episódios.

Animação Os Jetsons (1962)
Os Jetsons (1962)

A série é ambientada em um futuro utópico e segue as aventuras da família Jetson, composta por George Jetson, sua esposa Jane, seus filhos Judy e Elroy, e sua robô doméstica chamada Rosie. A família vive na cidade flutuante de Orbit City e desfruta de uma vida futurista repleta de tecnologia avançada, como carros voadores, robôs assistentes e dispositivos de automação doméstica.

“Os Jetsons” é conhecido por sua estética futurista e humor leve, muitas vezes satirizando aspectos da vida cotidiana dos anos 1960, mas com um toque de ficção científica. A série foi bem recebida pelo público e pela crítica, embora sua curta duração tenha sido atribuída a questões de produção e custo.

Apesar de ter apenas uma temporada original, “Os Jetsons” continuou a ser transmitido em outros canais e ganhou popularidade ao longo dos anos através de relançamentos em vídeo VHS e transmissões nas antigas redes de televisão a cabo. A série também gerou várias continuações e adaptações em outras mídias, incluindo filmes, quadrinhos e videogames, construindo seu status como um dos maiores clássicos da história da animação.

“Scooby-Doo, Cadê Você?” (1969) – Hanna-Barbera Productions

Mais uma série animada de televisão famosíssima aqui no Brasil, criada por Joe Ruby e Ken Spears para a Hanna-Barbera Productions. A série foi ao ar originalmente de 13 de setembro de 1969 a 31 de outubro de 1970, com duas temporadas e um total de 25 episódios.

Animação Scooby-Doo, Cadê Você (1969)
Scooby-Doo, Cadê Você (1969)

A série segue as aventuras de um grupo de adolescentes detetives chamados Mistério S/A (Mystery Inc. no original), composto por Fred Jones, Daphne Blake, Velma Dinkley, Salsicha Rogers e seu cão medroso, Scooby-Doo. Juntos, eles viajam em sua van chamada “Máquina de Mistérios” (Mystery Machine) para investigar casos de supostos monstros e fantasmas em várias localidades.

“Scooby-Doo, Cadê Você?” é conhecido por seu formato de episódios autocontidos, nos quais a Mistério S/A resolve um mistério supostamente sobrenatural a cada semana. Os episódios geralmente seguiam uma fórmula, com os personagens investigando as pistas, encontrando suspeitos e, eventualmente desvendando um “mistério”, que sempre se revela ser uma pessoa comum disfarçada para encobrir seus crimes.

A série foi um grande sucesso comercial e de crítica, tornando-se um grande clássico história da animação. Ela recebeu várias continuações, spin-offs, filmes e adaptações em outras mídias, conferindo o status de Scooby-Doo como um dos personagens mais icônicos da cultura pop. A série também é conhecida por seu tema musical inconfundível, que se tornou um hino para os fãs.

Renascimento da Animação (1980-1990)

E, finalmente, o período do Renascimento da Animação, entre 1980 e 1990, foi marcado por um retorno ao destaque dos longas-metragens de animação, com a Disney liderando essa ressurreição do gênero. Essa era, que muitos de nós tivemos o prazer de vivenciar, também trouxe uma popularização da animação japonesa (anime) e um aumento na influência dos estúdios de animação fora dos Estados Unidos. Levando em consideração a combinação dos avanços técnicos, narrativas mais envolventes e de novas abordagens ao desenvolvimento de personagens, a história da animação entra em uma nova fase e a indústria é impulsionada para novos patamares.

“A Pequena Sereia” (1989) – Walt Disney Animation Studios

O clássico “A Pequena Sereia” utilizava a tecnologia CAPS (Computer Animation Production System) da Disney, que permitia a integração da animação tradicional com gráficos gerados por computador, isso resultava em efeitos visuais mais suaves e vibrantes.

Animação A Pequena Sereia (1989)
A Pequena Sereia (1989)

O longa-metragem nos conta a história de Ariel, uma jovem sereia que sonha em viver na terra entre os humanos. Desafiando a autoridade de seu pai, o Rei Tritão, Ariel faz um pacto com a bruxa do mar, Úrsula, para ganhar pernas humanas, em troca de sua voz. O filme segue as aventuras de Ariel enquanto ela navega por seu novo mundo e luta para conquistar o amor do príncipe Eric. Personagens complexos e bem desenvolvidos elevaram a qualidade da narrativa, criando uma conexão emocional mais profunda com o público.

A trilha sonora, composta por Alan Menken e Howard Ashman, tornou-se um elemento icônico, que também ajudou definir a narrativa emocional do filme. Além de ser muito elogiada pela crítica, o trabalho de Menken e Ashman recebeu múltiplos prêmios na época.

“O Rei Leão” (1994) – Walt Disney Animation Studios

Simba, Timão, Pumba e todo o elenco de “O Rei Leão” se tornaram um pedacinho da infância de muitos nós. A narrativa épica, a trilha sonora inesquecível e as lições de vida sobre coragem e responsabilidade deixaram uma marca muito forte. Você se lembra das músicas “Hakuna Matata” e “Ciclo da Vida”?

O Rei Leão (1994) - Disney
O Rei Leão (1994) – Disney

“O Rei Leão” segue a jornada de Simba, um jovem leão príncipe, que deve superar a tragédia e encontrar seu lugar como o rei legítimo das Terras do Reino. Após a morte de seu pai, Mufasa, (uma das cenas mais tristes de todos os tempos) Simba é exilado por seu tio traiçoeiro, Scar. Com a ajuda de seus amigos Timão e Pumba, Simba aprende enfrentar seu passado. O filme abordou temas profundos como o ciclo da vida, identidade e autoconhecimento.

Esse clássico da história da animação, dirigido por Roger Allers e Rob Minkoff, também introduziu o uso extensivo de animação gerada por computador, como a sequência da debandada dos gnus, que combinava animação tradicional com CGI para efeitos impressionantes.

Crescimento da Animação Japonesa (Anime)

Na história da animação, os Animes conquistaram um grande espaço e se for para descrever sua singularidade, poderíamos resumir em: Animação detalhada e realista, que utiliza um grande número de quadros por segundo para criar sequências de ação altamente dinâmicas, aborda temas complexos (e maduros), elevando o status da animação como meio de contar histórias sérias e “pesadas”.

Vale recordar que os anos 90 foram uma década de ouro para os animes na TV aberta, especialmente no Brasil. Essa época marcou a introdução de muitas crianças e adolescentes ao mundo dos animes, que rapidamente se tornaram uma febre. A exibição de diversos animes na TV aberta ajudou a popularizar a animação japonesa e deixou um legado que perdura na cultura pop por aqui.

“Akira” (1988) – TMS Entertainment

Dirigido por Katsuhiro Otomo, o anime é ambientado em um futuro distópico pós-apocalíptico, “Akira” segue Kaneda, um líder de gangue de motoqueiros, que tenta salvar seu amigo Tetsuo de um experimento governamental que lhe dá poderes psíquicos perigosos. O filme explora temas de poder, corrupção e a natureza da humanidade e foi fundamental para popularizar o anime no Ocidente, pois demonstrou muito do potencial do trabalho japones para contar histórias épicas e visualmente impressionantes.

Akira (1988)
Akira (1988)

“Cavaleiros do Zodíaco” (Saint Seiya) (1986) – Masami Kurumada

Foi um dos primeiros animes a alcançar grande popularidade no Brasil. A lutas épicas, personagens carismáticos e trama envolvente capturaram grandes audiências, principalmente jovens. O anime teve um impacto cultural absurdo na época, influenciando outras mídias e produtos, como brinquedos, revistas e jogos.

Cavaleiros do Zodíaco (Saint Seiya) (1986)
Cavaleiros do Zodíaco (Saint Seiya) (1986)

A série, exibida no Brasil pela saudosa TV Manchete, segue um grupo de jovens guerreiros (Cavaleiros), que vestem armaduras baseadas em constelações e lutam para proteger a deusa Atena e a Terra de várias ameaças mitológicas. A profundidade do drama emocional estabeleceu a série de anime nas alturas.

“Dragon Ball” (1986) – Toei Animation

O universo de “Dragon Ball” (maior do que muitos conhecem) teve sua origem na mente criativa de Akira Toriyama. Inspirado por clássicos da literatura chinesa, como “Jornada ao Oeste”, e influenciado por sua paixão por artes marciais e ficção científica, Toriyama, que infelizmente nos deixou recentemente, criou um mundo único que combinava elementos de aventura, fantasia e comédia “inocente”.

Dragon Ball (1986)
Dragon Ball (1986)

Os mangás de “Dragon Ball” começaram a ser publicados na revista Weekly Shōnen Jump em 3 de dezembro de 1984. Devido ao sucesso, não demorou muito para que Dragon Ball fosse adaptado para a animação.

A série de anime estreou em 26 de fevereiro de 1986 no Japão, produzida pela Toei Animation. Ainda em 1986, devido à popularidade instantânea do anime o primeiro filme de longa-metragem de “Dragon Ball” (“Dragon Ball: A Lenda de Shenlong”) foi lançado na sequência, expandindo ainda mais o universo criado por Toriyama.

O longa-metragem era uma recontagem condensada dos primeiros arcos do mangá e do anime, focando na busca de Goku e Bulma pelas Esferas do Dragão. O filme adapta os eventos iniciais da série, introduzindo os personagens principais e os primeiros desafios que enfrentam.

A criação do grande Akira Toriyama foi um dos maiores marcos na história da animação e rapidamente se tornou um fenômeno cultural. A série Dragon Ball influenciou gerações de fãs e inspirou uma vasta gama de produtos derivados, incluindo brinquedos, videogames, roupas e mais filmes. A narrativa envolvente, os personagens carismáticos e as batalhas épicas de “Dragon Ball” definiram um novo padrão para os animes de ação e aventura.

O lançamento do anime de Dragon Ball, marcou o início de uma das franquias mais poderosas da cultura pop. A visão criativa do Toriyama e a habilidade da Toei Animation em trazer essa visão à vida conquistaram o público e estabeleceram Dragon Ball como grande ícone no mundo do entretenimento, um legado que continua a prosperar até hoje, após sua partida.

Akira Toriyama (1982) - Imagem JIJI Press AFP
Akira Toriyama (1982) – Imagem JIJI Press AFP

“Yu Yu Hakusho” (1992) – Pierrot

Outro grande tesouro da TV Manchete nos apresentou Yusuke Urameshi, um adolescente delinquente que é morto em um acidente e ressuscitado como um Detetive Espiritual, encarregado de investigar e combater ameaças sobrenaturais no mundo dos espíritos e dos humanos. O anime conquistou muitos fãs com sua combinação de ação, comédia e elementos sobrenaturais. As batalhas emocionantes e os personagens bem desenvolvidos, como Yusuke, Kuwabara, Hiei e Kurama, deixaram seu nome da história da TV brasileiras.

Yu Yu Hakusho (1992)
Yu Yu Hakusho (1992)

“Sailor Moon” (1992) – Kodansha

A série escrita e ilustrada por Naoko Takeuchi conta a história de Usagi Tsukino, uma adolescente que se transforma em Sailor Moon (A Navegante da Lua) para lutar contra forças do mal ao lado de suas amigas, as outras Sailor Scouts. O interessante é que Sailor Moon foi um dos primeiros animes voltados para o público feminino a ser exibido no Brasil e rapidamente ganhou popularidade. A combinação de romance, ação e a transformação mágica das personagens inspirou muitas jovens e ajudou a diversificar o público do anime.

Animação Sailor Moon (1992)
Sailor Moon (1992)

A Chegada da Animação em 3D

Durante o renascimento da Animação, entre 1990 e 2000, começaram a surgir as primeiras experimentações com animações 3D. Embora a maioria das produções dessa época ainda fosse em 2D, algumas inovações tecnológicas abriram o caminho para a animação 3D, que se tornaram dominante nas décadas seguintes. A animação 3D oferecia novas possibilidades visuais e narrativas, preparando o terreno para grandes sucessos.

“Toy Story” (1995) – Pixar Animation Studios (em colaboração com Walt Disney Pictures)

Em 1991, a Pixar fechou um acordo com a Disney para produzir três longas-metragens, sendo Toy Story o primeiro deles. Esse acordo foi crucial para garantir o financiamento e a distribuição do filme.

Animação Toy Story (1996) - Disney Pixar
Toy Story (1996) – Disney Pixar

A produção propriamente dita começou em 1993. A modelagem 3D dos personagens e dos cenários foi um processo complexo que exigiu a criação de novos softwares e técnicas. A renderização das cenas foi uma das partes mais demoradas do processo. Cada frame de “Toy Story” exigia uma quantidade significativa de tempo de processamento computacional. No total, foram necessárias cerca de 800 mil horas de tempo de computação para renderizar todo o filme.

Em 22 de novembro de 1995, o mundo do cinema foi presenteado com Toy Story:  O primeiro filme de longa-metragem totalmente criado por computador. Toy Story é a história de Woody, um boneco cowboy, que é o brinquedo favorito de Andy. Sua posição é ameaçada com a chegada de Buzz Lightyear, um brinquedo novo e mais moderno. No desenrolar da história, os dois bonecos acabam se perdendo e precisam unir forças para retornar a Andy antes que a família se mude.

O ambicioso projeto da Pixar utilizou técnicas avançadas de modelagem 3D e renderização para criar personagens tridimensionais com texturas detalhadas e realistas, como a pele de borracha do Woody e a superfície plástica do Buzz, além de criar novos padrões de animações de personagens, com movimentos fluídos e expressões faciais humanizadas. A Implementação de simulações físicas para movimentação de objetos, como a queda e o comportamento realista dos brinquedos, que até então eram difíceis de replicar chocou a indústria com o grau de realismo.

Inevitavelmente, Toy Story colocou a Pixar como líder nas animações por computador e influenciou inúmeras produções futuras. O sucesso crítico e comercial do filme mostrou que animações 3D poderiam competir com e até superar as animações tradicionais em termos de narrativa e qualidade visual.

“Vida de Inseto” (1998) – Disney Pixar

Vida de Inseto foi outro grande marco na criação de ambientes naturais realistas. A animação de 1998 utilizou técnicas de renderização para criar cenários detalhados, como folhas, pedras e terra, que compunham o mundo dos insetos. A Pixar melhorou a aplicação de texturas e técnicas de iluminação para criar superfícies realistas e uma sensação de profundidade. Isso foi especialmente importante para dar vida ao microcosmo dos insetos. Além disso, o estúdio introduziu novas técnicas para as animações de multidões, permitindo a criação de cenas com milhares de formigas em movimento. A simulação de multidões foi um desafio técnico significativo, que a Pixar superou de forma inovadora.

Animação Vida de Inseto - 1998) - Disney Pixar
Vida de Inseto – 1998) – Disney Pixar

A grandiosidades técnica dos trabalhos da Pixar sempre foi marcada por enredos comoventes e Vida de Inseto não foi diferente. A história de uma formiga inventora (Flik), em busca ajuda para proteger sua colônia dos gafanhotos. Flik recruta um grupo de insetos que ele acredita serem guerreiros, mas que na verdade são artistas de circo.

Apesar de ser considerado um desajustado por sua colônia, Flik é um exemplo de coragem e iniciativa, que não tenha medo de ser diferente ou de tentar algo novo. Isso inspira seus novos amigos a trabalhar em colaboração, já que cada um tem talentos e habilidades únicas que, quando combinados, podem superar grandes obstáculos. Ou seja, a diversidade de habilidades pode ser uma força poderosa.

O sucesso de “Vida de Inseto” ajudou a ampliar o público para animações 3D, mostrando que essas produções podiam atrair audiências de todas as idades.

Era Moderna da Animação (2000 em Diante)

A “Era Moderna” das animações, de 2000 até os dias atuais, é um período de transformação profunda (e contínua). Esta era é marcada por avanços tecnológicos impressionantes, diversificação de estilos, público-alvo e uma mudança profunda nos hábitos de consumo de mídia, marcando o declínio da TV.

A chegada das plataformas de streaming como Netflix, Disney+, Amazon Prime Video e YouTube transformou a maneira como consumimos animações. Crianças e jovens agora têm acesso a uma vasta biblioteca de conteúdos on-demand, permitindo uma personalização e flexibilidade que a programação tradicional de TV não podia oferecer.

Ao olharmos para o futuro, podemos esperar que a história da animação continue a romper barreiras, explorando novas fronteiras e contando histórias que ressoam com públicos de todas as idades ao redor do mundo. Afinal, a animação continua a ser uma parte vital da cultura pop, evoluindo com o tempo e encontrando novas maneiras de encantar e inspirar. O legado dos pioneiros na história da animação vive até hoje.

Nos últimos 25 anos, recebemos inúmeros lançamentos de alta qualidade. Embora seja difícil citar todos, aqui vai um toque nostálgico: Pokémon, Yu-Gi-Oh, Street Fight Victory, Homem-Aranha: A Série Animada, Shrek, X-Men Evolution, Procurando Nemo, Du, Dudu e Edu, Os Incríveis, Os Simpsons, UP, Doug, Naruto, Frozen, Rick and Morty, Liga da Justiça, Padrinhos Mágicos, Três Espiãs Demais, As Meninas Superpoderosas, Bob Esponja Calça Quadrada, Jackie Chan Adventures, Beyblade, Johnny Bravo, Coragem, o Cão Covarde, Super Choque, Max Steel, Ben 10.

E aí, gostou de conhecer um pouco sobre a história da animação? Lembrou de algum e bateu aquela vontade de assistir de novo? Deixe nos comentários os desenhos que mais marcaram a sua infância!

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui