O PS5 Pro se consolidou como uma figura controversa em uma geração marcada pela obsessão por números e “features” que raramente se traduzem em uma experiência de jogo verdadeiramente coesa.
Ao invés de saltos geracionais claros, a 9ª geração ficou caracterizada por promessas excessivas, tecnologias imaturas e a crescente percepção de que “pagar mais” é a única forma de acessar o que foi prometido.
Voltemos a 2013, quando a Sony, aprendendo com as críticas ao alto preço do PS3, mudou sua estratégia com o lançamento do PS4. Com um valor inicial de $399, o console rapidamente conquistou o mercado global (com exceção notável do Brasil, é claro), destacando-se por sua acessibilidade.
Mas, em contrapartida, o hardware do PS4 estava longe de impressionar, especialmente quando comparado ao impacto que o PS3 teve em seu auge. Sejamos francos: os consoles da 8ª geração, tanto o PS4 quanto o Xbox One, já chegaram com “cheirinho de velho”. Isso abriu caminho para os famigerados “Consoles Mid-Gen”, versões aprimoradas de hardware lançadas no meio da geração.
Avançamos para 2020, e a Sony ajustou sua abordagem com o lançamento do PlayStation 5. Agora, o PS5 chegava como uma proposta mais equilibrada, oferecendo hardware bem dimensionado para a época e mantendo um preço competitivo.
Com ele, vinha a promessa de um verdadeiro salto geracional. Slogans agressivos de marketing, destacando suporte a 8K, 4K e até 120 FPS, elevaram as expectativas dos fãs a níveis quase irreais.
Oba! Finalmente, um console que competiria com os PCs mais avançados!
Porém, a tão esperada revolução gráfica, comparável ao salto do PS2 para o PS3, começou a desmoronar. Jogos AAA exclusivos de 9ª geração demoraram a aparecer… ou simplesmente não apareceram.
Embora o desencontro entre expectativa e realidade tenha afetado também o Xbox Series S|X, é o PS5 que rouba os holofotes deste artigo. Afinal, ninguém prometeu — e promete — mais do que a Sony.
E é aqui que começamos a nos perguntar: o que deu tão errado para que o PS5 Pro se tornasse necessário?
Da promoção questionável da Unreal Engine 5 à síndrome do “4K Fake”, passando pelos jogos que expuseram as limitações do console, vamos juntos investigar se o PlayStation 5 Pro realmente é capaz de salvar o dia ou se tudo se resume à máxima: “Pay has no limits” (pagar não tem limites).
A Maldição da Unreal Engine 5
Quando a Unreal Engine 5 foi anunciada, parecia que o futuro dos videogames finalmente havia chegado.
Você se lembra daquela Tech Demo do The Matrix Awakens? Em 2021, a Epic Games surpreendeu com uma visão deslumbrante do que seria possível com sua nova engane exclusivamente para os donos de PS5.
Reflexos hiper-realistas (alternativa a altura do Ray-Trace), iluminação dinâmica sem precedentes e a promessa de mundos abertos vastos e detalhados que poderiam ser explorados sem nenhum tempo de carregamento.
E o melhor: tudo isso rodando no PlayStation 5! A impressão que tivemos era que estávamos diante de um divisor de águas na indústria dos games.
Porém, o brilho começou a desvanecer assim que os grandes títulos desenvolvidos na Unreal Engine 5 começaram a chegar às mãos dos jogadores.
Embora as tecnologias por trás da engine, como o Nanite (gerenciamento de polígonos) e o Lumen (iluminação global dinâmica), sejam inegavelmente impressionantes, a realidade no PS5 tem sido muito mais sombria.
Jogos como Silent Hill 2 Remake e Black Myth: Wukong demoraram a chegar, mas, quando chegaram, rapidamente expuseram os limites do hardware do console da Sony ao tentar lidar com tamanha demanda gráfica.
Cheirinho de Problema no Ar
A Tech Demo da Unreal Engine 5 é um exemplo claro de como as expectativas em torno do PS5 foram infladas — não apenas pela Sony, mas por toda a indústria.
O potencial gráfico está no motor gráfico, mas a combinação de um hardware desafiado ao limite e uma possível (e comum) falta de otimização consistente faz com que a experiência fique aquém do esperado.
Mesmo na Tech Demo do Matrix, já era possível perceber um “cheirinho” de gargalo. A demo, apesar de impressionante, rodava com resolução dinâmica (que muitas vezes caía para algo próximo de 1080p) e uma taxa de quadros longe dos 60 FPS na hora do vamos-ver.
Claro, isso era apenas uma demonstração técnica e tudo acontecia muito rápido, mas já era um sinal de que o PS5 talvez teria dificuldades para sustentar a carga da Unreal Engine 5 em jogos de verdade no futuro próximo.
E os problemas não pararam por aí. Assim que títulos como Fortnite começaram a migrar para a UE5, ficou evidente que a engine não estava pronta para ser plenamente aproveitada nos consoles da geração atual.
As quedas de desempenho, bugs e visuais inconsistentes começaram a levantar uma questão incômoda: será que a Epic Games e a Sony deram um passo maior que a perna?
PS5 e Unreal Engine 5 – Um Casamento Perfeito?
Um dos grandes trunfos da Unreal Engine 5 é o fato de ser uma ferramenta escalável, capaz de entregar experiências incríveis em uma variedade de plataformas.
Só que, essa versatilidade vem com um preço: os jogos apresentam problemas de otimização e desempenho com uma frequência frustrante.
No caso do PS5, a situação se agrava porque as tecnologias mais ambiciosas da engine, como o Nanite, demandam poder de GPU que o console simplesmente não tem para oferecer sem comprometer outras áreas do desempenho.
O resultado é frustrante: modos gráficos que prometem 4K/30 FPS, mas quase sempre caem para resoluções próximas de 900p, ou modos de “desempenho” que não conseguem sustentar os tão desejados 60 FPS.
E isso não é apenas uma questão de limitações do hardware, mas também de uma falta de polimento na fase final de desenvolvimento dos jogos.
Com o passar do tempo, a Unreal Engine 5 começou a mostrar que talvez suas ambições sejam maiores do que a tecnologia atual pode sustentar.
Ao mesmo tempo, os desenvolvedores têm se apoiado demais nas promessas da engine, sem dedicar o tempo necessário para otimizar os jogos especificamente para o PS5.
Isso cria uma percepção generalizada de que o console não é capaz de entregar mais desempenho, quando na verdade o problema muitas vezes está na forma como a engine é explorada.
A pergunta que fica é: com o PS5 Pro, será que finalmente veremos a Unreal Engine 5 em sua melhor forma, ou continuaremos presos em outro ciclo de promessas não cumpridas?
A Síndrome do 4K FAKE
Desde o momento em que você abria a caixa do PlayStation 5, era impossível ignorar os selos brilhantes estampados nela: suporte a 8K, 4K, 120 FPS.
Na prática, os jogadores descobriram que esses números dourados não passam de uma imagem meramente ilustrativa.
O que era vendido como “4K nativo” na maioria esmagadora das vezes é um exercício de reconstrução e upscaling.
E o tão prometido desempenho fluido de 60 FPS? Depende de muitas condições, incluindo efeitos gráficos limitados ou desligados e até resolução interna absurdamente baixa.
O que é Upscaling nos Jogos?
Mas o que exatamente é o upscaling e por que ele virou a “muleta” preferida da indústria hoje em dia?
Caso você ainda não saiba, o upscaling é uma técnica usada para exibir gráficos em resoluções mais altas do que aquelas em que eles realmente foram renderizados. Tipo um filtro de nitidez do Instagram.
Por exemplo, um determinado jogo é renderizado internamente a 1080p (Full HD) e depois, com o uso de algoritmos avançados, a imagem é reconstruída para parecer 4K (Ultra HD) na tela.
Em teoria, é uma solução mágica: pensa só, você economiza poder de processamento enquanto entrega algo que, à primeira vista, parece visualmente impressionante.
No entanto, essa técnica tem limites. Em cenas mais detalhadas ou com movimento rápido, é possível perceber a perda de nitidez, além do surgimento de “artefatos visuais”, como borrões, distorções e granulado. Especialmente se você jogar muito perto da TV.
No PS5, jogos como Final Fantasy XVI e Alan Wake 2 abusam dessa técnica para entregar algo que se aproxima do que é prometido — mas muitas vezes com resultados aquém do esperado.
O Upscaling Como Muleta – Um dos problemas do uso crescente do upscaling é que ele frequentemente substitui a otimização “trabalhosa”.
Antes, os desenvolvedores passavam meses testando e ajustando o código de seus jogos para extrair o máximo de desempenho do hardware disponível.
Hoje, muitos desenvolvedores preferem confiar em técnicas como o FSR (FidelityFX Super Resolution da AMD), DLSS (Deep learning super sampling) ou apenas o checkerboard rendering (simplesmente esticar uma resolução menor, numa tela maior) para “mascarar” os problemas de desempenho.
Isso resulta em uma experiência visual que pode parecer incrível em trailers ou capturas de tela estáticas, mas que sofre quando vista em movimento.
Alan Wake 2, por exemplo, no modo desempenho, renderiza internamente a absurdos 847p e ainda assim não consegue sustentar os prometidos 60 FPS 100% do tempo.
Já percebeu que é como se o foco estivesse mais em atingir números no papel do que em entregar uma experiência consistente?
E não se trata apenas de jogos de terceiros. Até mesmo títulos exclusivos do PS5, como Gran Turismo 7, utilizam técnicas de upscaling para entregar resoluções maiores sem sacrificar tanto o desempenho.
A Sony Mentiu?
A promessa de 4K nativo e 60 FPS constantes foi e é um dos pilares do marketing do PS5.
E sim, muitos jogos atingem essas marcas — mas apenas sob condições muito específicas. Quando o selo “8K” aparece na caixa, a situação fica ainda mais absurda.
Existem pouquíssimos jogos no mercado que sequer mencionam essa resolução, e os que tentam (geralmente em cutscenes pré-renderizadas) precisam sacrificar toda a taxa de quadros para fazê-lo.
O único título que consegue atingir 8K interno a 60fps no PS5 é o The Touryst. Um game indie multiplataforma de 2019!
A desconexão entre o marketing e a realidade deixou muitos jogadores frustrados, especialmente porque a Sony parecia vender o PS5 como uma alternativa perfeita para aqueles que queriam gráficos de ponta sem pagar por um PC gamer de última geração.
O que foi feito a respeito? O selo dourado 8K/4/120fps foi retirado da caixa dos lotes atuais.
A Direção que Poderíamos Ter Tomado
Se olharmos para o passado, consoles como o PlayStation 4 tinham uma abordagem muito mais direcionada no Full HD (1080p). O foco estava em criar experiências visuais coesas e fluídas, em vez de forçar resoluções mais altas a qualquer custo.
Jogos como The Last of Us – Part 2 e Uncharted 4 são exemplos de títulos que priorizaram direção de arte e otimização em vez de números teóricos.
Talvez o grande erro da indústria atual — e, por extensão, da Sony — seja a obsessão por 4K e 8K. Em vez disso, será que não seria mais vantajoso investir em tecnologias mais consolidadas e oferecer um desempenho constante?
Afinal, a magia dos videogames está na direção de arte.
O upscaling, obviamente, tem o seu valor como ferramenta, mas ele não poderia ser o único pilar para viabilizar os jogos dessa geração. Quando um console como o PS5 baseia seu marketing em resoluções que raramente consegue entregar, a decepção dos jogadores é quase inevitável.
5 Jogos que Levaram o PS5 ao Limite
Nem todo jogo AAA é igual. Alguns estúdios conseguem otimizar seus gráficos para oferecer uma experiência equilibrada, enquanto outros… bem, deixam o PS5 suando para dar conta do recado.
Seja por falta de polimento ou por gráficos que realmente estão à frente do tempo, certos títulos fizeram o console da Sony expor suas limitações de forma desconfortável.
Vamos dar alguns exemplos, expondo problemas de desempenho, queda de resolução e, claro, as tão temidas quedas no FPS.
Alan Wake 2
Quando a Remedy anunciou que Alan Wake 2 seria lançado sem um modo desempenho, a comunidade gamer reagiu imediatamente.
Um jogo limitado a 30 FPS em pleno 2023? Acredita-se que tanto a Sony, quanto a Microsoft sugeriram ao estúdio a considerar um modo a 60 quadros por segundo.
A pressão foi tanta que a desenvolvedora acabou implementando um modo performance, mas o resultado foi longe de ser o ideal.
O jogo realmente impressiona com gráficos que parecem estar à frente de seu tempo, mas sofre com um desempenho questionável em todas as plataformas.
No PC, por exemplo, o jogo exige placas de vídeo compatíveis com tecnologias específicas, como Mesh Shader, o que significa que até mesmo GPUs topo de linha, mas anteriores a essa tecnologia, sofrem severas penalidades de desempenho.
No PS5, a situação não teria porque ser melhor:
- Modo Qualidade: O jogo roda internamente a 1270p, reconstruindo para 4K. A taxa de quadros, limitada a 30 FPS, é constantemente desafiada por quedas em áreas densas.
- Modo Desempenho: A resolução interna despenca para absurdos 847p, reconstruídos para algo que tenta se aproximar de 1440p. Mesmo assim, a taxa de 60 FPS nem sempre é sustentada.
Alan Wake 2 é um exemplo clássico de um jogo que usa tecnologias embrionárias, mas que sacrifica muito no quesito desempenho. Parece claro que a otimização foi pensada primeiro para PCs de ponta, deixando os consoles tentando “se virar” com o que têm.
Efeitos como iluminação, reflexos e sombras por traçado de raios tiveram que ser limitados ou desativados no PlayStation 5.
Rise of the Ronin
Quando Rise of the Ronin foi anunciado, inevitavelmente começaram as comparações com Ghost of Tsushima.
Ambos são ambientados no Japão feudal e oferecem visuais impressionantes. No entanto, o novo título da Team Ninja deixou claro que manter o desempenho e os gráficos ao mesmo tempo seria um problema enorme.
O jogo conta com três modos gráficos no PS5:
Modo Performance: A resolução interna varia entre 972p e 1044p, tentando manter 60 FPS.
Modo Qualidade: A resolução é um pouco maior, variando entre 1152p e 1224p, mas a taxa de quadros é limitada a 30 FPS, com quedas ocasionais.
Modo Ray Tracing: Aqui, o jogo chega a rodar internamente entre 900p e 972p, com reflexos de qualidade duvidosa e 30 FPS instáveis.
Apesar de sua ambição, Rise of the Ronin acaba demonstrando que gráficos mais pesados nem sempre se traduzem em um visual superior. Ghost of Tsushima, um jogo de 2020, muitas vezes parece mais bonito, graças a sua direção de arte, além de rodar infinitamente melhor no PS5.
Silent Hill 2 Remake
Talvez o remake mais hypado da 9ª geração, foi produzido utilizando o Unreal Engine 5, capaz de exercer forte pressão até mesmo em uma RTX4090. No PS5 não teria porquê isso não ser um grande pesadelo.
Já ouviu a frase “quem tenta não consegue?”. Pois é, no caso de Silent Hil Remake, o PS5 faz de tudo para tentar manter o framerate, mas falha miseravelmente.
A resolução dinâmica indica que, em cenas mais pesadas, a resolução fake pode afundar ainda mais para tentar manter a taxa de quadros alvo.
- Modo Qualidade: Rodando a 1440p dinâmico e 30 FPS, o jogo apresenta quedas significativas em cenas mais complexas, com resolução descendo para menos de 1080p e framerate caindo para até 20 FPS em momentos críticos.
- Modo Desempenho: Aqui, o remake tenta atingir 60 FPS, mas com resolução interna dinâmica que pode despencar para absurdos 860p. Mesmo assim, quedas para 45 FPS são frequentes em certas partes.
A Unreal Engine 5, mais uma vez, mostra seus dentes. O remake tenta abraçar Ray Tracing e outros efeitos modernos, mas o resultado no PS5 é, no mínimo, frustrante.
Final Fantasy XVI
Como um dos grandes exclusivos do PS5, Final Fantasy XVI carregava a expectativa de mostrar o verdadeiro poder do console. No entanto, o jogo acabou se tornando mais um exemplo de promessas quebradas.
- Modo Qualidade: Renderizado internamente a 1440p e limitado a 30 FPS.
- Modo Desempenho: Aqui, o jogo roda a 1080p com um framerate que deveria ser de 60 FPS, mas que frequentemente fica preso na faixa dos 45-50 FPS.
Na prática o modo desempenho faz o jogo parecer um título de PS4, de início de geração, além do framerate ser ridiculamente instável e bem abaixo dos 60fps.
Vale destacar que o motor gráfico utilizado nesse Final Fantasy não foi o Luminous Engine utilizado em Forspoken (que foi uma decepção no quesito técnico em seu lançamento). O estúdio desenvolveu seu próprio motor gráfico especificamente para FF XVI.
Black Myth: Wukong
Black Myth: Wukong foi alardeado como um dos jogos mais impressionantes da Unreal Engine 5, mas também veio para lembrar que a engine está além das capacidades do PS5 (e da maioria das placas de vídeo também).
- Modo Qualidade: Roda a 1440p/30 FPS, mas com quedas significativas em batalhas mais intensas.
- Modo Balanceado: Aqui, a taxa de quadros tenta se estabilizar em 45 FPS, mas o sacrifício de resolução deixa o jogo com aparência de gerações passadas.
- Modo Desempenho: Apesar de prometer 60 FPS, a resolução dinâmica cai para menos de 1080p e o framerate varia como se estivesse em uma montanha-russa, na faixa dos 40-50 FPS.
Mesmo sendo uma conquista técnica, Black Myth: Wukong mostra que o PS5 está sendo forçado ao limite com títulos tão exigentes.
Esse e outros jogos representam o que há de mais ambicioso (e problemático) na relação entre desenvolvedores e o PS5. Seja por gráficos além do tempo ou falta de otimização, eles evidenciam como o console luta para entregar o prometido pela Sony.
Nem mesmo PS5 Pro é capaz de tankar esse jogo sem ter seu orgulho ferido.
Quando o PS5 Faz Bonito
Enquanto muitos jogos tentam impressionar com tecnologias de ponta como Ray Tracing e reconstrução de imagem baseada em IA, muitos exclusivos da Sony mostram que uma direção de arte bem planejada, aliada a tecnologias maduras, pode oferecer resultados superiores e mais consistentes.
Para ilustrar melhor, vale destacar alguns jogos que exemplificam a excelência técnica e artística ao materializarem algumas das grandes promessas do PS5.
- Spider-Man 2: Ray Tracing implementado com eficiência em todos os modos gráficos, entregando uma Nova York vibrante sem comprometer o desempenho.
- God of War Ragnarok: Sem Ray Tracing, mas com uma direção de arte deslumbrante que prova que iluminação bem trabalhada pode ser tão eficaz quanto tecnologias modernas.
- Horizon Forbidden West: Um exemplo brilhante de como uma direção de arte marcante pode alavancar tecnologias mais maduras. Seja na vegetação densa e realista ou nas criaturas robóticas incrivelmente detalhadas, o jogo entrega visuais impressionantes e sem sacrificar a fluidez da experiência.
- Demon’s Souls: Um jogo de lançamento do console que até hoje impressiona, mostrando que polimento e atenção aos detalhes podem superar qualquer perfumaria gráfica.
- Astro Bot: Um exemplo perfeito de como criatividade e carinho pela história do Playstation geram experiências memoráveis, sem depender de recursos excessivamente técnicos.
Esses jogos esfregam na cara que o verdadeiro salto geracional não está apenas nas promessas de resoluções mais altas ou efeitos gráficos de última geração, mas no uso inteligente do hardware e em um acabamento bem executado. Jogos são, acima de tudo, uma forma de arte.
PS5 Pro Realmente Era Necessário?
Com o anúncio do PS5 Pro, a Sony prometeu novamente elevar o nível da experiência gamer.
Vamos oferecer mais jogos de qualidade excepcional como os descritos acima? Não…
Na conferencia do PS5 Pro a narrativa já era familiar: gráficos mais bonitos, resoluções mais altas e, finalmente, taxas de quadros estáveis.
Na real, a dúvida que pairava era se um console mid-gen realmente seria capaz de cumprir essas promessas.
Mas, calma lá, vamos separar o que foi prometido, o que foi entregue e o que o público gamer realisticamente esperava dessa nova iteração do Playstation.
O que foi prometido?
Mark Cerny, o arquiteto por trás do PS5, sugeriu que o PS5 Pro seria capaz de unificar o melhor dos dois mundos: os modos Qualidade e Desempenho. Isso significa que os jogadores poderiam finalmente desfrutar de visuais dignos da nona geração sem precisar escolher entre um e outro.
Desempenho Otimizado do Console: Com o selo 4K/120 estampado na caixa, a Sony busca reforçar a ideia de que o PS5 Pro está pronto para jogos ultra-realistas, mesmo que o mercado ainda não tenha abraçado completamente essa resolução.
Ray Tracing avançado: Uma GPU mais potente prometeu elevar o nível de reflexos, sombras e iluminação dinâmicos talvez a algo próximo ao que vemos no PC.
PlayStation Spectral Super Resolution (PSSR): O PS5 Pro conta com novas tecnologias baseadas em inteligência artificial para upscaling, o que pode entregar imagens mais nítidas e consistentes mesmo em resoluções internas mais baixas.
Em teoria, tudo isso soa como música para os ouvidos de qualquer entusiasta. A experiência definitiva do PlayStation de 9ª geração.
Expectativa Otimista
Após o anuncio oficial do PS5 Pro e principalmente devido ao seu preço de lançamento muito elevado, a imaginação do público foi estimulada novamente.
Imagine o PS5 Pro rodando todos os jogos do PS5 base no máximo do potencial prometido em 2020:
- 8K/30 FPS em jogos mais leves.
- 4K/60 FPS em títulos AAA exigentes.
- Modo Ray Tracing melhorado, sem queda de desempenho.
Para os sonhadores otimistas, essa visão seria o ápice da experiência no console. E, sinceramente, se cumprisse isso tudo, o preço de U$699.00 era até justificável.
Porém, quando olhamos para a história recente, a entrega é bem mais modesta.
Expectativa Realista
Anos se passaram desde o lançamento do PS5 Base e, sendo mais pé-no-chão, o único cenário que talvez fosse palpável seria o PS5 Pro ser capaz de pelo menos rodar o Modo Qualidade do PS5 Base a 60 FPS.
Com a GPU mais potente e a IA ajudando na reconstrução de imagem, o Pro poderia ao menos alcançar a proposta original. Ou talvez até vermos Ray Tracing “jogável” com menos cortes em outros aspectos visuais e uma taxa de quadros mais estável.
Da água para “Water” – O que o PS5 Pro Entrega?
Prepare sua lupa!
Na prática, os primeiros relatos e análises técnicas sugerem que o PS5 Pro oferece exatamente isso: um hardware mais robusto e caro, mas que aprimora apenas suavemente a experiência atual.
A questão é que, na maioria dos casos, a diferença só é perceptível com um ZOOM 3x.
Ironicamente, ao invés de simplificar a escolha entre desempenho e qualidade, o novo console complicou ainda mais o cenário.
Choices, choices, choices… Se antes os jogadores tinham que enfrentar o dilema entre escolher “Modo Fidelidade” e “Modo Desempenho”, agora o PS5 Pro adicionou ainda mais escolhas:
- Modo Qualidade Pro: Um aprimoramento do “Modo Qualidade” para quem quer gráficos ainda melhores, mas com os mesmos 30 FPS.
- Modo Desempenho Pro: Um meio-termo entre o desempenho tradicional e melhorias visuais adicionais.
- Modos Antigos do PS5 Base: Performance, Qualidade, Ray-Trace.
A maioria dos jogos que receberam patch de aprimoramento para o Playstation 5 Pro agora têm pelo menos 4 modos gráficos.
Em jogos como Black Myth: Wukong, Alan Wake 2 e até mesmo Spider-Man 2, essa profusão de opções faz o jogador se sentir em um verdadeiro labirinto de escolhas técnicas.
E no fim das contas, nenhuma dessas combinações consegue garantir gráficos impressionantes e um desempenho sólido ao mesmo tempo, que era exatamente o que o PS5 Pro prometia entregar.
De água para “Water”: Um exemplo são jogos como Black Myth: Wukong e Alan Wake 2, que poderiam se beneficiar das novidades do PS5 Pro, mas que, na prática, não foram projetados com a nova máquina em mente. Isso limita os ganhos perceptíveis, deixando uma sensação de que estamos apenas lidando com uma versão “gourmetizada” do PS5 base.
PS5 Pro – Upgrade de Preço
Com um custo significativamente mais alto do que o PS5 base, o PS5 Pro desperta uma crítica inevitável: vale mesmo a pena? O “verdadeiro upgrade” que muitos jogadores sentem é no Preço.
A Sony aposta que aqueles que buscam o melhor desempenho pagarão o preço, mas isso levanta uma questão importante: o PS5 Pro está entregando algo revolucionário ou ao menos cumprindo alguma promessa?
O console mais poderoso do mundo não vem acompanhado sequer de um drive de disco, e muito menos de uma base para uso vertical ou melhorias no DualSense.
O PS5 Pro apresenta um salto significativo em potência em comparação ao modelo base, mas dificilmente se posiciona como a solução para as frustrações que marcaram a geração atual. Especula-se que seu preço elevado seja uma estratégia para testar os limites da tolerância do mercado, enquanto a Sony já parece mirar no horizonte com planos para o futuro PS6.
Em vez de um salto revolucionário, o PS5 Pro parece mais um ajuste necessário para acompanhar os jogos cada vez mais exigentes (e mal otimizados).
Resta saber se ele conseguirá cumprir alguma promessa nos jogos projetados com ele em mente. Ou se será o PlayStation 5 Pro mais um caso de marketing sanguinário?
Conta pra gente o que você acha disso aqui nos comentários. Até a próxima!