Poster Indiana Jones e a Relíquia do Destino. Cortesia da Disney Enterprises, Inc.
Poster Indiana Jones e a Relíquia do Destino. Cortesia da Disney Enterprises, Inc.

Encerrada a passagem de Indiana Jones e a Relíquia do Destino pelos cinemas do mundo todo, é possível agora afirmar com todas as palavras que o filme foi um enorme fracasso de bilheteria. Com uma arrecadação mundial de apenas 381 milhões de dólares e um custo total de produção beirando os 300 milhões de dólares, a obra deve dar, segundo alguns especialistas, um prejuízo de mais de 100 milhões de dólares a Walt Disney Pictures, estúdio que distribuiu o filme.

Cena de Indiana Jones e a Relíquia do Destino (2023).
Cena de Indiana Jones e a Relíquia do Destino (2023).

Lembrando que em superproduções como Indiana Jones e a Relíquia do Destino, além do custo de produção do filme também temos que levar em conta os custos de lançamento e promoção da obra. Assim, em produções desse tamanho, é necessário que o filme arrecade, pelo menos, duas vezes mais do que custou para ser produzido, para não dar prejuízo para o estúdio.

Dessa forma, especialistas calculam que Indiana Jones deveria ter arrecadado, pelo menos, entre 600 e 700 milhões de dólares em bilheterias para atingir o chamado “break even”, ou seja, o ponto em que o filme iguala seu custo de produção e lançamento e passa a dar lucro para o estúdio. Diante desses números, fica fácil entender o tamanho do fracasso do quinto filme da franquia Indiana Jones.

É óbvio que a Walt Disney Pictures deve recuperar pelo menos parte desse prejuízo com o lançamento do filme em DVD, BluRay e também no Disney+, plataforma de streaming que pertence à empresa. É possível afirmar com segurança que o filme será bastante assistido em streaming. Contudo, conseguir zerar um prejuízo milionário não é tão fácil. Além disso, o fracasso de Indiana Jones e a Relíquia do Destino deixa em aberto muitas questões sobre o futuro da própria franquia.

Harrison Ford e Phoebe Waller-Bridge em cena de Indiana Jones e a Relíquia do Destino (2023).
Harrison Ford e Phoebe Waller-Bridge em cena de Indiana Jones e a Relíquia do Destino (2023).

Nesse texto, procuraremos falar sobre tudo isso. Sobre os motivos do fracasso de Indiana Jones 5, sobre o futuro e o que esse fracasso significa para a franquia e também sobre como a Walt Disney Pictures pretende fazer para reaver o dinheiro que perdeu com o filme.

Indiana Jones e a Relíquia do Destino: estreia pomposa, mas queda rápida

Indiana Jones e a Relíquia do Destino pré-estreou com toda a pompa possível e esperada no Festival de Cannes desse ano. O filme foi exibido fora de competição, com seu protagonista, Harrison Ford, recebendo, inclusive, um prêmio pelo conjunto de sua carreira e fazendo um discurso emocionado. Logo após a exibição do filme, o público presente aplaudiu a obra de pé por cinco minutos.

Parte do elenco e da equipe de produção de Indiana Jones e a Relíquia do Destino saudando o público no tapete vermelho do Festival de Cannes. Foto de Loic Venance/AFP via Getty Images.
Parte do elenco e da equipe de produção de Indiana Jones e a Relíquia do Destino saudando o público no tapete vermelho do Festival de Cannes. Foto de Loic Venance/AFP via Getty Images.

Contudo, logo depois, as coisas já começaram a desandar para Indiana Jones e a Relíquia do Destino. Apesar de o filme ter recebido alguns elogios, as primeiras críticas sobre o filme, escritas por críticos presentes em Cannes, foram extremamente negativas. A Walt Disney Pictures, assim como os produtores da obra, esperavam que ela saisse de Cannes coroada e que isso ajudasse o filme a atrair espectadores.

Essa estratégia, no entanto, se provaria um enorme tiro no pé (falaremos mais sobre isso quando falarmos sobre as causas do fracasso). Com a estreia mundial do filme em 30 de junho, as críticas até melhoraram e a produção terminou sua passagem pelo cinema com uma taxa de aprovação de 69% no Rotten Tomatoes, principal agregador de críticas especializadas da internet. Longe de ser uma taxa incrível, mas também longe das horríveis taxas iniciais.

Fracasso de público e crítica

Indiana Jones e a Relíquia do Destino termina sua passagem nos cinemas como maior fracasso de bilheteria e de crítica de toda a história da franquia Indiana Jones. Só para se ter uma ideia, os 381 milhões arrecadados pelo filme, só são superiores aos 333 milhões arrecadados por Indiana Jones e o Templo da Perdição, em 1984. Contudo, esse último custou, na época, cerca 28 milhões de dólares para ser produzido. Enquanto A Relíquia do Destino custou, como já dissemos, quase 300 milhões de dólares. Ou seja, o filme de 1984 arrecadou mais de 10 vezes mais do que seu custo de produção.

Cena de Indiana Jones e a Última Cruzada (1989)
Cena de Indiana Jones e a Última Cruzada (1989)

Além disso, estamos falando de uma obra lançada há mais de 40 anos atrás. O que quer dizer que esse valor de 333 milhões é muito maior hoje em dia se levarmos em consideração a questão inflacionária. No mais, os ingressos naquela época, eram muito mais baratos do que são hoje. Assim, arrecadar 300 milhões em 1984 era muito mais difícil do que é hoje em dia.

Tanto é assim, que se levarmos em conta a inflação, a bilheteria de Indiana Jones e o Templo da Perdição é a 86ª maior da história do cinema norte-americano, enquanto que a bilheteria de Indiana Jones e a Relíquia do Destino é apenas a 312ª maior. Ou seja, não tem nem sequer como comparar as bilheterias dos dois filmes.

Cena de Indiana Jones e o Templo da Perdição (1984)
Cena de Indiana Jones e o Templo da Perdição (1984)

Além disso, a arrecadação de A Relíquia do Destino ficou atrás dos 390 milhões arrecadados por Os Caçadores da Arca Perdida, em 1981 (o filme custou 18 milhões para ser produzido); dos 474 milhões arrecadados por Indiana Jones e a Última Cruzada, de 1989 (o filme custou 48 milhões para ser produzido) e até mesmo dos 790 milhões arrecadados por Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal, de 2008, que custou 185 milhões para ser produzido.

Lembrando que se levarmos em conta a inflação, Os Caçadores da Arca Perdida ainda é o filme economicamente mais bem-sucedido de toda a franquia, possuindo a 20ª maior bilheteria da história do cinema nos Estados Unidos. É importante destacar a “vergonha” que é o fato de que uma superprodução do tamanho de A Relíquia do Destino seja incapaz de superar, até mesmo numericamente, a bilheteria de um filme, bem menor, lançado em 1981.

Cena de Os Caçadores da Arca Perdida (1981)
Cena de Os Caçadores da Arca Perdida (1981)

Além disso, vale destacar também, o fato de que o filme conseguiu ir ainda pior nas bilheterias do que Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal, lançado há 15 anos atrás. Apesar dos 790 milhões arrecadados na época, o filme teve dificuldades para ser lucrativo devido ao seu custo de produção alto, na casa dos 185 milhões de dólares. E se levarmos em conta a inflação, era até então, o filme da franquia com pior desempenho nas bilheterias.

No campo das críticas especializadas, Indiana Jones e a Relíquia do Destino é, igualmente, o “pior” filme de toda a franquia. Pelo menos, é isso que dizem os críticos. A produção, atualmente, mantêm uma taxa de aprovação de 69% no Rotten Tomatoes. Essa, é a pior taxa entre todos os cinco filmes da franquia. É pior até mesmo que os 77% de aprovação de Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal (2008) e de Indiana Jones e o Templo da Perdição (1984).

Lembrando que esse último, é o filme mais “obscuro” de toda a franquia e, por isso, na época de seu lançamento despertou inúmeras resistências entre críticos e também entre os fãs de Indiana Jones. Já O Reino da Caveira de Cristal dividiu público e crítica na época de seu lançamento. Com muita gente criticando o roteiro e, principalmente, os efeitos especiais e considerando o filme bem pior que os da trilogia original dos anos 1980.

Cena de Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal (2008). Cortesia Paramount Pictures.
Cena de Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal (2008). Cortesia Paramount Pictures.

Assim, Indiana Jones e a Relíquia do Destino termina sua passagem pelos cinemas em uma posição extremamente ruim. Mas quais são as causas do fracasso do filme? É sobre isso que falaremos nos próximos parágrafos desse texto.

Causas do fracasso de Indiana Jones e a Relíquia do Destino

O fracasso retumbante de Indiana Jones e a Relíquia do Destino pode ser explicado de diversas formas e tem diversas possíveis causas. Como em cinema (assim como nas artes de forma geral) fracasso e sucesso são conceitos muitas vezes relativos, circunstanciais e, por vezes, até mesmo, casuais, explicar os motivos por trás de um fracasso ou sucesso não é assim tão fácil quanto pode parecer para alguns.

Harrison Ford e Phoebe Waller-Bridge em cena de Indiana Jones e a Relíquia do Destino (2023).
Harrison Ford e Phoebe Waller-Bridge em cena de Indiana Jones e a Relíquia do Destino (2023).

Contudo, nessa seção de nosso texto, elencaremos diversas causas que são apontadas por especialistas e analistas da indústria cinematográfica para o fracasso de público e crítica do filme.

Estratégia de lançamento ruim

Uma das principais causas apontadas para o fracasso de Indiana Jones e a Relíquia do Destino foi sua estratégia de lançamento ruim. Começando por sua pré-estreia no Festival de Cannes. Como dissemos um pouco mais acima, o filme foi exibido em Cannes com toda a pompa e glamour que a produção merecia. Tanto a Walt Disney Pictures quanto os produtores de A Relíquia do Destino acreditavam que a exibição no prestigiado festival daria ao filme um “selo de qualidade” e ajudaria a atrair ainda mais público.

Phoebe Waller-Bridge, James Mangold, Harrison Ford, Shaunette Renée Wilson, Boyd Holbrook and Mads Mikkelsen no tapete vermelho Festival de Cannes desse ano. Foto de Andreas Rentz/Getty Images.
Phoebe Waller-Bridge, James Mangold, Harrison Ford, Shaunette Renée Wilson, Boyd Holbrook and Mads Mikkelsen no tapete vermelho Festival de Cannes desse ano. Foto de Andreas Rentz/Getty Images.

Essa estratégia já havia funcionado muito bem no passado. Um exemplo recente de filme que foi exibido em Cannes e que depois “ganhou o mundo” é Top Gun: Maverick, que estreou no festival em 2022 e depois teve uma grande passagem pelos cinemas do mundo todo, se tornando o segundo filme mais visto daquele ano.

Contudo, no caso de Indiana Jones e a Relíquia do Destino, essa estratégia se mostrou um grande tiro no pé. Primeiro porque o filme não tinha qualidade suficiente para agradar à crítica especializada e, principalmente, para agradar aos críticos presentes em Cannes que, normalmente, são ainda mais exigentes que outros críticos. E segundo, porque aparentemente o filme não tinha o “perfil” adequado para ser exibido no festival que, geralmente, exibe filmes com mais “conteúdo” e menos perfil comercial.

Harrison Ford em cena de Indiana Jones e a Relíquia do Destino
Harrison Ford em cena de Indiana Jones e a Relíquia do Destino.

O resultado foi que logo de cara, a crítica foi implacável com a obra. Apesar de receber alguns elogios iniciais, assim que as primeiras críticas escritas por críticos presentes em Cannes começaram a ser publicadas, os produtores de A Relíquia do Destino perceberam que exibir o filme no festival tinha sido um grande erro.

Isso porque, as críticas foram extremamente negativas e acabaram por colocar ainda mais dúvidas na cabeça dos fãs da franquia, que já tinham dúvidas devido a tudo que tinham visto 15 anos antes em Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal. Aquela expectativa para assistir A Relíquia do Destino, que talvez existisse, acabou por ser destruída pelas críticas vindas de Cannes.

Florence Pugh e Cillian Murphy em Oppenheimer
Florence Pugh e Cillian Murphy em Oppenheimer – Imagem: Universal Pictures

Outro erro de estratégia foi na escolha da data de lançamento do filme. A Walt Disney Pictures escolheu lançar Indiana Jones e a Relíquia do Destino bem no auge do verão norte-americano. No momento em que a obra sofreria concorrência de diversas outras superproduções. Quando o filme estreou em 30 de junho, ainda estavam em cartaz arrasa quarteirões, como Guardiões da Galáxia Vol. 3 e Homem-Aranha: Através do Aranhaverso.

E nas semanas seguintes a estreia de A Relíquia do Destino estrearam filmes muito esperados pelo público, como Missão: Impossível – Acerto de Contas Parte 1, Oppenheimer e Barbie. Esses dois últimos se tornaram enormes sucessos de bilheteria. Barbie está a ponto de se tornar o filme mais visto do ano e Oppenheimer, a ponto de se tornar o terceiro mais visto do ano. As duas produções fizeram uma espécie de lançamento em conjunto, o famoso “Barbenheimer”, que acabou se mostrando uma estratégia extremamente bem sucedida e acabou por destruir toda a concorrência.

Se a Walt Disney tivesse esperado mais um ou dois meses para lançar Indiana Jones e a Relíquia do Destino, é bem possível que o filme tivesse encontrado menos concorrência pela frente. Isso não garantiria que a produção fosse financeiramente bem-sucedida, mas certamente garantiria uma bilheteria maior para o filme e, dessa forma, no mínimo, um prejuízo menor para o estúdio.

Ryan Gosling como Ken em Barbie
Ryan Gosling como Ken em Barbie – Imagem: Warner Bros.

Isso porque, sem muitos outros concorrentes e com o nome forte que Indiana Jones carrega, é bem possível que a produção atrairia mais público. Principalmente, aquele público mais descomprometido, ou seja, aquelas pessoas que vão ao cinema e, só na hora, escolhem o que assistir. Nesses casos, o nome de Indiana Jones poderia, com toda a certeza, abocanhar uma parte desse público para o filme.

Qualidade abaixo do esperado

É claro que as críticas ruins e o fato de Indiana Jones e a Relíquia do Destino ter a pior taxa de aprovação de um filme da franquia Indiana Jones no Rotten Tomatoes, não é à toa. O filme tem uma qualidade abaixo do esperado. Se a obra tivesse a qualidade esperada, pelos fãs e pela crítica, é bem possível que a história seria diferente.

Cena de Top Gun: Maverick. Divulgação Paramount Pictures
Cena de Top Gun: Maverick. Divulgação Paramount Pictures

Citamos a escolha de exibir o filme no Festival de Cannes como um erro de estratégia de lançamento, já que ao invés de sair do festival laudeado como uma obra de qualidade, a produção saiu de lá com a pecha de filme ruim. Pois bem, outros filmes comerciais, como Top Gun: Maverick, por exemplo, foram exibidos em Cannes e isso foi o ponta-pé inicial para uma carreira muito bem sucedida nos cinemas.

Contudo, é necessário destacar, que Top Gun: Maverick tinha qualidade. Não à toa, o filme recebeu diversos prêmios importantes durante o ano e foi, inclusive, indicado ao Oscar de Melhor Filme. Ou seja, não adianta copiar a estratégia de lançamento de outro filme, esperando o mesmo resultado se o seu filme não tem a mesma qualidade. Essa foi uma lição que a Walt Disney Pictures e os produtores de A Relíquia do Destino aprenderam a duras penas.

Harrison Ford em cena de Indiana Jones e a Relíquia do Destino
Harrison Ford em cena de Indiana Jones e a Relíquia do Destino.

Coincidência, ou não, esse é o primeiro filme da franquia a não contar com o envolvimento criativo direto de Steven Spielberg e George Lucas. As duas mentes criativas por trás de todos os quatro filmes do personagem feitos até então. Além disso, esse é o primeiro filme da franquia a ser distribuído pela Walt Disney Pictures, depois que a empresa adquiriu, em 2012, a Lucasfilm, detentora dos direitos autorais do personagem.

Falta de apelo junto ao público

Outro fator apontado para o fracasso comercial de Indiana Jones e a Relíquia do Destino é a sua falta de apelo junto ao público. As críticas negativas iniciais, o dano causado por Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal e o fato de esse ser, como já dissemos, o primeiro filme da franquia sem o envolvimento criativo direto de Steven Spielberg e George Lucas, fizeram com que muitos fãs antigos da franquia não se sentissem compelidos a ir ao cinema e pagar para assistir ao filme.

Steven Spielberg e George Lucas
Steven Spielberg e George Lucas – Getty Images

O mais interessante é que a dupla deixou o projeto, justamente para abrir espaço para que “novas visões” sobre o personagem viessem à tona. Ou seja, para que um novo diretor e novos roteiristas pudessem trazer a telona a sua própria visão sobre o personagem e pudessem trazer algo novo para a franquia. Claramente, essa tentativa não deu certo. A ausência de Spielberg e Lucas, parece ter afastado ainda mais os fãs de Indiana Jones.

Além disso, esses mesmos fãs e também o público geral que poderiam ter interesse em assistir ao filme já estavam “traumatizados” por Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal. A junção das críticas iniciais ruins com o “trauma” causado por O Reino da Caveira de Cristal, certamente afastaram muitas pessoas que poderiam estar dispostas a pagar para ver a obra.

Cena de Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal. Cortesia Paramount Pictures.
Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal

No mais, muitos especialistas apontam para o fato de que a produção também foi incapaz de atrair o público mais jovem que, apesar de possuirem uma memória afetiva ligada aos filmes de Indiana Jones, poderiam ser atraídos pela fama do personagem e pelo marketing feito pela Walt Disney Pictures. Contando com um heroí envelhecido, a produção foi incapaz de conseguir atrair esse público.

Nem mesmo a presença de novos personagens, como a afilhada de Indiana, Helena Shaw, interpretada pela atriz britânica Phoebe Waller-Bridge (conhecida por seu trabalho na série Fleabag) e a busca por dar mais força a personagens femininas, foi capaz de despertar o interesse na obra. Aliás, muita gente, inclusive, se afastou dela exatamente por esse motivo.

Indiana Jones (Harrison Ford) e Helena Shaw (Phoebe Waller-Bridge) em Indiana Jones e a Relíquia do Destino. ©2023 Lucasfilm Ltd. MT. Todos os direitos reservados.
Indiana Jones (Harrison Ford) e Helena Shaw (Phoebe Waller-Bridge) em Indiana Jones e a Relíquia do Destino. ©2023 Lucasfilm Ltd. MT. Todos os direitos reservados.

Assim, Indiana Jones e a Relíquia do Destino não conseguiu manter os fãs antigos da franquia e nem atrair fãs novos interessados em assistir ao filme. E, dessa forma, ficou “no meio do caminho”. E como todo mundo que fica no meio do caminho, foi “atropelado” por outras produções que conseguiram fazer um trabalho melhor em atrair o público.

Orçamento muito alto

Outra questão determinante para o fracasso comercial de Indiana Jones e a Relíquia do Destino foi, seguramente, seu enorme orçamento. Produzido a um custo estipulado de 300 milhões de dólares, a produção foi uma das mais caras da história. Esses custos foram bastante afetados pela pandemia de Covid-19, já que a obra foi filmada durante o período em que pandemia ainda estava bastante forte, o que obrigou a produção a tomar diversas medidas adicionais de segurança e higiene que aumentaram bastante os custos do filme.

Além disso, diferentemente de Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal, A Relíquia do Destino teve diversas cenas filmadas em locações em diversas partes do mundo, o que também aumenta o custo de produção. Já O Reino da Caveira de Cristal foi todo filmado nos Estados Unidos, com a maioria das cenas sendo rodadas em estúdio, já que na época Spielberg (que dirigiu a obra) não queria deixar o país para não ficar longe de sua família.

O resultado foi que Indiana Jones e a Relíquia do Destino se tornou o filme mais caro da franquia, custando mais de 100 milhões a mais que O Reino da Caveira de Cristal, que havia custado 185 milhões para ser produzido em 2008. Além disso, a produção custou muito mais que os filmes produzidos nos anos 1980. Só para se ter uma ideia, o filme mais caro da trilogia original foi Indiana Jones e a Última Cruzada, que em 1989 custou 48 milhões de dólares para ser produzido.

Imagens das filmagens de Indiana Jones e a Relíquia do Destino.
Imagens das filmagens de Indiana Jones e a Relíquia do Destino.

O custo autíssimo de A Relíquia do Destino significava que o filme teria que arrecadar, pelo menos, cerca de 600 ou 700 milhões de dólares para não dar prejuízo. Só a partir desse valor, é que o filme passaria a ser lucrativo para a Walt Disney Pictures. Ou seja, a obra teria que ser uma das dez mais assistidas do ano para não fracassar nas bilheterias. Isso porque, nesse momento, em agosto de 2023, o décimo filme mais visto do ano é Missão: Impossível – Acerto de Contas Parte 1, que arrecadou 552 milhões de dólares até agora.

Mesmo assim, o resultado desse último Missão Impossível é considerado ruim e o seu estúdio, provavelmente, terá prejuízo. Isso dá uma ideia do tamanho do desafio que Indiana Jones e a Relíquia do Destino tinha pela frente. Ainda mais se levarmos em consideração que, como já dissemos antes, o filme sofreu enorme concorrência de outras superproduções que conseguiram ser mais eficientes em despertar o interesse do público.

Cena de Missão: Impossível – Acerto de Contas Parte . Cortesia Paramount Pictures.
Cena de Missão: Impossível – Acerto de Contas Parte . Cortesia Paramount Pictures.

Com uma arrecadação de 381 milhões, se o filme tivesse custado o mesmo que O Reino da Caveira de Cristal, ou seja, cerca de 185 milhões de dólares, ele ainda assim não seria um enorme sucesso de bilheteria. Contudo, poderia ter evitado ter dado um prejuízo tão grande para a Walt Disney Pictures. Talvez, o filme até desse prejuízo, mas seguramente, seria um prejuízo manejável e que poderia ser revertido no streaming ou nos lançamentos em home media.

Um herói envelhecido

Como dissemos antes, outro grande problema enfrentado por Indiana Jones e a Relíquia do Destino está no fato de seu protagonista, o ator Harrison Ford, já ter 80 anos de idade. Assim, fica cada vez mais difícil tornar plausível as inúmeras cenas de ação e peripécias quase impossíveis realizadas pelo personagem, afim de derrotar seus inimigos e proteger ou recuperar objetivos arqueológicos importantes.

Harrison Ford em cena de Indiana Jones e a Relíquia do Destino
Harrison Ford em cena de Indiana Jones e a Relíquia do Destino.

Essa preocupação já era grande em 2008, quando o ator tinha já 65 anos de idade e protagonizou Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal, mas agora é praticamente impossível “esconder” a idade do personagem ou justificar as cenas de ação quase impossíveis. Por isso, o filme até tentou utilizar a idade de Ford para compor o personagem, deixando claro que Jones já está “aposentado” e “cansado” dessas aventuras e até da vida em si.

Tentaram também introduzir novos personagens e, de alguma forma, “passar o bastão” para esses personagens. Algo que também já havia sido tentado em O Reino da Caveira de Cristal, com o personagem Mutt Williams (Shia LaBeouf), que era filho de Jones. No entanto, nada disso funcionou. O público parece querer ver Indiana e não outro personagem em seu lugar.

Mutt Williams (Shia LaBeouf) em cena de Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal. Cortesia Paramount Pictures.
Mutt Williams (Shia LaBeouf) em cena de Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal. Cortesia Paramount Pictures.

Contudo, não fica claro que tipo de Indiana Jones o público quer ver,. Se um personagem mais realístico e “envelhecido” ou se o “bom e velho” Indiana Jones de outrora. O fato é que Indiana Jones e a Relíquia do Destino, com seu heroí envelhecido, não conseguiu atrair nem os fãs de outrora e nem os (possíveis) fãs de agora.

Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal

Outro fator que seguramente prejudicou o desempenho nas bilheterias de Indiana Jones e a Relíquia do Destino foi o estrago feito por Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal. Apesar de a obra ter conseguido se tornar lucrativa para o estúdio e, nos últimos anos, ter sido avaliada mais favoravelmente do que foi na época de seu lançamento, é inegável que o filme decepcionou muita gente.

Cena de Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal. Cortesia Paramount Pictures.
Cena de Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal. Cortesia Paramount Pictures.

E pior que decepcionar o público, o filme também deixou muita gente achando que não se deveria mais fazer continuações de Indiana Jones. Ou seja, que apenas a trilogia original dos anos 1980 já estava bom e que tudo mais que viesse não adicionaria nada de novo a franquia. Além disso, uma parte significativa do público ficou “desconfiado” de novas continuações. Ou seja, muita gente não acreditava que um novo filme com o personagem poderia ser bom o suficiente para fazer jus a trilogia original.

O fracasso de A Relíquia do Destino confirma, para muita gente, tudo isso. E mais, torna muito difícil a vida de um eventual sexto filme, que terá que fazer o possível e o impossível para reconquistar esse público que agora está extremamente desconfiado e desmotivado a ir ao cinema para assistir um novo filme de Indiana Jones. Isso porque, boa parte desse público, tem agora certeza absoluta de que um novo filme nunca será tão bom quanto a trilogia original dos anos 1980.

Possíveis meios de recuperar o dinheiro perdido

É claro que diante de um prejuízo que muitos especialistas da indústria calculam ser em torno de 100 milhões de dólares, a Walt Disney Pictures tentará recuperar, pelo menos, parte do prejuízo. Mas como? Você pode estar se perguntando. Bem, o caminho mais simples será através do streaming. Indiana Jones e a Relíquia do Destino deve, em breve, estar disponível no Disney+, assim como já estão todos os outros filmes da franquia.

Cena de Indiana Jones e a Relíquia do Destino. Cortesia Walt Disney Pictures.
Cena de Indiana Jones e a Relíquia do Destino. Cortesia Walt Disney Pictures.

É possível afirmar sem medo de errar que o filme atraíra muito público quando estrear no streaming. Até porque muita gente que não se sentiu motivada a ir ao cinema e pagar para ver A Relíquia do Destino, ainda tem interesse em ver a produção e, seguramente, dará nem que seja “uma olhada” na obra, assim que ela for disponibilizada no Disney+.

Sendo otimista, é possível até mesmo prever que o filme baterá recordes de visualizações nas primeiras semanas em que for disponibilizado na plataforma de streaming. A Walt Disney Pictures seguramente espera por isso. E mais, eles também têm a esperança de que a disponibilização do filme no Disney+ possa atrair, até mesmo, novos assinantes para a plataforma de streaming.

Além disso, o estúdio também espera arrecadar um bom dinheiro com o lançamento do filme em home media, ou seja, em DVD, BluRay e também em downloads pagos, ou seja, quando a pessoa paga pelo direito de fazer, legalmente, o download de um filme e assisti-lo em seu computador, smartphone, Smart TV ou onde quiser.

Cena de Indiana Jones e a Relíquia do Destino. Cortesia Walt Disney Pictures.
Cena de Indiana Jones e a Relíquia do Destino. Cortesia Walt Disney Pictures.

Mesmo assim, é bem possível (até mesmo esperado) que a Walt Disney Pictures não recupere todo o prejuízo que teve com o filme. Contudo, o estúdio está pensando a longo prazo. Talvez leve anos para que as vendas de Indiana Jones e a Relíquia do Destino possam recuperar o prejuízo que o estúdio teve, até agora, com o filme. No entanto, a Disney sabe que tem uma franquia valiosa nas mãos e tem cacife para absorver o prejuízo causado por um filme que não foi bem nas bilheterias.

Futuro da franquia

Como dissemos no parágrafo anterior, Indiana Jones é uma franquia valiosa e a Walt Disney Pictures sabe disso. Prova disso, é que A Relíquia do Destino é o primeiro filme da franquia a dar prejuízo. A trilogia original dos anos 1980 conta com três filmes clássicos e que deram muito dinheiro a Paramount Pictures (estúdio que na época distribuía os filmes da franquia) e, até mesmo, O Reino da Caveira de Cristal, apesar de ter enfrentado resistências do público, acabou se tornando um sucesso de bilheteria.

Cena de Indiana Jones e a Relíquia do Destino. Cortesia Walt Disney Pictures.
Cena de Indiana Jones e a Relíquia do Destino. Nessa cena foi usada uma técnica de “de-aging”, para deixar Harrison Ford com aparência mais jovem. Cortesia Walt Disney Pictures.

Além disso, Indiana Jones é um dos personagens mais famosos da história do cinema mundial. Seu nome é facilmente reconhecido em qualquer lugar do mundo, assim como também são facilmente reconhecidas sua música tema e seu figurino, seu chapeú, seu chicote, sua jaqueta de couro. Isso é algo que não é fácil de se conquistar e a Disney sabe disso.

Mas como explorar todo esse potencial, depois de um enorme fracasso de bilheteria, como Indiana Jones e a Relíquia do Destino? Essa é a pergunta de um milhão de dólares e algo sobre o qual o estúdio terá que pensar profundamente. Um próximo passo na direção certa pode gerar um lucro milionário para a Walt Disney Pictures. Já um próximo passo em falso, pode enterrar ainda mais uma franquia que já passa por um momento ruim.

Comparação entre as imagens de Indiana Jones (Harrison Ford) em Indiana Jones e a Última Cruzada (1989) e Indiana Jones e a Relíquia do Destino (2023). Imagem: Paramount Pictures e Walt Disney Pictures.
Comparação entre as imagens de Indiana Jones (Harrison Ford) em Indiana Jones e a Última Cruzada (1989) e Indiana Jones e a Relíquia do Destino (2023). Imagem: Paramount Pictures e Walt Disney Pictures.

Uma opção meio óbvia, seria o famoso “voltar as origens”. Ou seja, trazer Steven Spielberg, George Lucas e Harrison Ford para tentar fazer um sexto filme no “estilo anos 80”. Contudo, isso é algo que dificilmente irá acontecer. Primeiro, porque como já dissemos, Ford já tem 80 anos de idade. Entre O Reino da Caveira de Cristal e A Relíquia do Destino se passaram quase 15 anos, e nunca houve uma diferença inferior a três anos, mesmo nos anos 1980, entre um filme e outro da franquia.

Isso quer dizer que mesmo que todo mundo aceitasse voltar para fazer um sexto filme e que a Walt Disney Pictures desse o sinal verde imediato para a produção de um novo filme (algo muitíssimo improvável de acontecer), o ator já teria mais de 83 anos quando um suposto sexto filme fosse lançado. Ou seja, os problemas de idade enfrentados em A Relíquia do Destino seriam ainda mais evidentes nesse novo filme.

Cena de Indiana Jones e a Relíquia do Destino. Cortesia Walt Disney Pictures.
Cena de Indiana Jones e a Relíquia do Destino. Cortesia Walt Disney Pictures.

Além disso, Harrison Ford já disse que essa seria a última vez em que ele interpretaria o personagem. É claro que isso pode ser apenas uma tentativa de atrair público para A Relíquia do Destino. E no mais, em Hollywood tudo pode mudar. Ainda mais, se a Disney estiver disposta a oferecer um cachê volumoso a Ford.

Contudo, é bastante improvável que Spielberg e Lucas aceitem se envolver tão diretamente assim em um possível novo filme de Indiana Jones. Isso porque, ambos estão em novas fases de suas vidas. Lucas, de 79 anos, está praticamente aposentado, curtindo a fortuna que construiu durante sua bem-sucedida carreira. Além disso, ele nunca foi um diretor muito “prolífico”, se é que podemos dizer assim, e dirigiu apenas seis longas-metragens em toda a sua carreira.

Cena de Indiana Jones e a Relíquia do Destino. Cortesia Walt Disney Pictures.
Cena de Indiana Jones e a Relíquia do Destino. Cortesia Walt Disney Pictures.

O último filme em que ele esteve criativamente envolvido foi Magia Estranha, de 2015, em que ele ajudou a conceber a história e a última vez em que ele esteve realmente envolvido “de corpo e alma” em uma produção foi com Star Wars: Episódio III – A Vingança dos Sith, de 2005, que ele produziu, escreveu e dirigiu. Ou seja, teria que haver um motivo muito forte para que Lucas deixasse sua semi-aposentadoria para se dedicar a um novo filme de Indiana Jones.

Já Spielberg, de 76 anos de idade, ainda está bastante ativo na indústria cinematográfica. Contudo, ultimamente o cineasta tem se dedicado cada vez mais a projetos pessoais em detrimento ao cinema mais “comercial” que ele praticou durante boa parte de sua carreira. Além disso, nos últimos anos, ele tem evitado sair do país para trabalhos de filmagem e as produções de Indiana Jones, geralmente, exigem filmagens em locações fora dos Estados Unidos.

Cena de Indiana Jones e a Relíquia do Destino. Cortesia Walt Disney Pictures.
Cena de Indiana Jones e a Relíquia do Destino. Cortesia Walt Disney Pictures.

Por tudo isso, podemos dizer que um sexto filme de Indiana Jones com Harrison Ford estaria descartado nesse momento. Mas e se fizessem um novo filme com um outro personagem no lugar de Indiana Jones? Como dissemos antes, tanto em O Reino da Caveira de Cristal quanto em A Relíquia do Destino, foi tentando essa estratégia de “passar o chapéu” de Jones para um novo personagem.

Em ambas as ocasiões, o público parece ter rejeitado essa opção. Dessa forma, seria extremamente arriscado para a Walt Disney Pictures lançar um sexto filme da franquia sem seu personagem principal. Outra opção possível seriam os famosos spin-offs, ou seja, filmes derivados de um “filme principal”. Nesse caso, seria possível a realização de filmes baseados em diversos personagens que já apareceram na franquia.

O mais óbvio desses possíveis spin-offs seria um baseado na personagem Marion Ravenwood (Karen Allen), a eterna paixão de Indiana e que apareceu em três dos cinco filmes da franquia. Outras opções seriam uma prequel estrelado por Henry Jones Sr., o pai de Indiana, e que é um dos personagens principais de Indiana Jones e a Última Cruzada (1989) e, até mesmo, uma história de origem do próprio Indiana. Algo que, inclusive, já foi tentado na série de televisão O Jovem Indiana Jones, que foi ao ar entre 1992 e 1996.

A icônica personagem Marion Ravenwood (Karen Allen) em cena de Os Caçadores da Arca Perdida (1981). Cortesia Paramount Pictures.
A icônica personagem Marion Ravenwood (Karen Allen) em cena de Os Caçadores da Arca Perdida (1981). Cortesia Paramount Pictures.

Uma outra opção, seria simplesmente rebootar a franquia. Ou seja, fazer um novo filme, com um novo ator interpretando Indiana Jones e com uma nova história. Assim, seria possível ignorar total e parcialmente os cinco filmes lançados até agora. Essa é uma estratégia utilizada por diversas franquias quando enfrentam dificuldades ou quando não é mais possível contar com a presença dos protagonistas daquela franquia.

É uma forma de renovar uma franquia e trazer um novo público para ela. Essa estratégia muitas vezes é bem-sucedida. Podemos citar casos recentes, como as franquias Pânico e Halloween, por exemplo. Contudo, em outras ocasiões, o reboot pode não apenas dar errado, mas também aprofundar a crise já vivida por uma franquia. O exemplo mais evidente é o da franquia O Exterminador do Futuro, que já foi rebootada, sem sucesso, mais de uma vez.

Isso quer dizer, que essa é uma estratégia bem arriscada. Primeiro, porque é necessário se produzir um bom filme, que seja digno da franquia e que também atraia o público. Idealmente, preservando os antigos fãs, mas também conquistando novos. Algo, que nem sempre é fácil de se fazer. Além disso, é necessário também vencer as resistências naturais que um reboot enfrenta por parte do público que já está acostumado com os filmes lançados anteriormente.

Cena de Pânico 6 (2023). Divulgação Spyglass Media Group e Paramount Pictures.
Cena de Pânico 6 (2023). A franquia de terror se beneficiou bastante de um reboot. Divulgação Spyglass Media Group e Paramount Pictures.

Ou seja, como o público vai reagir a um novo ator na pele de Indiana Jones ou como reagirá a uma, possível, nova história de origem do personagem ou a possíveis adaptações que, seguramente, terão que ser feitas para adaptar a história aos tempos atuais e atrair um novo público. Tudo isso terá que ser muito bem pensado pela Walt Disney Pictures nos próximos meses e anos.

Conclusão

E aí? Gostaram da nossa análise? Esperamos que sim. Tentamos analisar de forma mais completa possível todos os aspectos do desempenho de Indiana Jones e a Relíquia do Destino nas bilheterias e também do futuro da franquia tanto no cinema quanto nas plataformas de streaming. Se você gostou da nossa análise, não esqueça de deixar seu comentário abaixo.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui